quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A CRISE MUNDIAL E SEUS EFEITOS: quem pagará a conta?

Em tempos de crise econômica, a primeira vítima é o trabalhador, pois é quem diretamente é punido, atingido pela alta dos preços, pelo arrocho salarial e com o desemprego, este último, a fórmula encontrada pelo empresário ao regular as suas atividades, como meio de manter o seu nível de lucratividade.
A segunda vítima seria o chamado “livre comércio”, com países tomando medidas protecionistas, através de ações regulatórias dos mercados. E o que é pior. Dados comprovam que passada a crise, o protecionismo tende a aumentar como forma de garantir o seu mercado, utilizando a eterna desculpa de proteger o consumidor interno.
Estas ações são assistidas com a atual crise que atinge os Estados Unidos e a Europa, onde os governos são chamados toda hora a intervir, na tentativa de conter a sangria.
Diante destes dois fatores, é muito difícil prever o que poderá mudar no âmbito mundial, quando a atual crise passar, bem como, quais experiências nossos dirigentes terão tirado e dela aprendido.
Apesar da tentativa dos governos de abafar, temos que ser realistas: o mundo, hoje, vive uma crise de largas proporções. Crise esta provocada por políticas econômicas mal estruturadas, sem dar prioridades ao capital produtivo, aquele que gera emprego, renda e produtos, priorizando a ganância do capitalismo financeiro, estimulado pelo pensamento único e pelo incentivo ao capital especulativo na economia, dando a entender a todos que a riqueza produzida na forma de “papéis” seria a “riqueza” da economia real.
É preciso que se entenda que as bases da crise que mundo vive atualmente são unicamente financeira, ocasionada por políticas de desregulamentação e da auto-regulação do mercado, conforme prega a cartilha neoliberal, construído principalmente nos últimos trinta anos, e que tem em nosso País como maiores representantes os seguidores do PSDB e DEM.
Utilizaram dos dogmas neoliberais para o desenvolvimento econômico, pregando a liberdade de funcionamento do mercado, a ausência do Estado no controle mais rígidos e a construção de uma longa estrada, que defendia o descolamento do setor financeiro em relação à economia. E o resultado aí está.
Com a crise que hoje assistimos, estes argumentos estão sendo colocados em cheque.
E não devemos descolar o Brasil deste quadro, pois desde a era FHC, o nosso País passou a defender esta lógica especulativa e nela está inserida.Não sabemos ainda que preço será pago, aguardemos a fatura, mas que o risco existe, isto ninguém pode negar. <
Infelizmente o ex-presidente Lula ao manter o modelo econômico herdado, perdeu a grande oportunidade e a chance de colocar em prática um novo modelo econômico, fazendo a transição do falido modelo de dependência externa, de submissão ao sistema financeiro, estabelecendo outro tipo de economia. A economia de valorização do trabalho, de incentivo ao capital produtivo, de fortalecimento do mercado interno, elevação dos mecanismos de poupança interna, de melhoria da qualidade de vida da população e de fomento da sustentabilidade.
Espero que a nova presidente se espelhe no exemplo desta mal sucedida política econômica, responsável pela geração da atual crise mundial, e aproveite da oportunidade para dar uma guinada significativa no modelo econômico ora vigente. Torço para que ela não deixe o bonde da oportunidade e da mudança passar.
Esta crise financeira hoje instalada traz no seu conteúdo diversos elementos que apontam claramente para a possibilidade de desestabilização da cadeia produtiva em nosso País e, por conseguinte, a ameaça de quebrar muitas empresas nacionais, ocasionadas principalmente por um real forte diante das principais moedas mundiais, já que nossas empresas ainda têm pouca competitividade no mercado externo.
A crise financeira teve início nos Estados Unidos, que utilizando de uma política de juros baixos e de crédito fácil, incentivou o acesso para construção e aquisição de imóveis. O restante da história já é conhecido por todos, e os resultados estão aí. Fruto de uma política econômica neoliberal desastrada, seguida pelos países Europeus, que trouxe como conseqüência a atual crise financeira mundial, que leva ao descrédito os teóricos e políticos que ainda defendem os fundamentos neoliberais como solução para os problemas econômicos.
O Brasil ainda não sentiu fortemente os seus efeitos, mas se esta for mais duradoura do que os mais otimistas projetam, com certeza seus efeitos nefastos também chegarão até nós, até porque continuamos seguindo a cartilha da financeirização da economia em detrimento ao capital produtivo.
Hoje a preocupação maior é quanto a bolsa caiu ou perdeu. Pouca preocupação se nota para a saúde das nossas empresas e em que condições estão operando e competindo no mercado interno e externo.
Temos ainda a pequena vantagem de termos um consumo interno aquecido. Mas até quando?
Começamos a enfrentar o período de greves em setores fundamentais da economia, até porque é no segundo semestre onde está concentrada a maioria das datas bases das principais categorias de trabalhadores. E nada mais justo que os nossos trabalhadores briguem para que os gananciosos empresários, principalmente aqueles do segmento financeiro que jamais na história moderna obtiveram tantos ganhos, socializem os lucros, como eles fazem e sempre tem o apoio do governo, quando socializam os prejuízos.
Sabemos que argumentos serão utilizados e pressões serão feitas por setores do governo, e a mídia será bem utilizada para induzir a população do risco da aceleração da inflação (como já vem fazendo) e o ambiente de incertezas em razão da crise internacional que servirão de base por parte das entidades patronais para abalar as negociações salariais de categorias. Mas chega desta conversa de que salário é causador de inflação.
E são estes fatores que nos dá a certeza, que os grandes perdedores pós crise será o trabalhador.
É claro que muitos países ficarão mais pobres, grandes potencias se enfraquecerão, outros aproveitarão do momento para se fortalecerem, enquanto aos países em desenvolvimento ficará uma grande interrogação quanto aos resultados que obterão, se sairão perdendo e terão os seus mercados afetados, ou se obterão ganhos dentro do contexto ligado ao mercado internacional.
E como a corda sempre só quebra para o lado mais fraco, outra grande vítima desta atual crise financeira mundial serão os países pobres, estes sim, é quem pagarão as contas. Já que em sua grande maioria dependem da importação de matéria-prima e alimentos.
Por serem Nações que já se encontram enfraquecidas pela incapacidade de produção, sendo obrigadas a importarem cada vez mais, se defrontando com um quadro de elevado aumento de preços no mercado. Portanto, serão os grandes pagadores dos efeitos da crise.
Mas uma lição deve ser tirada. Que os argumentos utilizados pelos defensores do neoliberalismo, da “Mão Invisível”, ou seja, que o mercado por si só seria capaz e saberia reagir e se mover por caminho que o regularia de forma harmônica e que seria capaz de promover o bem estar social, sem a intervenção do Estado, caiu por terra, pois no primeiro aperto do sapato, foram os primeiros a recorrerem ao guarda chuva estatal na defesa dos seus interesses.
Diferentemente do que ocorre quando está em um cenário favorável e de confiança, como diz o ditado quando o mar está para peixe. Neste momento o guarda chuva estatal é jogado fora, inicia-se um processo de crítica e de aversão a participação do Estado, é claro, já socializaram os prejuízos, e voltam aos velhos argumentos que só o “livre mercado” é suficiente para resolver os problemas.
Até a próxima crise chegar.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A VIOLÊNCIA É SÓ A FÍSICA: e as outras?

Hoje, o tema que mais preocupa está relacionado com a violência urbana. Esta violência que faz que com as pessoas saibam a hora que estão saindo de casa, mas não tem certeza se irá retornar ou em que estado retornará.
Deve-se entender a violência não apenas pelo ângulo de sua definição sociológica, ou seja, como um comportamento de alguém com objetivos de causar ferimentos a outros, ou causar prejuízos materiais. A violência não é tão simples assim. Deve-se ir mais ao fundo do problema.
Tudo aquilo que impede o livre arbítrio do próximo, também são atos de violência. Ou não é violência alguém impedir ou desrespeitar a liberdade do outro? Não será violência, os gestores públicos por falta de sensibilidade, impedir a acessibilidade das pessoas que possuam algum tipo de deficiência física, negando-lhes o direito de ir e vir? E a educação pública que aí está não é um ato de violência, quando impede o jovem da classe pobre e da periferia qualquer oportunidade de melhorar de vida? E a saúde pública oferecida? Não é um ato de violência? Ou a pessoa por ser pobre tem que ser humilhada?
A violência não deve ser analisada apenas pelo ângulo da agressão física ao outro, como não deve ser considerado ato normal o abuso sexual, o desrespeito, a humilhação, o desprezo e menosprezo, a homofobia, o assédio moral, pedofilia, o abuso psicofísico, a discriminação social e racial, entre outros.
Este conjunto de ações, em escala maior ou menor, são formas de violência que a sociedade impõem e não devemos aceitar, sob pena de sermos coniventes e colaboradores da sua difusão.
Existe violência maior que a imposta pela sociedade, do que a de milhões de brasileiro que sequer tem o direito de se alimentar? Esta violência não é bem maior do que a física que todos tememos?
E a imposição por parte da elite e da sociedade, de impedir que milhares de jovens, oriundos de famílias pobres ou indigentes, possam ascender socialmente, ou de ter uma perspectiva de um futuro mais digno, ao lhe negar o mínimo direito, como uma educação pública de qualidade? E seus direitos são negados, não por falta de capacidade destes jovens, mas são negados por terem nascido em uma família marcada, como o ferro que marca o boi, para ser excluída. Também não é um tipo de violência?
Diante desta imposição, muitos dos jovens são forçados a entrar na marginalidade, pois assim a sociedade teria estabelecido, ao determinar que eles não pudessem e não devessem ter uma melhoria de vida ou uma ascensão social, por menor que seja o degrau a ser atingido.
Portanto, esta juventude colocada à margem, sem direito a sonhar, impedidas de melhorar de vida, perdem a noção e o limite do ato de violento e, não estando estruturada, passam a não medir as conseqüências dos seus atos, ficam sem saber lidar com seus sentimentos de revolta interior.
São frutos de lares desestruturados e não encontram onde se amparar, pois, talvez, a escola pública fosse esta válvula de escape, mas como ela hoje está organizada, está tão ou em pior estado do que os lares em que nasceram. Os poucos que nelas conseguem entrar e permanecer, o fazem na expectativa de encontrar um ambiente aprazível, esperam ali realizar amizades sadias, e se defrontam com um quadro bastante diferente, onde muitas vezes as relações são ditadas por grupos, cujas condutas na sua grande maioria estão diretamente relacionadas ao mau comportamento e a violência como forma de demonstrar a força de sua liderança.
Esta relação passa a ser um estímulo para o envolvimento com gangues, drogas, violência sexual, prostituição, delitos e agressões físicas.
Esta juventude que aí está independente da classe social a que pertença, vive diariamente em constante desafio e ameaça. Portanto, é fundamental que os governantes saiam da indiferença e procurem estabelecer políticas públicas, que incluam os valores sociais e familiares favoráveis ao desenvolvimento e ao enfrentamento dos problemas ora vivenciados pelos jovens, entre elas: a pobreza e indigência de grande parte da população; a gritante e vergonhosa desigualdade social; o desemprego e a falta de oportunidades para os jovens; as disputas por espaços; a concorrência desleal praticada; o almejo pela riqueza sem medir as conseqüências, entre tantos outros.
Já se tornou rotineiro e até cansativo, jogar a culpa da violência unicamente às drogas, sem se analisar os demais fatores citados anteriormente. Ora, é preciso que se entenda que o uso da droga pela juventude, principalmente, é muitas vezes uma espécie de fuga. É a forma encontrada para fugirem da fome ou de não sentirem fome, pois muitos sabem que ao chegar em casa nada encontrarão para se alimentar; para fugir da vergonha da miséria e da humilhação em que vivem; por falta de uma escola digna que lhes dê o amparo e sirva de bússola para seu futuro; enfim, pra fugirem do destino que a sociedade lhes impôs.
Tudo isto, é um somatório de motivos que os levam a entrar neste mundo sem volta. Alguns entram para o crime para manter o vício e poder honrar os compromissos com os traficantes; outros morrem em brigas ou por débitos com o tráfico.
Assim, ao analisar a violência, é preciso que cada um o faça analisando que parcela de culpa tem e qual a sua contribuição, por colocarem estes jovens neste beco sem saída, que os levam a acreditar que ao entrar no mundo das drogas o fizeram na certeza de ser o melhor para eles, independente se neste mundo cão em que se envolveram, seja necessário matar para sobreviver.
Afinal, o que se está fazendo de prático, para mudar este rumo e abrir novas perspectivas para os jovens? Que ações estão sendo tomadas e praticadas na busca de uma solução e concretização dos problemas, das influências sociais e na formação da personalidade desta juventude que aí está?
E ainda mais: será que é só o jovem da classe pobre e da periferia, excluído pela sociedade, que faz o uso da droga e da violência? E aqueles da alta e média classe social, que não tem problemas de ordem financeira, que surgiram de famílias socialmente estruturadas, porque será que usam drogas e fazem o uso da violência, como temos visto cotidianamente? Como justificar? Será que é por que estão isento de punição por parte da nossa Justiça?
Portanto cabe a todos nós uma parcela de culpa. E aos governantes, através dos órgãos envolvidos com a questão, cabe pesquisar e buscar investigar a fundo as causas, pois o tema é complexo, não é tão simples como alguns parecem achar e colocar toda a culpa na droga. Pois, em razão da falta de políticas públicas para a inclusão e reinserção destes jovens na sociedade, serão forçados a circularem dentro do ambiente da violência e ou das drogas.
E para que estes jovens se sintam protegidos e que possam ser reinseridos na sociedade, é necessário que lhes sejam oferecidos escolas públicas de qualidade, que passem valores morais e contribuam para a formação de suas personalidades em ambientes físicos dignos; que tenham acesso ao serviço de saúde pública que não os humilhem, como os oferecidos nos dias de hoje; que os dirigentes públicos e políticos dêem bons exemplos, diferente do que hoje acontece; que seja oferecida condições a estas famílias de ter uma alimentação adequada e de qualidade.
É claro que não cabe unicamente ao Estado a responsabilidade da diminuição da violência e das desigualdades sociais. A sociedade tem que dá sua parcela de contribuição de forma que se possa mudar a realidade de hoje e o quadro estrutural familiar existente, que somado ao uso das drogas tem sido fortes fatores e geradores de atos infracionais.
Enquanto a sociedade não entender que todos fazemos parte de um mesmo conjunto e que somos responsáveis por todas as mazelas existentes, e que somos nós que construímos a sociedade que queremos, cabendo a todos a responsabilidade pela violência que hoje estamos a assistir, com certeza este quadro não mudará.
Portanto a solução está em nossas mãos, não transfiramos a responsabilidade para os outros. Haja hoje, que os resultados serão colhidos no futuro.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DEVANEIOS DE UM SONHADOR


A vida é feita de sonhos. Para tanto é importante que todos tenhamos sonhos, por mais incrível ou impossível que seja de ser alcançado, e seria interessante que deles não nos esqueçamos nunca, porque na vida as mudanças só têm acontecido motivado pelo sonho de alguém, que através de seus delírios e fantasias, conseguem transformar o cotidiano da humanidade. São idealistas e sonhadores.
Às vezes ouso me perguntar, que sentido teria a vida se não existissem os sonhos e o que seria daqueles que não possuem sonhos?
Sem os sonhos a vida não teria razão de ser, pois sem sonhar, o sentido de errar, aprender e acertar seria vazio, e com certeza só através dos sonhos é que o ser humano adquire conhecimentos.
ó sonhando alcançamos as derrotas e vitórias, e só através deles é que adquirimos conhecimento e aprendemos valorizar as conquistas, por menores que sejam e por mais inesperados que pareçam.
Tenho meus sonhos. Porém em minhas fantasias não busco e nunca tive o objetivo único de alcançar a perfeição, até por que tenho a consciência e a convicção da impossibilidade de se atingir. Procuro sim, fazer a coisa mais correta possível.
Mas nos meus devaneios, sempre primei em agir de forma que meus atos e ações tenham como objetivo primordial o respeito ao próximo e que esta seja uma meta sempre observada. Procuro não obter o ideal, mas que as ações por mim praticadas tragam como principal conteúdo, a honestidade, integridade e respeito às pessoas.
Estes não são sonhos, são princípios que não abro mão. Tenho sim como meta estes princípios e que através deles os meus atos produzam efeitos que visem ajudar a alguém, principalmente os mais necessitados. É claro que temos a consciência que nem sempre conseguimos, mas pelo menos tenho o orgulho de ter tentado. Esta sim tem sido a minha meta, este tem sido o meu ideal. Quem sabe, meus sonho.
Minha busca na vida não é apenas a emoção de fazer o bem ou de fazer as coisas acontecerem de forma correta e honesta, pois acredito, que esta deva ser a obrigação de todos os seres humanos, mas busco sim, a surpresa de ver surgir a cada dia mais pessoas praticando o bem, sem qualquer interesse escuso por trás e sem querer levar nestas suas ações qualquer dose de maldade ou falsidade, visando prejudicar alguém.
Infelizmente, sabemos existir um grande número de pessoas que fazem de sua vida um teatro de falsidade, maldades e traições e que se utilizam das caladas das noites e da inocência de alguns para prejudicar o próximo.
É claro que são exceções, mas são exceções perigosas.
Há ainda aqueles que acreditam que é se utilizando da mentira, da falsidade, da punhalada pelas costas que irão alavancar as suas vidas profissionais e pessoais, que agindo assim conseguirão ser alguém na vida. Destes tenho dó, pois terminarão sozinhos, já que mais cedo ou mais tarde serão desmascarados.
Como seria bom que todos tivessem consciência, que nós somos produtos do meio e que colhemos apenas o que plantamos, e que o nosso caráter é forjado através das ações praticadas em nosso dia a dia e no convívio com e entre as pessoas.
É importante que todos entendam que as pessoas nada mais são do que aquilo que conseguem fazer ou praticar diariamente e que é diante dos atos praticados que fará a sua própria história. Somos sim, autores e não atores, da construção dos nossos caminhos vitoriosos ou não.
No entanto, apesar de ser um sonhador e acreditar que o nosso povo ainda terá dias melhores, e que verá os nossos governantes realmente preocupados em agir em benefício de todos, mas, principalmente, daqueles que se encontram na linha da pobreza absoluta, porém, ainda me entristece ver nos dias de hoje ocorrem fatos que nos levam a indignação.
Não é admissível e aceitável que pessoas, que se intitulam lideres de movimentos sociais, e não são poucas, que posam de defensores dos mais necessitados, que se dizem socialistas e saiam por aí a pregar os ideais da igualdade, que empenham demagogicamente a bandeira da defesa das causas populares, se utilizarem desses espaços apenas com um único objetivo, transformar estas pessoas aculturadas e desinformadas em massa de manobra, para delas tirar proveito financeiro, político e social.
É inadmissível ver que este tipo de gente se aproveita de “associações e ou ong’s”, criadas por elas mesmas, com um único objetivo de arrecadar fundos do erário público, para se locupletarem e fazerem delas seu meio de vida.
Enfim, uma forma de se darem bem.
Essas pessoas me enojam, por que se apresentam como socialistas, pregam a igualdade, mas não passam de atores, pois tem apenas um único fim, levar vantagem. E o pior, este tipo de pessoas encontram-se em todos os movimentos sociais.
Temos picaretas no MST, que assentam até o neto que ainda irá nascer; picaretas que fazem passeatas em defesa dos sem teto, mas residem em casas de fazer inveja; picaretas no movimento estudantil, que transformam ou criam entidades para nela agirem e se perpetuarem, como a entidade fosse sua propriedade; picaretas nos sindicatos, que lá entram e não mais querem sair, pois são preguiçosos e não querem trabalhar; picaretas em associação de moradores, que as criam apenas para receberem subvenções do poder público municipal e ficar com o dinheiro e ou dividir com o político aliado; picaretas nos movimentos da juventude, que os utilizam para atingir outros fins; picaretas nas diversas ong´s, principalmente naquelas voltadas para o segmento da saúde e educação e ou atendimento e tratmento a viciados em drogas, desviando os recursos recebidos para suas contas bancárias; picaretas que assumem cargos públicos em defesa do social, e delas fazem todo tipo de traquinagem para enriquecerem. Como vemos, não temos só picaretas no segmento político e empresarial.
Porém nos meus sonhos, ainda espero ver um País diferente. Espero que a população acorde e que coloque estes picaretas no lugar em que deveriam está. Na cadeia. Mas, também nos meus sonhos isto só será alcançado quando tivermos em nosso País uma educação pública de excelência, não esta que aí esta, que não consegue a mínima pontuação no ENEM. E não se enganem com o ensino particular, pois este não é a maravilha que o ENEM quer mostrar, pois todos sabem que muitas destas escolas selecionam entre os seus melhores alunos, para fazer a prova, falseando assim o resultado.
É triste mas até no ENEM temos picaretagem.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA: inversão de valores e prioridades


Quando afirmamos que o Brasil vive uma administração pública saturada, isto se dá apenas e unicamente porque os nossos adninistradores não se preocuparam em modernizá-la, efetuando as reformas que qualquer gestor sério é obrigado a instituir, principalmente a partir das técnicas modernas e das novas ferramentas disponíveis e não aplicáveis no serviço público brasileiro. Com isto veda o mínimo direito de cidadania da maioria da população brasileira, principalmente aquela população que o destino de forma atroz fez com que nascessem desprovidas de quaisquer bens, ou seja, os mais de 50 milhões de miseráveis que ainda insiste em existir neste País que se diz em franco desenvolvimento.
Porém, não é apenas a falta de reformas que faz a nossa administração pública está neste estágio. Outros fatores têm contribuido e levado a situação que ora se assiste colaborando significativamente para negar a cidadania à nossa população pobre: a inversão de valores e prioridades no trato da coisa pública, aliado a efetivação de políticas públicas equivocadas ou mal intencionadas, onde as mesmas só visam favorecer aqueles que circulam sob a sombra do Poder.
Para que se sinta como a inversão de valores chegou a tal extremo, e que as mesmas são efetivadas de forma mal intencionada, é que chega a ser surpreendente as decisões tomadas pelo PT no último Congresso. O outrora partido que pregava a moralidade e o zelo dos bens públicos, quando do seu surgimento, hoje, indo na contramão da maioria da população brasileira, que tem aplaudido a maneira corajosa que vem assumindo a presidente Dilma em relação aos desvios de conduta de alguns apadrinhados encastelados nos Ministérios, sobre o manto protetor de alguns partidos políticos, deliberou contrário a esta atitude, preocupados unicamente com as futuras alianças políticas eleitoreiras, visando unicamente a manutenção do Poder pelo Poder.
Na verdade para se intitular como partido sério e preocupado com o futuro deste País, deveria ter deliberado pela extensão da faxina, levando para os Estados e Municípios, estes os maiores focos de desvio de conduta ética.
De acordo com o que foi decidido, a ética e a moralidade pública que vá para a lata de lixo.
Lógico que esta posição não é única do PT e sim de todos os demais partidos políticos, pois todos sem qualquer exceção, quando tiveram a oportunidade de estarem no Poder, cometeram algum tipo de falcatrua ou de desvio de conduta. É só ler ou pesquisar a atuaçao destes partidos quando tiveram o comando de alguma administração pública.
Ainda mais surpreendente, é ver o PT defender o controle da mídia, quando os seus hoje líderes, nos tempos em que era oposição e não tinha chegado ao Poder, sempre sob se utilizar desta mesma mídia para se promoverem e fazerem denúncias, muitas delas à época sem qualquer fundamento. Ai deste País se não fosse parte desta mesma mídia que hoje o PT quer controlar, quando nos tempos da ditadura e nos seus piores estágios, conseguiram mesmo sofrendo duras retaliações, denunciar as torturas que existiam nos porões dos DOi’s-CODI’s da vida e dos desmandos praticados pelos militares que insistiam em promover a mais dura perseguição ao povo e aos políticos brasileiro. Será que a preocupação reside no fato da imprensa está denunciando as roubalheiras praticadas pelos "administradores públicos" por eles indicados?
Mas retornando ao tema a respeito da saturação da administração pública, quando afirmamos que o que mais se tem observado é a inversão de valores e de prioridades. Temos que admitir que a questão ética é um fator imprescindível não só para sociedade, mas que deve ser um comportamento fundamental no exercício da função pública, onde todos que estão a serviço da população precisam ter a consciência e responsabilidade sobre os seus atos,agindo conforme os procedimentos éticos e morais sem se deixar levar pelos impulsos ou opinião daqueles que por acaso tenha o indicado.
O servidor público tem a obrigação de se pautar pela "impessoalidade", tendo claro que o termo é sinônimo de "igualdade", e se utilizando desta dualidade como parâmetro e fazendo deles questão chave no desempenho das suas funções, e, hoje deixada de lado por aqueles que exercem função pública, que ali estão apenas para servir quem o indicou levando o serviço público a níveis tão ineficazes.
A inversão de prioridades chegou ao extremo que se tornou normal e até aceita por grande parte da sociedade, a convivência diária com a corrupção praticada de forma deslavada no Brasil e que tomou corpo no setor público, afetando assim, a ética nos seus mínimos atos. Por isto nos surpreende a decisão dos caciques do PT em relação à faxina procedida no Governo Dilma.
Não se pode falar de ética, sem falar de moralidade, que é um princípio que deve abranger a administração pública como um todo e me parece que estes senhores que hoje dominam a cúpula do PT, não tem o mínimo pudor e respeito a este princípio, diante da resolução tomada. Espero que a presidente Dilma faça ouvido de mercador e continue corajosamente com a faxina que o Brasil tanto precisa e da qual a sua população espera.
A inversão de prioridades chegou ao extremo na administração publica deste País, que basta qualquer leigo entrar nos Ministérios, Secretarias de Estado ou de um Município, ou de alguns órgãos públicos, que irá observar a quantidade enorme de servidores sem nada ter o que fazer, chegando ao extremo que se todos chegarem no mesmo horário terá que ocorrer um rodízio de cadeiras pois não há lugar para todos. Mesmo não entendendo das técnicas de administrar, verá que eles funcionariam e bem com 1/3 dos servidores ali existentes. Enquanto isto, lá na ponta, para onde foram criados, falta professores nas nossas escolas e universidades. Faltam médicos e servidores nos hospitais públicos. Falta policiais civis e militares para oferecer uma segurança digna a população, enquanto nos quartéis estão cheios de militares em serviços administrativos ou nada fazendo, enquanto isso, não se vê um militar nas ruas cuidando da segurança da população. Observe a sua cidade e veja quantos militares existem oferecendo segurança. E no campo, onde o produtor rural está entregue às traças por falta de orientação técnica. Enquanto paga salários de marajás àqueles que estão em cargos sem maior relevância para a sociedade e que nada contribuem para o nosso desenvolvimento, e só estão lá porque estão indicados pelos conchavos políticos, pagam salário de miséria a professores, policiais e a médicos. Vejam o exemplo da Bahia, onde um professor de 40 horas ganha pouco mais de R$ 1.000,00, um médico R$ 1.200,00 e um policial R$ 900,00. Enquanto isto, um assessor de qualquer Secretário ou um chefete de órgão público está ai faturando R$ 6 a 7 mil para nada fazer de útil para a sociedade.
Isto não ocorre só na Bahia. Ocorrem nos demais Estados, municípios e no Governo Federal.
Esvaziem os Ministérios, Secretarias, Estaduais e Municipais e órgãos públicos e botem este pessoal para ir atender a população nos hospitais, escolas públicas, nas ruas para oferecer segurança à população, para a zona rural para atender ao agricultor, enfim ir para onde a população necessita de atendimento e veremos quantos realmente se disporão e estarão dispostos a servir a sociedade que os paga.
Temos que reconhecer também, que a nossa sociedade tem sua parcela de responsabilidade, pois não tem procurado se mobilizar para defender e exercer os seus direitos e ao denunciar procurar impedir a continuidade e que estes casos vergonhosos de inversão de valores e de abuso de poder por parte do Pode Público seja dado um basta.
Para que isto ocorra é importante e fundamental que todos passemos a exercer plenamente a nossa cidadania, e esqueçamos os argumentos comumente usados pelas elites intelectuais de que não nos mobilizamos por falta de uma cultura cidadã.
Se não possuímos esta cultura cidadã, então está na hora de começarmos a construí-la e será através da educação o mais forte instrumento na formação para que o cidadão se conscientize da necessidade da construção de um futuro melhor, exigindo da gestão pública uma mudança de paradigmas, para forçar que sejam invertidas as prioridades de hoje, de forma que o contribuinte que dela se utiliza diariamente sinta uma real mudança no atendimento, não só por meio da simplificação de procedimentos, como na celeridade de respostas, mas que sinta os reflexos da melhoria da qualidade dos serviços prestados principalmente na educação, saúde e segurança publica.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

REFORMAS ADIADAS: Administração pública saturada e cidadania limitada


A história da administração pública brasileira se confunde com o modelo de administração centralizada em detrimento à descentralização. Este é um modelo que nossos gestores tem feito vigorar a séculos, independente do estágio de modernidade que nos encontremos, e, como herança, assiste-se o distanciamento do Estado em relação à sociedade.
Observa-se, mesmo nos períodos mais democráticos, que a presidência tem o papel central no governo, apesar de todos saberem que o Poder deveria ser exercido harmonicamente pelo Executivo, Legislativo e Judiciário. Isso se dá em razão da excessiva centralização de poderes no Executivo, sem que haja de parte dos outros poderes qualquer reação, estabelecendo um modelo de federalismo desequilibrado que só vem a contribuir para o aumento da centralização.
O Brasil, apesar de hoje se encontrar economicamente bem situado, sendo considerada a 5ª economia mundial, porem, em matéria de gestão pública vive um verdadeiro descompasso entre as práticas políticas e ascensão econômica obtida. Isto ocorre em razão que o processo de modernização administrativa se dá tomando como base os interesses de quem governa e não os interesses maiores, que é o Estado.
Vivemos em uma Nação que prevalece o formalismo em detrimento da racionalidade e do bom senso. Em que o planejamento organizacional é substituído pela informalidade de interesses consensual, isto tudo apesar de ainda existir cidadão usuário dos serviços públicos clamando mudanças neste modelo de administração pública, que hoje está centrada na manutenção unicamente do status daqueles que se encontram na órbita do Poder.
O que mais se vê nos dias atuais são manifestações explícitas do clientelismo, do corporativismo e dos conflitos de interesses se sobreporem aos interesses e bem estar da maioria, fazendo todos acreditarem diante deste quadro que o nosso País não tem instituições públicas a altura do desenvolvimento que o Brasil tem alcançado, cujo desenvolvimento econômico já não permite conviver com uma administração pública arcaica e com a cara e formato do terceiro mundo. Isto em todos os níveis de Governo e de Poderes, onde o quadro de comportamento dos nossos gestores não condiz com a sociedade que pretende atingir.
Possui o País um Judiciário que nem de longe atende os anseios e as necessidades da grande maioria, muito pelo contrário, pelas suas decisões parece muito mais está aí para defender unicamente os interesses das elites, aliás, estrato social onde estão situados; um Poder Legislativo que a cada dia que passa mais se atola no lamaçal e na podridão de atos e ações criado pelos seus membros, trazendo como conseqüência um quadro de baixíssima ou quase nenhuma credibilidade. Por fim, um Executivo preso às negociatas, envolvido em todo tipo de corrupção e desvio de recurso público, utilizando os cargos públicos como moeda de troca, com a eterna desculpa de que é necessária para a governabilidade, para tal, a ética não deve ter lugar.
Temos um Estado "onipotente", sem que se tenha determinado os limites de sua responsabilidade e de atuação, caracterizado por atuar pontualmente, através de programas, sem se pautar pela ética e pelo planejamento tão necessário. Um Estado que se preocupa em escorchar os seus cidadãos através de pesados tributos diretos e indiretos, sem que, em contrapartida ofereça serviços públicos de qualidade a sua população, principalmente no que se refere à Educação, Saúde, Segurança Pública, Infra-Estrutura, Saneamento Básico, entre outros serviços que a sociedade tem demandado.
Vivemos em uma Nação em que impera a burocratização em excesso, muitos criando dificuldades para obterem vantagens, cujas ações mais visam atender aos desmandos políticos do que as necessidades da comunidade, onde o interesse partidário está acima do interesse público. Assiste-se a incompetência suplantar a competência, onde funcionários de carreira não são valorizados, sendo substituídos por “servidores” indicados em negociatas políticas, numa troca de favores e compromissos, que levam o serviço público a completa degradação.
O Brasil possui hoje uma elite acadêmica e profissional capaz de debater no mesmo nível com as maiores autoridades mundial. Quantos destes estão sendo aproveitados? Quase nenhum, porque o problema está nos desafios que estes podem provocar. E estes desafios não interessam a nossa classe política porque com certeza irá bater de frente com seus interesses escusos de manutenção do Poder.
Enfrentamos hoje o desafio da aceleração do desenvolvimento econômico, independente da crise mundial e das barreiras impostas pelo nosso Banco Central, cuja crise está comprovada ser mais uma vez financeira e não produtiva. Porém, para que obtenhamos este desenvolvimento com qualidade e que chegue a todos é necessário que dê a todos brasileiros o mínimo direito: o da cidadania. E isto só ocorrerá se diminuirmos as desigualdades econômicas e sociais. É necessário também que o estado preste serviços públicos decentes e de qualidade, bem como os gestores tenham capacidade mínima de manter a eficiência das instituições governamentais, que no modelo de troca utilizado nos dias atuais se torna muito difícil.
Em 1932, já dizia o presidente Getúlio Vargas: “o problema do Brasil é um problema de administração”. Nunca uma frase foi tão atual como esta.
Não conseguimos entender como em um País que pratica a mais alta escorcha tributária do planeta consegue ser capaz de prestar serviços que não se admite mais nos dias atuais. Por isso é que, ainda hoje, o diagnóstico getulista de 1932 continua tão atual. E ainda há defensores de criação de novos impostos, com a desculpa que irá para a saúde. Ora temos a CIDE que dizem que é cobrada para a manutenção das rodovias. E temos as rodovias que aí estão, que são verdadeiras vias para a morte, por falta de manutenção. Isto ninguém fala.
Recebi de um internauta ao qual peço desculpa por não citar o seu nome, por que infelizmente em um momento de vacilo deletei, mas que me chamou a atenção e vale aqui serem citados alguns exemplos, apenas para que as pesoas possam sentir o mível de descaso porque passamos:
Porque edifícios governamentais em Brasília funcionam há anos sem o “Habite-se”?
Qual a razão de um curto-circuito de fácil previsão, num aparelho de ar-condicionado ter causado um incêndio que destruiu vários andares de uma repartição pública, sem que os encarregados da vigilância nada pudessem fazer para detê-lo, pois os equipamentos de prevenção não funcionaram. E os bombeiros, por sua vez, só puderam entrar em ação longos minutos depois de chegarem ao local da tragédia, em razão de não haver água no local. Quantas vidas humanas teriam sido perdidas por esta razão, caso o sinistro tivesse ocorrido durante o horário de expediente?
Porque os bombeiros de Maceió tiveram que usar mangueiras furadas –remendadas no local - para debelar incêndio no mercado de artesanatos localizado no point turístico mais importante da cidade.
Porque uma jovem estudante universitária, acidentada durante um experimento de laboratório, levou uma hora e meia para ser socorrida, uma vez que a pia do laboratório era inadequada e no banheiro do prédio não havia água para que pudesse rapidamente limpar e retirar o ácido sulfúrico nela derramado?
Porque dois policiais civis do Rio de Janeiro morreram durante um translado de sete presos, em direção ao Tribunal, vítimas da ação de bandidos em maior número e mais bem armados? Na verdade, segundo reconheceram as próprias autoridades policiais, a escolta dos presos foi realizada em desacordo com as técnicas policiais para este tipo de operação.
Porque a tragédia da Região Serrana não foi evitada já que o Governador do Estado há meses tinha relatório que alertava para a possível ocorrência?
Se tivermos a curiosidade de levantar em cada Estado ou Município as falhas mais simples ocorridas por culpa dos nossos gestores, veremos o quanto Estado tem sido ineficiente e omisso nas mínimas coisas que deveriam está em defesa do seu cidadão, evidenciando a inoperância, o descaso e ineficiência na administração pública brasileira. Seriam medidas que deveriam fazer parte das atividades rotineiras de qualquer organização. Mas não as tomam certos da impunidade.
Parte da resposta para estes problemas de gestão é fácil de ser identificada, não só na relação precária do funcionamento das organizações públicas, mas da ingerência política e da falta de compromisso dos gestores com as causas sociais.
Lógico que quando ocore o problema se busca da satisfação a sociedade criando comissões para apurações cujo resultado todos já conhece o seu final: buscar-se-á um bode expiatório, mas o mal nunca será atacado em sua raiz.
É preciso que todos entendam que o nosso problema não é de incompetência intelectual, mas sim de competência organizacional; de eficiência gerencial.