domingo, 7 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO PÚBLICA: falta comprometimento e responsabilidade.


Em diversos temas abordados - como o aumento da violência, o elevado consumo de drogas, hoje realizado a luz do dia e a falta de segurança generalizada -, temos defendido que uma das saídas está na EDUCAÇÃO, porém, quando trato da educação, estou defendendo uma educação de qualidade, com o comprometimento de todos, seja dos dirigentes públicos como da comunidade e principalmente do professor, que deve ser responsabilizado não só com a formação educacional, mas com a constituição do futuro dos jovens que estão sob a sua guarda.
Quando falo em Educação, não estou tratando desta educação que aí está, onde se observa total falta de compromisso e o mínimo de respeito aos jovens, por todos os envolvidos. É claro que existe exceções, mas são raras.
O Executivo usa da educação como moeda de troca eleitoreira e como tema para discursos para ser aplaudido pelos puxa sacos de plantão, massageando o seu ego e utilizando-se desta área para eleger vereadores e deputados.
Os Secretários de Educação, muito nem sabem o que estão ali fazendo (até por não estarem preparados), nem sequer visitam uma escola da periferia, se consideram o todo poderoso, enclausurando-se em salas confortáveis, desconhecendo completamente a realidade educacional do seu Município ou Estado.
As Coordenações Pedagógicas, tais quais os Secretários, vivem fora da realidade e como os chefes pouco ou nunca vão às escolas - coordenam dos gabinetes. Depois constam de belos relatórios dados e ações que nunca executaram.
Os Sindicatos estão apenas preocupados na arrecadação e nas benesses que receberão do Executivo, também fazem de conta que estão preocupados com a educação - nem a categoria defendem -, uma vez que transformaram o cargo de dirigente sindical em profissão e o Sindicato em sua propriedade.
As Diretoras assumem os cargos, não para defender um ensino de qualidade e transformar a sua unidade em modelo, mas sim, para ficar fora da sala de aula e receber uma gratificação significativa pela função, pouco preocupada com a qualidade de ensino ou até mesmo com a freqüência do docente em sala de aula. Ela quer o voto para se reeleger.
O professor, passa o dia mais preocupado com os salários, com o próximo aumento, com bate papos e conversas nos corredores, ficando a sala de aula em segundo plano, esquecendo do compromisso maior, que é a formação da criança, esta preocupação passa longe, faltando à maioria dos nossos docentes compromisso com a qualidade na formação educacional, demonstrando desrespeito e desprezo com o futuro desta geração. Diante do desprezo com que tratam a educação pública, podem ganhar o salário de Ministro do Supremo Tribunal, e continuaremos a assistir o mesmo nível de irresponsabilidade com o preparo do jovem.
Por fim a comunidade, representada pelas famílias, colocam os filhos nas escolas, não com o objetivo de vê-los educados, mas para se verem livres da responsabilidade de criá-los. Não fiscalizam e nem cobram comprometimento e qualidade.
E no meio dessa queda de braço está a criança, que diante do tratamento dado pelos docentes à educação, se transforma no produto final, ou seja, jovens que concluem o ensino fundamental sem saber ler nem escrever, que não conseguem interpretar um texto. Diante do descaso com que são tratados, busca outros exemplos vitoriosos para sua formação e uma saída honrosa para sua sobrevivência. Então só lhe resta a criminalidade e a vioência.
Será que não está na hora de nos perguntarmos: os professores que assim agem tem um sono tranqüilo ao ver o resultado de sua obra, ou seja, nada ter contribuído para evitar que os nossos jovens se transformem em presas fáceis para o crime organizado? Ou eles pensam que ao não se comprometerem com a qualidade, não quantidade, do conteúdo e na formação da juventude, também não são responsáveis pela geração de marginais e aumento crescente da violência?
Diante deste quadro de faz de conta, torna-se urgente que medidas sejam tomadas para reverter o presente quadro, para tanto é necessário que os gestores públicos e legisladores tenham a hombridade, dignidade e humildade para considerar a educação de qualidade como prioridade e reconhecer o professor como a mais nobre das profissões entre todas as existentes. Que entendessem que ninguém chegaria onde está, se em sua vida não tivesse passado um professor.
E que os nossos professores exercessem a profissão tendo em mente o comprometimento e a responsabilidade para reverter a situação de falência educacional em que vivemos, e assumissem o compromisso de educadores e de formadores de personalidades deixando de brincar de dá aulas.
Portanto, uma nação que se diz civilizada, que deseja idealizar projetos e sonhos de paz e tranqüilidade social, que pretende reduzir a desigualdades sociais, tem que ter na educação o seu princpio fundamental, e caberá ao professor, se comprometer com este projeto, e não fazer como assistimos hoje, total descompromisso com a educação pública, cabendo a eles a responsabilidade em razão de seus atos e ações, para que a categoria de professor seja realmente valorizada.
Assim, mais um ano letivo se inicia, e com a certeza veremos a mesma rotinas de anos anteriores, ou seja, assistir-se-á as mesmas cenas pré-histórica que acompanha as nossas escolas públicas e as práticas docentes, ou seja as crianças enfileiradas, sentadas uma atrás das outras em cadeiras desconfortáveis, em frente a uma lousa arcaica, recebendo informações centralizada por um professor - sempre o dono da razão -, fora da sua realidade e que fora da escola se defronta com um outro mundo, fora dos devaneios transmitidos em sala de aula. Muitos desses professores que para escolas se deslocam completamente desmotivados, descomprometido e sem o mínimo respeito àqueles jovens que estão a sua frente.
Mais uma vez veremos as secretarias de educação, investir grande parte dos recursos na aquisição de livros didáticos e muito pouco ou quase nada em materiais que permitam o livre exercício de criar. Mais um ano iremos ver passar com as escolas passando conteúdos às crianças fora da sua realidade, fruto de uma matriz ou grade curricular arcaica e obsoleta, montada ainda no século XIX.
Nada contra a aquisição de livros, mas devemos entender que, diante da rapidez e das mudanças que ocorrem no mundo globalizado e da forma imediata que chegam ao nosso conhecimento, investir em livros didáticos da forma como é feito são dispensáveis. Deveriam sim, canalizar os recursos para investir em tecnologias da informação, pois esta se perpetuaria e serviria de apoio pedagógico imediato. Seria inserir a escola e o aluno no mundo real em que vivemos.
Aprender é um processo simples onde o conhecimento é facilmente passado para o outro. Porém educar este é mais complexo, pois traz no seu conteúdo a possibilidade de oferecer e incentivar a pesquisa e a criatividade. Para isto temos que ter aluno motivado e professor comprometido.
Cabe ao professor entender, que a globalização está igualando todos, a informação está aí disponível para qualquer um e as nossas escolas não devem e não podem ficar de fora, pois a escola ainda deve ser o local para preparar os nossos jovens para o futuro, e não pode preparar os jovens se a escola oferece resistência à modernização e se o professor a ela não se dedicar com amor e comprometimento, estará deixando uma herança maldita para as futuras gerações.

Um comentário:

Francklin Sá disse...

Meu preclaro amigo.
Li mais uma vez e com a satisfação a sua página.
Vamos aos fatos.
Raciocinemos por que só tem escolas nos centros e nas periferias, e nas periferias das periferia, não tem.
É que lá no fim do mundo o prefeito (ensino fundamental é dele) teria que adquirir um terreninho e construir a tal escola, que não tem, mas
tem aquele famigerado ônibus para levar as crianças´para o centro
urbano.
Quando tem tal condução.
Bem, construida a escola, lá no cachaprego, ao lado teria que
construir a casa da professora. Ela daria dedicação integral. Depois da aula encarava os livros e a internet, comunicar-se-ia com as colegas e prepararia a aula seguinte.
O prefeito teria que pôr à disposição do marido da professora, uma moto. Sim, porque lá onde o judas perdeu as botas , só tem estrada carroçavel.
Com tal condução, o marido poderia ir e vir para o trabalho dele,
conduzir a esposa, e fazer aquela comprinhas básicas.
Qual é o prefeito que vai fazer isso?
Se fosse professor e não professora, a coisa ficaria mais fácil. Porém a moto para o ir e vir teria que ser financiada pela prefeitura.
Que prefeito vai fazer isso.
Vamos para a periferia ou o centro.
A professora ensina mal porque a professora dela ensinou mal a ela. As gramáticas são umas porcarias. Uma copiada da outra e decoradas como papagaio.O professor decora e manda, mas nem sabe o que está dizendo.
Verbo é a palavra que exprime ação.
Manda ele explicar isso.
Ele se enrola, simplesmente porque na verdade isso está errado,´
O professor ir na internet.
Ele não tem inteligência para isso.
Se fosse inteligente não ganharia mil e duzentos por mês.
Sairia para outra.
Eu fui professor e cai fora.
Fui ser sargento.
Se apertar o ensinamento, os alunos alopram. Não têem miolo para isso.
O brasileiro, de cem pode ser que se salve um, normal.
Tirei meu sobrinho das garras de minha mãe (avó dele). Ela ficou
chorando. Fiquei dois anos tentando pôr o que é a vida, na cabeça dele.Muito trabalhador para trabalhar, e muito vagabundo para
estudar.De cinco vestibulares para as faculdades do governo, ele já na
primeira prova era dispensado da segunda.
Fez o Enem e não deu pé. No outro ano fez de novo, e provando que
estava na miséria (mentira) conseguiu entrar para a faculdade de rádio e jornalismo na Itahim-Morumbi pelo primeiro Enem.
Está no segundo ano, 700 por mês, pago pelo Lulla com o meu e o seu
dinheiro.Um detalhe: ele não sabe nem escrever.
Para que melhorar as professoras, as escolas e o ensino, se o povo tem um bloqueio mental, e mesmo assim se forma na faculdade.
E mesmo sendo analfabeto pode chegar a presidente.
O Estado só precisa fazer uma elite cultural para dar continuidade à máquina administrativa. O resto é o resto.
É o que o Estado faz; e o povo gosta.
Um abraço.
Floriano Lott