sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Status de 'quase par' da China na estratégia dos EUA esconde ameaça iminente de guerra, diz analista

A Estratégia de Segurança Nacional de 2025 pode parecer mais branda no papel, reposicionando a China de uma "ameaça" para um "concorrente quase par" com potencial aparente para "remodelar" as relações EUA-China, afirma o dr. John Gong, professor de economia da Universidade de Negócios Internacionais e Economia de Pequim, à Sputnik.

A redação da nova estratégia de segurança dos EUA é, no entanto, apenas uma fina camada de "paliativos" pacíficos, afirma o especialista em China Jeff J. Brown à Sputnik.

Na realidade, os aliados dos EUA, "Japão, Taiwan, Filipinas e Austrália, estão sendo armados para o confronto, e uma guerra convencional ainda é provável nos próximos 2 a 3 anos", diz Brown, que também é fundador da Fundação Seek Truth From Facts.

Washington "ainda promove o Quad Asiático – obviamente estruturado para conter a China militarmente", observa ele, acrescentando que a Estratégia de Segurança Nacional:

insiste em "armar Taiwan até os dentes, para conter a China com 'superioridade militar'";

pressiona para "manter uma posição militar no mar do Sul da China sob pretextos frágeis contra a China";

Austrália, Taiwan, Japão e Coreia do Sul são instados a "gastar mais em armas para 'deter adversários', que são obviamente China, Coreia do Norte e Rússia";

as tarifas norte-americanas também permanecem em vigor.

<><> 'Atores desonestos nos bastidores'

A CIA, os departamentos de Guerra e de Estado dos EUA, o Legislativo dos EUA e o Mossad israelense não querem abrir mão dos lucros gerados por guerras intermináveis, observou o especialista.

"Esses atores do Estado profundo ocidental aprenderam há muito tempo a ignorar ou sabotar quaisquer diretrizes que ameacem seus lucros sujos", afirma ele.

Sem mudanças na pirâmide de poder do Ocidente

Os EUA planejam manter seus aliados comprando suas armas para "conter a China", acredita Brown. A "lealdade" dos EUA à máquina de guerra ocidental foi comprada por doadores bilionários que "não ficam mais ricos com a paz".

Desde 1963 e a presidência de John F. Kennedy, "nenhum presidente dos EUA teve a liberdade de ser 'presidencial' em seu governo, como [Vladimir] Putin e Xi [Jinping]", observa ele.

No que diz respeito à China, é provável que ela "entregue seus desejos à megalomania de Trump", enquanto se prepara silenciosamente para uma possível guerra aberta", conclui Brown.

¨      Japão pede apoio público dos EUA em meio a tensões com China, afirma jornal

O governo japonês pediu a Washington mais apoio público em meio às recentes tensões crescentes com a China sobre a posição de Tóquio em relação a Taiwan, segundo o jornal britânico Financial Times.

Segundo a publicação, Tóquio expressou sua frustração a Washington pela falta de apoio dos altos funcionários norte-americano nas últimas semanas, desde que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, fez seus alertas à China sobre o envio de tropas para Taiwan.

Devido a essa situação, o embaixador do Japão nos Estados Unidos, Shigeo Yamada, solicitou expressamente que o governo do presidente Donald Trump “intensifique seu apoio público a Tóquio”.

Em meio às tensões entre os dois países, o único comentário de Washington sobre o assunto veio do embaixador norte-americano no Japão, George Glass, que afirmou que Trump e sua equipe “apoiam” Takaich. Um funcionário japonês declarou que, embora não duvidem do compromisso dos EUA com o Japão, há “profunda decepção” com o silêncio em torno dessa questão.

<><> Tensões entre a China e o Japão

As tensões entre os dois países aumentaram em novembro, depois que Takaichi afirmou que Tóquio responderia com medidas caso Pequim enviasse forças militares para Taiwan, provocando uma série de críticas e advertências do gigante asiático, incluindo a imposição de sanções, a suspensão das relações econômicas, diplomáticas e militares e a restrição do comércio.

Takaichi tornou-se o primeiro líder japonês em décadas a associar publicamente uma potencial crise no Estreito de Taiwan com o eventual envio de tropas japonesas.

Tradicionalmente, os líderes do governo japonês evitam discutir detalhes de potenciais conflitos sobre Taiwan e defendem a manutenção do status quo, mas Takaichi desviou-se dessa posição , afirmando que se trata de “uma situação que ameaça a sobrevivência” de Tóquio.

Em resposta a essa situação, a China acusou o Japão de um “ressurgimento do pensamento militarista” e denunciou a possível revisão dos princípios sobre armas nucleares que estabelecem que Tóquio não possuirá, fabricará ou permitirá a introdução de armas atômicas em território japonês.

¨      China condena ameaça militar do Japão: 'completamente inaceitável'

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse na segunda-feira (08/12) que o Japão está tentando ameaçar militarmente seu país ao adotar uma postura pró-independência de Taiwan, o que ele classificou como “completamente inaceitável”, informou a agência Xinhua.

Durante uma conversa com seu homólogo alemão, Johann Wadephul, Wang lembrou as muitas vezes em que o Japão reconheceu oficialmente que o território taiwanês pertence à China.

Entre os documentos que ele mencionou estava a Declaração do Cairo, emitida em 1943, que estipulava que os territórios tomados por Tóquio, incluindo a ilha, deveriam ser devolvidos a Pequim. Ele também observou que essa declaração foi reafirmada em 1945 na Proclamação de Potsdam, cujos termos foram totalmente aceitos pelo então imperador japonês após sua rendição.

Além disso, ele enfatizou que o parecer jurídico oficial da ONU confirma a soberania chinesa sobre Taiwan, assim como a Declaração Conjunta Sino-Japonesa de 1972 e o Tratado de Paz e Amizade de 1978 entre as duas nações. A esse respeito, afirmou que “o status de Taiwan como território da China foi inequivocamente e irreversivelmente confirmado por uma série de fatos históricos e jurídicos irrefutáveis”.

<><> “É completamente inaceitável”

Após observar que este ano marca o 80º aniversário do fim da ocupação japonesa da China, Wang comentou que Tóquio deveria ter adotado uma postura mais ponderada e agido com maior cautela.

“No entanto, agora sua atual líder está tentando explorar a questão de Taiwan — o mesmo território que o Japão colonizou durante meio século, cometendo inúmeros crimes contra o povo chinês — para criar problemas e ameaçar militarmente a China. Isso é completamente inaceitável”, declarou ele.

<><> O incidente com os radares

Seus comentários surgem após o Ministério da Defesa japonês ter anunciado, no último fim de semana, que caças chineses Shenyang J-15 alvejaram caças japoneses F-15 com seus radares de controle de tiro sobre águas internacionais a sudeste da ilha de Okinawa.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China rejeitou essas acusações como falsas e afirmou que o lado japonês pretende enganar a comunidade internacional, exagerando o incidente com o radar. Nesse sentido, o porta-voz afirmou que se trata de uma ação puramente maliciosa, à qual Pequim se opõe veementemente.

<><> “Uma situação que ameaça a sobrevivência”

As tensões entre as duas nações aumentaram em novembro, depois que a nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, afirmou que Tóquio responderia com medidas caso Pequim enviasse forças militares para Taiwan, provocando uma série de críticas e advertências do gigante asiático, incluindo a imposição de sanções, a suspensão das relações econômicas, diplomáticas e militares e a restrição do comércio.

Takaichi tornou-se a primeira líder japonesa em décadas a associar publicamente uma potencial crise no Estreito de Taiwan ao eventual destacamento de tropas japonesas. Embora os primeiros-ministros japoneses tradicionalmente evitem discutir detalhes de potenciais conflitos sobre Taiwan e defendam a manutenção do status quo, Takaichi desviou-se dessa postura, argumentando que se tratava de “uma situação que ameaça a sobrevivência” de Tóquio.

Em resposta, a China acusou o Japão do “ressurgimento do pensamento militarista” e denunciou a possível revisão dos princípios sobre armas nucleares que estabelecem que Tóquio não possuirá, fabricará ou permitirá a introdução de armas atômicas em seu território.

¨      Posição do Japão sobre Taiwan ‘é inaceitável’ para China, diz governo

O governo chinês declarou, nesta quinta-feira (04/12), que a mais recente declaração do Japão em relação a Taiwan “está longe de ser uma resposta adequada e certamente é inaceitável para a China”.

Ao ser questionado em coletiva de imprensa sobre a mais recente declaração da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, referente ao território reivindicado por Pequim, Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse que os relatos da governante “provaram ser imprecisos”.

A Televisão Central da China (CCTV) solicitou a Lin os comentários de Pequim sobre a declaração de Takaichi, que teria afirmado na última terça-feira (03/12) que seu país “compreende e respeita” a posição do governo chinês de que “Taiwan é parte inalienável do território da República Popular da China”.

Contudo, Lin rejeitou a declaração e disse que a premiê japonesa “simplesmente disse que “a posição básica do governo japonês em relação a Taiwan permanece a mesma declarada na Declaração Conjunta Sino-Japonesa de 1972, e não houve nenhuma mudança nessa posição”, e nada mais”.

Ele exigiu que “se a posição fundamental do Japão sobre Taiwan é de fato a que consta na Declaração Conjunta Sino-Japonesa de 1972”, Takaichi deveria “articulá-la de forma precisa e completa”.

“Por que o Japão se recusa a declarar claramente os compromissos que assumiu e suas obrigações legais? Qual a lógica e a motivação por trás dessa atitude? O Japão deve uma explicação à China e à comunidade internacional”, instou.

Por fim, alertou, mais uma vez, que Tóquio “reflita sobre seus erros e corrija-os”, além de retratar-se sobre as “declarações equivocadas” de Takaichi, alertando que suas falas receberam críticas “dentro e fora” do Japão.

“Os fatos e os compromissos do Japão estão documentados em registros históricos. Temos feito as mesmas perguntas há dias e ainda não recebemos resposta”, concluiu a autoridade chinesa.

Em novembro passado, Takaichi, afirmou que Tóquio “não reconhece o estatuto jurídico de Taiwan”, referindo-se ao reconhecimento da ilha como território chinês. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, com a declaração, além de “glorificar símbolos militaristas”, a primeira-ministra “se alinhou com facções que se recusam a reconhecer a agressão passada [na Segunda Guerra Mundial] do Japão”.

¨      Japão fortalece suas ilhas do sul perto de Taiwan para confrontar China, diz mídia

Ao prosseguir com sua política de militarização, o Japão concentra suas forças na ilha mais próxima a Taiwan, Yonaguni, aportando o maior acúmulo de recursos militares em pelo menos quatro décadas, informa a agência Bloomberg.

Localizada a apenas 110 quilômetros a leste de Taiwan, a ilha de Yonaguni torna-se um posto avançado que o Japão, junto com o governo norte-americano, quer militarizar para confrontar a China em um eventual conflito.

"Ao longo da cadeia de 160 ilhas de Ryukyu, o Japão está construindo rapidamente baterias de mísseis, torres de radar, depósitos de munição e outras instalações de combate", refere a matéria.

Segundo a publicação, o governo japonês começa a implantar grandes forças militares e instalações na ilha de Kyushu, a mais meridional das quatro principais ilhas do Japão, incluindo caças F-35 e mísseis de longo alcance, e expande o corpo de fuzileiros navais dos EUA, conhecido como equipe de desembarque rápido.

A premiê japonesa, Sanae Takaichi, prometeu atingir um nível de gastos com defesa de 2% do PIB neste ano fiscal, dois anos antes do previsto — uma declaração que mereceu elogios da administração Trump.

Todas essas atividades demonstram a abordagem alarmante da militarização do Japão, o que não pode deixar de suscitar preocupações em Pequim.

O porta-voz das Forças Armadas chinesas, Jiang Bin, disse que Tóquio "violou repetidamente as restrições da Constituição pacifista", referindo-se ao aumento planejado do orçamento militar do governo japonês.

Jiang disse que o Japão está "aumentando drasticamente os gastos com defesa, incentivando a exportação de armas letais e buscando modificar os três princípios antinucleares", o que, em sua opinião, indica um "ressurgimento do militarismo".

"Pedimos ao Japão que respeite rigorosamente as obrigações que o direito internacional impõe ao país derrotado, pare de desafiar a ordem internacional do pós-guerra e não diga uma coisa e faça outra", declarou Jiang Bin.

Entretanto, conforme a publicação, parte significativa da população civial que mora na ilha de Yonaguni está preocupada com o aumento da infraestrutura militar  na localidade.

"Alguns dos cerca de 1.500 habitantes da ilha estão ficando cada vez mais nervosos com o fornecimento de armas e estão buscando mais clareza das autoridades japonesas sobre seus planos futuros", afirma a agência.

O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que o ressurgimento do militarismo japonês e o fortalecimento do poder militar do Japão são inaceitáveis e expressou preocupação com a mudança na ordem internacional do pós-guerra.

 

Fonte: Opera Mundi/Sputnik Brasil

 

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