Álcool
ou açúcar: o que é pior para a saúde? Nutricionista responde
O
açúcar e o álcool são considerados os grandes vilões para uma vida saudável. A
literatura médica e científica já mostrou que esses ingredientes estão
relacionados a doenças metabólicas, crônicas e problemas cardiovasculares, além
de aumentar o risco para alguns tipos de câncer.
Mas
será que um pode ser pior do que o outro? É necessário cortar ambos da dieta
para viver bem?
De
acordo com a nutricionista Andrezza Botelho, tanto o álcool quanto o açúcar são
prejudiciais à saúde na mesma proporção.
"O
impacto do álcool a curto prazo na saúde inclui a famosa ressaca e a
desidratação. Já o impacto a longo prazo pode causar danos graves, como
cânceres, doenças cardíacas, cirrose hepática, problemas cerebrais (incluindo
perda de memória e demência), enfraquecimento do sistema imunológico e
complicações no pâncreas, como pancreatite e diabetes", explica Botelho.
O
consumo de álcool está associado ao risco de câncer de boca, garganta, esôfago,
fígado, mama e cólon; ao risco de cirrose hepática; risco aumentado de
hipertensão, miocardiopatia e insuficiência cardíaca; danos cerebrais;
problemas de fertilidade e inflamação gastrointestinal, segundo a
nutricionista.
Em
relação ao açúcar, os prejuízos à saúde estão relacionados ao maior risco de
desenvolver doenças crônicas, como diabetes e obesidade, além de problemas
cardiovasculares, certos tipos de câncer e declínio cognitivo.
"O
excesso de glicose pode sobrecarregar o sistema nervoso, prejudicando a
aprendizagem e a memória, podendo contribuir para quadros demenciais",
afirma a nutricionista. "Outros efeitos incluem inflamação, problemas de
pele, alterações digestivas e mudanças de humor", afirma a nutricionista.
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Açúcar e álcool prejudicam a dieta
Seja
para emagrecimento, seja para ganho de massa muscular, o álcool e o açúcar
podem prejudicar a dieta, além de trazer os riscos à saúde já citados. Isso
porque são ingredientes altamente calóricos e com poucas propriedades
nutricionais.
"Cada
grama de álcool contém 7 calorias, valor superior ao dos carboidratos e próximo
ao da gordura, contribuindo para ganho de peso, especialmente abdominal",
explica Botelho.
Além
disso, o organismo prioriza metabolizar o álcool como toxina, reduzindo
temporariamente a queima de gordura e o metabolismo de outros nutrientes.
"O álcool também interfere na produção de hormônios essenciais para
construção muscular (testosterona e GH) e aumenta o cortisol, que é
catabólico", afirma.
Já em
relação ao açúcar, alimentos açucarados fornecem calorias sem nutrientes
essenciais, favorecendo o acúmulo de gordura, além de causarem oscilações
glicêmicas que aumentam o apetite e levam a escolhas inadequadas.
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É possível incluí-los na dieta de forma equilibrada?
De
acordo com Botelho, o açúcar de adição (ou seja, aquele que é adicionado em
produtos industrializados) é o maior vilão da alimentação saudável e, por isso,
deve ser evitado. O ideal é optar por bebidas e alimentos que contenham o
açúcar natural dos ingredientes, como sucos naturais e doces sem açúcar
adicionado.
Já o
álcool não deve fazer parte de uma rotina de alimentação equilibrada.
"Quando há consumo, geralmente prescrevo um suplemento para a saúde
hepática antes da ingestão, como silimarina, extrato de alcachofra e laranja
moro, para atenuar os danos gerados pelo álcool", finaliza.
• Como fígado vira "vilão" e
transforma metanol em veneno para o corpo
O
fígado é o órgão responsável por transformar o metanol contido em bebidas
adulteras em um veneno para o corpo humano. Isso porque, embora atue como um
protetor do organismo, ele torna a substância ainda mais perigosa.
O
metanol é comumente utilizado como solvente, na fabricação de combustíveis,
plásticos, tintas e medicamentos, por exemplo. Para esclarecer sobre as mortes
confirmadas, a CNN conversou com especialistas, que explicam como o metanol
pode afetar o cérebro e a visão.
Feres
Chaddad, professor e chefe da Disciplina de Neurocirurgia da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo) e chefe da Neurocirurgia da BP – A
Beneficência Portuguesa de São Paulo, detalha o processo que começa no trato
gastrointestinal.
"O
metanol em si não é altamente tóxico, mas, após a ingestão, é rapidamente
absorvido pelo trato gastrointestinal e metabolizado no fígado. Nesse processo,
ele é convertido primeiro em formaldeído e, posteriormente, em ácido fórmico,
que é o principal responsável pela toxicidade. Como o ácido fórmico é
metabolizado lentamente, tende a se acumular no organismo, especialmente quando
o metanol é ingerido em altas doses ou associado ao álcool etílico",
inicia.
Na
sequência, o metanol atinge o cérebro. "Por ser uma molécula pequena, o
ácido fórmico atinge o cérebro", acrescenta.
O
neurologista explica que essa substância age nas mitocôndrias, estruturas
dentro das células que produzem sua energia. Desse modo, mesmo havendo oxigênio
disponível, há uma falência energética celular.
"Além
disso, o acúmulo de ácido no sangue provoca acidose metabólica grave, que
acelera a disfunção enzimática e a morte celular. A combinação da falência
energética com a acidose resulta em necrose celular", acrescenta.
Segundo
Chaddad, "algumas regiões do sistema nervoso são particularmente
vulneráveis. O nervo óptico e a retina sofrem lesões nas células ganglionares e
na mielina, explicando os distúrbios visuais que podem evoluir para cegueira
irreversível."
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Quais os sintomas por intoxicação por metanol?
De
acordo com a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO), sociedade
filiada ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), os sintomas iniciais da
intoxicação aparecem entre 12 a 24 horas após a ingestão da bebida adulterada.
Os
sintomas pela intoxicação de metanol incluem:
• Dor de cabeça;
• Náuseas e vômitos;
• Dor abdominal;
• Confusão mental;
• Visão turva repentina ou cegueira, em
ambos os olhos.
Fonte:
CNN Brasil

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