terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Incógnita em 2026 será o comportamento de Bolsonaro

O cientista político Antônio Lavareda, durante o programa CNN Eleições: 2026 já começou, apresentou uma análise sobre os possíveis nomes populares para as eleições presidenciais de 2026. Segundo ele, a grande incógnita do próximo ano será o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lavareda destacou que, apesar da distância significativa entre Lula e Bolsonaro em relação aos demais nomes mencionados em pesquisas recentes, chama a atenção a posição de Tarcísio de Freitas logo em seguida.

O atual governador de São Paulo, embora não tenha uma projeção nacional consolidada, já aparece como um dos prováveis herdeiros políticos de Bolsonaro.

·        A influência de Bolsonaro nas candidaturas

O cientista político enfatizou que a grande incógnita para as eleições de 2026 é como Bolsonaro se posicionará. Mesmo com a probabilidade elevada de manter sua inelegibilidade, há dúvidas se o ex-presidente seguirá o mesmo percurso de Lula em 2018, mantendo uma candidatura até o final e, assim, “sequestrando as alternativas”.

Lavareda mencionou que Tarcísio de Freitas já declarou que não será candidato se Bolsonaro estiver na disputa. Outros nomes como Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior também teriam suas candidaturas afetadas pela decisão de Bolsonaro.

·        O crescimento da direita e o papel de Bolsonaro

O analista ressaltou que os nomes apontados pela pesquisa Paraná são predominantemente da direita, refletindo o crescimento desse espectro político, especialmente após as eleições municipais. Contudo, Lavareda enfatizou que Bolsonaro continua tendo “a chave do acesso ao coração de boa parte desse eleitorado”.

A análise de Lavareda sugere que, independentemente de sua elegibilidade, Bolsonaro permanece como uma figura central na definição do cenário eleitoral para 2026, especialmente no campo da direita. Sua influência sobre potenciais candidatos e o eleitorado conservador será determinante para a configuração da próxima disputa presidencial.

¨      Empate entre Lula e Bolsonaro mostra país dividido como em 2022

Segundo Lavareda, o empate técnico entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno “mostra o país dividido de 2022 praticamente, resgata isso”.

Esta observação sugere que a polarização política que marcou as últimas eleições continua presente no eleitorado brasileiro.

<><> Desempenho dos candidatos em cenários de segundo turno

A pesquisa apresentou projeções de segundo turno envolvendo diversos candidatos potenciais. O presidente Lula aparece bem posicionado, vencendo a maioria dos cenários apresentados. No entanto, o embate com Bolsonaro permanece acirrado, com os dois “cravadinhos ali os dois apertados”, nas palavras do apresentador.

Lavareda identificou três patamares distintos entre os candidatos analisados. No primeiro, estão Lula e Bolsonaro, praticamente empatados. Em um segundo patamar, encontram-se Tarcísio de Freitas, Gusttavo Lima e Eduardo Bolsonaro, com desempenhos semelhantes entre si. Já no terceiro grupo, mais distante dos líderes, aparecem Ronaldo Caiado e Pablo Marçal.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, aparece com uma diferença de 17 pontos percentuais em relação a Lula, ocupando a posição mais distante entre os nomes avaliados.

<><> Perspectivas para 2026

Apesar da distância temporal até as próximas eleições presidenciais, Lavareda afirmou que “os nomes que serão mais competitivos, Clarissa, no próximo ano, independente da distância que nós estamos hoje do pleito, esses nomes vão ser extraídos dessa lista que o espectador está contemplando agora”.

Esta análise sugere que, embora o cenário político possa sofrer alterações até 2026, os principais concorrentes à presidência provavelmente emergirão do grupo de nomes já em evidência na pesquisa atual. Isso ressalta a importância do acompanhamento contínuo das movimentações políticas e da opinião pública nos próximos anos.

¨      Lula não tem adversário competitivo para 2026, avalia presidente do Instituto Locomotiva

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, afirmou que, no atual cenário político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não enfrenta um adversário competitivo capaz de derrotá-lo nas eleições de 2026. A declaração foi dada durante o WW Especial, programa da CNN Brasil, exibido no último domingo (23).

Meirelles analisou o início do terceiro mandato de Lula, destacando que a popularidade do governo começou em um patamar relativamente baixo, algo comum após eleições polarizadas. “O governo Lula parte aí de um terço que votou no Bolsonaro, claramente sem botar fé nenhuma no governo, aí você teve um número grande de 20% dos brasileiros, 20 e poucos por cento, de abstenção, nulos e brancos”, explicou.

<><> Desafios da popularidade e custo político

O analista ressaltou que, embora a aprovação presidencial oscile ao longo do mandato, a consolidação da posição do eleitorado é um fator difícil de reverter. Ele questionou o impacto direto da queda de popularidade no futuro eleitoral de Lula: “Isso interfere na eleição? Qual é o papel efetivamente da queda de popularidade na construção de um cenário?”

Entre as consequências de uma popularidade menor, Meirelles destacou o impacto no custo político das alianças. Com uma aprovação mais elevada, o governo teria maior facilidade em atrair o apoio de partidos como o PSD e lideranças municipais eleitas em 2024.

<><> Falta de oposição estruturada

O ponto mais relevante da análise do presidente do Instituto Locomotiva, no entanto, é a ausência de um nome forte na oposição que possa rivalizar com Lula em 2026. “O que ninguém está considerando, quase ninguém está considerando, é uma coisa meio óbvia para quem acompanha a política. Para o Lula perder, ele precisa perder para alguém, e esse alguém hoje está longe de existir”, afirmou Meirelles.

A falta de um adversário competitivo indica que, apesar dos desafios do governo federal, a oposição ainda não conseguiu construir uma liderança capaz de enfrentar Lula com chances reais de vitória. O cenário para 2026, portanto, segue indefinido, mas com vantagem para o presidente, diante da fragmentação e fragilidade dos seus opositores.

¨      Os efeitos de uma possível prisão de Bolsonaro sobre Tarcísio-2026

A dura denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, com altíssimas chances de condenação no STF, impacta os cenários políticos com uma possível prisão do ex-presidente ainda em 2025, como prevêem aliados dele, ou no ano eleitoral de 2026. Tarcísio de Freitas é uma das peças cujos movimentos serão acompanhados intensamente nesse tabuleiro.

Como era de se esperar a essa altura, Tarcísio repetiu recentemente que vai tentar a reeleição ao governo de São Paulo. Aliados dele avaliam, no entanto, que a prisão de Bolsonaro inevitavelmente aumentará a pressão de políticos e empresários da direita sobre o governador por uma candidatura presidencial.

Embora dê sinais de que prefere alguém de sua família, como um dos filhos, Bolsonaro preso estaria em uma posição fragilizada. Preso, ele não teria escolha a não ser topar o governador como candidato ao Planalto — ainda que, inicialmente, como vice em uma chapa registrada com o inelegível ex-presidente na cabeça. Frustradas as tentativas de reverter a inelegibilidade, Tarcísio seria alçado a candidato a presidente e outro nome convidado a vice — mesmo script de Lula, Fernando Haddad e Manuela D’Ávila em 2018.

Com o ex-chefe na prisão, Tarcísio também terá nas mãos o antídoto ao fogo-amigo do bolsonarismo mais radical, que costuma se eriçar quando políticos aliados de Bolsonaro assumem qualquer postura mais moderada: trabalhar publicamente pela soltura do ex-presidente ou fazer da anistia a ele e aos bolsonaristas do 8 de Janeiro uma plataforma de campanha. Que bolsonarista mais radical atacaria um candidato que tivesse essas propostas?

¨      Aliados de Tarcísio temem que Bolsonaro “não largue o osso”

A possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à presidência em 2026 enfrenta um obstáculo inesperado: a sombra do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a analista política da CNN, Clarissa Oliveira, aliados próximos ao governador de São Paulo estão apreensivos com a perspectiva de Bolsonaro não “largar o osso” e persistir em suas ambições presidenciais.

De acordo com Oliveira, fontes próximas a Tarcísio expressam temor de que a insistência de Bolsonaro em se manter como figura central da direita possa “enforcar qualquer projeto presidencial” do atual governador paulista. Esta situação poderia, potencialmente, prejudicar as chances da direita nas próximas eleições presidenciais.

<><> Cenário político em transformação

A análise destaca ainda a emergência de novos nomes no cenário político nacional. Figuras como Michelle Bolsonaro e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, já aparecem nas pesquisas espontâneas, indicando uma ampliação do leque de opções para o eleitorado conservador.

A importância das pesquisas espontâneas foi ressaltada durante a discussão. Consideradas “pedra de toque” para a identificação de candidaturas naturais, estas sondagens revelam nomes que já estão no imaginário dos eleitores, sem qualquer estímulo prévio.

Embora alguns desses nomes ainda apresentem percentuais modestos nas pesquisas espontâneas, a analista pondera que, quando testados com estímulo, vários deles ganham expressão significativa. Este fenômeno sugere um cenário político em ebulição, com potencial para surpresas nas próximas eleições presidenciais.

O debate em torno da sucessão presidencial de 2026 já se mostra intenso, mesmo a mais de dois anos do pleito. A movimentação precoce dos atores políticos indica a complexidade e a importância atribuídas à disputa, especialmente no campo da direita, que busca se reorganizar após a derrota em 2022.

 

Fonte: CNN Brasil/IstoÉ Independente/Brasil 247

 

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