O que é a pedra de
12 ângulos, joia da arquitetura inca vandalizada de forma irrecuperável
É uma das pedras
mais famosas do Peru. E todos que
passam pela cidade de Cusco são convidados a visitá-la.
À primeira vista,
não passa de uma grande pedra inserida junto a outras no muro de uma das
construções históricas do centro de Cusco.
A pedra dos doze
ângulos, como é popularmente conhecida, é um dos destinos habituais de
moradores locais e turistas que visitam a
antiga capital do Império Inca.
Um ataque de
vandalismo, ocorrido na terça-feira (18/2), ganhou destaque no noticiário
internacional depois que autoridades relataram que o local havia sofrido danos
"irreversíveis".
·
O
que é a pedra dos 12 ângulos?
A pedra dos doze
ângulos é um bloco de diorito verde incrustado no muro do Palácio do Arcebispo
de Cusco, no centro histórico da capital cusquenha. Ela está listada como
patrimônio cultural do Peru.
O Palácio do
Arcebispo foi construído durante a colonização espanhola sobre as ruínas
do antigo palácio do rei inca Inca Roca, cujos muros incluíam a pedra dos 12
ângulos.
Com doze ângulos
delicadamente esculpidos e um peso de seis toneladas, ela se encaixa
perfeitamente com o restante das pedras do muro, razão pela qual é considerada um
exemplo da habilidade e precisão dos engenheiros incas, além de um indício da
grandeza de Inca Roca, o rei que governou Cusco entre aproximadamente os anos
de 1350 e 1380.
Acredita-se que
originalmente possa ter tido um significado simbólico ou religioso.
Segundo o
Ministério da Cultura do Peru, "é um bem cultural e histórico de enorme
valor para nossa nação".
·
O
que aconteceu com a pedra dos 12 ângulos?
Nas primeiras horas
da manhã de terça-feira, um homem ficou em frente à pedra, e bateu nela várias
vezes com um objeto contundente.
As câmeras de
segurança capturaram o momento em que ele começou a desferir golpes na pedra.
A Secretaria de
Cultura de Cusco informou que o agressor estava "em um aparente estado de
embriaguez e fora de si".
O ataque provocou a
queda de vários fragmentos, dano que Jorge Moya, chefe da Secretaria de Cultura
de Cusco, classificou como "irreversível".
Horas após o
incidente, a Polícia Nacional do Peru anunciou a prisão do suposto autor do ato
de vandalismo, e explicou que ele havia cometido o ataque com um martelo.
O homem detido foi
identificado como Gabriel Mariano Roysi Malani, de 30 anos, e não está claro o
que o levou a danificar a pedra.
Moya afirmou que
seu departamento vai solicitar a "punição máxima" para o detido, que
pode passar anos na prisão por um crime contra o patrimônio cultural.
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A incrível
descoberta no Egito de primeira tumba de faraó em mais de 100 anos
Egiptólogos
descobriram a primeira tumba de um faraó desde que a de Tutancâmon foi
encontrada, há mais de um século.
A tumba do rei
Tutmés 2° era a última tumba real da 18ª dinastia egípcia que ainda não havia
sido encontrada.
Uma equipe
britânico-egípcia localizou a tumba nos vales a oeste da Necrópole de Tebas,
perto da cidade de Luxor, no Egito. Os pesquisadores
achavam que as câmaras funerárias dos faraós da 18ª dinastia estavam a mais de
2 quilômetros de distância, mais perto do Vale dos Reis.
A equipe a
encontrou em uma área associada aos túmulos das mulheres da realeza, mas quando
entraram na câmara funerária, ela estava decorada — sinal de que se tratava de
um faraó.
"Parte do teto
ainda estava intacta: um teto pintado de azul com estrelas amarelas. E tetos
pintados de azul com estrelas amarelas só são encontrados em tumbas de
reis", contou o diretor de campo da missão, Piers Litherland.
Ele disse ao
programa Newshour, da BBC, que sentiu uma emoção muito forte no momento.
"A emoção de
entrar nessas coisas é de uma perplexidade extraordinária, porque quando você
se depara com algo que não esperava encontrar, é extremamente turbulento
emocionalmente", ele relatou.
"E quando saí,
minha esposa estava esperando do lado de fora, e a única coisa que consegui
fazer foi começar a chorar."
Litherland afirmou
que a descoberta resolveu o mistério da localização das tumbas dos primeiros
reis da 18ª dinastia.
Pesquisadores
encontraram os restos mortais mumificados de Tutmés 2° há dois séculos, mas seu
local de sepultamento original nunca havia sido localizado.
O rei foi um
antepassado de Tutancâmon, cujo reinado acredita-se ter sido de aproximadamente
1493 a 1479 a.C.. A tumba de Tutancâmon foi encontrada por arqueólogos
britânicos em 1922.
Tutmés 2° é mais
conhecido por ter sido marido da rainha Hatshepsut, considerada uma
das maiores faraós do Egito, e uma das poucas faraós mulheres que governaram
por direito próprio.
Litherland contou que
a "escadaria enorme, e um corredor descendente muito grande" da tumba
sugeriam grandeza.
"Levamos muito
tempo para passar por tudo isso", ele disse, observando que o local estava
bloqueado por detritos de enchente, e que o teto havia desabado.
"Somente depois
de rastejar por uma passagem de 10 metros, que tinha uma pequena abertura de 40
centímetros no topo, é que chegamos à câmara funerária."
Lá, eles se
depararam com o teto azul e as decorações de cenas do Amduat, um texto
religioso que era reservado aos reis. Este foi outro sinal importante de que
eles haviam encontrado uma tumba real, explicou Litherland.
Eles começaram a
trabalhar para remover os escombros, esperando encontrar restos mortais
destruídos na sepultura embaixo.
Mas "acabou
que a tumba estava completamente vazia", afirmou Litherland. "Não por
ter sido saqueada, mas porque havia sido deliberadamente esvaziada".
Eles descobriram
então que a tumba havia sido inundada — "ela havia sido construída embaixo
de uma cachoeira" —, apenas alguns anos após o sepultamento do rei, e que
seu conteúdo havia sido transferido para outro local.
Foi ao peneirar
toneladas de calcário na câmara que eles encontraram fragmentos de jarros de
alabastro, gravados com os nomes de Tutmés 2° e Hatshepsut.
Esses fragmentos de
alabastro "provavelmente se quebraram quando a tumba estava sendo
transferida", disse Litherland.
"E, graças a
Deus, eles realmente quebraram uma ou duas coisas, porque foi assim que
descobrimos de quem era a tumba."
Os artefatos são os
primeiros objetos a serem encontrados associados ao sepultamento de Tutmés 2°.
Litherland contou
que sua equipe tinha uma ideia aproximada de onde ficava a segunda tumba, que
ainda poderia estar intacta com tesouros.
A descoberta da
tumba do faraó culmina mais de 12 anos de trabalho da equipe conjunta da
instituição britânica New Kingdom Research Foundation, de Litherland, e do
Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito.
A equipe já havia
escavado 54 tumbas na parte ocidental da montanha de Tebas em Luxor, e também havia
estabelecido as identidades de mais de 30 esposas reais e mulheres da corte.
"Esta é a
primeira tumba real a ser encontrada desde a descoberta revolucionária da
câmara mortuária do rei Tutancâmon em 1922", declarou o ministro do
Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathy.
"É um momento
extraordinário para a egiptologia e para a compreensão mais ampla da
nossa história humana
compartilhada."
Fonte: BBC News
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