segunda-feira, 28 de março de 2011

NOSSO MODELO EDUCACIONAL FALIU: mudança urgente


Não será com baixos salários e ínfimos investimentos que tiraremos a EDUCAÇÃO do caos em que se encontra, muito menos tirando a autoridade dos professores, nos excessos praticados pelos alunos que iremos conseguir estabelecer limites e freios para esta juventude que aí está. Devemos mudar o atual modelo de forma que se possa oferecer à nossa juventude uma educação de qualidade e acenar para um futuro menos perverso.
A política educacional pública existente no País,está a beira do abismo, haja vista ser executada por nossos dirigentes públicos de forma a oferecer o oposto da melhoria da escola pública e tirar o Brasil do atraso educacional em que se encontra.
Medidas urgentes devem ser tomadas como meio de compensar o atraso a que estamos submetidos. E, dentre estas medidas, algumas podem ser utilizadas,as quais com certeza seriam suficientes para começar a sinalizar para a melhora do nosso modelo educacional.
Assim é urgente remunerar bem o docente, de forma que lhes assegure um mínimo de dignidade, garantindo-lhes um salário que devolva à carreira do magistério sua valorização. Porém, não é só garantir um salário digno, mas, também, que seja dada condições de trabalho e um Plano de Cargo e Salários, discutidos com as bases, que lhe sirva de bússola. Ao devolver a dignidade, com certeza o professor se sentirá mais comprometido e dará à educação a prioridade que esta merece.
A Lei do Piso Salarial do Magistério seria o caminho para a valorização do professor, desde que os nossos governantes decidissem priorizar a educação, e passassem a cumpri-la integralmente. Combater e denunciar aqueles dirigentes políticos, infelizmente incrustados em todos os partidos políticos, por terem mais se destacado no descaso que dão a educação, que procuram transformar a categoria em seus reféns, que para compensar o arrocho salarial a que os submetem, instituindo bonificações e premiações por “mérito”, é uma obrigação.
Este modelo implantado por alguns Estados e Municípios, não traz a dignidade aos professores, muito pelo contrário, depõe contra a qualidade de ensino, pois para obter o prêmio, o docente terá que ser subserviente aos padrões estabelecido pelo governante de plantão. Além do mais, em razão da busca de melhores salários, o professor é submetido a jornadas semanais cada vez mais altas e a salas de aulas abarrotadas de alunos, de forma que, com esta submissão possa obter a premiação. Outra medida que contribuiria para uma agenda positiva, seria a redução da jornada de trabalho dos profissionais de educação, com ampliação do tempo previsto para o planejamento das aulas, avaliação e formação continuada do docente, conforme determina a Lei do Piso Nacional do Magistério, que prevê um terço da jornada do professor seja dedicado a estas atividades. Ocorre que, infelizmente, este artigo não pode entrar em vigor, porque a insensibilidade e insensatez de alguns ex-governadores, que entraram com ação de suspensão do referido artigo junto ao Supremo Tribunal Federal – STF.
Estabelecer um máximo de 25 alunos por turma seria outra medida que iria contribuir para a melhoria na qualidade do ensino, oferecendo desta forma condição ao docente para que possa dar uma maior atenção aos alunos, diferentemente do que ocorrem em salas de aula com 40 e 50 alunos. Nas condições atuais, de salas de aulas superlotadas e sem o mínimo de conforto e condições materiais de trabalho, é impossível um ensino de qualidade, por mais que o professor se encontre preparado.
Diante desta situação é comum vermos estudantes concluir o primeiro grau ainda analfabetos ou semi-alfabetizados, e muitos, já no segundo grau, sem dominar as quatro operações básicas da matemática ou mesmo conseguir ler e interpretar um texto corretamente, por mais simples que seja. Este é o resultado de salas de aulas superlotadas e este é o futuro que oferecem aos nossos jovens.
Por fim, uma quarta medida, tão importante como as anteriores, é o aumento dos investimentos para o setor, que em nosso País ainda é muito pouco os gastos em educação, para o muito que estamos devendo. Quando falamos em aumentar os investimentos, estes devem estar focados na melhoria das condições de trabalho e na qualidade do ensino. Não como tem feito alguns gestores públicos, que tem investido em supérfluos, achando que assim está contribuindo.
É preciso que os nossos dirigentes públicos deixem os discursos de palanque e cumpram efetivamente o prometido. E aí vai um recado para os nossos dirigentes: coloquem na sua agenda a prioridade nº1 a EDUCAÇÃO, e para que isto possa acontecer, é necessário fortes investimentos nesta área.
Devemos deixar de lado a prioridade assumida de pagar os juros da dívida pública, utilizando os recursos do superávit primário para prioritariamente investir na educação, revertendo às péssimas condições do ensino público, equipando as escolas, qualificando os docentes, oferecendo salas de aula dignas e confortáveis, contratando através de concurso público funcionários e professores, em lugar dos famigerados REDAS ou contratos temporários; elevando os salários a um patamar de dignidade profissional e reduzir a jornada do docente de forma que lhes dê melhores condições de salubridade.
Quando pedimos mudanças no modelo educacional colocado à disposição principalmente da classe mais pobre, o que se deseja é um modelo de ensino público focado na qualidade do conteúdo e na exigência tanto na formação como quando da verificação. Sem querer ser saudosistas, mais os nossos pedagogos ideólogos do modelo atual, deveriam se espelhar do exemplo de ensino público oferecido no passado, do qual, talvez, muitos deles foram usuários, e buscar adaptá-lo e aplicá-lo ao presente, retirando os seus excessos. “Invenções” e “teorias pedagógicas modernoides” aplicadas atualmente esta comprovando a sua ineficácia, e o que se tem visto é a colocação no mercado de centenas de analfabetos funcionais formados pelas nossas escolas públicas.
Portanto, tenho plena convicção que não são com idéias ou projetos que retiram do professor a autoridade de educar e disciplinar o aluno que estaremos contribuindo para a melhoria na educação pública. Projetos, como acabar com a reprovação de alunos nas séries iniciais, exatamente nestas séries onde lhes será dado o suporte para o acompanhamento das disciplinas futuras, é que iremos resolver o problema, alíás, são medidas como estas que estaremos contribuindo para a péssima formação de nossos jovens.
Argumentar, como querem os psicólogos de plantão, que esta possível reprovação trará traumas futuros, então eu fico a me perguntar: como ficaram muitos colegas meus daquela época e que foram reprovados? Posso afirmar que todos ou quase todos, até por conhecimento de causa, aproveitaram desta experiência para dar a volta por cima, e se transformaram em profissionais da melhor estirpe nos ramos profissionais que escolheram. Portanto, diante destes colegas, a teoria modernista dos nossos psicólogos cai por terra;
Assim, afirmar que a reprovação que porventura possa ocorrer irá traumatizar é desconhecer o passado e não conhecer a história do ensino no Brasil, é querer aplicar teorias e experimentos, que irá levar a nossa juventude para um futuro ainda mais incerto.
É chegada a hora de deixarmos os “testes” e “experimentos” de lado e enfrentarmos o problema de frente. Sem querer menosprezar os nossos queridos psicólogos, mas acredito que eles deveriam está mais preocupados é com a segurança do docente em sala de aula e em busca de soluções para os traumas infantis causados pela pobreza extrema e pelos problemas familiares, advindas da exclusão social e do envolvimento com atividades ilícitas. Deveriam está envolvida na pesquisa em busca da melhoria da qualidade de ensino e na formação desta juventude, que aí sim, seria o caminho mais rápido para serem aceitas por esta nossa sociedade hipócrita e da qual fazemos parte.
Fora isto, é querer sentenciar estas crianças a continuarem na miséria em que se encontram.

segunda-feira, 21 de março de 2011

ESTÁ NA HORA DE REAGIR


Quem não passou pela experiência de ver uma menina, ainda adolescente grávida e no ato não se indignou? Se conhecê-la, verá que esta jovem reside em uma comunidade carente ou mesmo nas ruas, e que tem a prostituição e o envolvimento com as drogas como forma de sobreviver.
Portanto, é esta convivência que a fez deixar de estudar e como formula encontrada para ajudar nas despesas familiar este foi o único caminho que a sociedade lhe ofereceu e o meio para obter a sobrevivência. Esta infelizmente é a dura realidade.
É claro, dirá você, que também meninas na mesma faixa de idade na classe média e rica também engravidam. Mas, quando o problema é neste estrato social, a sociedade abre as portas e oferece condições e soluções para que o problema seja resolvido sem que chegue aos ouvidos da comunidade. Para elas existem os abortos consentidos e clínicas preparadas para tal, atitude que para a pobre é ilegal e criminoso e se chegar ao conhecimento da justiça com certeza será duramente penalizada. Porém, para aquela que pode pagar, ninguém sabe, ninguém viu. Inclusive até colocam venda nos olhos da justiça.
Para ela a família terá acesso à rede privada de saúde, diferente daquela que você viu perambulando pelas ruas. Esta dependerá da rede pública de saúde e para quem conhece o sistema público de saúde sabe que este é um exemplo de vergonha, uma excrescência, é o que há de mais abjeto e repugnante como serviço prestado ao ser humano.
É claro que algumas destas jovens excluídas pela sociedade têm coragem e assumem a criança e até conseguem criar, não vamos aqui generalizar e afirmar que todas optam pelo aborto ou mesmo que derivam para o caminho das drogas, porém, aquelas que resolvem assumir o filho, muitas vezes o fazem por falta de opção, já que os abortos para esta classe social são realizados em clínicas clandestinas, com valores cobrados bastante elevados, fora das condições financeiras da família desta jovem. Logo, a única opção que lhe resta é assumir o filho (in)desejado.
Agora, você alguma vez se perguntou de quem é culpa desse problema social tão sério e que ocorre diariamente em nosso País? Será meu, seu, da população ou dos governantes? Você alguma vez já parou para pensar? Talvez não, porque o problema ainda não chegou a você ou próximo. Está distante, não?
É claro que todos temos a nossa parcela de culpa, até porque somos nós quem elege os dirigentes políticos em todas as esferas. Logo, somos todos culpados, porém, neste contexto, a culpa maior dos problemas sociais ocorridos em nosso País, o grande vilão e maior responsável são os nossos agentes políticos, uma vez que eles são dotados do poder de decidir e na grande maioria dos problemas eles se omitem ou não decidem. Esta é a grande verdade.
Alguns pontos são relevantes e podem comprovar a omissão e a responsabilidade dos gestores e agentes políticos, no que se refere aos problemas sociais hoje verificados, entre estes pontos destacamos a educação, saúde, segurança e o desemprego como fatores preponderantes para a situação que se assiste.
Quando falamos em educação, podemos facilmente concluir que temos em nosso País uma educação pública deficiente, de baixo nível de qualidade. Por incrível pareça ainda há lugares que não se tem a garantia de ensino: são diversos municípios com escolas em petição de miséria e onde as nossas crianças precisam andar quilômetros para se chegar a uma escola, que pelas condições estruturais e materiais não oferece nenhuma condição de aprendizado. Muitas vezes o professor é tão analfabeto quanto às crianças que estão em busca do aprendizado.
Aí, não precisa ser psicólogo para poder afirmar que a educação é o setor fundamental e de vital importância para a formação do jovem e seria através da educação de qualidade que aquela jovem que ainda adolescente engravidou, poderia ter se prevenido. É através da educação de qualidade que a médio e longo prazo teremos os nossos problemas sociais resolvidos, uma vez que, o homem bem educado passa ter opinião própria e senso crítico formado, com isto estará capacitado para lutar pelos seus direitos e por certo estará mais protegidos de certas situações que a “sociedade” porventura queira imputar ou de desvio de personalidade e caráter.
Salvo as exceções, podemos concluir que, se um(a) jovem tem acesso a uma educação de qualidade, a probabilidade de cometer um ato, tal como engravidar na adolescência é pequeno, uma vez que ela estará devidamente orientada e consciente do ato e como evitar, mesmo sabendo que nos dias atuais ainda é um tabu a educação sexual nas escolas, cujo conhecimento seria de grande utilidade para os jovens, principalmente àqueles que estão iniciando sua vida sexual.
Quanto a saúde pública, esta continua sendo tratada com tão grande descaso por nossos dirigentes, certos eles que jamais precisarão dela se servir e, como é um serviço a ser prestado ao pobre, então o descaso leva a situação em que hoje se encontra.
Sabemos que os nossos gestores não gostam e sequer aceitam críticas ao modelo que aí está, mas gostem ou não, queiram ou não, hoje a saúde pública do Brasil passa por uma grande e grave crise. E não é por falta de recursos, se assim o fosse, vários gestores públicos e grupos empresariais não seriam denunciados por desvios de recursos e que não são poucos.
Assiste-se hoje hospitais completamente destruídos, outros construídos e sem nenhuma condição de atender devidamente aos pacientes por falta de infraestrutura mínima, alguns inclusive sem médicos ou medicamentos para da um atendimento digno. Infelizmente, este é o modelo oferecido àquela jovem grávida que você viu. Dá para acreditar?
Em relação a violência, vive-se hoje uma verdadeira guerra contra o tráfico, aliada a violência diária onde saímos de casa e não temos garantia se iremos voltar, já que os marginais encontram-se muito melhor armados que os nossos policiais. Isso quando encontramos policiais fornecendo segurança nas vias públicas. E aí nos perguntamos: somos um País com a mais elevada carga tributária do mundo e para onde vai este dinheiro? Afinal cadê o dinheiro retirado compulsoriamente dos contribuintes? Onde está a contrapartida do Estado? Será que o nosso dinheiro só serve para pagar as regalias de nossos políticos ou servir de desvio para enriquecimento ilícito de uma minoria?
Diante do descaso com que a vida humana é tratada pelos nossos dirigentes, é ficando a serviço do tráfico que aquela adolescente grávida que você encontrou, se sentiu mais segura para sobreviver neste mundo cão, onde por sua condição e por não ter uma formação educacional estará fadada ao eterno desemprego e ter que mendigar de porta a porta.
Não adianta a cada situação o IBGE modificar a metodologia de aferição do desemprego no País, como formula milagrosa encontrada pelos seus dirigentes de agradarem ao andar de cima. A taxa de desemprego no Brasil é elevada e só não ver os dirigentes públicos, porque toda a sua família, amigos, correligionários e cabos eleitorais estão com seus empregos garantidos ou mamando nas tetas do serviço público.
Se o desemprego bate nas portas daqueles que tiveram o privilégio de possuir uma boa formação, imagine na família daquela jovem adolescente pobre grávida como não estará a situação em casa, logo ela que recebeu uma educação pública de baixa qualidade e sem perspectiva de condições melhores no futuro.
Para, pense e comece a agir. Você também é responsável.

sexta-feira, 11 de março de 2011

PASSE LIVRE É UM DIREITO: juventude rebele-se

Reza a legislação brasileira que a educação é um direito fundamental, universal, inalienável e um instrumento que contribuirá para formação na luta pelos direitos da cidadania e pela emancipação social.
Ora, se a nossa legislação vê a educação sob esta perspectiva, logicamente que diante do que está estabelecido, caberia aos Gestores Públicos assumirem compromisso público e se comprometerem com a formação integral do ser humano, lhes propiciando, principalmente à juventude, as condições mínimas necessárias, para que possa alcançar em todas as dimensões sua relação com a sociedade.
Todavia, no Brasil a prática tem demonstrado que apesar dos discursos e milhares de promessas, este tem sido um direito que infelizmente não é para todos, e sim para uma minoria que, desde o seu descobrimento se acastelaram no Poder: as elites.
Mas uma coisa deve-se reconhecer: a população brasileira, principalmente a classe interessada, não tem exercitado e defendido este direito, que se bem exercitado traria melhores perspectivas para juventude.
Diz o Plano Nacional de Educação que o acesso a escola é imprescindível, já que o ser humano é visto como ser ativo, crítico e organizador de sua própria cultura, formulador da história e construtor da sociedade em que vive.
Sendo assim, para que o ser humano seja preparado, todos sabem que é na escola onde se obtém uma formação ampla e é nela onde serão dados os primeiros passos para o desenvolvimento de valores e atributos inerentes à cidadania.
Porém, historicamente, a população de origem humilde de nosso País, jamais teve acesso ao Poder, muito menos a oportunidade de passar pela sua porta, pelo contrário, sempre estiveram à margem Dele ou sempre que tentaram foram expulsos.
Em conseqüência desta marginalização as suas demandas e aspirações são sempre engavetadas, principalmente naquelas relacionadas com a melhoria das condições de vida, como a educação, por exemplo, cujas aspirações não encontram ressonância junto a elite política de nosso País, uma vez que já se tornou senso comum junto à estes, tratar a educação como um instrumento é eminentemente elitista e elitizante, não sendo dado o direito ao pobre ao seu acesso.
Portanto para que o jovem possa desenvolver-se em sua plenitude torna-se necessário associar, não apenas qualidade do ensino público ofertado, mas atrelar a políticas públicas efetivas, que lhes ofereça condições e assistência em termos de moradia, transporte, alimentação, saúde, esporte, cultura e lazer, entre outras necessárias e imprescindível para o seu desempenho quanto estudante.
Um dos fatores que mais tem dificultado a permanência do estudante pobre na Escola, está o custo do transporte público ofertados pelos municípios brasileiros.
É bom que se esclareça que o transporte não é só para ir a escola, ele também é utilizado nos deslocamentos para outras atividades extra sala de aula, e que não são poucas.
Estamos chegando ao meio do semestre e a classe estudantil já aguarda a qualquer momento a onda de aumento do transporte coletivo, cujos índices, com certeza, serão superiores ao do reajuste do Salário Mínimo, fórmula encontrada com a conveniência do Poder Público Municipal, de transferir para as empresas que exploram esses serviços os parcos aumentos obtidos pelo usuário do salário mínimo. Já observaram isto? Portanto aquela que seria a reposição salarial após um ano de trabalho vai para o bolso dos gananciosos empresários do setor de transporte coletivo, sem qualquer justificativa ou melhoria do sistema. Muito pelo contrário, a cada ano piora.
A Constituição no seu art. 30 delega aos Municípios a responsabilidade de organizar e prestar serviços públicos de interesse local, e entre estes serviços está o transporte coletivo, reforçado pelo seu caráter de essencialidade.
Porém, é importante que todos saibam que esta mesma Constituição garante o direito de ir e vir e, logicamente, a mobilidade é um direito de todos e o transporte público deveria ser o principal instrumento para que a população tenha este direito assegurado.
No entanto, com os valores estabelecidos pelos empresários do setor, contando com o aval do Poder Público Municipal, este tem sido um direito que a cada dia está sendo usurpado da população pobre.
Seria importante que os nossos Gestores Públicos, entendessem a importância do transporte público para a sociedade e que na sua formatação tivesse como principal objetivo a finalidade social, desmitificando a prática e a convicção enraizada na Administração Pública, que transporte coletivo deve servir unicamente como fonte de lucro para os empresários, sem que estes mesmos Gestores não vejam a sua essencialidade para a comunidade e o tenham unicamente como um serviço público para acumulação privada.
Seria essencial que todos entendessem a importância do serviço de transporte público para a classe estudantil, principalmente para os milhões de estudantes brasileiros pobres, por ser uma categoria dependente financeiramente, em sua grande maioria dos pais, os quais, entre eles estão aqueles que tem como única fonte de renda a bolsa escola. Outros, mais aquinhoados enfrentam desafios diários diversos, tanto na busca de uma ocupação para ajudar nas despesas familiares, como para deslocamentos em busca de melhoria na sua formação educacional. E a sua única opção é o transporte público.
Entendemos como perverso, o atual modelo de concessão de serviço do transporte público, passando a sua exploração unicamente à empresas privadas, que só vê e quer lucros, e de cujo modelo implantado, o sistema privado apenas ver o usuário como um consumidor e não como um sujeito que tem direitos e bem estar social.
Este tem sido uma das maiores áreas de atrito entre a classe estudantil e o Poder Público.
A luta pela gratuidade ao transporte coletivo para a classe estudantil, é mais que um direito, é um dever de cidadania e a busca da isonomia de igualdade de tratamento.
Sabe-se, que o Governo Federal, através de um programa bem sucedido, instituiu o transporte escolar gratuito para os estudantes da zona rural, utilizando o argumento da necessidade de reduzir a evasão escolar e incentivar a escolarização na área rural, e, ao mesmo tempo propiciar condições de acessibilidade ao ensino em todos seus níveis.
Ora, o Governo Federal agindo assim, nada mais fez do que sua obrigação. Mas uma pergunta fica no ar: o estudante da cidade é diferente? de outro nível? Qual? Não tem as mesmas dificuldades e impossibilidades? Porque não estender a eles os mesmos direitos?
Assim, a busca da garantia do transporte público como direito para o estudante brasileiro precisa ser retomada e os governos Federal, Estaduais e Municipais devem solidariamente e responsavelmente buscarem construir um modelo, mesmo que alternativo, que permita deslocamento digno e seguro para a classe estudantil.
A luta pela gratuidade ao transporte coletivo pela classe estudantil é um direito e deve ser encampada pela juventude em todas as cidades do país. É uma luta justa. Mas para isto torna-se necessário que estejam unidos, tanto nos grêmios como nos diretórios estudantis, constituindo lideranças fortes e que não se corrompam por empregos ou se vendam, como comumente se assiste nos dias atuais, principalmente com as lideranças sindicais.
Portanto, a mobilização pelo direito ao transporte tem que está na agenda do movimento estudantil, fazendo valer e exercitando os seus direitos. Assim, mobilizações diárias em defesa do Passe Livre têm que ser uma luta do cotidiano da classe e só deve ser cessada quando o movimento estudantil conseguir a vitória final.

quinta-feira, 3 de março de 2011

SABEDORIA DOS IDOSOS


Tal qual os orientais, deveríamos render diariamente homenagens aos nossos idosos como forma de reverenciar toda sabedoria acumulada ao longo dos anos e dos ensinamentos que a vida lhes proporcionou. Cada fio branco que surge é mais uma lição adquirida ao longo da vida.
A sabedoria acumulada ao longo dos anos deveria ser por todos nós respeitada e motivo de orgulho daqueles que deram sua parcela de contribuição para transformar o Brasil no que é hoje.
Não temos o direito de abandonar os idosos a sua própria sorte e sim, devemos dispensar todo o amor e respeito que fazem por merecer. Ou será que também um dia não envelheceremos?
É necessário que todos tenham plena consciência que o idoso, tal qual um de nós, também necessita de que lhes sejam dadas oportunidades para que possam viver, amar, ser amado e acima de tudo, envelhecer com qualidade de vida, independente de estar passando pelo processo patológico de envelhecimento.
Portanto, respeitar os idosos é mais que um dever, é um direito de todo ser humano, independente de idade, sexo, raça, crença religiosa e condição sócio-econômica. Como diz o ditado popular "é respeitando que se é respeitado".
É preciso que entendamos que,como seres humanos todos somos diferentes, em razão de carregarmos dentro de cada um de nós personalidades diferentes, gostos, preferências e atitudes díspares, além da aparência física. Porém, todos, seja criança,adolescente,adulto e ou idoso tem e devem ser respeitados, não apenas como indivíduos mas precisamente em suas particularidades, muitas delas oriundas ou constituídas da sua personalidade.
Porém, os idosos, mais que ninguém, merecem ainda mais respeito. Isto é é um fato que não tem sido observado nos dias atuais, apesar do Estatuto do Idoso está e pleno vigor, e pelo que se vê no cotidiano, muitos tem sido vítimas de desrespeito, negligência, omissão, e até mesmo de violência física e ou psicológica com que alguns os tem tratados.
É muito comum ouvirmos discursos de que as pessoas precisam envelhecer com dignidade, porém, muitos utilizam as palavrads apenas como efeito de retórica, para atender ao momento ou local em que se encontra. Observa-se em suas palavras muito pouco ou quase nada de sinceridade e ao referir-se aos idosos pensam unicamente nos outros e esquecem-se de se colocarem no lugar do idoso e se imaginar que ele assim o será no futuro.
Assim, torna-se necessário ir além do discurso e sentir que todos precisam envelhecer com dignidade, de forma que possa ter a sua vida como ser humano respeitado, propiciando condições para ter uma melhor qualidade de vida e que tenha respeitada a sabedoria e experiência de vida adquirida obtida através dos anos.
Como qualquer jovem, o idoso também precisa que lhes sejam propiciados melhores oportunidades, para que possam envelhecer com qualidade de vida.
E a sociedade tem obrigação de respeitá-los e oferecer condições para inserir o idoso em seu meio, seja através da família a quem cabe o cuidado integral do idoso, ou por esforços conjuntos, cobrando das autoridades a concessão de políticas públicas visando oferecer oportunidades e de ações que melhorem a sua qualidade de vida.
São necessárias políticas públicas de saúde que tenha como meta a prevenção, a promoção e a reabilitação da saúde específicas para os nossos idosos. Acesso a educação, segurança, esporte e lazer, direcionados para essa faixa etária, estando disponível sempre que precisar.
Que lhes sejam oferecidas um Sistema de Previdência, que lhes dê a tranqüilidade de um envelhecimento não só assistido mais seguro. Que sejam concedidas oportunidades, que por tudo que fizeram no passado já deveriam ter seus direitos adquiridos e reconhecidos, nunca negados como se vê nos dias atuais, onde são penalizados e punidos, frutos de maus gestores do sistema previdenciários, que se utilizam do sistenma para fazer politicagem, em lugar de gerir visasndo maximar os recursos para oferecerem a garantia que os idosos merecem. São colocados aventureiros, descompromissados e que só querem se dar bem.
Portanto é necessário que o saco de maldades contra os nossos idosos seja jogado fora. É precisos que entendam que quem trabalhou e abasteceu os cofres da previdência por 35 ou 40 anos, tem o direito de receber o estabelecido pelas décadas de recolhimento compulsório.
Está na hora de darmos um basta neste achatamento criminoso provocado na renda dos aposentados que a rigor, vem sendo uma prática de vários governos. Há alguns anos, o teto do benefício foi reduzido para 10 salários mínimos. E no atual governo, para 7,4 salários mínimos. Será que é esta a dignidade apregoada? O que estamos assistindo hoje, é a deterioração das aposentadorias, e, diante da impossibilidade de retorno ao mercado de trabalho, em razão da idade, os nossos legisladores passaram a praticar uma iniqüidade desumana àqueles que, ao longo da vida de trabalho, foram disciplinados pagadores do sistema previdenciário.
E esta maldade é feita, exatamente quando despesas com a saúde tem aumentado e que exige medicamentos com custos sempre elevados. O que obriga muitos idosos aposentados a depender dos filhos e outros familiares. Está na hora dos nossos governantes enfrentar essa realidade e começarem a traçar uma política de seguridade social séria de forma que garanta alento e conforto aos nossos idosos.
Os aposentados não precisam de políticas assistencialistas, e sim, por terem contribuído para o desenvolvimento nacional com o suor do seu rosto e compulsoriamente pagando as suas obrigações previdenciárias em dia exigem no mínimo que sejam respeitados.
E não venham com a velha e esfarrapada desculpa de que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não suportaria e equiparação dos reajustes para aqueles que ganham mais de um salário mínimo e que se isso vier ocorrer ele quebra. Porque quando o governo quer, ele consegue fazer mimos. Quantos empresários devem milhões a previdência e o governo ainda os dispensam de juros e multas e parcelam o pagamento a perder de vista, quando estes pegaram o dinheiro e fizeram farras homéricas. E o setor público contumaz sonegador e fica por isto mesmo?
Porque não cobrar daqueles que deixam de recolher as suas obrigações em lugar de colocarem na sala de estar dos palácios e gabinetes ministeriais e fazer mimos e afagos, quando estes recursos roubados deveriam servir para dá mais dignidade aos nossos idosos?