quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Um motorista derrubou Collor; agora um piloto ameaça implodir Ciro Nogueira e o Centrão

O piloto executivo Mauro Mattosinho prestou depoimento à PF e gora se manifesta nas redes com graves denúncias que envolvem, além do senador, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda...

O ex-presidente e atual presidiário Fernando Collor de Mello, que goza de seu período de oito anos de prisão a que foi condenado em sua cobertura em frente ao mar de Maceió, teve seu pedido de impeachment detonado a partir da delação de um motorista. O nome dele é Eriberto França.

Eriberto trabalhava para secretária de Collor e seu testemunho na CPI do esquema PC Farias foi fundamental para derrubar Collor. Ele revelou que o pagamento de despesas da Casa da Dinda, residência de Fernando Collor, era feito com dinheiro do tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Faria — o PC Farias. Além das despesas da casa da Dinda, Eriberto disse que o Fiat Elba usado por Collor foi comprado com dinheiro desviado.

Agora um novo motorista, ou melhor, piloto, já que não dirige carro, mas aviões, ameaça explodir o Centrão com as denúncias que fez à Polícia Federal e repete em seu perfil no Instagram, que usa como uma forma de se defender dos poderosos que querem calá-lo.

O nome dele é Mauro Caputti Mattosinho. Ele denuncia o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o presidente do União Brasil, Antonio Rueda,o ex-ministro do STJ César Asfor Rocha de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), diz estar com medo e pede ajuda.

Eu descobri algo que políticos poderosos não querem que você saiba. O meu nome é Mauro Mattosinho e em menos de dois minutos eu vou te explicar tudo. Eu sou piloto de jatos privados desde 2009 e eu fiz carreira na aviação executiva.

No final de 2023, eu fui contratado pela Táxi Aéreo Piracicaba para pilotar um Gulfstream G150. No começo parecia um trabalho normal, mas bastaram alguns meses para eu perceber que o trabalho que eu fazia não eram apenas com os corporativos. O avião que eu pilotava pertencia a Beto e Primo, dois empresários apontados pela Polícia Federal, mantendo ligações com o crime organizado.

Mas não era só isso. Outras aeronaves da TAP pertenciam a figuras do alto escalão da política e da economia do país. Antônio Rueda, presidente do Partido União Brasil.

Danilo Trento, jornalista investigado por corrupção do INSS. E César Asfor Rocha, ex-ministro do STJ. Esses aviões eram operados sem transparência, com sua propriedade oculta e comprado com grandes quantidades de dinheiro sem origem clara.

Especialmente depois do escândalo do INSS. Nesses voos a Brasília, eu presenciei o transporte de dinheiro vivo, ouvi conversas diretas de encontros e acordos entre Beto e Primo e políticos como o senador Ciro Nogueira. A TAP era usada como um mecanismo aéreo de lavagem de dinheiro e influência, e não empresários, lobistas e parlamentares.

Quando eu entendi a dimensão disso, eu decidi agir. Procurei jornalistas investigativos e procurei a polícia poderosa. Eu perdi minha carreira, minha estabilidade e precisei me afastar das pessoas do mundo.

Mas ganhei algo que nenhum dinheiro pode. A consciência tranquila de quem fez a coisa certa. Hoje eu vivo sob risco.

Mas não me arrependo, porque o Brasil agora sabe a verdade. E cada pessoa que comenta, compartilha, que engaja e acompanha, ajuda a proteger essa verdade. Meu nome é Mauro Mattosinho e eu escolhi fazer a coisa certa.

•        Fracassado, humilhado e presidiário, Bolsonaro ainda orienta as ações da direita. Por Moisés Mendes

Bolsonaro era o chefe de uma organização criminosa. A facção que ele chefiou fracassou na tentativa de golpe. Bolsonaro foi condenado pelo Supremo e está preso para cumprir 27 anos e três meses de cadeia. Quando em prisão domiciliar, tentou violar a tornozeleira eletrônica e também fracassou.

Bolsonaro é presidiário por ter sido um criminoso cruel, mas desastrado e fracassado. Está doente e fraco. Dengoso, se queixa até do barulho do ar-condicionado no entorno da cela. Mas continua orientando os rumos das decisões de pelo menos um terço do eleitorado, que em uma eleição chega à quase metade dos que vão votar.

Esse criminoso fracassado, julgado, condenado e preso é referência política não só para a extrema direita, mas para toda a velha direita. É bússola para Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira, Gilberto Kassab e para as bases lideradas por essas figuras.

Poderia ser apenas assim. Um fracassado e preso poderia, como fazem os chefões de facções criminosas encarcerados, continuar mandando nos que dele dependem fora da cadeia. Mas Bolsonaro manda neles e orienta também a cobertura da grande imprensa.

Tudo o que o chefão preso determina vira manchete nos veículos das corporações de mídia. Tratando na mais absoluta normalidade o que não é uma aberração apenas política. É uma aberreação humana.

Em nome dos direitos de um criminoso, em respeito à democracia que ele tentou triturar, o chefão normaliza suas relações com os seus e ganha cobertura entusiasmada dos jornalões. Já preso, esse criminoso tinha seu nome incluído em pesquisas de intenção de voto para 2026.

Um filho dele fugiu para os Estados Unidos, o outro mora no Rio e será candidato a senador por Santa Catarina e o mais velho foi anunciado como o seu nome a presidente em 2026.

Um sujeito preso como chefe de organização criminosa, que tentou fugir, que diz não ter condições de saúde para ficar encarcerado, continua determinando o que a direita deve fazer, com o suporte da grande imprensa.

Fracassado na tentativa de se reeleger, que fracassou como golpista e que fracassa até como presidiário, esse sujeito continua a serviço da direita, na tentativa de manter Lula acossado, porque até as facções do Congresso fingem não depender, mas ainda dependem dele.

Esse é o chefão preso que arreda a mulher para um lado, por desconfiar que seu poder político pode ter mesmo alcance nacional, e que escolhe o filho para peitar Tarcísio de Freitas, o agregado em quem ele não confia.

Um morto vivo continua inspirando as ações da direita. O Congresso da PEC da Bandidagem, que sempre foi um parlamento de maioria de direita, é agora um reduto contaminado pelo fascismo. Porque um sujeito preso, derrotado e humilhado, continua a orientar e inspirar as ações de sabotagem contra Lula, o governo e o Supremo.

Em nome das liberdades, os jornalões fabricam editoriais em defesa das prerrogativas do Congresso que planeja cassar Alexandre de Moraes, só como vingança, porque essa é a orientação de Bolsonaro, para a qual convergem também os liberais brasileiros, com ou sem disfarces.

O povo rejeita a família e quer ver Bolsonaro preso, como mostra de novo a mais recente pesquisa Datafolha. Esse povo não votaria em indicados por Bolsonaro. E já avisou, em todas as pesquisas, que ele não significa mais o que significou para quem vota contra Lula.

Mas as lideranças da velha direita, os jornalões, a Fiesp de novo sob Skaf e o agro pop ouvem Bolsonaro, como se ele fosse a voz na tornozeleira que amarrou todos eles às ideias salvadoras do fascismo. A direita ouve e tenta se orientar pela voz de um morto, e não há o que fazer.

O chefe da organização criminosa, já abandonado pelos que ganharam projeção nas suas costas, continua sendo escudo da direita sem rumo à procura de uma alternativa que não existe até agora e talvez não se apresente mais uma vez.

Preso, fracassado, abandonado. Mas é dele, por pacto, a alma da direita brasileira sequestrada em 2018 e desde então sem forças para se autodeterminar. Flávio Bolsonaro é manchete e será pauta por muito tempo, porque tudo que interessa à direita depende da índole do bolsonarismo.

Bolsonaro fez com que boa parte do Brasil virasse um grande PCC, com subfacções e alguns meios tons, mas com todos submetidos à única estratégia capaz de enfrentar Lula: é preciso pensar e agir como bolsonarista, mesmo que Bolsonaro seja dado como morto.

•        Aliados de Bolsonaro veem candidatura de Flávio como tentativa de agradar Trump

A repercussão das falas de Flávio Bolsonaro sobre sua pré-candidatura ao Planalto provocou desconforto entre aliados e aprofundou a crise política em torno da família.  O senador se lançou candidato na sexta-feira (5) e, apenas dois dias depois, no domingo (7), admitiu publicamente que poderia desistir da disputa mediante “negociação”. As informações são da jornalista Andréia Sadi, do g1.

O movimento foi recebido como desastroso por lideranças do campo conservador, que apontam falta de estratégia e desgaste crescente do grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A oscilação provocou impacto direto no mercado financeiro, derrubando a Bolsa e pressionando o dólar.

No domingo, ao comentar a possibilidade de recuar da candidatura, Flávio declarou: "Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho um preço para isso, que eu vou negociar. Eu tenho um preço, só que eu só vou falar para vocês amanhã". A afirmação reforçou percepções de que o gesto não tinha objetivo eleitoral concreto, mas funcionaria como moeda de troca num cenário político ainda incerto.

Nos bastidores, aliados avaliam que a iniciativa do senador busca agradar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante do temor de que o governo norte-americano retire as sanções contra autoridades brasileiras, entre elas Alexandre de Moraes. Para interlocutores, a família Bolsonaro acredita que lançar um nome próprio à Presidência poderia sinalizar força política e preservar interlocução com Washington.

A estratégia, porém, é vista internamente como arriscada. Caso Trump avance em sua aproximação diplomática com o presidente Lula, a tentativa bolsonarista de manter influência junto ao governo norte-americano pode naufragar, representando mais uma derrota após a prisão de Jair Bolsonaro e sua inelegibilidade.

Com o ex-presidente atrás das grades por participação na tentativa de golpe de Estado, a alternativa encontrada seria manter o sobrenome Bolsonaro no jogo eleitoral de 2026, ainda que sem consenso dentro da própria direita. Lideranças de centro-direita já enxergam o caminho aberto para construir uma candidatura própria, distante das turbulências da família.

A menção de Flávio a uma possível contrapartida — que incluiria, segundo o portal, discussão sobre um projeto de anistia a condenados pelo STF pelo envolvimento na trama golpista — ampliou a rejeição ao seu gesto entre parlamentares e analistas políticos. Para muitos, a fala escancarou que a pré-candidatura serviria mais como instrumento de barganha do que como projeto de poder.

•        Ciro Nogueira descarta candidatura de Flávio Bolsonaro ao Planalto: 'não é viável'’

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), declarou nesta segunda-feira (8), em Curitiba, que considera inviável a candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) ao Planalto em 2026, defendendo que apenas os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Junior (PSD-PR) reúnem força para liderar o campo conservador. As informações são da Folha de S. Paulo.

<><> Ciro prioriza Tarcísio e Ratinho na disputa presidencial

O senador afirmou que, apesar da relação pessoal com Flávio, considera fundamental avaliar critérios objetivos. "O senador Flávio é um dos melhores amigos que tenho na minha vida pública. Se eu tivesse que escolher pessoalmente um candidato para suceder Bolsonaro, não tenho a menor dúvida de que seria Flavio, pela minha relação com ele. Mas política não se faz só com amizades. Se faz com pesquisas, com viabilidade, ouvindo os partidos aliados. Isso não pode ser só uma decisão do PL", disse.

Ele reforçou a necessidade de união do campo conservador. "É importante unificarmos todo o campo político de centro e da direita, porque, caso contrário, não vamos ganhar a eleição", afirmou.

<><> Relação pessoal com Flávio não define escolha política

Ciro informou ainda que se reuniria com Flávio na mesma noite para conversar sobre sua movimentação eleitoral. "Vou ouvi-lo, vamos dialogar para entender [o motivo de ter se lançado candidato]", afirmou o presidente do PP.

<><> PP rejeita apoio a Sergio Moro no Paraná

Durante a passagem por Curitiba, Ciro participou de uma reunião do diretório estadual do PP, comandado no estado pelo deputado Ricardo Barros. O encontro definiu que a sigla não apoiará a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo do Paraná.

•        Centrão vê pulverização de candidaturas de direita com Flávio Bolsonaro na disputa presidencial

A possibilidade de nova fragmentação no campo da direita ganhou força após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro ao Palácio do Planalto. A movimentação, que resgata o protagonismo político da família Bolsonaro mesmo após a condenação e prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, provocou reação imediata em partidos do Centrão. As informações são do g1.

Lideranças de centro-direita avaliam que a decisão de Jair Bolsonaro de impulsionar o nome do filho desmontou a articulação em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado até então o nome mais viável para unificar o campo conservador. Além do apoio do Centrão, o paulista tinha boa interlocução com o mercado financeiro.

<><> Encontro com dirigentes e exigências vistas como inviáveis

Flávio Bolsonaro participa nesta segunda-feira (8) de uma reunião com dirigentes de partidos do Centrão, incluindo Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União), Marcos Pereira (Republicanos) e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Interlocutores afirmam que o senador não trabalha com a hipótese de apoio automático dessas legendas e reconhece que outras candidaturas podem surgir no mesmo espectro ideológico.

O senador condicionou a retirada de seu nome à concessão de uma anistia ampla ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e já cumprindo pena. Essa exigência foi considerada “irrealista” por lideranças do Centrão, que avaliam não haver ambiente político para aprovar qualquer medida desse tipo nas próximas semanas.

<><> Consolidação do legado e resistência interna

Para dirigentes, o anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro tem como objetivo central preservar o capital político do ex-presidente e manter mobilizada sua base de apoiadores. Ainda assim, prevalece o entendimento de que não há perspectiva de reversão da condenação no Congresso. O possível ajuste na dosimetria da pena — única alternativa aventada — não conta com apoio do PL, sigla de Jair Bolsonaro.

<><> Disputas internas e novos nomes na direita

Com o esvaziamento momentâneo da unidade em torno de Tarcísio de Freitas, partidos do Centrão e setores do PSD enxergam espaço para alternativas. Entre elas está a possível candidatura do governador do Paraná, Ratinho Jr., vista como uma opção ao eleitorado que rejeita tanto Lula quanto Bolsonaro na eleição de 2026.

Outros governadores também aparecem no radar: Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás. No campo mais ideológico, o dirigente do MBL Renan Santos lançou seu nome à disputa, ampliando o cenário de pulverização.

 

Fonte: Fórum/Brasil 247

 

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