Dezembro
Vermelho alerta para prevenção do HIV e das infecções sexualmente
transmissíveis
O
Dezembro Vermelho chega em 2025 com um alerta renovado: o Brasil registrou
cerca de 40 mil novos casos anuais de HIV nos últimos anos, segundo dados mais
recentes do Ministério da Saúde, e a Bahia permanece entre os estados com maior
incidência da infecção na região Nordeste. Em Salvador, o cenário também exige
atenção, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos, faixa etária que concentra
parte significativa das novas notificações e apresenta queda preocupante no uso
de preservativos.
Além do
HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis — como sífilis, hepatites
virais e gonorreia — continuam avançando. A sífilis, por exemplo, segue em
curva ascendente no país, com mais de 220 mil casos notificados anualmente.
Infectologistas destacam que a prevenção combinada, que alia preservativo,
testagem regular, PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia
Pós-Exposição), é a forma mais eficaz de conter a transmissão.
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Desinformação
Entre
as razões para o aumento das infecções, destacam-se a desinformação e a falsa
sensação de segurança proporcionada pelos tratamentos modernos. Para o
infectologista Victor Castro Lima, do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), a
prevenção ainda precisa ser encarada como uma rotina de autocuidado. “Temos
medicamentos eficazes e avanços importantes no tratamento, mas nada substitui o
uso do preservativo e a testagem periódica. A informação correta ainda é nossa
melhor ferramenta”, afirma o especialista.
A
ampliação da oferta de PrEP e PEP tem sido uma das principais estratégias para
reduzir novas infecções. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de
usuários de PrEP no país ultrapassou 200 mil em 2024, mas a adesão ainda está
aquém do potencial, especialmente no interior da Bahia.
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Profilaxia
Segundo
Victor Castro Lima, a PrEP é indicada para pessoas sem HIV que têm risco
aumentado de exposição contínua ao vírus.
“Já a
PEP é uma medida de emergência recomendada para qualquer pessoa que tenha tido
possível exposição recente, como relação sexual sem preservativo, rompimento de
camisinha, violência sexual ou acidentes com material biológico, devendo ser
iniciada em até 72 horas”, resumiu o infectologista do HMDS.
A
testagem rápida, gratuita e sigilosa permanece disponível nos postos de saúde e
centros especializados de Salvador, mas muitos pacientes só procuram
atendimento após primeiros sintomas, o que compromete o diagnóstico precoce.
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Tratamento
Graças
à ampliação da terapia antirretroviral, a expectativa e a qualidade de vida das
pessoas vivendo com HIV cresceram significativamente. A carga viral
indetectável impede a transmissão, reforçando a importância da adesão ao
tratamento e do acompanhamento médico.
“No
Mater Dei, acompanhamos pacientes de todas as idades e reforçamos que viver com
HIV é possível, mas prevenir é sempre o melhor caminho. Testar, tratar e
proteger são três pilares que precisam caminhar juntos”, completa Victor Castro
Lima.
• Fluxo intenso nas estradas eleva
acidentes no verão na Bahia
O verão
baiano chega novamente com um alerta conhecido: dezembro e janeiro estão entre
os meses mais perigosos do ano para quem pega estrada. Em 2024, a Bahia
registrou mais de 6,2 mil acidentes nas rodovias federais, segundo a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), número impulsionado pelo fluxo intenso rumo ao
interior, litoral e regiões turísticas. No total nacional, foram mais de 64 mil
ocorrências, reforçando a necessidade de cuidados adicionais durante as festas
e férias.
A PRF
aponta crescimento de colisões traseiras, saídas de pista e capotamentos,
muitas vezes associados a cansaço ao volante, excesso de velocidade, falta de
revisão do veículo, ultrapassagens irregulares e distrações — principalmente o
uso do celular. Entre os fatores mais críticos, porém, permanece o consumo de
álcool, que segue entre as principais causas de acidentes graves no país.
Dirigir após beber, mesmo em pequenas quantidades, reduz reflexos, compromete a
tomada de decisão e multiplica o risco de colisões.
Em
trechos que conectam Salvador e Feira de Santana, como a BR-324 e a BR-116, o
tráfego chega a dobrar nos fins de semana de alta estação. O impacto também é
sentido no sistema de saúde: em Feira de Santana, o Hospital Mater Dei Emec
(HMDE), referência regional no atendimento ortopédico, registra aumento de até
30% nos atendimentos relacionados a acidentes entre dezembro e janeiro.
Para o
ortopedista Nivaldo Cardozo, coordenador do Serviço de Ortopedia do HMDE, a
maioria das ocorrências poderia ser evitada. Ele destaca que dirigir
descansado, revisar o veículo e manter a atenção total à via são atitudes
fundamentais. “A pressa, o excesso de confiança e a negligência com a
segurança, incluindo o consumo de bebidas alcóolicas antes de dirigir,
continuam entre os principais fatores que levam a acidentes graves”, afirma.
Pneus desgastados, freios sem manutenção e iluminação deficiente agravam ainda
mais o risco em condições de baixa visibilidade, comuns no verão devido às
chuvas repentinas.
Quando
um acidente acontece, os primeiros minutos são decisivos. Cardozo reforça que é
essencial acionar imediatamente o Samu ou a PRF e evitar mover vítimas sem
necessidade, já que lesões de coluna e fraturas podem piorar com manuseio
inadequado. Sinais como dor intensa, deformidade, incapacidade de movimentar
membros, sangramentos persistentes, perda de consciência, tontura ou
dificuldade para respirar exigem atendimento rápido.
“Em
caso de suspeita de fratura, a recomendação é manter a pessoa imóvel e aguardar
o socorro. A chegada rápida a um serviço especializado influencia diretamente
no desfecho clínico”, explica o especialista.
Feira
de Santana, por estar em um dos maiores entroncamentos rodoviários do Nordeste,
recebe grande demanda de vítimas de acidentes. O HMDE, que possui
pronto-atendimento ortopédico 24 horas, atua desde fraturas simples até
cirurgias imediatas em casos graves, reforçando equipe e estrutura durante o
verão. Segundo Cardozo, “quanto mais rápido o paciente é avaliado e
estabilizado, menores as chances de sequelas e complicações”.
Com o
movimento crescente nas estradas, autoridades e especialistas recomendam
planejamento da viagem, pausas regulares a cada duas horas, respeito às
sinalizações, manutenção preventiva do veículo e, sobretudo, tolerância zero ao
álcool ao volante. O verão seguirá sendo um período crítico, mas também
previsível e, portanto, prevenível.
Fonte:
Carla Santana - Assessoria de Imprensa

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