Residir
no momento em Feira de Santana tem sido um ato de heroísmo e um desafio que
ultrapassa tudo que se possa imaginar. Conseguir sobreviver às mazelas que hoje
impera na cidade, tanto política como administrativamente, é um ato de bravura.
Instituíram
no município uma infraestrutura onde as pessoas se deparam com um conglomerado
político que mais parece um ninho de serpentes, transformando a máquina pública
numa espécie de bunker ordinário que administra um município maneta.
Enquanto
os ‘donos’ desfilam sua incompetência, através de atos e ações no mínimo
suspeitas e pouco transparentes, transformando os Poderes numa casa de câmbio
xula, a outrora princesa do sertão, hoje, encontra-se absolutamente
despreparada para receber qualquer visitante, diante do abandono que estão
impondo ao município, submetido à magnitude da politicagem, onde a meritocracia
é colocada de lado, dando lugar ao ‘é dando que se recebe’.
E a
cidade se encontra completamente no esquecimento.
Feira de
Santana hoje padece ante o abandono imposto pelo grupo político que há cerca de
13 anos domina o Poder e que alguns transformaram a arte da roubalheira institucional
num expediente corriqueiro, de uma gestão voltada para o século XXI e não uma
administração assentada em lembranças e modelos perversos do passado .
Pouco
falta, se é que ainda falta, para que a bandeira da fraude e do já conhecido e
anacrônico clientelismo seja hasteada e tremule diante dos gabinetes e salões
dos órgãos públicos municipais, inclusive da Câmara Municipal, que deixou de
ser um puxadinho da prefeitura, e passou a ser
uma extensão da cozinha do prefeito.
Corrupção
e assalto do já combalido cofres públicos feirense são atos de ofício, ritos
que parecem já fazer parte do seu
cotidiano, a partir do momento que passa a integrar, de forma indelével, as
atribuições das funções eletivas e dos cargos de confiança, estabelecendo cotas
para que cada vereador possa indicar seus cabos eleitorais, independente se
estão preparados ou não. O importante é assaltar o erário público!
E
assaltar os cofres públicos não só significa meter a mão no dinheiro
diretamente. É assaltar os cofres públicos no momento que o setor, por exemplo,
precisa de 02 médicos, e o vereador cuja área quando do loteamento da máquina
coube a ele, indica dez técnicos de enfermagem.
É desviar
os recursos públicos quando uma escola precisa de um professor e a diretora se
vê com a mão na cabeça, obrigada a receber 05 auxiliares de serviços gerais.
É roubar
quando o gestor deixa a cidade abandonada, caindo aos pedaços, esperando chegar
ao caos, em termo de infraestrutura, para depois dá um banho de asfalto e
pousar de bom administrador.
Hoje, passados cerca de
oito meses que reassumiu a Prefeitura de Feira de Santana, não resta dúvida,
que o atual prefeito se defronta com diversos problemas, principalmente por já
não contar com Paulo Souto no governo do Estado que à época transformou a
prefeitura feirense em uma secretaria de estado.
Além desta falta, que
muito colaborou para transformar o atual prefeito no gênio como administrador
público, não resta dúvida que outros problemas se somam, principalmente na área
administrativa, com destaque para o
trânsito no centro comercial, transporte coletivo, comércio informal, do
abandono do centro da cidade que mais parece uma favela e, em razão das chuvas,
a quantidade de buracos nas vias públicas, que a cada dia aparece mais um.
Na realidade, do jeito que as coisas estão caminhando, parece que a
cidade está sem comando, ou o prefeito está rodeado de incompetentes, como
aliás ele costuma chamar alguns dos seus auxiliares em alto e bom som, sem
esconder para ninguém.
Para
aqueles que integram o contingente de
pouco mais de 600 mil habitantes e que não se rendem ou se vendem ao canto
desafinado do Poder restará se perguntar
diante de tal barbaridade política e administrativa que o município está
caminhando, como pode uma cidade como Feira de Santana, com a importância que
tem no cenário nacional permanecer no estado que se encontra atualmente. Cidade
líder de uma macrorregião com cerca de 125 municípios um dos maiores
vertedouros comercial do Nordeste brasileiro, se encontrar na situação em que
se encontra..
A
propósito, é vergonhosa a forma desrespeitosa como está sendo tratada a saúde e
a educação do município. É preciso que o governo municipal liderado por seu
gestor assuma seu quinhão de
responsabilidade pelo derretimento político-administrativo de Feira de Santana.
É
inadmissível o desprezo com que a população feirense está sendo tratada e o
achincalhe que está sendo dado à saúde e à educação, onde dois vereadores se
arvoram ‘donos do pedaço’, e nada é feito sem as suas digitais, e o pior, transformaram estes dois segmentos em
sustentáculo para campanhas futuras. A coisa está tão escandalosa, que os
servidores já não sabem a quem se dirigir.
Isto sem
contar a quantidade desnecessária de servidores contratados pelas
cooperativas por indicação deles. A situação hoje beira ao escândalo.
Mesmo o
municípios tendo uma situação financeira e fiscal frágil. Muito
frágil, basta pegar o orçamento da cidade e comparar com cidades de igual
porte, como Aracaju, Maceió ou João Pessoa
e veremos os gargalos expressivos para o seu desenvolvimento, porém, nem
assim os políticos feirenses se apiedam e deixam de praticar
todo tipo de malfeitos e mazelas.
Para que
o leitor consiga compreender a situação em que o município se encontra basta ir
a um posto médico em busca de algum medicamento. Gente tem muita, muitos
inclusive batendo cabeça por não ter o que fazer e outros nem comparecem,
participando do rodízio imposto, por não ter espaço para ficar, mais o
medicamento este está difícil.
Diante
das mazelas e malfeitorias praticadas pelos ‘donos do Poder’, o governo
municipal promove o aniquilamento de áreas fundamentais — como Saúde, Educação,
Infraestrutura e afins, transformando a cidade num monstrengo, que quem aqui
vem, não volta jamais.
E para
quem quiser duvidar é só analisar as indicações dos cargos comissionados n
atual gestão, onde sem qualquer constrangimento, podemos afirmar que mais da
metade desses cargos ocupados não foram observados e ou exigidos qualquer
critério técnico e não passaram meramente de indicações políticas. Será que a isto podemos chamar de gestão?
É triste
demais termos que concluir que um
município como Feira de Santana, outrora pujante e promissor, não consiga
emergir do lamaçal em que está atolado por aqueles que hoje comandam seus
destinos. Todos sem exceção têm sua parcela de culpa e de responsabilidade,
desde a sua liderança maior àqueles vereadores e políticos que se utilizam da
proximidade com o Poder e extrapolam suas funções, fazendo dos órgãos públicos
trampolins para tentar voos maiores.
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