sábado, 22 de fevereiro de 2025

Quanto tempo duram os sintomas da dengue?

Casos de dengue são comuns em diversos países da América do Sul, região do planeta que sofre com surtos a cada temporada de calor. Como define o Ministério da Saúde do Brasil, “a dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes”. 

Em solo brasileiro, especificamente, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Após a picada, o vírus da dengue penetra na corrente sanguínea, onde fica em um período de incubação que vai de quatro a sete dias. Depois disso, o vírus se multiplica em órgãos como baço, fígado e tecidos linfáticos, explica a fonte. 

“Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes como as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas maiores de 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença", continua.

Com a chegada da temporada de calor no Hemisfério Sul, veja o que é preciso saber para estar bem informado a respeito da dengue: National Geographic esclarece as principais dúvidas que seguem pairando sobre a doença.

·        1. O que é a dengue tipo 3? 

A dengue se apresenta em diferentes tipos de vírus – chamados de DENV, informa o Ministério da Saúde brasileiro. “Até o momento são conhecidos quatro sorotipos de dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 –, que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens”, continua a fonte oficial.

A Fiocruz, por sua vez, informa que “todos os quatro sorotipos podem levar à dengue grave logo na primeira infecção”, porém isso acontece com maior frequência após a segunda ou terceira infecção. 

A entidade afirma ainda que os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos. Portanto, a dengue tipo 3 pode evoluir para um quadro mais grave, que é popularmente conhecido como dengue hemorrágica – ainda que esse termo tenha sido deixado de lado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2009, já que nem sempre ocorre hemorragia nesses casos, completa um artigo de NatGeo sobre o tema. 

Mas como ressalta a Fiocruz, todos os tipos de dengue podem evoluir para um quadro agudo, quando ocorre uma importante diminuição das plaquetas no sangue, continua o texto de NatGeo. 

·        2. Quanto tempo duram os sintomas da dengue? 

Os sintomas da dengue incluem febre alta (39°C a 40°C) de início repentino e mais as manifestações: dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos, como detalha a fonte governamental.  

Também estão listados como sintomas da dengue: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico); hipotensão postural e/ou lipotímia; letargia e/ou irritabilidade; aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia); sangramento de mucosa; e aumento progressivo do hematócrito.

Quando os sintomas aparecem, eles costumam ocorrer de 4 a 10 dias após a infecção, e duram de 2 a 7 dias até irem se dissipando, informa a OMS. Quem sofrer com essas manifestações relacionadas ao problema de saúde deve procurar imediatamente atendimento e tratamento adequado.

·        3. Quem pode tomar a vacina da dengue?  

Até o momento, existem dois tipos de vacina da dengue que estão sendo aplicadas no Brasil, indica um documento da Sociedade Brasileira de Imunizações. São elas a Dengvaxia© (Sanofi Pasteur), uma vacina tetravalente, criada a partir do vírus vivo atenuado, e que precisa ser aplicada em três doses com intervalo de seis meses entre elas. É indicada somente para quem já teve dengue, informa a SBI.

A outra vacina disponível é a Qdenga© (Takeda), imunizante tetravalente, também criado a partir do vírus vivo atenuado, e aplicada em duas doses com intervalo de três meses entre elas. Pode ser tomada por qualquer pessoa, independentemente de ter tido ou não dengue previamente, esclarece a fonte médica. 

A vacina Qdenga é recomendada para pessoas entre 4 e 60 anos de idade, com algumas exceções. “Como toda vacina de vírus vivo, está contraindicada para gestantes e mulheres que estão amamentando, além de quem possua imunodeficiências primárias ou adquirida, incluindo terapias de tratamento para estas doenças. 

Para quem já teve a doença, por sua vez, o ideal é esperar um período de 6 meses após a dengue para tomar a vacina, diz a SBI, que ressalta que o imunizante não deve ser tomado com menos de 30 dias para quem já deu positivo para qualquer um dos vírus DENV.

·        4. Quais remédios devem ser evitados por quem está com dengue?   

O tratamento para a dengue varia de acordo com a quantidade dos sintomas e a gravidade do quadro de cada pessoa afetada. De maneira geral, deve-se reforçar a hidratação oral (com água, soro caseiro, água de coco), ou venosa, dependendo da fase da doença, recomenda um artigo sobre dengue da Biblioteca Virtual de Saúde do ministério brasileiro. 

“Esta medicação é fundamental e está indicada em todos os casos em abundância”, diz a fonte. 

O artigo especializado reforça, por sua vez, que tipo de remédios não devem ser ingeridos durante quadros de dengue: “não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias”.

¨      Como é o mosquito da dengue? Você sabe a diferença entre ele e o pernilongo comum?

O mosquito que transmite a dengue (e também de outras doenças como zika, a febre amarela e chikungunya) é o Aedes aegypti – vetor de transmissão dos vírus conhecidos como o arbovírus, como explica a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar dessa espécie de mosquito estar muito presente nas Américas, especialmente na América do Sul, ela não é originária da região – que atualmente enfrenta vários casos de dengue em uma epidemia alertada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), principalmente no Brasil e na Argentina. 

Aedes aegypti é originário da África e se espalhou pelo mundo. Ele foi introduzido nas Américas após a chegada dos europeus no continente, conforme explica o artigo da National Geographic: “Qual é a origem do mosquito transmissor da dengue?”. 

<><> O que é a dengue?

A dengue é uma infecção viral transmitida justamente com a picada das fêmeas de mosquitos do Aedes aegypti infectados com o vírus – e não há um tratamento específico, apesar de já existir vacina contra a dengue

O mais indicado segundo a Opas é a prevenção da doença por meio da conscientização da população para diminuir a proliferação do mosquito da dengue e o uso de repelentes específicos para evitar possíveis picadas. 

Mas como identificar se um mosquito é o Aedes aegypti ou outro inseto parecido, como um pernilongo comum? Quais são suas principais características? Descubra, a seguir, e se proteja de possíveis picadas.

<><> Como identificar o mosquito da dengue, o Aedes aegypti?

O mosquito da dengue é preto com listras brancas na cabeça, no corpo e nas pernas, e suas asas são translúcidas, como explica o site da Secretaria de Saúde do estado do Espírito Santo, que fica na região sudeste do Brasil e é uma das áreas mais afetadas pela epidemia de dengue de 2024.

Outra característica importante para identificá-lo é que o Aedes aegypti é um mosquito bem pequeno, tendo apenas de 3 a 4 milímetros. Os machos dessa espécie alimentam-se exclusivamente de frutas. Já as fêmeas, no entanto, necessitam de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas de objetos próximos à superfície de algum local com água parada.

No momento em que a fêmea põe os ovos eles são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes. As fêmeas do Aedes aegypti colocam de 100 a 200 ovos por mês, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição ligada ao Ministério da Saúde do Brasil e responsável por pesquisas e desenvolvimento de tecnologia em Saúde.

O Aedes aegypti é um mosquito doméstico e adaptado ao ambiente urbano, já que consegue se reproduzir em baldes de água, vasos de plantas, poças d’água, pneus abandonados, calhas entupidas ou qualquer outro pequeno recipiente com água parada, como explica a Fiocruz. 

<><> As 4 dicas para diferenciar o mosquito da dengue de um mosquito comum

Muitas pessoas têm grande dificuldade em identificar se um mosquito é um Aedes aegypti ou outro mosquito qualquer, e a dúvida maior é em relação ao pernilongo, pois os dois são insetos de aparência bem similar. Mas há diferenças significativas que vale a pena observar para evitar a proliferação do mosquito da dengue e se proteger de picadas também. 

De acordo com a Agência Brasil, o mosquito da dengue e o pernilongo são parecidos, mas são mosquitos de famílias diferentes. Enquanto o primeiro é o Aedes aegypti, o pernilongo (ou muriçoca, como é conhecido em algumas regiões brasileiras) é o Culex quinquefasciatus – que é comum em regiões mais quentes das Américas, Ásia, África e Oceania. 

É possível identificar cada um deles quando estão em repouso, parado em algum local, ou até “em ação”, voando ou picando alguém. Veja as quatro dicas a seguir: 

Para identificar qual mosquito você está vendo é preciso observar primeiramente as cores, pois são bem diferentes. O site da Agência Brasil explica que ao contrário do Aedes aegypti, que possui o corpo preto e cheio de listras brancas, o pernilongo, por sua vez, tem uma coloração marrom uniforme.

Um ponto também importante para observar é o tamanho do mosquito: o da dengue é menor, tem cerca de 3 a 4 milímetros como dito acima. Já o Culex quinquefasciatus é maior e possui de 5 a 7 milímetros. 

É importante também estar atento em relação aos hábitos de voo, que é algo que os diferencia bastante. O mosquito da dengue costuma estar ativo e picar especialmente de manhã e no final da tarde, enquanto ainda há luz, como explica o site do  Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet) Conicet. Além disso, o Aedes aegypti é mais veloz e silencioso. Os pernilongos, por sua vez, possuem um hábito bem diferente e preferem agir à noite, a partir das 18h e não são nada silenciosos, costumam fazer um “zumbido” e incomodar as pessoas com seus ruídos à noite. 

Outra diferença é quanto à picada de cada um desses mosquitos. A do pernilongo deixa um pequeno calombo avermelhado e essa marca provoca coceira. Porém, a picada do mosquito da dengue não deixa marcas e também não provoca coceira no local, conforme explica a Agência Brasil.

 

Fonte: National Geographic Brasil 

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