sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ATÉ ONDE IRÁ NOSSA PACIÊNCIA?


O Brasil sofre uma das mais sérias crises de sua história e se fizermos uma rápida análise rapidamente detectaremos diversas fontes causadoras.
Na economia, observa-se uma forte dependência do comércio exterior, resultado de políticas econômicas equivocadas ao longo de décadas, voltadas para os interesses dos países ricos, muitas delas trazendo no seu bojo malefícios para o nosso povo, cujas imposições exigidas, como as reformas da previdência, tributária, trabalhista entre outras, trazem sérias conseqüências para nossa população, gerando desemprego, miséria, exclusão social e desesperança.
Anualmente mais de três milhões de jovens estão ingressando no mercado de trabalho, para um sistema que só tem capacidade de absorção de pouco mais de um milhão. Desta forma, cerca de 45% da população economicamente ativa se encontra fora do mercado formal de trabalho, além do fato de existir cerca de 1/3 desta população desempregada ou subempregada. Isto são dados oficiais.
Aliado à dependência econômica, observa-se ainda uma preponderância do sistema financeiro internacional e nacional sobre a economia e nos meios de comunicação de massa, transformando e amestrando a grande imprensa de forma que esta seja capaz de, influenciar a população, omitindo, desinformando e distorcendo a verdade.
Assiste-se a educação e a saúde pública em frangalhos, em crescente deterioração, apesar da enormidade de recursos existentes e a cada mês o Estado bater recordes de arrecadação.
A previdência pública sendo violentamente dilapidada, chegando ao extremo de impor cobrança aos inativos, aliado ao achatamento da aposentadoria daqueles que, para ter uma velhice mais tranqüila, contribuíram para a mesma com valores acima de um salário mínimo, cujo objetivo é obrigar a população a contribuir com o sistema privado de previdência, com garantias muito duvidosas. Quem não se lembra da CAPEMI ente outros sistemas privados? Lembram-se do golpe? Quem contribuiu recebe quanto hoje? Nada. Pois faliram.
E os direitos trabalhistas, estes estão sendo extintos progressivamente, por imposição de uma economia globalizada. E olha que ainda estamos sobre a administração do PT – Partido dos Trabalhadores – será ainda? Imagine o que nos espera se o Poder passar as mãos do PSDB/DEM, que iniciaram este processo de alto flagelação da classe trabalhadora?
E a nossa segurança pública. Em completo estado caótico, levando milhões de famílias a angústia, medo e porque não, ao terror, em razão da violência, do tráfico de armas e drogas, fruto de uma geração sem maiores perspectivas, aliado a uma persistente campanha de desmoralização das instituições públicas e dos princípios e valores morais e éticos.
No setor político, vivemos a ilusão de um regime democrático, o qual deveria se basear na independência e convivência harmônica entre os três Poderes, cuja prática não é observada em nosso País, ou seja, temos um executivo forte e imperial e um Legislativo e Judiciário exercendo o papel de coadjuvante, sem força, sem poder.
O que se assiste praticar em nome desta democracia é a proliferação de nomeação de membros dos partidos que se aliam ou são cooptados pelo chefe do Executivo, abrindo espaços para milhares de "boquinhas", transformando o Poder Executivo em cabide de empregos para financiadores de campanhas e cabos eleitorais cujas negociatas envolvem ministérios, empresas públicas, autarquias, secretarias de Estado e dos Municípios e milhões da cargos de confiança, entre tantas outras, procurando sempre amparar os correligionários, inclusive os candidatos derrotados, de sofrível desempenho em seus campos de atuação, gerando desta forma uma imagem de incompetência, além de cooptar as lideranças sindicais e de associações organizadas, como forma de conter as reivindicações e organização da população.
No Poder Legislativo, este em franca decomposição moral, sem a mínima preocupação com os anseios de nossa população e as necessidades do seu povo, com a profileração de partidos políticos sem princípios, criados apenas para servirem de legendas de aluguel e um Congresso, Assembléias Legislativas e Câmara Municipais compostas em sua maioria de pessoas apenas interessadas em seus pleitos pessoais, sem a mínima preocupação com a ética, ao ponto de presenciarmos de maneira deprimente e vergonhosa mudanças repentinas de opinião, bastando apenas um afago do Executivo.
Tal qual no Legislativo, também estamos a assistir a degradação do nosso Poder Judiciário, com decisões que vão de encontro ao anseio popular e apenas beneficiando às pessoas próximas aos Poderes ou as elites econômicas e empresariais, retardando ao máximo as suas decisões, de forma que os crimes previstos venham a prescrever.
Outro absurdo é a nomeação de ministros do Supremo Tribunal Federal diretamente por indicação do presidente da República, que apesar de legal demonstra uma ingerência de um Poder no outro.
Tudo isto somado a um processo eleitoral refém do poder econômico, financiador da mídia e de candidatos amestrados aos seus interesses e que após eleitos irão para lá com o objertivo único de defendê-los, virando as costas para as reais necesidades da população, principamente daqueles excluídos pela sociedade.
Mas, mesmo diante deste quadro devemos ter esperança de que esta situação pode melhorar. Basta que cada um faça a sua parte, não aceitando políticos clientelistas e assistencialistas, dando um basta nestes que usam destas armas para se elegerem e depois virar as costas para o povo.
Então é hora de perguntarmos: até onde irá a paciência do povo brasileiro?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O PODER DA COOPTAÇÃO. É DE FAZER MEDO


Em regimes que se definem como democráticos, a formação de partidos políticos é talvez uma das principais manifestações de opinião, haja vista que, a organização de um partido político pressupõe a formação ou reunião de um grupo de pessoas que partilham de perspectivas e interesses comuns.
Porém, como os partido é composto por pessoas, muitas dessas lideranças ao alcançarem determinados patamares da vida pública, muitas sem uma formação moral e ética convicta, iniciam um processo de degradação moral e política, o qual tem início com pequenas benesses culminando com a cooptação por parte daqueles que estão no Poder e ou que lá querem chegar.
Apesar de hoje já está se tornando corriqueiro e a população anestesiada aceitar como normal no meio político, porém se há uma palavra que assusta os homens públicos, especialmente os políticos, mesmo quando estão fazendo exatamente aquilo que a expressão significa, é a expressão “cooptar”, até por conta das interpretações pejorativas que a palavra passou a ter.
Porém cooptar é o papel exercido por qualquer político que trabalha todo o tempo para tentar atrair lideranças que integram os quadros dos seus adversários. Não é exatamente isto o que o governo Lula tem feito? Que os governos estaduais fazem ao investir sobre as bases políticas no interior? E o que os opositores têm tentado nos seus contatos, ou José Serra, Aécio Neves e Cia. Ltda., são santinhos e quando viajam pelos Estados não tem buscado convencer prefeitos e lideranças que é sua a melhor proposta de governo e, com isto, transformar adversários em aliados? E isto não um trabalho de cooptação?
Portanto que fique claro: o que os políticos fazem em período de campanha eleitoral é, pura e simplesmente, cooptação. O que torna o termo pejorativo é a forma que usam para alcançar os seus objetivos.
A história tem mostrado que o processo de cooptação, sempre existiu ao longo dos séculos e foi realizado em sua grande maioria pela burguesia, que sempre buscou atrair para os seus quadros, líderes, dirigentes, intelectuais, artistas ou simplesmente militantes de esquerda ou do movimento sindical, ou seja, todos aqueles que direta ou indiretamente atravessavam os seus caminhos, principalmente aquelas lideranças de trabalhadores ou de lutas anticapitalistas.
E como se dá esta cooptação. O líder ao iniciar sua atividade, o faz de modo resoluto, mesmo que ideologicamente esteja despreparado, nas suas organizações e nos seus partidos políticos, de forma que adquira a confiança da classe a que representa. Porém com a convivência com a ala burguesa, a partir de dado momento, sente-se atraído pelos seus apelos, modo e forma de viver. Este é o apelo, o chamamento da burguesia.
A partir deste chamamento se inicia um processo de adaptação, onde é instalado no aparelho, utilizando da desculpa que está se sacrificando, a título de dar continuidade a luta dos interesses dos trabalhadores. Instalado no cargo de dirigente, seja em empresa privada ou em cargos de órgãos estatais, aí se inicia sua readaptação, passando a defender os interesses das elites econômicas e ou políticas, na verdade administrando os negócios e as crises do capital e da burguesia, negando todo o passado, passando a praticar as ações anteriormente criticadas e a qual combatia, entre elas, a repressão sobre a classe trabalhadora, sempre em nome da disciplina e da ordem. É claro da disciplina e da ordem emanada do capital e da classe burguesa.
Vejamos o maior exemplo de nosso País. O Presidente Lula. Daquele metalúrgico de ontem, das greves do ABC, compare ao Lula de hoje. Antes, um líder operário à frente de sua classe; depois, um líder a serviço do Estado, do capital, da burguesia e das elites econômicas e financeiras. Antes, dirigindo greves e manifestações; hoje, reprimindo-as.
Para entender o caso Lula é necessário que entendamos todo o processo de cooptação, o qual ocorre não de uma vez só, na verdade, quando um ex-dirigente, ex-operário ou intelectual alcança uma cadeira de Poder, ele já passou pelo processo de reeducação muito antes e várias vezes.
Voltemos ao nosso exemplo, o caso Lula e um pouco de sua trajetória e discursos. Após o surgimento do PT, em 1981, Lula se julgava e o partido como de “esquerda”. Por diversas vezes em seus discursos ele dizia: “Além de o PT ser um partido de esquerda, é um partido que tem um objetivo socialista”. 04 anos após, em 1985, esta era a palavra de ordem: "Não podemos, não queremos e não devemos pagar a dívida externa”. Um ano após, em 1986: “Quando chegarmos ao socialismo vamos dizer como ele será”, e em 1989: “Onde tiver um terreno vazio o trabalhador sem moradia deve invadir”. E ainda, “quando chegarmos ao Poder será criada uma auditoria sobre a dívida externa e interna, para comprovar que ela já foi paga várias vezes”. Estas eras as palavras de ordem de Lula, a liderança maior do PT, gravado e arquivados nos diversos jornais e revistas de circulação no Brasil.
Lula, que nunca foi um socialista, como ele mesmo afirmou e tem afirmado, até porque, ele, absolutamente nada sabia acerca de socialismo, estava nesta época na fase de readaptação, ou seja, no estágio do Lech Walesa, seu amigo, de 1980. O nosso ex-líder sindical não passava de um social-democrata ainda radical e inserido numa luta anti - ditatorial, que se travava na época.
Já em 1998, portanto 09 anos depois, quando seu processo de readaptação estava em curso, ou seja, passando para a condição de neoliberal, Lula muda de discurso: “Podemos fazer alianças sem nos prostituir”. Assim, mostra definitivamente a cara: “O PT não está propondo o calote das dívidas externa e interna. Nós queremos, sim, a auditoria da dívida externa”. Em 2001: “Eu acho que essa discussão numa campanha eleitoral, capitalismo e socialismo, estão defasados e fora de época”. Ainda em 2001: “Existem contratos que não podem deixar de ser cumpridos, mas isso não significa que sejamos obrigados a concordar com eles”. As duas últimas opiniões de Lula poderiam muito bem ter saído dos lábios do próprio FHC.
Isto significa que Lula e seu partido, o PT, já se encontravam totalmente domados, prontos e paramentados para assumirem a chefia do Estado neoliberal brasileiro como manda o figurino do atual estágio do capitalismo “globalizado”.
Portanto, se compararmos as idéias de Lula 1981 a 1989 com as de 1998 a 2000 e atuais, inclusive com as companhias políticas escolhidas após a ascensão ao Poder, veremos que só faltando dizer o mesmo de FHC, ou seja,: “Esqueçam de tudo o que eu disse e fiz no passado”.
Portanto, aí está o maior exemplo de cooptação feito pelas elites, não só a uma liderança, mas ao partido como um todo, pois sabemos que o sonho é o Poder e para alcançá-lo temos que nos submeter aos ditames das elites.
Um dia isto mudará. Quando? Aí só o tempo, o sonho e os ideais de alguém ou de um grupo poderá determinar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A SAÍDA ESTÁ NOS MOVIMENTOS SOCIAIS


No Brasil de hoje, se respira um ar de democracia como regime político, no entanto, devemos reconhecer que entre o nosso povo ainda impera uma cultura antidemocrática que vem desde aqueles que ocupam o andar de cima respingando para as camadas inferiores.
Esse é o grande desafio para as organizações e movimentos populares sociais, enfrentar esta cultura enraizada no seio da maioria da população, de forma que possam ser combatidas e vencidas em todas as suas etapas buscando obter uma organização mínima em que possam ser ampliadas significativamente as liberdades democráticas e suas conquistas.
Porém, para que alcancemos e ampliemos as liberdades democráticas é importante a participação e o envolvimento da população, cujos resultados só serão possíveis de ser alcançados através da pressão popular, dos sindicatos, agremiações, organizações e movimentos sociais.
Sabemos existir em nosso País diversas organizações voltadas para a defesa dos interesses de determinados segmentos, tais como o MST, o Movimento dos Sem Teto, Associações de bairros, sindicatos, etc., que diante de suas mobilizações aos longos dos anos de existência, têm conquistado um importante espaço político.
O grande desafio imposto a esses segmentos será como superar estes poucos momentos de sucesso, transformando-o em atos e movimentos sociais de longo alcance e duradouro.
Vejamos os exemplos de nossos sindicatos e associações de classe que de combativos e atuantes foram facilmente domesticados e cooptados, apenas por está no Poder alguém que surgiu destes movimentos.
Está na hora dos sindicatos e agremiações superarem este estágio de cooptação e atrelamento ao Estado, e voltarem suas ações em defesa não só da categoria que representa, mas também sair em defesa dos interesses da Nação. É chegado o momento dos sindicalistas e as pessoas deixarem de creditar e acreditar que toda e qualquer ação de modificação da estrutura social é de responsabilidade unicamente de determinadas personalidades a cada período eleitoral.
Está na hora de todos os movimentos se unirem e amadurecerem e independente de quem está no Poder, acabar com este culto a personalidade, forma utilizada pelo mercado para cooptar os movimentos, e independente se é governo de “esquerda” ou de “direita”, eliminar esta conveniência, paciência ou até mesmo paralisia e ou letargia, abrirem os olhos e retomar as mobilizações, pois independente de quem assume o Poder, fará um governo que em seu conteúdo pouco ou nada irá diferir do anterior, pois no fundamental tem como objetivo perpetuar as políticas sócio-econômicas neoliberais ditadas pelo grande capital.
Ou será que no Governo Lula tem sido diferente?
É necessário que os nossos movimentos sociais, cooptados ou não, façam uma autocrítica, não se utilizando dos velhos chavões de direita e esquerda, mas, uma reavaliação das políticas e movimentos de lutas estabelecidos, aprofundando a análise diante do atual modelo de acumulação capitalista neoliberal, que tem sido um retumbante fracasso nas esperanças por mudanças sociais significativas.
Mas para que esta avaliação possa ocorrer, só terá significativo valor, legitimidade e credibilidade, se os nossos movimentos sociais obtiverem autonomia plena, abandonar os carpetes luxuosos dos palácios governamentais e ou empresariais para os quais foram cooptados, transformando suas ações em permanentes mobilizações sociais em prol da comunidade e em defesa de seus direitos, praticando uma política de participação e apoio popular, e que apresentem experiências que apontem para novas práticas sociais que sejam antagônicas ao atual modelo neoliberal.
Portanto, as experiências de assentamentos e uma nova agricultura camponesa, com ênfase na agricultura familiar, conforme defende e pratica o MST, se contrapondo a agroindústria e suas ações contra o meio ambiente, são exemplos que podem manter acesa a chama da esperança de derrotar o medo de um mundo desumanizado que o capitalismo nos tem imposto.
Devemos reconhecer que esta esperança as camadas sociais no Brasil respiraram com a eleição de Lula, que acendeu a chama de ser criada outra via de desenvolvimento político, econômico e social para o nosso povo.
Infelizmente, na prática o Governo Lula não correspondeu às expectativas e esperanças nele depositadas, pois continuamos a viver sob a ditadura do capital neoliberal, apesar das armações, armadilhas e truques estatísticos estabelecidos pelos intelectuais e burocratas de plantão do governo para tentar nos convencer que a situação de miséria é hoje menos ruim do que antes.
Chegaram ao extremo de estabelecer que quem ganha salário mínimo em nosso País, faz parte da classe média. Isto só ocorre no Brasil. Em País nenhum, a pessoa que ganha o salário mínimo, é considerado de classe média. Pois como o seu próprio nome diz, deveria ser o mínimo para que a pessoa consiga sobreviver. E o nosso mínimo nem a isto atende, pois segundo o DIEESE ele deveria hoje está na casa de R$ 1.900,00. Será que pouco mais de R$ 500,00 reais inclui quem o recebe na classe média?
Portanto, é importante que todos estejam conscientes, que as lutas a serem travadas pelos movimentos sociais, devem perder sua vinculação em relação ao governo, e independentemente de quem está no Poder, elas devem ser desenvolvidas com ou sem a participação deste, pois o objetivo é a busca da construção de outra relação social, amadurecida, sobretudo no que se refere às conquistas sociais, estabelecer uma consciência política, traçar estratégias e táticas que de forma que possa atrair e congregar todos os setores e camadas populacionais, principalmente os excluídos pela sociedade capitalista, para que organizados possamos obter significativos avanços no processo de democratização, e que consigamos sair desta ditadura neoliberal.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO PÚBLICA: falta comprometimento e responsabilidade.


Em diversos temas abordados - como o aumento da violência, o elevado consumo de drogas, hoje realizado a luz do dia e a falta de segurança generalizada -, temos defendido que uma das saídas está na EDUCAÇÃO, porém, quando trato da educação, estou defendendo uma educação de qualidade, com o comprometimento de todos, seja dos dirigentes públicos como da comunidade e principalmente do professor, que deve ser responsabilizado não só com a formação educacional, mas com a constituição do futuro dos jovens que estão sob a sua guarda.
Quando falo em Educação, não estou tratando desta educação que aí está, onde se observa total falta de compromisso e o mínimo de respeito aos jovens, por todos os envolvidos. É claro que existe exceções, mas são raras.
O Executivo usa da educação como moeda de troca eleitoreira e como tema para discursos para ser aplaudido pelos puxa sacos de plantão, massageando o seu ego e utilizando-se desta área para eleger vereadores e deputados.
Os Secretários de Educação, muito nem sabem o que estão ali fazendo (até por não estarem preparados), nem sequer visitam uma escola da periferia, se consideram o todo poderoso, enclausurando-se em salas confortáveis, desconhecendo completamente a realidade educacional do seu Município ou Estado.
As Coordenações Pedagógicas, tais quais os Secretários, vivem fora da realidade e como os chefes pouco ou nunca vão às escolas - coordenam dos gabinetes. Depois constam de belos relatórios dados e ações que nunca executaram.
Os Sindicatos estão apenas preocupados na arrecadação e nas benesses que receberão do Executivo, também fazem de conta que estão preocupados com a educação - nem a categoria defendem -, uma vez que transformaram o cargo de dirigente sindical em profissão e o Sindicato em sua propriedade.
As Diretoras assumem os cargos, não para defender um ensino de qualidade e transformar a sua unidade em modelo, mas sim, para ficar fora da sala de aula e receber uma gratificação significativa pela função, pouco preocupada com a qualidade de ensino ou até mesmo com a freqüência do docente em sala de aula. Ela quer o voto para se reeleger.
O professor, passa o dia mais preocupado com os salários, com o próximo aumento, com bate papos e conversas nos corredores, ficando a sala de aula em segundo plano, esquecendo do compromisso maior, que é a formação da criança, esta preocupação passa longe, faltando à maioria dos nossos docentes compromisso com a qualidade na formação educacional, demonstrando desrespeito e desprezo com o futuro desta geração. Diante do desprezo com que tratam a educação pública, podem ganhar o salário de Ministro do Supremo Tribunal, e continuaremos a assistir o mesmo nível de irresponsabilidade com o preparo do jovem.
Por fim a comunidade, representada pelas famílias, colocam os filhos nas escolas, não com o objetivo de vê-los educados, mas para se verem livres da responsabilidade de criá-los. Não fiscalizam e nem cobram comprometimento e qualidade.
E no meio dessa queda de braço está a criança, que diante do tratamento dado pelos docentes à educação, se transforma no produto final, ou seja, jovens que concluem o ensino fundamental sem saber ler nem escrever, que não conseguem interpretar um texto. Diante do descaso com que são tratados, busca outros exemplos vitoriosos para sua formação e uma saída honrosa para sua sobrevivência. Então só lhe resta a criminalidade e a vioência.
Será que não está na hora de nos perguntarmos: os professores que assim agem tem um sono tranqüilo ao ver o resultado de sua obra, ou seja, nada ter contribuído para evitar que os nossos jovens se transformem em presas fáceis para o crime organizado? Ou eles pensam que ao não se comprometerem com a qualidade, não quantidade, do conteúdo e na formação da juventude, também não são responsáveis pela geração de marginais e aumento crescente da violência?
Diante deste quadro de faz de conta, torna-se urgente que medidas sejam tomadas para reverter o presente quadro, para tanto é necessário que os gestores públicos e legisladores tenham a hombridade, dignidade e humildade para considerar a educação de qualidade como prioridade e reconhecer o professor como a mais nobre das profissões entre todas as existentes. Que entendessem que ninguém chegaria onde está, se em sua vida não tivesse passado um professor.
E que os nossos professores exercessem a profissão tendo em mente o comprometimento e a responsabilidade para reverter a situação de falência educacional em que vivemos, e assumissem o compromisso de educadores e de formadores de personalidades deixando de brincar de dá aulas.
Portanto, uma nação que se diz civilizada, que deseja idealizar projetos e sonhos de paz e tranqüilidade social, que pretende reduzir a desigualdades sociais, tem que ter na educação o seu princpio fundamental, e caberá ao professor, se comprometer com este projeto, e não fazer como assistimos hoje, total descompromisso com a educação pública, cabendo a eles a responsabilidade em razão de seus atos e ações, para que a categoria de professor seja realmente valorizada.
Assim, mais um ano letivo se inicia, e com a certeza veremos a mesma rotinas de anos anteriores, ou seja, assistir-se-á as mesmas cenas pré-histórica que acompanha as nossas escolas públicas e as práticas docentes, ou seja as crianças enfileiradas, sentadas uma atrás das outras em cadeiras desconfortáveis, em frente a uma lousa arcaica, recebendo informações centralizada por um professor - sempre o dono da razão -, fora da sua realidade e que fora da escola se defronta com um outro mundo, fora dos devaneios transmitidos em sala de aula. Muitos desses professores que para escolas se deslocam completamente desmotivados, descomprometido e sem o mínimo respeito àqueles jovens que estão a sua frente.
Mais uma vez veremos as secretarias de educação, investir grande parte dos recursos na aquisição de livros didáticos e muito pouco ou quase nada em materiais que permitam o livre exercício de criar. Mais um ano iremos ver passar com as escolas passando conteúdos às crianças fora da sua realidade, fruto de uma matriz ou grade curricular arcaica e obsoleta, montada ainda no século XIX.
Nada contra a aquisição de livros, mas devemos entender que, diante da rapidez e das mudanças que ocorrem no mundo globalizado e da forma imediata que chegam ao nosso conhecimento, investir em livros didáticos da forma como é feito são dispensáveis. Deveriam sim, canalizar os recursos para investir em tecnologias da informação, pois esta se perpetuaria e serviria de apoio pedagógico imediato. Seria inserir a escola e o aluno no mundo real em que vivemos.
Aprender é um processo simples onde o conhecimento é facilmente passado para o outro. Porém educar este é mais complexo, pois traz no seu conteúdo a possibilidade de oferecer e incentivar a pesquisa e a criatividade. Para isto temos que ter aluno motivado e professor comprometido.
Cabe ao professor entender, que a globalização está igualando todos, a informação está aí disponível para qualquer um e as nossas escolas não devem e não podem ficar de fora, pois a escola ainda deve ser o local para preparar os nossos jovens para o futuro, e não pode preparar os jovens se a escola oferece resistência à modernização e se o professor a ela não se dedicar com amor e comprometimento, estará deixando uma herança maldita para as futuras gerações.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

SEGURANÇA PÚBLICA: Um desafio ao Estado de Direito


A Constituição Federal/88 estabeleceu um novo modelo de segurança pública, inovando na sua concepção, ao considerar ser dever de todos a responsabilidade pela segurança, descaracterizando, pelo menos teoricamente a exclusividade dos órgãos policiais na abordagem do assunto.
Todavia, a ação repressiva da violência e da criminalidade cabe ao Estado a sua responsabilidade, e em virtude das conseqüências desastrosas em razão de seu crescimento, não se tem observado de parte deste Estado ações que tragam uma solução ou mesmo uma esperança, mesmo lá, no final do túnel.
Apesar da situação atual vivida, algumas comunidades têm lutado pela efetivação da disposição constitucional de uma polícia cidadã, cujo tema, com muita relutância, entrou em pauta nos poderes constituídos recentemente.
É preciso que se entenda que a segurança, é um dos mais relevantes instrumentos da democracia, porém da forma como estão organizados os nossos organismos de segurança, observa-se claramente que o assunto é tratado ainda seguindo orientações arcaicas, onde predominam os valores do totalitarismo e do arbítrio.
Diante desta situação de conflito, a população, sem saída, entrega a responsabilidade da segurança como uma atribuição exclusiva da polícia, e que a redução da violência e da criminalidade só será alcançada através do aumento do contingente policial, de sua manifestação invasiva e rigorosa, mesmo diante dos resultados desastrosos até agora obtidos.
É importante que entendamos que o fenômeno da criminalidade é de uma complexidade que ultrapassa o simplismo como vem sendo tratado, envolvendo questões que superam a necessidade unicamente dos serviços de proteção.
Devemos entender, que a violência em sua essência deriva de uma reação a uma ação contrária na tentativa de sua buscar uma solução que não foi conseguida através do diálogo. Significa dizer que a violência é uma resposta ao fracasso, às frustrações, ao desrespeito e à prepotência, extravasando as relações interpessoais, causada pela desigualdade social e da péssima distribuição de renda e pela dominação de classes, que infelizmente ainda impera em nosso País.
Desta forma a violência e a criminalidade hoje reinante devem ser vistas e tratadas como oriundas dos problemas sociais graves ainda existentes, cujo diagnóstico os nossos órgãos repressores estão sendo incompetentes em fazê-lo, para que possam ir à busca do tratamento específico.
Já está comprovado a ineficácia da abordagem repressiva e mecânica dos moldes atuais.
Portanto, a questão da segurança pública é o principal desafio ao estado de direito no Brasil.
Diante da dimensão em relação à violência, a segurança pública está presente em qualquer mesa de debates tanto de especialistas, e estes não faltam, como da população.
E problemas não faltam para esta sensação de insegurança e temor na população: as taxas de criminalidade que só tem aumentado que leva ao crescimento da sensação de insegurança, principalmente nas médias e grandes cidades, sem esquecer que também já estão chegando às pequenas e nas cidades incrustadas lá nos rincões do nosso Brasil; a degradação do espaço público e do meio ambiente; a reforma das instituições da administração da justiça criminal está a exigir uma solução urgente; a violência e o abuso de autoridade do sistema policial e sua ineficiência em relação a prevenção; a questão da superpopulação nos presídios (que passaram a ser depósito de homens e faculdade do crime) e nas cadeias (as quais não foram construídas para a função que hoje exercem, ou seja, manter enjaulada pessoas que são tratadas como animais), com isto dando margem a rebeliões, fugas; as péssimas condições de internação de jovens que infringiram a lei; os atos corrupção praticadas por nossas lideranças políticas e a impunidade das elites envolvidas em atos de flagrante desrespeito as leis em vigor; os descasos relacionados a investigação criminal e das perícias policiais; a eterna morosidade judicial, principalmente quando envolve pessoas do mesmo convívio social dos seus julgadores, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso na consolidação de uma política de segurança no Brasil.
O que os governantes deveriam ter em mente, era a necessidade de transformar a segurança em gestão participativa, incutindo a noção de segurança cidadã, que em síntese deve fundamentar a política de segurança pública visando sua compatibilização com o modelo democrático, resgatando a cidadania, a solidariedade e o respeito e a valorização aos direitos humanos entre todos envolvidos na efetivação da segurança, priorizando a educação como instrumento de transformação.
Portanto, transformar a política de segurança, hoje reduzida a meia dúzia de “cabeças pensantes” em gestão participativa, por meio da polícia comunitária, é um desafio posto, e se assim começarem a agir, estarão oferecendo um leque de opções para a mudança deste modelo tradicional arcaico, alterando o organograma funcional que hoje impera, onde o problema é tratado como segredo de estado, cujo objetivo claro é a manutenção do status quo do Estado neoliberal e suas elites, sem uma política de segurança para aqueles que em ultima análise sustentam a pirâmide social.
É fundamental que políticas públicas sejam estabelecidas visando a melhoria da qualidade de vida das populações em situação de riscos e renegadas pela sociedade neoliberal, para que haja a melhoria da qualidade da segurança pública.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

POLÍTICOS? ELES SÃO A NOSSA CARA.


Hoje em nosso País esta a se observar uma onda de total descrédito em relação a classe política, muitos desses valores amplamente divulgados e explorados pela imprensa, que exerce o papel definido e escalado pelas elites econômicas, de forma que a ira popular diante da falta de saída dos problemas sociais gerados pela política neoliberal, desagüe naqueles que se dispuseram a exercer este papel.
Para piorar a situação, os nossos políticos tudo fazem para que esta onda aumente, pois diariamente só se ouve escândalos e mais escândalos, sem que se justifique.
Porém, é necessário esclarecer, coisa que a grande mídia não faz por interesses escusos, é que todos esses representantes são escolhidos pelo povo.
Logo, não existem motivos para eximir o eleitor da responsabilidade pelos seus desmandos.
Diante deste fato, podemos afirmar que os nossos políticos, que ajudamos a eleger são nossa cara, logo as Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas e Congresso Nacional é a cara do povo brasileiro.
Lá estão representados as classes dirigentes, industriais, banqueiros, intelectuais, operários, agricultores, homens, mulheres, eu e você, e porque não, também representantes do crime organizado.
Logo, a mentira dissimulada, a corrupção escanchada os acordos nas caladas da noite, tudo isto nada mais que a nossa cara, é a cara da nossa sociedade hipócrita, que apenas quer responsabilizar a terceiros para se eximir da culpa.
As críticas que hoje tecemos aos políticos deveriam servir de subsídios para que cada um de nós pudéssemos nos auto – avaliar, servindo os exemplos que hoje ocorrem como lição para que não voltemos a cometer os mesmos erros.
Portanto, queiramos ou não os nossos políticos são a cara do nosso povo, e lógico que isto deveria nos incomodar e talvez seja este incômodo que leve a grande mídia a não interpretar por este ângulo o papel exercidos pelos parlamentares. Mas isso incomoda e muito a população, ser comparada a eles, e para se eximir das responsabilidades o nosso povo não quer se ver espelhada em seus eleitos.
É necessário que entendamos que as pessoas, em sua grande maioria, definem o seu voto a partir dos interesses pessoais e privados, jamais se preocupando com o passado ou a conduta do candidato, com a personalidade e coerência de comportamento. Normalmente definem o seu candidato dentro da mesma lógica e conduta pessoal.
Pesquisas recente realizadas nas diversas grandes cidades de nosso País, demonstra que boa parcela da população brasileira agiria da mesma maneira que os nossos políticos, caso estivessem lá, ou seja, cuidaria dos interesses privados.
Logo a atitude de muitos políticos reflete exatamente o caráter do cidadão brasileiro, e eles, lá no seu pedestal, estão apenas reproduzindo a falta deste espírito aliados a total alienação e desinteresse público da população, a qual criou o péssimo hábito de apenas querer "levar vantagem em tudo” transformando esta máxima em atos de descumprimento das normas no comportamento público.
Sonegamos impostos, depois gritamos que não temos educação e saúde de qualidade, e quando estamos em dificuldades recorremos ao governo pedindo a sua ajuda. Não é senhores empresários?
Portanto, é chegada a hora de darmos um basta nestas atitudes de nossos políticos que de tão corriqueiras acreditam serem correta ou legítima, simplesmente porque nossa população age da mesma forma.
Deveria ser alvo de interesse e objetivo dos homens e mulheres públicos ser os primeiros encarregados para que o interesse público prevalecesse sobre o privado e não o contrário.
Assim, caberá a nós, primeiro nos corrigir e depois iniciar a depuração que a hipocritamente sociedade clama.
Para finalizar, quero apenas lembrar que, hoje a nossa sociedade e a classe política chora a morte no Haiti da grande humanitária e fundadora da Pastoral da Criança e praticamente responsável pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Dra. Zilda Arns, mas não devemos esquecer que em dezembro de 2001 a Câmara dos Deputados tinha o direito a indicar dois nomes para o Conselho da Republica, órgão criado pela Constituição de 88 para dar assessoramento de alto nível ao Presidente da Republica.
O nome da Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, foi indicada por um grupo de deputados. Não foi eleita. Teve apenas 94 votos e perdeu para um nome imbatível pelo seu alto nível e prestigio o deputado Edmar Moreira, conhecido como “deputado do castelo”, que teve esmagadores 229 votos. O segundo mais votado foi o jurista Evandro Lins e Silva, com 113 votos.
Edmar Moreira superou a médica benemérita e o famoso jurista, isso é que é vencer, e a Câmara dmonstrou tal qual nós, saber escolher os bons, os melhores, ALIÁS SOUBE ESCOLHER BEM QUEM OS REPRESENTE, OU SEJA, A CARA DA NOSSA CÂMARA, que é a cara de de Edmar Moreira.