domingo, 30 de novembro de 2014

A PERGUNTA CERTA. Por Francklin Sá


Atravessa o País hoje uma crise muito forte de lideranças que consigam dá uma perspectiva de futuro à nossa juventude. Ser chefe é muito fácil. Todos nós temos dentro de cada um esta semente: basta mandar e amedrontar quem não estiver alinhado com suas ideias.
Agora ser Líder, desses capazes de se dirigir ao liderado e solicitar e não ordenar e você, mesmo com outros compromissos assumidos acatar, mesmo que para isto tenha que ficar além do horário, por entender a importância do pedido e por se sentir estimulado a dar sua contribuição, fica, este é bem diferente. O primeiro você obedece por medo já o segundo, você atende por respeito e pelo carisma.
A chefia já vem dentro de todos. Liderança se constrói ao longo da convivência. É claro que há líderes natos, que por intuição sabem como se portar e como conduzir as pessoas, mas a grande maioria dos líderes foi construindo o seu caminhar por meio de práticas desenvolvidas ao longo do tempo.
Existem gestores que acreditam que para comandar uma equipe, é apenas necessário ser chefe dela, dá ordens, gritar e vê-las cumpridas.
Ledo engano, para comandar um time, você tem que ser Líder e aí é onde está a grande diferença.
Para começar, todo chefe gosta e se sente até feliz a se ver rodeado de puxa – saco. Normalmente suas escolhas nunca primam pelo mérito e muito mais pelo subservilismo. Já o líder age de forma totalmente ao contrário, procura sempre se cercar do que há de melhor para assessorá-lo.
Agora dá para entender por que o líder pode ser um excelente chefe, mas dificilmente um chefe chegará a ser líder.
E as diferenças não ficam só por aí, existem algumas outras, que são facilmente visíveis, principalmente nas pessoas autoritárias.
Um chefe, normalmente comanda as pessoas impondo ordens de forma autoritária. Não respeita a individualidade.
Aliado a este lado autoritário, temos outras ‘qualidades’ que é muito comum nos chefes, entre elas a centralização, é  como ele temesse que alguém possa lhe tomar o cargo. Outra característica muito comum é que eles nunca são respeitados, mas temidos.
São pessoas que não qualquer espaço ou abertura para discussão ou questionamentos e nunca estão disponíveis para tirar dúvidas. A sua palavra por si só basta e a sua ordem deve apenas ser cumprida.
O chefe olha para o outro como subordinado que deve apenas obediência, cujas ordens devem ser atendidas cegamente da maneira que ele acha mais eficaz, sem pensar no bem-estar coletivo.
Outra característica muito comum no chefe é que ele nunca é um agente incentivador ou motivador da equipe, muito pelo contrário, já que na concepção dele realizar um trabalho excelente é dever do funcionário e, quando isso não é visto, ele faz questão de apontar os erros, de forma ofensiva quando não agressiva, na presença de todos.
É comum no chefe jogar a responsabilidade em cima de sua equipe quando algo não dá certo e se vangloriar quando um objetivo é alcançado, como só ele tivesse executado. O erro ele socializa e tira o braço da seringa. O acerto é uma vitória exclusiva sua.
A pessoa que conduz as demais e inspira confiança na equipe, não é o chefe. Este é o LÍDER.
Ele normalmente é reconhecido como um agente motivador de sua equipe, sempre mostrando a direção que devem seguir e, caminhando junto, lado a lado. E isto faz ser muito respeitado por seus funcionários, e como se sabe, o respeito é muito mais eficiente do que o temor. O líder é aquele busca não só resultados, mas está sempre aberto e procura a melhor maneira para ele e a equipe conseguir alcançá-los.
O líder não pensa no poder como algo centralizado e sim uma responsabilidade conjunta que deve ser dividida com todo o grupo.
Diferente do chefe, o líder não costuma dizer que têm subordinados, e sim uma equipe, ou um time.
O líder é aquele que ouve a equipe e está sempre disponível para a tirar dúvidas e buscar soluções em conjunto.  
Ele procura valorizar as habilidades individuais e coletivas, respeitando suas dificuldades e trabalhando junto com a pessoa para ajudá-la a superá-las.

O líder se responsabiliza junto com sua equipe quando algo não dá certo e divide a glória quando o objetivo é alcançado. Bem diferente daquele que se acha líder.

“A esquerda que trai o povo e o País”. Por Fernando Gabeira


Passada uma semana do juízo final, ainda me pergunto cadê a Dilma. Ela disse que as contas públicas estavam sob controle e elas aparecem com imenso rombo. Como superar essa traição da aritmética? Uma lei que altere as regras. A partir de hoje, dois e dois são cinco, revogam-se as disposições em contrário.
Os sonhos de hegemonia do PT invadem a matemática, como Lysenko invadiu a biologia nos anos 30 na Rússia, decretando que a genética era uma ciência burguesa. A diferença é que lá matavam os cientistas. Aqui tenho toda a liberdade para dizer que mentem.
Cadê você, Dilma? Disse que o desmatamento na Amazônia estava sob controle e desaba sobre nós o aumento de 122% no mês de outubro. Por mais cética que possa ser, você vai acabar encontrando um elo entre o desmatamento na Amazônia e a seca no Sudeste.
Cadê você, Dilma? Atacou Marina porque sua colaboradora em educação era da família de banqueiros; atacou Aécio porque indicou um homem do mercado, dos mais talentosos, para ministro da Fazenda. E hoje você procura com uma lanterna alguém do mercado que assuma o ministério.
Podia parar por aqui. Mas sua declaração na Austrália sobre a prisão dos empreiteiros foi fantástica. O Brasil vai mudar, não é mais como no passado, quando se fazia vista grossa para a corrupção. Não se lembrou de que seu governo bombardeou a CPI. Nem que a Petrobrás fez um inquérito vazio sobre corrupção na compra de plataformas. A SBM holandesa confessou que gastou US$ 139 milhões em propina.
E Pasadena, companheira?
O PT está aí há 12 anos. Lula vez vista grossa para a corrupção? Se você quer definir uma diferença, não se esqueça de que o homem do PT na Petrobrás foi preso. Ele é amigo do tesoureiro do PT. A cunhada do tesoureiro do PT foi levada a depor porque recebeu grana em seu apartamento em São Paulo.
De que passado você fala, Dilma? Como acha que vai conseguir se desvencilhar dele? A grana de suas campanhas foi um maná que caiu dos céus?
Um dos traços do PT é sempre criar uma versão vitoriosa para suas trapalhadas. José Dirceu ergueu o punho cerrado, entrando na prisão, como se fosse o herói de uma nobre resistência. Se Dilma e Lula, por acaso, um dia forem presos, certamente, dirão: nunca antes neste país um presidente determinou que prendessem a si próprio.
Embora fosse um fruto do movimento de arte moderna no Brasil, Macunaíma é um herói pós-moderno. Ele se move com desenvoltura num universo onde as versões predominam sobre as evidências. Nesta primeira semana do juízo final, pressinto a possibilidade de uma volta ao realismo. É muito aflitivo ver o País nessa situação, enquanto robôs pousam em cometas e EUA e China concordam em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O realismo precisa chegar rápido para a equação, pelo menos, de dois problemas urgentes: água e energia. Lobão é o ministro da energia e foi citado no escândalo. Com perdão da rima, paira sobre o Lobão a espada do petrolão. Como é que um homem desses pode enfrentar os desafios modernos da energia, sobretudo a autoprodução por fontes renováveis?
Grandes obras ainda são necessárias. Mas enquanto houver gente querendo abarcar o mundo a partir das estatais, empreiteiras pautando os projetos, como foi o caso da Petrobrás, vamos patinar. O mesmo vale para o saneamento, que pode ser feito também por pequenas iniciativas e técnicas, adequadas ao lugar.
Os homens das empreiteiras foram presos no dia do juízo final. Este pode ser um caminho não apenas para mudar a política no Brasil, mas mudar também o planejamento. A crise hídrica mostra como o mundo girou e a gente ficou no mesmo lugar. Existe planejamento, mas baseado em regularidades que estão indo água abaixo com as mudanças climáticas.
O dia do juízo final não foi o último dia da vida. É preciso que isso avance rápido porque um ano de dificuldades nos espera. Não adianta Dilma dizer que toda a sua política foi para manter o emprego. Em outubro, tenho 30.283 razões para desmentir sua fala de campanha: postos de trabalho perdidos no período.
Não será derrubando a aritmética, driblando os fatos que o governo conseguirá sair do seu labirinto. O desejo de controlar a realidade se estende ao controle da própria oposição. O ministro da Justiça(QUE É DO PARTIDO) dá entrevista para dizer como a oposição se deve comportar diante do maior escândalo da História. Se depois de saquear a Petrobrás um governo adversário aconselhasse ao mais ingênuo dos petistas como se comportar, ele riria na cara do interlocutor. Só não rio mais porque ando preocupado. Essa mistura de preocupação e riso me faz sentir personagem de uma tragicomédia.
Em 2003, disse que o PT tinha morrido como símbolo de renovação. Me enganei. O PT morreu muitas vezes mais. Tenho de recorrer ao Livro Tibetano dos Mortos, que aconselha a seguir o caminho depois da morte, sem apego, em busca da reencarnação. Em termos políticos, seria render-se à evidência de que saqueou a Petrobrás, comprou, de novo, a base aliada e mergulhar numa profunda reflexão autocrítica. No momento, negam tudo, mas isso o Livro Tibetano também prevê: o apego à vida passada é muito comum. Certas almas não vão embora fácil.
A crise é um excelente psicodrama: o ceticismo político, a engrenagem que liga governo a empreiteiras, o desprezo pelas evidências, tudo isso vira material didático (LIVROS DIDÁTICO COM ERROS NA LÍNGUA PÁTRIA).
Dizem que Dilma vive uma tempestade perfeita com a conjunção de tantos fatores negativos. Navegar num tempo assim, só com o preciso conhecimento (ESTA TURMA É ANALFABETA  EM TUDO,CONHECIMENTO ZERO) que o velho Zé do Peixe tinha da costa de Aracaju, pedra por pedra, corrente por corrente.
No mar revolto, sob a tempestade, os raios e trovões não obedecem aos marqueteiros. Por que obedeceriam?

O ministro da Justiça vê o incômodo de um terceiro turno. Não haverá terceiro turno, e, sim, terceiro ato. E ato final de uma peça de teatro é, quase sempre, aquele em que os personagens se revelam. Por que esses olhos tão grandes? Por que esse nariz tão grande, as mãos tão grandes, vovozinha?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Artigo: “Kátia ministra: Traição ou adesão?”. Por Francklin Sá


Afirmam os biógrafos da presidente Dilma ter ela participado na década de 70, da luta armada que visava não só retomar o poder - fazendo retornar ao comando dos civis -, mais também, se inseria nos ideais de todos que dela participaram, defender a democracia, a causa do meio ambiente, reforma agrária, paz no campo, enfim, defendia uma sociedade menos injusta, como ainda vemos em nossa pátria.
Décadas após iniciada essa luta, ascende ao Poder, uma das suas militantes, a atual presidente que foi reeleita, justiça seja feita, graças a luta dos movimentos sociais, que sentindo a ameaça de verem os avanços sociais serem interrompidos, retornaram as ruas em defesa de mais um mandato para o governo petista.
De repente, todos aqueles que lutaram e lutam por um País socialmente menos injusto se vê surpreendido com o convite formulado pela antiga “guerrilheira”, para assumir o Ministério da Agricultura, nada mais nada menos, do que a senadora Kátia Alves, uma das maiores, se não a maior, representante da direita no Congresso Nacional, política que tem como marca em seu currículo a intransigente luta contra todos os ideais defendidos pela esquerda e movimentos sociais brasileiros.
É conhecido por todos que acompanham a política nacional - exceto por Dilma -, as posições radicais defendidas pela senadora Kátia Alves contra a reforma agrária, pelo desmatamento sem controle - a ponto de ser conhecida como “miss motosserra”, título concedido pelo Greenpeace -, pela radical e ferrenha campanha contra o PT e os movimentos sociais, principalmente do campo além de ser envolvida até os dentes com o trabalho escravo e com a agressão ao meio ambiente. Tem ainda no seu currículo, como legado, a marca de envolvimento com grilagem de terras e denúncias de crimes contra trabalhadores rurais. Como Presidente da CNA, a Senadora representa os setores mais duros e resistentes do agronegócio.
Desta forma, a indicação da senadora para qualquer ministério, em um governo que discursa dizendo está em defesa dos postulados defendidos por aqueles que participaram das lutas em defesa da redemocratização do País e pelas esquerdas, além das promessas feitas ainda em campanha de zelar pelo patrimônio público e pela ética nas suas ações, chega a ser uma traição para aqueles que nele acreditaram e um golpe de misericórdia nas lutas até hoje empreendidas pelos movimentos sociais, em busca de menos injustiças, principalmente no campo. É premiar aqueles que sempre defenderam e defendem tudo de podre que aí está.
A nomeação de Kátia Alves será o tiro de misericórdia para aqueles que saíram às ruas em busca da reeleição de Dilma Rousseff, atendendo os apelos do partido quando se viu ameaçado pela direita, representada por Aécio Neves. Será o fim dos sonhos de ver um País mais justo e de se encontrar a paz no campo por aqueles que, diante das ameaças da pregação de golpe pela direita, tem ido às ruas em defesa do mandato da atual presidente.
Kátia no ministério será premiar exatamente aqueles segmentos que hoje financiam os movimentos de direita que pregam a volta dos militares, que defendem o golpe e o impeachment e lutam pelo retorno da extrema direita ao Poder, se contrapondo a tudo que aqueles que na década de 70 estiveram em campo, sofreram e muitos torturados, para poder respirar os ares da democracia.
Portanto, torna-se necessário que os movimentos sociais fiquem atentos a mais este golpe e traição que está sendo maquinado nos porões do Poder e que inclua nas suas bandeiras de luta, mais esta causa a ser defendida, ou seja, de impedir que pessoas que lutaram e ainda lutam contra as causas sociais possam participar de um governo que se utilizam das bandeiras e ideais socialistas para se elegerem, não permitindo ser utilizada apenas como massa de manobra.
O que se espera, e isto caberão aos movimentos sociais começarem a se movimentar para não permitir, é que o governo de Dilma neste segundo mandato, não tome o rumo que se está desenhando de cair nos braços da direita  raivosa, pois não foi esta a opção escolhida pelo eleitor, pois se assim o desejasse, ele teria Aécio Neves, como muito mais traquejo e forjado no berço dos derrotados nas urnas. 
A ameaça já está bastante visível e se executado se transformará no maior estelionato eleitoral de um governo que já recomeça disposto a ceder tudo ou quase-tudo para quase nada  fazer. Pelos sinais apresentados, a lógica da virada à direita na economia já é inevitável, apesar de tudo que prometeu durante a campanha eleitoral e das críticas feitas aos seus adversários. Pelo que tem especulado a imprensa,  a equipe econômica, já está montada, tendo o aval dos mercados financeiros e industrial, com Joaquim Levy , atualmente executivo do Bradesco - mas um Chicago Boy de carteirinha e parceiro de trajetória de Armínio Fraga, comandando a Fazenda.

Para quem não se lembra, quantas notas saíram nas redes sociais colocadas pelos petistas tecendo críticas a Marina por sua aliança com o Itaú e a Aécio, por ter escolhido Armínio Fraga para ministro. Dilma cansou de bater criticando, mais de repente foi buscar um aluno de Armino e ligado ao Bradesco para comandar a Fazenda. O que pode esperar o povão então? De bom nada e com certeza 2015 já prenuncia como um ano de arrocho salarial, desemprego e cortes nas despesas públicas, principalmente naquelas que interessam aos segmentos sociais, pois para o mercado empresarial, como sempre lhes serão dado não só as mãos como os dedos e os anéis, com anúncio de medidas que estavam em processo de elaboração como cortes de despesas com seguro-desemprego;  pensões por morte e com o abono salarial. Tudo isto com um único objetivo: adoçar a boca do segmento industrial.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

“O teorema da lambança”, de Helder Cardeira


Pouco mais de 54 milhões de brasileiros foram levados — espontaneamente ou via terrorismo oficioso — a crer que 'a vida será ainda melhor' que a propaganda política apresentada pelo PT e que a mudança, necessária para tirar o Brasil do mar de lama onde está enfiado, virá através da manutenção do (des)governo da petista Dilma Rousseff. Ah! Essa tal '#change', meme que alimenta a fome das redes sociais desde a primeira eleição do orgástico norte-americano Barack Obama.
Parêntese importante: por falar em meme, dizem as redes que o 'chororô' dos derrotados é livre e gratuito, rogando para que as 'lágrimas' possam melhorar os níveis dos reservatórios de água de São Paulo. Portanto, cá estou a chorar, ainda sem saber se as gotas do meu lamento serão úteis ao Sistema Cantareira. Fecho parênteses.
Se considerarmos apenas as peças publicitárias ilusórias criadas pelo marqueteiro-geral da República, 'nunca antes na história deste país' houve alguém melhor que Dilma para comandar a gigante nau latino-americana.'Governo novo, ideias novas' foi lema da turma que diz defender o brilhantismo do Brasil e o protagonismo dos programas sociais sem 'portas de saída'. Aliás, 'porta de saída' tornou-se termo politicamente incorreto, seja para descrever o precioso curral eleitoral do neocoronelismo estatal, seja para esclarecer que a alternância no salão presidencial do Palácio do Planalto seria saudável ao país.
No entanto, uma semana após sacramentada a reeleição da 'presidenta', ficou difícil compreender quem está (des)governando o país. Em seus discursos de campanha, Dilma Rousseff fez questão de proclamar que Aécio Neves e o PSDB, caso vencessem as eleições, tratariam de aumentar impostos, elevar os preços da gasolina e da tarifa de energia elétrica, promoveriam arrocho salarial e desemprego e, sobretudo, conduziriam o Brasil rumo ao déficit orçamentário e ao descontrole total da inflação. Não mediu agressões e impropérios contra o tucano Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no quarto final da gestão FHC e apontado como provável ministro aecista da Fazenda.
Dilma venceu Aécio, mas, a considerar o discurso plantado pela '(re)presidenta', quem está comandando a (f)Fazenda — não importa se minúscula ou maiúscula, já que o efeito político é o mesmo! — é o demonizado Armínio Fraga.
Tão logo Sua Excelência embarcou no helicóptero presidencial rumo às merecidíssimas férias no litoral da Bahia, o (des)governo sinalizou ao mercado que precisará elevar a carga tributária para sustentar o déficit orçamentário superior a R$ 15 bilhões — o maior desde a vigência do Plano Real —; reajustará fortemente os preços da gasolina e das contas de luz; será obrigado a congelar qualquer aumento do salário mínimo para 2016, já que o fator determinante para o cálculo — o PIB de 2014 — será zero, podendo tender ao negativo; e que o desemprego pode vir bater à porta da nação por conta do elevado grau de desqualificação profissional.
Tudo isso sem contar o tom rancoroso e revanchista da ala mais inescrupulosa do 'aliado-de-chapa' PMDB, que colecionou derrotas robustas em alguns Estados graças à intervenção do 'muy amigo' ex-presidente Lula da Silva, e a avalanche de escândalos de corrupção emergindo das delações premiadas do 'poderoso feiticeiro'Paulo Roberto Costa e do 'doleiro companheiro' Alberto Youssef, ambos colocando a Presidência da República Federativa do Brasil na crista da onda dos mandos malévolos. Noutras palavras, o dedo em riste da 'presidenta-candidata' render-se-á à realidade de um país (des)governado por uma 'presidenta-ré'?
Em termos de matemática política, apresento-lhes o Teorema da Lambança:
x = pt4 + 39m + br.[ ts.( prc + ay ) ] + ba, quando 'x' é o Brasil real; 'pt' é o partido político eleito nos últimos quatro mandatos presidenciais; 'm' é a variável referente ao número de ministérios do atual governo petista;'br' é a assaltada e combalida Petrobras; 'ts' é valor fixo da 'taxa de sucesso' cobrado em forma de propinas para abastecer os cofres das campanhas políticas; 'prc' e 'ay' são, respectivamente, os delatores oficiais Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef; e 'ba' é número variável de políticos que integram a dita 'base aliada'.
Considerando o resultado do segundo turno das eleições no último dia 26 de outubro de 2014, é possível extrair deste teorema bananístico-jabuticabeiro o seguinte resultado:

x = a maioria dos brasileiros elegeu Michel Temer, presidente da República.

Artigo: “ELEIÇÕES 2014”


Mesmo com 61% contrários ao voto obrigatório (no que concordamos!) o POVO brasileiro, democraticamente, deu o seu aval à Presidente Dilma Rousseff para governar o Brasil por mais quatro anos. Foram 51,64% para a Dilma e 48,36% para o Aécio. Compareceram 112.683.879 e abstiveram-se 30.137.479. Em branco foram 1.921.819 e anularam o seu voto 5.219.787 eleitores.
O que se nos apresenta precipitado é que alguns setores, inclusive da nossa competente e atenta Imprensa, já cobram medidas e posicionamentos da Dilma. Uma delas é a difícil Reforma Política que a Presidente se antecipou em prometer como inicial providência do seu governo. Deverá apenas estar ciente de que, em especial quando se trata de enxugar o Congresso, na tentativa de diminuir o número de partidos que servem a vários interesses, sabemos quanto é de difícil consecução, em especial porque as siglas menores (partidos nanicos), às vezes com apenas um representante, não devem concordar. Vai ser um jogo difícil, um “toma lá da cá” ao qual estamos acostumados. Que não incorramos em novos e graves erros dos quais já tomamos conhecimento na história recente e que conturbaram a vida política e social do País. Entre verdades e calúnias que foram ditas, questionadas, desmentidas, todos sobreviveram e fizeram a festa e isto faz parte do jogo político e quanto mais na nossa incipiente Democracia. Os excessos que não se repitam e que o povo ajude a governar, posto que não é apenas alçar ao poder, mas cobrar promessas e contestar improbidades.
 Por outro lado e fazendo uso das mídias sociais alguns já promovem a odiosa guerra de secessão no Brasil, posto que ficou patente a preferência por determinados candidatos e modelo político por regiões, com raras exceções. Norte e Nordeste priorizaram o atual governo enquanto Centro e Sul queriam mudanças. Tivemos tempo e opção para escolher e se fizemos bem ou mal o tempo dirá e, de todas as formas, arcaremos com as consequências do nosso ato de cidadania que é o de votar e escolher quem pode gerir melhor nossos destinos.
A hora é de procurar UNIR e não PUNIR o País. Punamos, e exemplarmente, os que desvirtuarem a sua missão. Não é um partido ou governante que reinará de forma autoritária e contrária aos interesses maiores do Brasil. Se lá os colocamos, temos o direito e dever de cobrar efetiva e sistematicamente. Calar e aceitar eventuais distorções e erros é admitir acovardamento e subserviência a interesses contrários aos da Nação e em benefícios de grupos políticos. Contribuamos no que estiver ao nosso alcance!

Autor: Hildeberto Aquino: hildebertoaquino@yahoo.com.br
Vejam também nos endereços:

http://blogdoaquino.blogspot.com/www.tvrussas.com.br e no jornal Folha do Vale (Limoeiro do Norte) e Jornal Gazeta de Notícias (Cariri).