Incógnita em 2026 será o comportamento
de Bolsonaro
O cientista político Antônio Lavareda, durante o
programa CNN Eleições: 2026 já começou, apresentou
uma análise sobre os possíveis nomes populares para as eleições presidenciais
de 2026. Segundo ele, a grande incógnita do próximo ano será o comportamento do
ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lavareda destacou que, apesar da distância
significativa entre Lula
e Bolsonaro em
relação aos demais nomes mencionados em pesquisas recentes, chama a atenção a
posição de Tarcísio de Freitas logo em seguida.
O atual governador de São Paulo, embora não tenha uma
projeção nacional consolidada, já aparece como um dos prováveis herdeiros
políticos de Bolsonaro.
·
A
influência de Bolsonaro nas candidaturas
O cientista político enfatizou que a grande incógnita
para as eleições de 2026 é como Bolsonaro se posicionará. Mesmo com a
probabilidade elevada de manter sua inelegibilidade, há dúvidas se o
ex-presidente seguirá o mesmo percurso de Lula em 2018, mantendo uma
candidatura até o final e, assim, “sequestrando as alternativas”.
Lavareda mencionou que Tarcísio
de Freitas já
declarou que não será candidato se Bolsonaro estiver na disputa. Outros nomes
como Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior também teriam suas candidaturas afetadas
pela decisão de Bolsonaro.
·
O
crescimento da direita e o papel de Bolsonaro
O analista ressaltou que os nomes apontados pela
pesquisa Paraná são predominantemente da direita, refletindo o crescimento
desse espectro político, especialmente após as eleições municipais. Contudo,
Lavareda enfatizou que Bolsonaro continua tendo “a chave do acesso ao coração
de boa parte desse eleitorado”.
A análise de Lavareda sugere que, independentemente de
sua elegibilidade, Bolsonaro permanece
como uma figura central na definição do cenário eleitoral para 2026,
especialmente no campo da direita. Sua influência sobre potenciais candidatos e
o eleitorado conservador será determinante para a configuração da próxima
disputa presidencial.
¨ Empate entre Lula e Bolsonaro mostra
país dividido como em 2022
Segundo Lavareda, o empate técnico
entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno “mostra o país dividido de 2022
praticamente, resgata isso”.
Esta observação sugere que a polarização política que
marcou as últimas eleições continua presente no eleitorado brasileiro.
<><> Desempenho dos candidatos em cenários
de segundo turno
A pesquisa apresentou projeções de segundo turno
envolvendo diversos candidatos potenciais. O presidente Lula aparece bem
posicionado, vencendo a maioria dos cenários apresentados. No entanto, o embate
com Bolsonaro permanece acirrado, com os dois “cravadinhos ali os dois
apertados”, nas palavras do apresentador.
Lavareda identificou três patamares distintos entre os
candidatos analisados. No primeiro, estão Lula e Bolsonaro, praticamente
empatados. Em um segundo patamar, encontram-se Tarcísio de Freitas, Gusttavo
Lima e
Eduardo Bolsonaro, com desempenhos semelhantes entre si. Já no terceiro grupo,
mais distante dos líderes, aparecem Ronaldo Caiado e Pablo Marçal.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aparece com
uma diferença de 17 pontos percentuais em relação a Lula, ocupando a posição
mais distante entre os nomes avaliados.
<><> Perspectivas para 2026
Apesar da distância temporal até as próximas eleições
presidenciais, Lavareda afirmou que “os nomes que serão mais competitivos,
Clarissa, no próximo ano, independente da distância que nós estamos hoje do
pleito, esses nomes vão ser extraídos dessa lista que o espectador está
contemplando agora”.
Esta análise sugere que, embora o cenário político
possa sofrer alterações até 2026, os principais concorrentes à presidência
provavelmente emergirão do grupo de nomes já em evidência na pesquisa atual.
Isso ressalta a importância do acompanhamento contínuo das movimentações
políticas e da opinião pública nos próximos anos.
¨ Lula não tem
adversário competitivo para 2026, avalia presidente do Instituto Locomotiva
O presidente do Instituto
Locomotiva, Renato Meirelles, afirmou que, no atual cenário político, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva não enfrenta um adversário competitivo
capaz de derrotá-lo nas eleições de 2026. A declaração foi dada durante o WW Especial, programa da CNN Brasil, exibido no último domingo (23).
Meirelles analisou o início
do terceiro mandato de Lula, destacando que a popularidade do governo começou
em um patamar relativamente baixo, algo comum após
eleições polarizadas. “O governo Lula parte aí de um terço que votou no
Bolsonaro, claramente sem botar fé nenhuma no governo, aí você teve um número
grande de 20% dos brasileiros, 20 e poucos por cento, de abstenção, nulos e
brancos”, explicou.
<><> Desafios da
popularidade e custo político
O analista
ressaltou que, embora a aprovação presidencial oscile ao longo do mandato, a
consolidação da posição do eleitorado é um fator difícil de reverter. Ele
questionou o impacto direto da queda de popularidade no futuro eleitoral de
Lula: “Isso interfere na eleição? Qual é o papel efetivamente da queda de
popularidade na construção de um cenário?”
Entre as
consequências de uma popularidade menor, Meirelles destacou o impacto no custo
político das alianças. Com uma aprovação mais elevada, o governo teria maior
facilidade em atrair o apoio de partidos como o PSD e lideranças municipais
eleitas em 2024.
<><> Falta de oposição
estruturada
O ponto mais
relevante da análise do presidente do Instituto Locomotiva, no entanto, é a
ausência de um nome forte na oposição que possa rivalizar com Lula em 2026. “O
que ninguém está considerando, quase ninguém está considerando, é uma coisa
meio óbvia para quem acompanha a política. Para o Lula perder, ele precisa
perder para alguém, e esse alguém hoje está longe de existir”, afirmou
Meirelles.
A falta de um
adversário competitivo indica que, apesar dos desafios do governo federal, a
oposição ainda não conseguiu construir uma liderança capaz de enfrentar Lula
com chances reais de vitória. O cenário para 2026, portanto, segue indefinido,
mas com vantagem para o presidente, diante da fragmentação e fragilidade dos
seus opositores.
¨ Os efeitos
de uma possível prisão de Bolsonaro sobre Tarcísio-2026
A dura denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, com altíssimas chances de condenação no STF, impacta os cenários políticos com uma possível prisão do ex-presidente
ainda em 2025, como prevêem aliados dele, ou no ano eleitoral de 2026. Tarcísio de Freitas é uma das peças cujos movimentos serão acompanhados intensamente
nesse tabuleiro.
Como era de se esperar a essa altura, Tarcísio
repetiu recentemente que vai tentar a reeleição ao governo de São Paulo.
Aliados dele avaliam, no entanto, que a prisão de Bolsonaro inevitavelmente
aumentará a pressão de políticos e empresários da direita sobre o governador
por uma candidatura presidencial.
Embora dê sinais de que prefere alguém de sua
família, como um dos filhos, Bolsonaro preso estaria em uma posição
fragilizada. Preso, ele não teria escolha a não ser topar o governador como
candidato ao Planalto — ainda que, inicialmente, como vice em uma chapa registrada
com o inelegível ex-presidente na cabeça. Frustradas as tentativas de reverter
a inelegibilidade, Tarcísio seria alçado a candidato a presidente e outro nome
convidado a vice — mesmo script de Lula, Fernando Haddad e Manuela D’Ávila em
2018.
Com o ex-chefe na prisão, Tarcísio também terá nas
mãos o antídoto ao fogo-amigo do bolsonarismo mais radical, que costuma se
eriçar quando políticos aliados de Bolsonaro assumem qualquer postura mais
moderada: trabalhar publicamente pela soltura do ex-presidente ou fazer da
anistia a ele e aos bolsonaristas do 8 de Janeiro uma plataforma de campanha.
Que bolsonarista mais radical atacaria um candidato que tivesse essas
propostas?
¨ Aliados de Tarcísio temem que
Bolsonaro “não largue o osso”
A possível candidatura de Tarcísio de Freitas
(Republicanos) à presidência em 2026 enfrenta um obstáculo inesperado: a sombra
do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a analista política da CNN, Clarissa
Oliveira, aliados próximos ao governador
de São Paulo estão
apreensivos com a perspectiva de Bolsonaro não “largar o osso” e persistir em
suas ambições presidenciais.
De acordo com Oliveira, fontes próximas a Tarcísio
expressam temor de que a insistência de Bolsonaro em se manter
como figura central da direita possa “enforcar qualquer projeto presidencial”
do atual governador paulista. Esta situação poderia, potencialmente, prejudicar
as chances da direita nas próximas eleições presidenciais.
<><> Cenário político em transformação
A análise destaca ainda a emergência de novos nomes no
cenário político nacional. Figuras como Michelle Bolsonaro e o governador de
Minas Gerais, Romeu Zema, já aparecem nas pesquisas espontâneas, indicando uma
ampliação do leque de opções para o eleitorado conservador.
A importância das pesquisas espontâneas foi ressaltada
durante a discussão. Consideradas “pedra de toque” para a identificação de
candidaturas naturais, estas sondagens revelam nomes que já estão no imaginário
dos eleitores, sem qualquer estímulo prévio.
Embora alguns desses nomes ainda apresentem percentuais
modestos nas pesquisas espontâneas, a analista pondera que, quando testados com
estímulo, vários deles ganham expressão significativa. Este fenômeno sugere um
cenário político em ebulição, com potencial para surpresas nas próximas eleições
presidenciais.
O debate em torno da sucessão presidencial de 2026 já
se mostra intenso, mesmo a mais de dois anos do pleito. A movimentação precoce
dos atores políticos indica a complexidade e a importância atribuídas à
disputa, especialmente no campo da direita, que busca se reorganizar após a
derrota em 2022.
Fonte: CNN
Brasil/IstoÉ Independente/Brasil 247
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