Entenda
o risco de misturar álcool e remédios durante a folia e saiba o que evitar
Álcool e carnaval têm uma relação próxima e de longa data. Nem sempre com
consequências positivas, ainda mais para quem está tomando alguma medicação. A
interação entre bebidas alcoólicas com remédios, e também com substâncias
estimulantes como cafeína e energéticos, pode produzir diversos efeitos nocivos
no organismo, que vão de vômitos à intoxicação.
No caso dos medicamentos, o psiquiatra e presidente
do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), Arthur Guerra de Andrade,
explica que “o álcool dificulta o efeito da medicação”, enquanto que “o medicamento
acentua os efeitos da bebida alcoólica, podendo causar intoxicação com uma
quantidade menor de álcool.”
Entre os efeitos adversos ocasionados da mistura de
remédios com bebida alcoólica, o mais grave é conhecido como “efeito
antabuse”, que pode causar até a morte. Consumir álcool durante
um tratamento com antibióticos é um dos exemplos que pode causar esse efeito.
>>> O “efeito antabuse” pode provocar os
seguintes sintomas:
·
Náusea e vômito
·
Palpitação
·
Rubor facial
·
Cefaleia (dor de cabeça)
·
Hipotensão (pressão baixa)
·
Dificuldade respiratória
·
Taquicardia
·
Ansiedade e mal-estar
ORIGEM DO NOME: O efeito recebe o nome do
Antabuse (disulfiram), um medicamento utilizado no tratamento do alcoolismo.
Tais misturas ficam mais perigosas durante o carnaval, quando o consumo de álcool costuma ser mais abusivo.
Mesmo quando se trata de medicamentos que não
precisam de prescrição médica, o psiquiatra alerta que não há mistura segura.
“Alguns medicamentos, incluindo muitos analgésicos populares e remédios para
tosse, resfriado e alergia, contêm mais de um ingrediente que pode reagir com o
álcool.”
>>> Para não estragar o seu carnaval,
saiba quais são as combinações mais comuns entre álcool e remédio/substâncias
estimulantes e seus possíveis efeitos:
1- Bebida energética
“A cafeína [presente no energético] aumenta a
euforia causada pela bebida alcoólica e reduz a sensação de embriaguez, fazendo
a pessoa sentir e pensar que está menos alcoolizada do que está. Desse modo, a
pessoa tende a beber além do seu limite. Além disso, a cafeína e o álcool são
ambos diuréticos, aumentando a vontade de urinar e levando à desidratação”,
alerta Andrade.
2- Cafeína
Além dos efeitos descritos acima, o Conselho
Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF–SP) explica que a cafeína pode
piorar os sintomas da ressaca no dia seguinte. Vale lembrar que a substância
está presente não somente em energéticos, mas também em alguns tipos de
refrigerantes, no chocolate e no café.
3- Anticoncepcional
O álcool pode diminuir o efeito do
anticoncepcional? Segundo Andrade, “a perda da eficácia está mais relacionada
ao esquecimento e atraso na hora de tomar a medicação.”
4- Antialérgicos
Segundo o CRF–SP, misturar bebida alcoólica com antialérgicos
aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas, sonolência, dificuldade de
concentração e desequilíbrio.
5- Antidepressivos
Andrade explica que existem diferentes tipos de
antidepressivos que podem reagir de diversas maneiras com o álcool. De modo
geral, contudo, não é seguro misturar antidepressivos com bebida alcoólica
porque “pode aumentar as reações adversas do medicamento e diminuir a sua
eficácia.”
6- Ansiolíticos
Misturar álcool e ansiolíticos pode causar diversos
efeitos, sendo os mais frequentes o efeito sedativo, a insuficiência
respiratória e o risco de coma. Além disso, “as chances de desenvolver
dependência do medicamento aumentam quando há o consumo de álcool”, complementa
o psiquiatra.
7- Antibióticos
Alguns tipos de antibióticos, segundo o CRF – SP,
pode causar o efeito antabuse. De acordo com o Conselho, a atenção deve ser
redobra quando há tratamento com eritromicina (que atua em infecções do trato
respiratório), rifampicina (tuberculose e hanseníase), nitrofurantoína (infecção
urinária).
8- Anticonvulsivantes
De acordo com o CRF–SP, há risco de intoxicação e
de diminuição na eficácia contra as crises de epilepsia.
Fonte: g1
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