segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

O que é a pedra de 12 ângulos, joia da arquitetura inca vandalizada de forma irrecuperável

É uma das pedras mais famosas do Peru. E todos que passam pela cidade de Cusco são convidados a visitá-la.

À primeira vista, não passa de uma grande pedra inserida junto a outras no muro de uma das construções históricas do centro de Cusco.

A pedra dos doze ângulos, como é popularmente conhecida, é um dos destinos habituais de moradores locais e turistas que visitam a antiga capital do Império Inca.

Um ataque de vandalismo, ocorrido na terça-feira (18/2), ganhou destaque no noticiário internacional depois que autoridades relataram que o local havia sofrido danos "irreversíveis".

·        O que é a pedra dos 12 ângulos?

A pedra dos doze ângulos é um bloco de diorito verde incrustado no muro do Palácio do Arcebispo de Cusco, no centro histórico da capital cusquenha. Ela está listada como patrimônio cultural do Peru.

O Palácio do Arcebispo foi construído durante a colonização espanhola sobre as ruínas do antigo palácio do rei inca Inca Roca, cujos muros incluíam a pedra dos 12 ângulos.

Com doze ângulos delicadamente esculpidos e um peso de seis toneladas, ela se encaixa perfeitamente com o restante das pedras do muro, razão pela qual é considerada um exemplo da habilidade e precisão dos engenheiros incas, além de um indício da grandeza de Inca Roca, o rei que governou Cusco entre aproximadamente os anos de 1350 e 1380.

Acredita-se que originalmente possa ter tido um significado simbólico ou religioso.

Segundo o Ministério da Cultura do Peru, "é um bem cultural e histórico de enorme valor para nossa nação".

·        O que aconteceu com a pedra dos 12 ângulos?

Nas primeiras horas da manhã de terça-feira, um homem ficou em frente à pedra, e bateu nela várias vezes com um objeto contundente.

As câmeras de segurança capturaram o momento em que ele começou a desferir golpes na pedra.

A Secretaria de Cultura de Cusco informou que o agressor estava "em um aparente estado de embriaguez e fora de si".

O ataque provocou a queda de vários fragmentos, dano que Jorge Moya, chefe da Secretaria de Cultura de Cusco, classificou como "irreversível".

Horas após o incidente, a Polícia Nacional do Peru anunciou a prisão do suposto autor do ato de vandalismo, e explicou que ele havia cometido o ataque com um martelo.

O homem detido foi identificado como Gabriel Mariano Roysi Malani, de 30 anos, e não está claro o que o levou a danificar a pedra.

Moya afirmou que seu departamento vai solicitar a "punição máxima" para o detido, que pode passar anos na prisão por um crime contra o patrimônio cultural.

¨         A incrível descoberta no Egito de primeira tumba de faraó em mais de 100 anos

Egiptólogos descobriram a primeira tumba de um faraó desde que a de Tutancâmon foi encontrada, há mais de um século.

A tumba do rei Tutmés 2° era a última tumba real da 18ª dinastia egípcia que ainda não havia sido encontrada.

Uma equipe britânico-egípcia localizou a tumba nos vales a oeste da Necrópole de Tebas, perto da cidade de Luxor, no Egito. Os pesquisadores achavam que as câmaras funerárias dos faraós da 18ª dinastia estavam a mais de 2 quilômetros de distância, mais perto do Vale dos Reis.

A equipe a encontrou em uma área associada aos túmulos das mulheres da realeza, mas quando entraram na câmara funerária, ela estava decorada — sinal de que se tratava de um faraó.

"Parte do teto ainda estava intacta: um teto pintado de azul com estrelas amarelas. E tetos pintados de azul com estrelas amarelas só são encontrados em tumbas de reis", contou o diretor de campo da missão, Piers Litherland.

Ele disse ao programa Newshour, da BBC, que sentiu uma emoção muito forte no momento.

"A emoção de entrar nessas coisas é de uma perplexidade extraordinária, porque quando você se depara com algo que não esperava encontrar, é extremamente turbulento emocionalmente", ele relatou.

"E quando saí, minha esposa estava esperando do lado de fora, e a única coisa que consegui fazer foi começar a chorar."

Litherland afirmou que a descoberta resolveu o mistério da localização das tumbas dos primeiros reis da 18ª dinastia.

Pesquisadores encontraram os restos mortais mumificados de Tutmés 2° há dois séculos, mas seu local de sepultamento original nunca havia sido localizado.

O rei foi um antepassado de Tutancâmon, cujo reinado acredita-se ter sido de aproximadamente 1493 a 1479 a.C.. A tumba de Tutancâmon foi encontrada por arqueólogos britânicos em 1922.

Tutmés 2° é mais conhecido por ter sido marido da rainha Hatshepsut, considerada uma das maiores faraós do Egito, e uma das poucas faraós mulheres que governaram por direito próprio.

Litherland contou que a "escadaria enorme, e um corredor descendente muito grande" da tumba sugeriam grandeza.

"Levamos muito tempo para passar por tudo isso", ele disse, observando que o local estava bloqueado por detritos de enchente, e que o teto havia desabado.

"Somente depois de rastejar por uma passagem de 10 metros, que tinha uma pequena abertura de 40 centímetros no topo, é que chegamos à câmara funerária."

Lá, eles se depararam com o teto azul e as decorações de cenas do Amduat, um texto religioso que era reservado aos reis. Este foi outro sinal importante de que eles haviam encontrado uma tumba real, explicou Litherland.

Eles começaram a trabalhar para remover os escombros, esperando encontrar restos mortais destruídos na sepultura embaixo.

Mas "acabou que a tumba estava completamente vazia", afirmou Litherland. "Não por ter sido saqueada, mas porque havia sido deliberadamente esvaziada".

Eles descobriram então que a tumba havia sido inundada — "ela havia sido construída embaixo de uma cachoeira" —, apenas alguns anos após o sepultamento do rei, e que seu conteúdo havia sido transferido para outro local.

Foi ao peneirar toneladas de calcário na câmara que eles encontraram fragmentos de jarros de alabastro, gravados com os nomes de Tutmés 2° e Hatshepsut.

Esses fragmentos de alabastro "provavelmente se quebraram quando a tumba estava sendo transferida", disse Litherland.

"E, graças a Deus, eles realmente quebraram uma ou duas coisas, porque foi assim que descobrimos de quem era a tumba."

Os artefatos são os primeiros objetos a serem encontrados associados ao sepultamento de Tutmés 2°.

Litherland contou que sua equipe tinha uma ideia aproximada de onde ficava a segunda tumba, que ainda poderia estar intacta com tesouros.

A descoberta da tumba do faraó culmina mais de 12 anos de trabalho da equipe conjunta da instituição britânica New Kingdom Research Foundation, de Litherland, e do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito.

A equipe já havia escavado 54 tumbas na parte ocidental da montanha de Tebas em Luxor, e também havia estabelecido as identidades de mais de 30 esposas reais e mulheres da corte.

"Esta é a primeira tumba real a ser encontrada desde a descoberta revolucionária da câmara mortuária do rei Tutancâmon em 1922", declarou o ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, Sherif Fathy.

"É um momento extraordinário para a egiptologia e para a compreensão mais ampla da nossa história humana compartilhada."

 

Fonte: BBC News

 

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