domingo, 26 de junho de 2011

REPUBLICA DOS MEDÍOCRES

Vivemos em um País onde impera a mediocridade no seio da sociedade, principalmente na classe política, fruto de um povo cujo nível de escolaridade é reconhecidamente baixíssimo, permitindo a escolha de dirigentes medíocres, pela falta de discernimento em determinadas situações, resultando disto, o desprezo por parte daqueles que deveriam gestar políticas públicas em benefício da sociedade, principalmente, nas áreas de educação e cultura, fontes geradoras e fomentadoras da inteligência humana.
Se tivermos a curiosidade de observar as pessoas de que se cercam os nossos dirigentes, veremos que as escolhas recaem em pessoas com caráter e formação igual, ou seja, são tão ou mais medíocres e em sua grande maioria verdadeiros puxa - sacos, cujo papel interpretado tem servido apenas para inflar o ego daquele a quem chamam de “Meu Líder” e que transitoriamente está no Poder.
A situação chega a ser tão hilariante que, no auge do servilismo e em razão direta de sua mediocridade, procuram transformar em líderes, políticos ou homens públicos que, para cuja tarefa que se propôs a assumir, em nada colaborou ou mesmo construiu em benefício da comunidade. Para isto, fecham-nos em uma ilha, cercados pela mediocridade e falsidade por todos os lados.
Este tem sido o perfil da maioria de nossos dirigentes, infelizmente.
Quando se analisa o quadro de que se cercam, sob a denominação de assessores ou qualquer outra derivada, ai é que percebemos o quanto é podre o Poder. Com a justificativa de governabilidade, estes dirigentes vendem a alma a Deus e ao diabo e aceita todo tipo de pessoas, sem observar qualquer critério técnico ou até mesmo de honestidade, a não ser o padrinho que indicou.
Portanto, em lugar de estabelecer um perfil profissional e de respeitabilidade,como faria caso fosse uma empresa sua, faz o caminho inverso, quanto mais medíocre melhor, pois assim poderá se impor mais facilmente sobre quem o indicou.
Neste momento de importante decisão, joga para cima todos os compromissos assumidos de público, e diante da sua mediocridade, mesmo se utilizando do manto de grande negociador, se cerca de pessoas que como ele, nada irá contribuir para construir uma Nação, Estado ou Município melhor.
A única preocupação é a manutenção do Poder pelo Poder.
Infelizmente o Brasil tem sido pródigo em forjar líderes, que pelo caráter populista com que governa são confundidos como pessoas capacitadas ou até mesmo, chamados de grande administrador público. Quando saem, deixa o rastro da incompetência e da imoralidade com que cuidou do bem público.
Se alguém tiver a curiosidade de acompanhar o dia a dia, atos, atitudes e ações executadas desses pseudos líderes, verão que não passam de gestores medíocres, que sabidamente se utiliza da ignorância cultural do seu povo para posar de homens inteligentes, cercados de medíocres por todos os lados. Inteligencia não faz parte do seu time.
E a estes são imputados todos os erros e descaminhos.
Vivemos em uma nação, que a educação nunca foi tratada com a prioridade que esta requer, imaginem a cultura desse povo como é cultivada.
A prioridade estabelecida pelas elites, que como ninguém sabe domar estes “grandes líderes”, sempre foi manter o povo aculturado, para que os nossos “inteligentes políticos” possam continuar no e com o Poder, e ficar a serviço daqueles que sabidamente financiam a sua ascensão.
Porém, educar JAMAIS.
Qual político quer ter sua base eleitoral devidamente instruída e culturalmente evoluída? Para serem questionados ou cobrados? Isto nunca. Eles querem o povo dependente de suas esmolas e mentiras para que possam continuar eles e familiares se beneficiando dos lautos banquetes servidos pelo Poder, como bons capachos que são.
Como seria bom se utilizassem o poder que este povo ignorante lhe concede e, em lugar de inchar o serviço público com apadrinhados políticos, tivessem a responsabilidade de fazer cumprir a Constituição, a qual juram ao ser empossado, e obrigatoriamente só pudessem ter acesso através do concurso público? Com certeza teríamos um Estado mais profissional, uma administração pública gerida pelos mais preparados e com servidores compromissados e a serviço da população e não a serviço do padrinho ou do dirigente de plantão.
Como seria bom, se em lugar de sonhar, tivéssemos uma população cujo nível educacional fosse bem diferente da atual, que se vende por uma bolsa família ou até mesmo por um saco de cimento, e paralelamente vivêssemos em uma nação que o seu povo fosse culturalmente evoluído. Com certeza as escolhas dos dirigentes e da classe política seriam bem diferentes desta que está aí. Talvez tivéssemos um quadro que em lugar de se agachar em busca da troca de favores, se imporia pela força do argumento e da qualidade técnica das suas propostas.
Com certeza, pela força da inteligência o povo substituiria a mediocridade que hoje impera, por dirigentes capacitados.
Quem sabe, conseguiríamos acabar este troca-troca de favores forjados às escondidas e no submundo da política pela clareza das ações e das políticas públicas, que em lugar de ser tramada e traçada para beneficiar uma minoria, seriam voltadas para a maioria e ofertada com qualidade.
Com certeza, teríamos dirigentes com honrariam com as promessas feitas em público e faria das promessas o verdadeiro programa de governo. Diferente do que ocorre hoje, que discursam para o povo levando para as praças públicas mentiras, quando os verdadeiros interessados pelo Poder - os políticos e as elites -, sabem de antemão, que o verdadeiro programa de governo será elaborado a partir dos interesses escusos de cada partido e da força que cada político demonstrar. Esta é a verdadeira realidade.
Desta forma, a afirmativa de que vivemos em um País administrado por dirigentes medíocres, cercados de políticos mal intencionados e de assessores puxa sacos os quais só querem se locupletar, infelizmente é uma verdade que muitos não querem ver e aceitar e em razão deste império da mediocridade, é que assistimos por parte desta “elite” o desprezo à inteligência, educação e cultura, transformando-os em uma ilha rodeada de pessoas ainda mais medíocres e que em nada tem contribuído para a melhoria da comunidade.
Como é bom sonhar. Às vezes os sonhos nos levam a delirar e quem sabe não é mais um delírio daquele que desde jovem sonha e busca um País diferente deste que aí está, onde todos fossem culturalmente evoluídos e que pelo menos a educação de qualidade não fosse um privilégio de poucos, mas que tivesse ao alcance de todos.
Porém como todo sonho, alguns se conseguem realizar e, quem sabe, conseguiremos um dia alcançá-lo?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

PENSEM NAS CRIANÇAS: elas serão nosso futuro.


Mais um dia amanhece. E a cada amanhecer nos lares principalmente das nossas famílias pobres, recebemos o anúncio do nascimento de mais uma criança, que se juntarão as tantas outras mantidas pela “bolsa família” e que brevemente estará nas ruas esmolando ou se drogando por falta de políticas públicas que a amparem e dê condições a estas famílias de oferecer uma vida mais digna. Em lugar de mais uma criança que nasce, trazendo dentro de si o anúncio de uma nova vida em seu contínuo recomeço, será talvez mais um problema social que se avizinha.
Segundo a cultura de alguns povos indígenas o nascimento serve para antecipar o futuro e é através do nascimento que as divindades se manifestam dando a acreditar que a existência humana vale à pena. Diante de tal ensinamento de povos que nós “racionais” os consideramos inferiores deveriam estabelecer como meta que acolher as crianças, oferecer-lhes as condições mínimas para que sejam felizes e que lhes sejam dadas condições para que possam permanecer entre nós. Deveria ser uma preocupação que todos deveriam se incumbir de atender, concretizando em práticas cotidianas de afeto e de atenção, de forma que se sintam inseridas na sociedade. Esta seria a contribuição que daríamos de forma que pudéssemos assegurar a continuidade e a vida na terra.
Com base nesta necessidade é que se torna urgente que todas as crianças sejam bem acolhidas e que a sua socialização seja uma responsabilidade coletiva, não apenas e unicamente da família, mas de todos, inclusive das lideranças religiosas, políticas, enfim, uma responsabilidade que deve ser repartida por toda comunidade.
Na nossa cultura o nascimento de uma criança deveria simbolizar a esperança, que, para alguns sonhadores, inclusive eu, em seus devaneios tenta projetar um mundo melhor, mais justo, mais humano, com os argumentos que este será um legado que deixará para as novas gerações.
Desta forma, acolher as crianças protegê-las e dá condições para possam ser partícipes de um conjunto de conquistas sociais deve ser os esforços a serem empreendidos por todos nós. Não adianta apenas criarmos leis, estatutos, etc., de forma que sejam reguladas as relações sociais, se não conseguirmos assegurar a criança na prática, estes direitos. E isto no Brasil tem sido muito comum.
De que adianta termos um aparato legal voltado à proteção e ao bem estar infantil, quando ao mesmo tempo observa-se que a estrutura familiar não lhe oferece condições de assegurá-los estes direitos. De que adianta o Estado criar leis que visem garantir os direitos à criança e ao adolescente, quando se verifica que as estruturas econômicas e políticas não funcionam de forma que possa garantir ao jovem que este aparato legal se concretize, cujo modelo tem como marca resguardar a atual concentração de bens e de capitais.
A situação vivida por nossos jovens ainda é mais grave, de cujas circunstâncias atualmente tem dificultado ou até mesmo inviabilizado o seu crescimento ou seu futuro. Falta da presença do Estado, que não lhes oferece uma educação de qualidade, não lhes dá condições de vida adequadas, não há assistência e proteção à saúde e, diante disto, assiste-se a proliferação de doenças, desnutrição, fome, e em decorrência e a partir do somatório de todos os problemas, observa-se o crescimento de toda espécie de violências decorrentes das relações de intolerância e de desrespeito praticados contra os nossos jovens.
Discursos bonitos se ouvem diariamente, projetos visando à proteção das crianças estão aí às mãos cheias, porém, nada ou quase nada tem saído do papel, por falta total de apoio à rede de proteção à criança. São Juizados sem estruturas, Conselhos tutelares que muitos nem veículo possuem, sem recursos financeiros e sem estrutura material e humana. São gestores públicos insensíveis à causa.
Diante disto, assistem-se diariamente nossas crianças vivendo em condições inadequadas, cujas práticas nocivas a que são levadas a praticarem já deveriam ter sido extirpado do nosso atual modelo econômico e político, inaceitável em pleno século XXI.
Neste momento devemos indagar sobre as formas e os modelos utilizados para proteger as crianças e os adolescentes nos dias de hoje,sem os aproveitadores da situação de plantão, se quisermos alcançar um lugar de destaque no futuro.
Devemos reconhecer que houve avanços significativos nos últimos anos. No entanto, apesar dos avanços são fundamentais que estejamos conscientes do quadro desolador que atinge a nossa juventude, particularmente as crianças de origem humilde, sem muitas perspectivas.
Este é um tema pouco noticiado, uma vez que é apresentada para sociedade fundamentada nas informações que são passadas pelos gabinetes atapetados de nossos gestores públicos, cujas informações tem como base o espetáculo do crescimento econômico, que é apresentado com uma bela moldura desenvolvimentista, sem que este bolo seja fatiado de forma igual, beneficiando a todos igualmente. Isto sabe que não existe, principalmente nesta economia neoliberal, onde o Estado tem que está a serviço das elites e os lucros devem ser rateados entre poucos.
Portanto, a opção da política econômica governamental, que tem privilegiado os interesses econômicos e políticos específicos, sem que se tome medidas visando restabelecer as relações com setores da sociedade menos favorecida, de forma a oferecer uma melhor distribuição da renda e gerando melhores oportunidades de emprego, reduzindo desta forma os desníveis sociais gritante em nosso País. Enquanto o governo vive a alardear a rota em direção ao crescimento e à estabilidade, assistimos a ampliação do fosso que separa aqueles considerados como dignos de viver neste “novo País que está surgindo” e aqueles destinados ao abandono e à exclusão social.
A opção pela política econômica centrada em um projeto de privilegiar as elites fez o com que o PT renegasse a sua história, o seu passado e as suas bandeiras. Não por acaso os bancos e as empreiteiras obtiveram maior lucratividade no governo Lula. E o que move esta política econômica é, exatamente, o interesse econômico das grandes empresas e grupos financeiros, muitas delas ligadas umbilicalmente a partidos políticos, através dos “financiamentos” para as campanhas eleitorais.
Deveria o Brasil aproveitar este embalo e criar as oportunidades para projetar-se como um país viável, não apenas pelo viés econômico, mas também através de investimentos em políticas sociais, sem a infeliz marca do assistencialismo. Mas estabelecer políticas sociais visando minimizar os impactos imediatos da desigualdade, viabilizando a redistribuição da riqueza ou dos bens e oferecendo oportunidades de maior equidade no acesso aos recursos.
Importante que setores da economia sejam desregulamentados, leis rígidas de fortalecimento ao meio ambiente sejam tomadas, o fortalecimento da legislação trabalhista deva ser uma meta, de forma que o trabalhador se sinta fortalecido nesta queda de braço entre trabalhoXcapital, que o boom econômico seja sentido por todos e os seus efeitos sejam alcançados pela sociedade, independente da classe social.
Enfim, tal como o nascimento, a morte também pode assumir diversos significados. Porém o que é triste e não deve ser aceito por ninguém é a morte que decorre da omissão do Estado, e esta além de não poder ser esquecida, não deve ser perdoada.
Não podemos nos calar diante do extermínio lento e gradativo que vem sendo imposto à nossas crianças, em razão da ausência do Estado, este mesmo Estado que sempre se faz presente quando se trata de defender os interesses das elites econômicas e financeiras.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

SURGE UMA NOVA CONSCIÊNCIA


Muito se tem falado nos últimos tempos, do surgimento de uma nova consciência política em nosso povo. Na verdade, esta nova consciência está surgindo, diante das contradições cada vez mais evidentes apresentado pelo sistema político e econômico que hoje impera, levando a população a buscar se unir na luta em defesa de diversos direitos sociais que estão sendo usurpados.
São lutas travadas em vários campos e por diferentes caminhos, cuja divisão é até compreensível, em razão da diversidade das realidades.
Importante observar que apesar das classes dominantes demonstrarem que ignoram o que vem ocorrendo, porém, não se deve menosprezá-los, em razão de sabermos o quanto é hábil, e como é ágil o seu poder de organização e reorganização, quando se sentem ameaçados.
Se preocupem, quando as elites começam a minizar essas lutas, afirmando que são obras da minoria, de grupos radicais ou da classe estudantil. É preciso parar um pouco para pensar e traçar novos planos, novas metas e estratégias de lutas, pois foi dada a senha para que os “donos do poder” iniciem o processo de organização, para assim, “combater” aqueles que os ameaçam, de forma a não permitirem avanços sociais e a ascensão da classe pobre.
As elites ao menosprezarem as organizações sociais, procuram simplificar intencionalmente, até pela facilidade de acesso aos meios de comunicação, procuram desvalorizar as lutas populares, como forma de proteger o seu patrimônio, que sempre teve como aliado, o braço forte do Poder. Ao acusar os atos de radicalismo, procuram com isto jogar uns contra os outros, e assim, buscam dividir as organizações; ao distorcerem os fatos, tentam impedir que os menos favorecidos se organizem e com isto, tentam mudar o rumo da história.
O que os inquietam, não é a perca do Poder, não é o fracasso dos seus atos, pois já são uns fracassados ao se utilizarem do Poder Político para oprimir os menos favorecidos, e sim, a possibilidade da ascensão econômica e social dos explorados e oprimidos. Isto eles não aceitam e não compreendem a necessidade de uma mudança na ordem social.
Portanto, se queremos mudar o rumo desta sociedade para um novo modelo, um modelo que ofereça oportunidades para todos, é necessário que estejamos preparados, conscientemente politizados, de forma que todos possam externar um melhor conhecimento em relação à situação econômica e social em que está enquadrado e da sua comunidade.
Ter conhecimento de como se dá a exploração do capital sobre a força do trabalho, é fundamental; saber e está consciente da dominação entre as classes sociais e seus confrontos; entender da importância de está organizado e se manter sempre alerta, de forma a servir de exemplo e com isto incentivar aos demais para enfrentar a adversidade, os desafios e a dura realidade.
Hoje, começamos a assistir o surgimento de movimentos populares organizados e mais bem estruturados. Tendo como exemplo os erros do passado, de forma a não vir cometer os mesmos erros. Pena que o movimento estudantil esteja disperso, ele que sempre foi uma das principais bandeiras de lutas em busca das mudanças.
Observam-se projetos que começa a se contrapor ao atual modelo econômico neoliberal e globalizado, onde se vê claramente contornos precisos de uma nova opção econômica, mesmo que não ataque os fundamentos da propriedade privada, mas que apresentam mecanismos que se contrapõe ao atual modelo de exploração econômica.
Enfim, são movimentos que procuram defender os interesses da classe pobre e tem procurado despertar para uma maior consciência política.
Esta nova consciência política que começa a nascer, forjada pelo domínio opressor e secular das elites, que ao longo desses séculos sempre dominaram a máquina política, militar e judiciária, e as transformaram de forma a sempre fazer prevalecer a sua ideologia. Mesmo com todo este poderio, jamais foram capazes de perceber a extensão do fosso que faziam crescer do desnível social. Enquanto isto, ao pobre só lhes restava mendigar as migalhas dos banquetes oficiais.
Ao mesmo tempo em que as elites impunham o seu modelo, o povo pobre inicia um processo de aprendizado e começa a se organizar em busca dos seus direitos, procurando dentro do regime democrático, os caminhos que os levem a melhoria de vida e de perspectivas para o futuro. Apesar de sabermos que muitos que se dizem democratas, ainda não aprenderam a coinviver com as contradições e só sabem comungar o verbo agregar para defender os seus direitos e daqueles que os cercam.
Portanto, toda experiência acumulada, tem levado parte da população pobre a procurar se unir, seja em torno de um líder, ou em razão de suas necessidades na busca dos seus direitos. Toda esta movimentação tem trazido experiência e tem transformados diversas comunidades culturalmente, consequentemente, tem se constituído em momentos de fé e de defesa da democracia e da liberdade.
Apesar de está visível a mudança por que vem passando a sociedade e, principalmente, as camadas sociais mais carentes, reconhecemos que, muitos têm procurado desmerecer as suas ações, quando estes saem às ruas em defesa dos seus direitos. Alguns procuram minimiza-las, outros buscam falsear a realidade negando a sua existência, e ainda alguns, procuram marginizá-los
Porém, uma coisa eles não podem negar, que as organizações populares, radicais ou não, tem sacudido e até abalado os alicerces de alguns setores, principalmente ligados à direita, e segmentos da classe dominante, fazendo-os em alguns momentos, até recuarem, evitando um conflito social.
Estas organizações têm feito surgir uma nova euforia, que tem despertado a esperança, gerando ilusões de que melhores dias estão por vir. Os fatos políticos estão aí a mostrar que há uma esperança nova, trazendo um novo otimismo, que esperamos não abrigue ilusões falsas e que, as bases que foram lançadas, não venham ser retiradas ou retomadas pelos setores conservadores, que ainda teimam em existir, de forma que os objetivos sejam alcançados em médio prazo.
É importante que se tenha consciência que algo novo surgiu e que esta pedra não venha desaparecer diante da vontade de uma minoria, e, que o empenho para a transformação da sociedade, não seja fruto ou concessão das elites, mas uma vitória alcançada e transformada pela ação dos movimentos sociais.
Seria utopia de nossa parte, crer que o opressor capitalista, incapazes de entender e compreender as necessidades da população pobre será capaz de abrir mão de suas benesses, em favor da classe menos favorecida. Não, isto terá que ser conquistado e esta conquista se iniciam através de uma nova consciência política e, só assim, seremos capazes de transformar esta realidade que oprime e humilha os mais necessitados.
O que se observa nos dias atuais, é o surgimento de movimentos populares organizados, mais silenciosos; duros mais sem o radicalismo de outrora; criativo, corajoso e ambicioso nos seus atos e nas suas ações. São movimentos que tem surgido com a força do povo, baseados na autocrítica do passado, porém, fundamentados em impiedosa crítica ao modelo econômico que aí está, que os explora, marginaliza e apassiva os pobres, principalmente a nossa juventude.
São movimentos que tiram das derrotas e golpes, lições de aprendizado, conscientes dos caminhos a serem seguidos, com projetos sociais bem delineados, demonstrando firmeza nas suas ações, trazendo esperanças do seu futuro, silenciando no momento oportuno e tendo clareza do realismo político.
Assim agindo, tem a classe pobre e secularmente explorada deste País, demonstrado grande potencial de resistência e perseverança. Tem surpreendido a muitos, inclusive a classe dominante.
Portanto, é diante desse quadro que começa a surgir uma nova consciência política dentro das comunidades pobres, vivendo dentro de uma realidade complexa e estimulante, tornando em um conhecimento rico, concreto e criador este aprendizado, sempre em busca de transformar a sua realidade, desafiando a todos, não se deixando acomodar de forma que no futuro venham a alcançar melhores dias.