quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Bispo Cearense: porta voz de nosso povo


Após o escândalo dos aumentos autoconcedidos por nossos parlamentares, cujos índices fogem a qualquer realidade que possa ser obtida por qualquer dos simples mortais e, quando o novo governo sinaliza com um aperto de cintos, inclusive com a ameaça de não concessão de qualquer aumento para o funcionalismo público, estes “bravos e dedicados homens públicos”, resolveram brindar algumas autoridades, com a Comenda dos Direitos Humanos Dom Helder Câmara, talvez, vendo nesta homenagem e nos homenageados, um forma de calar e cooptar algumas vozes dissonantes e críticas àqueles que foram eleitos para servir e representar o povo, e assim, transformar o restante do país em idiotas.
Para justificar o aumento, os nossos “bravos homens públicos” utilizam o velho argumento de isonomia entre os três poderes. Ora, se eles defendem realmente a isonomia porque não as estendem a toda camada de servidores e não só para eles.
É preciso esclarecer que, os deputados e senadores além dos salários, recebem uma série de vantagens que só é permitido a eles gozarem, tais como: auxílio moradia, pagamento de escritórios políticos em seus estados, passagens aéreas, impressão, verba de gabinete, combustível, entre uma série de outras, que os transformam nos políticos mais bem pagos do mundo.
Porém, entre os homenageados tivemos um dos presentes que bem representou o que eleitor brasileiro gostaria de dizer na cara destes parlamentares, todo o nojo e repulsa pelo ato por eles praticado, e a ele DOM MANUEL EDMILSON CRUZ, bispo de Limoeiro do Norte, no Ceará, rendo as minhas homenagens.
Pena que o fato não tenha tido o destaque que sua atitude merecia.
Para aqueles que procuraram minimizar o ato do bispo, considerando o protesto como falta de educação, apenas tenho a acreditar que após a crítica suas contas bancárias tiveram um significado aporte de recursos.
O protesto ocorreu na solenidade de entrega da Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara no Senado contra o reajuste de 61,8% concedido a deputados e senadores na semana anterior. Na solenidade, o bispo de Limoeiro do Norte (CE), dom Manuel Edmilson Cruz, recusou-se a receber a comenda e que para alegria da nossa população o ato terminou em constrangimento para os parlamentares que estavam em plenário
Ao rejeitar a comenda o bravo bispo destacou a realidade da maioria da população, principalmente a mais carente, aquelas que precisam utilizar o SUS, as quais são obrigadas a enfrentar as filas dos hospitais da rede pública: “Não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta”.
Continuando, o bispo foi taxativo: “A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”. Nesse momento, o público presente aplaudiu a decisão.
Após a recusa formal, o bispo cearense em sua justificativa acrescentou a respeito do auto concessão do aumento que “ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho”. Foi taxativo ao defender que o reajuste dos parlamentares deve guardar sempre “a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e o da aposentadoria”.
Dom Edmilson Cruz com este ato, tem e deve ser cumprimentado por onde passar e ao assumir esta postura, ele apenas foi coerente com a realidade do nosso povo e se fez de porta voz dos menos favorecidos.
Diante deste simples ato é importante que os nossos parlamentares acordem para a realidade e entendam que gestos e exigências como estas poderão começar a estourar por todos cantos deste País, exigindo que o Congresso Nacional comece a reavaliar as suas decisões de forma que atenda a realidade da população e não apenas a sua realidade.
Importante que se esclareça que o protesto do bispo, não foi um ato isolado contra o reajuste dos parlamentares. O ato não se resumiu apenas à sua manifestação. Cerca de 130 estudantes secundaristas e universitários de Brasília foram barrados na entrada principal do Congresso quando se preparavam também para protestar contra a decisão tomada pelos parlamentares.
É necessário que os homens guindados a representante do povo no parlamento estejam conscientes que é impossível conceber um futuro para nosso povo e as gerações que estão por vir sem integrar os excluídos da cidadania e sem respeitar a todos. E não será com atitudes como esta que eles merecerão o respeito da sociedade brasileira.
Vivemos em um País com uma realidade bem diferente de Brasília e dos principais centros e metrópoles urbanas. Se andarmos pelas diversas regiões brasileiras iremos nos defrontar com bolsões de pobreza e miséria, cabendo, principalmente aos nossos legisladores a sensibilidade e a percepção para que não deixem passar a oportunidade e não percam a oportunidade de desenvolver e implementar projetos que reduza a pobreza e melhoraria a qualidade de vida do povo.
Portanto que aproveitem o momento atual, quando a partir de 1º de janeiro próximo estarão assumindo os seus mandatos, que não desapareçam e continuem visitando os seus Estados e Municípios, não o equívoco do “esquecimento”.
Deixem os interesses pessoais de lado e pensem no povo. Acordei.




terça-feira, 14 de dezembro de 2010

FAMÍLIA: a grande prova


A relação familiar é uma situação complexa e deve ser entendida pela ótica que ao constituí-la, foi formada uma sociedade com objetivos e interesses, idênticas a uma sociedade empresarial, quando pessoas se unem com objetivos e finalidades a fim de alcançarem uma meta pré-determinada.
Como toda sociedade, a longa convivência e diante de problemas e dificuldades do dia a dia, por certo trará desgastes em sua relação e este desgaste e a rotina a que estão submetidos, por conseqüência trará discussões, desencontros e desentendimentos. Normal em qualquer relação duradoura. Aliado a isto, por mais que leve tempo namorando e noivando, as pessoas só se conhecem realmente quando passam a viver sobre o mesmo teto, enfrentando os problemas e as dificuldades do dia-a-dia,
Sobre a ótica da doutrina espírita, no que se refere ao laço familiar, esta união são provas passadas que deve ser enfrentado neste presente com o objetivo de obter avanço espiritual futuro. Portanto, dizer que tem ou vive em família, é relativo.
Para que possa melhor se situar, seria importante que fizesse uma análise em relação ao seu passado e seu relacionamento e comportamento com as pessoas que espiritualmente se encarnaram naquele clã familiar. Que observe o nível de relacionamento daqueles que se sacrificaram para criá-lo e com qual responsabilidade os seus pais procuraram transmitir valores, difíceis de ser absorvido.
Diante dos postulados espírita, conclui-se que o núcleo família para aquele que ali se reencarnou, servirá como o termômetro para avaliar o quanto como indivíduo evoluiu ou deixou de evoluir. Portanto, independente da “família” em que se encontra, é preciso saber que foi você que escolheu ali aportar e cabe a você se utilizar deste ambiente para evoluir, procurando transformar o convívio familiar o mais aconchegante, transformando esta experiência em aprendizado. Portanto, é necessário que haja um mínimo de relação interpessoal entre os membros do ciclo familiar, independente da relação de parentesco, entendo ser esta relação a base da sustentação moral e psicológica do ser humano.
Assim sendo, devemos entender ser na família o início, o meio e o fim da construção de pilares da trajetória do ser humano, fornecendo-o uma experiência ímpar, os quais são representados por momento de alegrias, tristezas, dores, sofrimentos e dissabores.
Tudo isto são provas que todos temos que passar, por isto, não existe um modelo padrão de família. Cada uma traz as provas pelas quais os seus membros terão que passar.
Lembremos que, na união das pessoas para formação do núcleo familiar, está em jogo o que há de mais nobre no ser humano: O SENTIMENTO. Apesar de sua nobreza, muitas vezes não o levamos em consideração, e com palavras e atos o atingimos, levados que somos pelas imperfeições que trazemos ou construímos ao longo da vida, tais como o orgulho, egoísmo, inveja, ciúme, mágoa, prepotência e ganância, entre outras, que são permanentemente testados. Lógico que sentimentos nobres também trazemos ou adquirimos ao longo da caminhada, como a CAPACIDADE DE AMAR, o que nos traz algum alento e ajuda aos atingidos, para que possam enfrentar a situação sem que apresente uma reação na proporção da dor sofrida.
É triste chegarmos à velhice e ao avaliar o fim da caminhada, ver que não atingimos a meta projetada, observarmos que não conseguimos contribuir para que o desempenho das relações familiares se tornasse a mais perfeita possível. Mais triste ainda é pensar ou ouvir de outros que você nada contribuiu para harmonia familiar. Dói você ouvir das pessoas que não vivem ou seu lar não é uma família. Mesmo entendendo que uma família é constituída por uma variedade de espíritos que nela se encarnaram e que somos seres imperfeitos portanto passível de cometer erros, porém, ouvir que você pouco ou nada contribuiu para uma boa relação, crescimento, boa convivência e ajuda mútuo e fraterno na ambiente familiar, é triste.
Portanto, é importante que cada um de nós comece a analisar a família que queremos construir para o futuro e como nos comportamos e agimos na família em que vivemos. Nunca será tarde dar-mos importância à relação familiar dentro da dinâmica da vida. Lembre-se: nunca será tarde para recomeçar e mesmo diante da uma auto-avaliação negativa, é preciso que analise o seu desempenho e a sua contribuição naquela “desintegração” e observe qual o seu papel na estrutura familiar e reflita sobre os erros cometidos.
Importante estar consciente que é errando que se chega à perfeição, e que gradualmente a cada erro corrigido acrescido aos acertos alcançados, alcançaremos a evolução e degrau a degrau alcançaremos níveis mais altos da nossa consciência. E, queiramos ou não, o primeiro degrau desta escalada evolutiva está na família, célula mater e início da caminhada e da auto-responsabilidade assumida.
Portanto, colocar a família em primeiro lugar deve ser uma proposição óbvia. Contribuir para conciliar a relação familiar é papel a ser exercido por todos que nela encarnaram, não espere ou jogue a culpa nos outros.
Importante que todos entendam: ao colocar a família em primeiro lugar também traz um custo, cujo peso nem todos podem assumir. Traz sacrifícios, uma vez que ao priorizar a família isto implicará em menos dinheiro, fama ou até projeção social. Você com certeza irá ver muitos amigos e colegas alcançar patamares sociais inatingíveis por você, porém, o que lhe trará o consolo é saber e está consciente, que mesmo com todos os erros cometidos, você priorizou a sua família e tudo fez para mantê-la viva. Que alegria você olhar para os seus filhos e ver todos formados. Todos respeitados pelo caráter e pelo comportamento dentro da sociedade.
Enquanto isto aqueles que muitas vezes optaram pelo sucesso gratuito e pela fama, poderia se perguntar se seria verdadeiro o seu sucesso ao ver um filho drogado muitas vezes levados ao vicio por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia a dia. Ou até mesmo, saber que seu filho é taxado pela sociedade que o admira como marginal? Enfim que adianta ser bem sucedido se a família esta desintegrada e distribuídas entre viciados e marginais.
Portanto, reflita bem a importância da família e não queira que a sua siga o modelo de outras ideadas por sua imaginação. Cada uma tem sua característica e traz na sua formação o papel a ser desempenhado. Por isto é tão difícil se ter uma família.

A TODOS (AS) DESEJO UM FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EDUCAÇÃO: tem que mudar o atual modelo.


Não será com baixos salários e ínfimos investimentos que tiraremos a nossa EDUCAÇÃO do caos em que se encontra. Devemos mudar o seu modelo de forma que se possa oferecer à nossa juventude uma educação de qualidade e acenar para um futuro menos perverso.
A política educacional pública implementada em nosso País, principalmente pelos Estados e Municípios, se não está um caos total, porém está a beira do abismo, tendo em vista que é executada por nossos dirigentes públicos de forma a oferecer o oposto a vir a melhorar a escola pública e tirar o Brasil do atraso educacional em que se encontra.
Medidas diversas e urgentes devem ser tomadas de forma a compensar o atraso a que estamos submetidos para o setor. E, dentre as diversas necessárias, queremos destacar algumas que, se concretizadas, com certeza já seriam suficientes para começar a sinalizar com a melhora do nosso modelo educacional.
A primeira medida seria remunerar bem o docente, de forma que lhes assegure um mínimo de dignidade, garantindo-lhes um salário que devolva à carreira do magistério a sua valorização. Mas não é só garantir um salário digno, mas, também, que seja dada a categoria um Plano de Cargo e Salários, discutidos com as bases, que lhe sirva de bússola para o seu futuro.
Ao devolver a dignidade, com certeza o professor se sentirá mais comprometido e dará à educação a prioridade que esta merece.
A Lei do Piso Salarial do Magistério seria talvez, o ponta pé inicial para a valorização do professor, desde que os nossos governantes decidissem priorizar a educação, e passassem a cumpri-la integralmente. Devemos combater e denunciar aqueles dirigentes políticos, infelizmente incrustados em todos os partidos políticos, mas principalmente os do PSDB/DEM por terem mais se destacado no descaso que dão a educação, que procuram transformar a categoria em seus reféns, que para compensar o arrocho salarial a que os submetem, instituem bonificações e premiações por “mérito”.
Este modelo implantado por alguns Estados e Municípios, não traz a dignidade aos professores, muito pelo contrário, depõe contra a qualidade de ensino, pois para obter o prêmio estipulado, o docente terá que ser subserviente aos padrões estabelecido pelo governante de plantão. Além do mais, em razão da busca de melhores salários, o professor é submetido a jornadas semanais cada vez mais altas, a salas de aulas cada vez abarrotadas de alunos, deforma que, com esta submissão possa obter a premiação. O resultado final obtido com esta busca de “melhoria salarial”, os profissionais ficam cada vez mais propensos a esgotamentos físicos e emocionais, além de acumular outros problemas de saúde.
Outra medida que com certeza iria contribuir para uma agenda positiva, seria a redução da jornada de trabalho dos profissionais de educação, com ampliação do tempo previsto para o planejamento das aulas, avaliação e formação continuada do docente, conforme determina a Lei do Piso Nacional do Magistério, que prevê que um terço da jornada do professor seja dedicado a estas atividades.
Ocorre que, infelizmente, este artigo não pode entrar em vigor, porque a insensibilidade e insensatez de alguns governadores, articulada pelos governadores do PSDB (José Serra, Aécio Neves e Ieda Crusius), entraram com ação de suspensão do referido artigo junto ao Supremo Tribunal Federal – STF.
Uma terceira medida seria o estabelecimento de no máximo 25 alunos por sala de aula como norma rigorosa a ser cumprida, oferecendo desta forma, condição ao docente para que possa dar uma maior atenção aos alunos, diferentemente do que ocorrem normalmente, em salas de aula com 40 e 50 alunos.
Nas condições atuais, de salas de aulas superlotadas e sem o mínimo de conforto e condições materiais de trabalho precários, é impossível um ensino de qualidade, por mais que o professor esteja preparado.
Diante desta situação é comum vermos estudantes concluir o primeiro grau ainda analfabetos ou semi-alfabetizados, e muitos, já no segundo grau, sem conseguirem dominar as quatro operações básicas da matemática, ou até mesmo, sem conseguirem ler e interpretar um texto corretamente, por mais simples que seja.
Este é o resultado de salas de aulas superlotadas e este é o futuro que oferecem aos nossos jovens.
Uma quarta medida, tão importante como as anteriores, é o aumento dos investimentos para o setor, que em nosso País ainda é muito pouco os gastos do Poder Público na educação, para o muito que estamos devendo.
Quando falamos em aumentar os investimentos, estes devem ser focados na melhoria das condições de trabalho e na qualidade do ensino. Não como o faz certos dirigentes, investindo em supérfluos, achando que assim está contribuindo.
É preciso que os nossos dirigentes públicos deixem os discursos de palanque e cumpram efetivamente o prometido. E aí vai um recado para os novos dirigentes que emergiram das urnas, que coloquem na sua agenda a prioridade nº1 a EDUCAÇÃO, e para que isto possa acontecer, é necessário fortes investimentos nesta área.
Devemos deixar de lado a prioridade assumida de pagar os juros da dívida pública, utilizando os recursos do superávit primário para prioritariamente investir na educação, revertendo às péssimas condições do ensino público, equipando as escolas, qualificando os docentes, oferecendo salas de aula dignas e confortáveis, contratando através de concurso público funcionários e professores; elevando os salários a um patamar de dignidade profissional e reduzir a jornada do docente de forma que lhes dê melhores condições de salubridade.
Devemos reconhecer que no Governo Lula muita coisa se avançou, porém não o suficiente para tirar o atraso a que o Brasil submeteu a educação, portanto, caberá ao seu sucessor assumir a bandeira da educação, como a saída honrada para melhor qualificar as nossas futuras gerações.