segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Com Mais ou Menos Médicos, o que o pobre quer é atendimento

Desde que o governo Federal anunciou o Programa Mais Médicos, que temos lidos diversos artigos e manifestos a favor e contra o programa, cada um com seus pontos de vistas, tentam apresentar argumentos à sociedade, que justifiquem suas posições.
As críticas maiores daqueles que são contra o programa, principalmente as entidades representativas da classe médica nacional, esta fundamentada em dois pilares básicos: na questão da revalidação do diploma e na criação da carreira de estado para o médico.
Em meio à disputa entre o Ministério da Saúde e as entidades corporativas dos médicos brasileiros em torno do questionado programa, está a população pobre e carente das periferias e dos municípios pobres e distantes dos grandes centros, necessitados de profissionais, brasileiros ou não, para atuarem na atenção básica, haja vista que, como todos sabem, que mesmo em pleno século XXI, existem ainda locais que jamais receberam um profissional para atender a sua população.
Logo, a iniciativa do governo, independente da sua formatação tem que ser considerada louvável e vista de forma positiva, pois só sabem dos problemas aqueles que com eles convivem diariamente.
E a polêmica aumentou ainda mais quando o governo federal anunciou um acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) para trazer ao país até 4 mil profissionais cubanos ainda neste ano.
A gritaria tem sido intensa, ao extremo de entidades quererem proibir médicos brasileiros de atender brasileiros que porventura tenham tido um atendimento incorreto por parte daqueles médicos. Como se os nossos médicos não errassem e outros não tivessem que remediar o erro.
Cito o exemplo de um fato ocorrido comigo. Tive um problema, diagnosticado depois como neurológico, mas, quando procurei atendimento no pronto socorro o plantonista, que não era formado em Cuba, mas nas nossas faculdades de medicina, diagnosticou como problemas de próstata, apesar dos argumentos e mostrado exames de cerca de 03 dias.  E outros exemplos poderiam serem citados e que ocorreram comigo. Nem por isso o outro médico procurado deixou de nos atender.  
Ora. Todos sabem como existem os bons alunos há também os maus, assim também ocorrem nas profissões.
Não adianta as entidades de classe querer afirmar que temos médicos suficientes, pois o que sabe é que ninguém quer ir para cidades distantes e pobres. Esta é a lógica da nossa medicina mercantilista.
Valdevir Both, do Centro de Educação e Assessoramento Popular (Ceap), relata haver uma carência enorme de atendimento básico no sul do país – e a falta de estrutura não é o motivo. “No Rio Grande do Sul tem municípios que chegam a oferecer R$ 20 mil por mês de salário, com estrutura adequada, com ambulância equipada para os encaminhamentos necessários, e mesmo assim não encontram interessados. Alguns municípios optaram em pagar o curso de medicina para seus estudantes a fim de futuramente garantir atenção médica aos seus habitantes”, afirma.
Esta é a nossa realidade. Agora imaginem no Norte e Nordeste, regiões bem mãos pobres.
Sem entrar no mérito, mas temos que reconhecer que o Mais Médicos trouxe o problema da saúde pública para discussão da ordem do dia e que  finalmente o Estado brasileiro assumiu a responsabilidade de sua omissão ao longo desses anos.
Plagiando Valdemir, “o que tem acontecido até agora é a categoria médica regulando o mercado da medicina, num corporativismo cujas consequências hoje são visíveis na ausência de profissionais interessados em trabalhar no Sistema Público” ou se deslocarem para as periferias ou localidades mais pobres e sem conforto.
O que o Estado fez, foi criar  mecanismos para atender essa demanda e não será mais a corporação que irá condenar milhares de cidadãos à falta de atendimento médico”.
Não queremos daqui afirmar que as entidades médicas estão erradas. Mas se realmente temos médicos suficientes e dispostos a trabalharem nessas regiões hoje desprovidas de assistência, por que então, os Conselhos não apresentam um plano de deslocamento e a relação dos médicos que estariam dispostos? Ora, quem tá sofrendo o problema não são as elites ou pessoas que residem em bairros da classe média e alta. Quem está sofrendo o problema são os pobres que vivem nas periferias  e ou nos municípios pobres e distantes.
Ah! E o que sugerem eles? A criação da função de Estado para a  medicina.
E aí fica a pergunta: Será que um médico se sujeitaria a exercer a profissão como função de Estado, onde estaria impedindo de exercer a profissão médica particular, de ter seu consultório, de poder ter uma clientela em hospitais fora do sistema, para sobreviver com o salário de carreira. Digamos a de um juiz pouco mais de 15 mil?
Não sou adivinho. Mas se assim ocorrer, aposto que poucos se submeterão e aqueles que se submeterem, logo abandonarão.
Temos que acabar é com esta demagogia e corporativismo barato. No mundo todo, médicos, sejam cubanos ou de outros países são recebidos por outras nações, se unindo aos existentes, como forma de complementar o atendimento para quem necessita. O que se  quer é isso.
Se o Mais Médico não é a solução, então aqueles que são contra apresentem uma saída que atenda a todos, principalmente aos pobres que residem nas periferias e a população que estão distante, em municípios carentes. Como está é que não dá mais para ficar.

Uma coisa é a revalidação dos diplomas. Outra é o programa federal. Se o país possui ainda municípios, e não são poucos, que necessitam  de médicos, se há lugares onde não há profissionais, onde estaria a injustiça? 

domingo, 18 de agosto de 2013

Feira de Santana, outrora pujante hoje atolada na incompetência.

Residir no momento em Feira de Santana tem sido um ato de heroísmo e um desafio que ultrapassa tudo que se possa imaginar. Conseguir sobreviver às mazelas que hoje impera na cidade, tanto política como administrativamente, é um ato de bravura.
Instituíram no município uma infraestrutura onde as pessoas se deparam com um conglomerado político que mais parece um ninho de serpentes, transformando a máquina pública numa espécie de bunker ordinário que administra um município  maneta.
Enquanto os ‘donos’ desfilam sua incompetência, através de atos e ações no mínimo suspeitas e pouco transparentes, transformando os Poderes numa casa de câmbio xula, a outrora princesa do sertão, hoje, encontra-se absolutamente despreparada para receber qualquer visitante, diante do abandono que estão impondo ao município, submetido à magnitude da politicagem, onde a meritocracia é colocada de lado, dando lugar ao ‘é dando que se recebe’.
E a cidade se encontra completamente no esquecimento.
Feira de Santana hoje padece ante o abandono imposto pelo grupo político que há cerca de 13 anos domina o Poder e que alguns transformaram a arte da roubalheira institucional num expediente corriqueiro, de uma gestão voltada para o século XXI e não uma administração assentada em lembranças e modelos perversos do passado .
Pouco falta, se é que ainda falta, para que a bandeira da fraude e do já conhecido e anacrônico clientelismo seja hasteada e tremule diante dos gabinetes e salões dos órgãos públicos municipais, inclusive da Câmara Municipal, que deixou de ser um puxadinho da prefeitura, e passou a ser  uma extensão da cozinha do prefeito.
Corrupção e assalto do já combalido cofres públicos feirense são atos de ofício, ritos que parecem  já fazer parte do seu cotidiano, a partir do momento que passa a integrar, de forma indelével, as atribuições das funções eletivas e dos cargos de confiança, estabelecendo cotas para que cada vereador possa indicar seus cabos eleitorais, independente se estão preparados ou não. O importante é assaltar o erário público!
E assaltar os cofres públicos não só significa meter a mão no dinheiro diretamente. É assaltar os cofres públicos no momento que o setor, por exemplo, precisa de 02 médicos, e o vereador cuja área quando do loteamento da máquina coube a ele, indica dez técnicos de enfermagem.
É desviar os recursos públicos quando uma escola precisa de um professor e a diretora se vê com a mão na cabeça, obrigada a receber 05 auxiliares de serviços gerais.
É roubar quando o gestor deixa a cidade abandonada, caindo aos pedaços, esperando chegar ao caos, em termo de infraestrutura, para depois dá um banho de asfalto e pousar de bom administrador.
Hoje, passados cerca de oito meses que reassumiu a Prefeitura de Feira de Santana, não resta dúvida, que o atual prefeito se defronta com diversos problemas, principalmente por já não contar com Paulo Souto no governo do Estado que à época transformou a prefeitura feirense em uma secretaria de estado.
Além desta falta, que muito colaborou para transformar o atual prefeito no gênio como administrador público, não resta dúvida que outros problemas se somam, principalmente na área administrativa,  com destaque para o trânsito no centro comercial, transporte coletivo, comércio informal, do abandono do centro da cidade que mais parece uma favela e, em razão das chuvas, a quantidade de buracos nas vias públicas, que a cada dia aparece mais um.
Na realidade, do jeito que as coisas estão caminhando, parece que a cidade está sem comando, ou o prefeito está rodeado de incompetentes, como aliás ele costuma chamar alguns dos seus auxiliares em alto e bom som, sem esconder para ninguém.
Para aqueles  que integram o contingente de pouco mais de 600 mil habitantes e que não se rendem ou se vendem ao canto desafinado do Poder restará se perguntar  diante de tal barbaridade política e administrativa que o município está caminhando, como pode uma cidade como Feira de Santana, com a importância que tem no cenário nacional permanecer no estado que se encontra atualmente. Cidade líder de uma macrorregião com cerca de 125 municípios um dos maiores vertedouros comercial do Nordeste brasileiro, se encontrar na situação em que se encontra..
A propósito, é vergonhosa a forma desrespeitosa como está sendo tratada a saúde e a educação do município. É preciso que o governo municipal liderado por seu gestor assuma  seu quinhão de responsabilidade pelo derretimento político-administrativo de Feira de Santana.
É inadmissível o desprezo com que a população feirense está sendo tratada e o achincalhe que está sendo dado à saúde e à educação, onde dois vereadores se arvoram ‘donos do pedaço’, e nada é feito sem as suas digitais, e  o pior, transformaram estes dois segmentos em sustentáculo para campanhas futuras. A coisa está tão escandalosa, que os servidores já não sabem a quem se dirigir.
Isto sem contar a quantidade desnecessária de servidores contratados pelas cooperativas  por indicação deles.  A situação hoje beira ao escândalo.
Mesmo o municípios tendo uma  situação financeira e fiscal frágil. Muito frágil, basta pegar o orçamento da cidade e comparar com cidades de igual porte, como Aracaju, Maceió ou João Pessoa  e veremos os gargalos expressivos para o seu desenvolvimento, porém, nem assim os políticos feirenses se apiedam e deixam de  praticar  todo tipo de malfeitos e  mazelas.
Para que o leitor consiga compreender a situação em que o município se encontra basta ir a um posto médico em busca de algum medicamento. Gente tem muita, muitos inclusive batendo cabeça por não ter o que fazer e outros nem comparecem, participando do rodízio imposto, por não ter espaço para ficar, mais o medicamento este está difícil.
Diante das mazelas e malfeitorias praticadas pelos ‘donos do Poder’, o governo municipal promove o aniquilamento de áreas fundamentais — como Saúde, Educação, Infraestrutura e afins, transformando a cidade num monstrengo, que quem aqui vem, não volta jamais.
E para quem quiser duvidar é só analisar as indicações dos cargos comissionados n atual gestão, onde sem qualquer constrangimento, podemos afirmar que mais da metade desses cargos ocupados não foram observados e ou exigidos qualquer critério técnico e não passaram meramente de indicações políticas. Será que a isto podemos chamar de gestão?
É triste demais termos que  concluir que um município como Feira de Santana, outrora pujante e promissor, não consiga emergir do lamaçal em que está atolado por aqueles que hoje comandam seus destinos. Todos sem exceção têm sua parcela de culpa e de responsabilidade, desde a sua liderança maior àqueles vereadores e políticos que se utilizam da proximidade com o Poder e extrapolam suas funções, fazendo dos órgãos públicos trampolins para tentar voos maiores.   


domingo, 11 de agosto de 2013

Como a esquerda governar se quem comanda é a direita?

Duas frases pronunciadas nos últimos dias, talvez tenha passada despercebida pela maioria, mas que nos chamaram a atenção, não pelo seu conteúdo, mas por quem as emitiu.
A primeira foi bradada pelo ex – presidente Lula - que esqueceram de avisar que já não é mais e que não passa de ex -, quando em um evento em São Paulo, afirmou que os partidos de esquerda estão ficando ultrapassados e que está na hora dos governos considerados ‘esquerda da América Latina’ de mostrar que sabem governar.
Ao ler tal pronunciamento, me veio à dúvida. Quem será que estava ali discursando: o Lula candidato 03 vezes derrotado à presidência da República; o Lula eleito presidente, que após sua posse afirmou de alto e bom som que jamais fora de esquerda; ou o Lula presidente que no afã de se perpetuar no Poder e pousar como ídolo em um País carente de valores éticos se aliou ao que existe de pior na política nacional e fez retornar a linha de frente política e administrativa o que de ruim havia na direita nacional.
Só para lembrar alguns nomes que, através dos afagos de Lula, o povo brasileiro foi obrigado a engolir, como disse Zagallo: os Sarney’s, Renan Calheiros, Jaber Barbalho, Jucá, Sérgio Cabral e fez renascer das cinzas Collor de Mello, sem esquecer Paulo Maluf e tantos outros, que trouxeram como resultado principal, não a década perdida, mais a década da corrupção, em nível jamais visto.
E fiquei a pensar como a esquerda poderia mostrar que sabe governar, se quem continua administrando o País, são os mesmos, que há décadas não largam o osso do Poder?
Deixando de lado o governo Lula, onde 70% da sua equipe era composta por políticos de direita, muitos inclusive que chegaram a servir os governos da ditadura militar, voltemos ao presente e analisemos alguns nomes que compõem o governo Dilma.
Desde quando Cesar Borges, Moreira Franco, Guilherme Afiff, Garibaldi Alves, Edison Lobão, Gastão Vieira, Aguinaldo Ribeiro, Marcelo Crivella, entre outros que ocupam cargos estratégicos em estatais ou no segundo escalão, sem contar com o conselheiro econômico Delfin Netto são, tem ou tiveram alguma afinidade com o ideário das esquerdas?
Pelo contrário, a história de vida, tanto pessoal como política de alguns deles foi e é de combater a militância e os ideais esquerdistas e não passam de defensores do neocapitalismo como solução para os seus bolsos, ideário mor da direita.  
De positivo, esta alianças trouxeram como resultado o de acordar parte do povo brasileiro, principalmente a juventude e as levou às ruas, exigindo alguns direitos, que pareciam já incorporados á rotina do brasileiro.
A segunda frase também pronunciada e que me chamou a atenção, foi a dita pelo hoje ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que em um momento de lucidez, afirmou que as apurações quando realizadas contra o governo e aliados, ela tem que ser feita doa em que doer até as últimas consequências seus resultados e efeitos.
Porém, quando as apurações são realizadas contra aqueles que fazem oposição ao governo, não passam de jogadas ou perseguições políticas, referindo-se a choradeira do PSDB em relação ao propinoduto instalado em São Paulo e em Brasília, pelo menos por enquanto, para desviar dinheiro público que deveria ser investido nos metrôs daquelas duas cidades.
Apenas um alerta: a Bahia que bote suas barbas de molho, pois a Siemens também andou por aqui.
De novo comecei a me questionar. Será que este argumento de uma das lideranças petistas, foi para questionar os argumentos dos pessedebistas e seus aliados ou também vale para o seu partido, o PT?
Pois é sabido por todos que o PT tem tentado colocar seus militantes nas ruas para defender a quadrilha dos mensaleiros, um esquema montado na ante sala da presidência da república, que se transformou no maior escândalo político contemporâneo.
Este mesmo PT que vive alardeando que a roubalheira, não passou de caixa dois - argumento utilizado por Lula à época no afã de defender Zé Dirceu e Genoino e Delúbio (que a bem da verdade era muito íntimo de Lula a ponto de ter sido convidado para fazer parte da comitiva presidencial em diversas visitas oficiais a países) -,  é o mesmo que vive esperneando para que o STF inicie o julgamento do chamado ‘mensalão mineiro”, que tem as mesmas características do montado por Zé Dirceu, com  a maioria dos envolvidos partícipe de ambos e com a mesma formatação.
Se valer para todos a afirmativa lúcida do Ministro da Justiça, então se o mensalão do PT foi caixa dois, o de Minas também o é. Agora se o de Minas foi um esquema criminoso o do PT também é. Há diferença?
Ah! Talvez seja como disse o ministro, quando a pimenta é no olho dos outros é refresco, logo com os outros seria crime, conosco são apenas pequenos malfeitos, lembrando Dilma, quando tentou fazer a tão prometida faxina ética, mas que apenas ocorreu como efeito midiático, pois se alguém ousar fazer um levantamento verá que todos que  saíram àquela época, tal qual Lula fez com as excrescência da política nacional quando assumiu o governo, D. Dilma os fez retornarem, se não diretamente, mas indiretamente, através de paus mandados de inteira confiança daqueles que foram tachado de errados ou que haviam praticados ‘malfeitorias’.

Acorda de vez Brasil que não volte a dormir no berço esplêndido.