sábado, 22 de fevereiro de 2025

Tática de Bolsonaro de esticar a corda pode tirar Tarcísio de 2026

Após a apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre a tentativa de golpe de estado, líderes da direita avaliam que o ex-presidente Bolsonaro trabalha com a tática de esticar a corda para a disputa em 2026, o que pode tirar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), da corrida presidencial.

O plano A de Bolsonaro é se manter na disputa para ser candidato até o Judiciário rejeitar todos os recursos de inelegibilidade.

Só que o timing da Justiça pode não coincidir com o prazo que governadores têm para se descompatibilizar do cargo -- abril do ano eleitoral.

Bolsonaro sabe que Tarcisio não vai repetir o efeito Doria, ser desleal ao seu padrinho politico. E, por isso, pode ficar fora da disputa pois não vai se lançar com Bolsonaro interditando o debate do sucessor, sem as bençãos do ex-presidente .

A família Bolsonaro tem defendido que o candidato saia da família para a vice ou cabeça de chapa.

¨      Kassab volta a defender candidatura de Tarcísio à reeleição e fala em “dobradinha” com Ratinho Jr

O secretário de Relações Institucionais de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defendeu, nesta sexta-feira (21) uma “dobradinha” nas eleições de 2026, com Ratinho Jr. (PSD) concorrendo à Presidência e Tarcísio de Freitas (Republicanos) à reeleição em São Paulo. Kassab confirmou que Ratinho já se colocou à disposição para concorrer ao Planalto, mas o partido ainda não bateu o martelo. As informações são da CNN Brasil.

“Nessa eleição, vamos fazer um esforço muito grande para ter candidatura própria. Felizmente, já temos um nome que se apresentou, que é o de Ratinho Junior. Se for ele, o partido estará muito bem representado. Teremos uma dobradinha boa do Tarcísio no estado e ele, nacionalmente”, disse. 

Na sequência, ele confirmou que o PSD estará com o governador de São Paulo em uma eventual candidatura à reeleição. “Aqui em São Paulo, nosso caminho é com o governador Tarcísio. Não tem nenhuma crise. O PSD vai continuar com a chapa do governador Tarcísio”, afirmou.

Tarcísio é apontado como um dos principais nomes para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como candidato da extrema direita na eleição pela Presidência em 2026. Apesar de negar publicamente essa possibilidade, nos bastidores, o governador de São Paulo afirma que pode ser candidato ao Planalto. Kassab afirmou que Tarcísio descartou a candidatura à Presidência. “Ele não será candidato. Ele tem deixado claro, portanto, é uma decisão dele que devemos respeitar”, relatou.

¨      “Não tenho plano de fuga”, diz Bolsonaro sobre prisão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (21) que não tem plano de fundo para evitar uma eventual prisão, informa o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. Na última terça-feira, Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por ter liderado uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022. “Não tenho plano de fuga. Sou inocente”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também negou ter discutido, em reunião com deputados aliados na última quarta-feira (21), um possível pedido de asilo em embaixadas de países governados pela direita. Segundo o ex-presidente, se fosse culpado, já teria pedido asilo.

Os bolsonaristas segue afirmando que a denúncia contra Bolsonaro é um “jogo de cartas marcadas”, e já tratam a prisão do ex-presidente como certa.

Pimenta pede à PGR tornozeleira eletrônica para Bolsonaro por risco de fuga

 O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quinta-feira (20) pedindo a imposição de uma tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro (PL), informa reportagem de Gabriel de Sousa no jornal Estadão.

No ofício enviado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, Pimenta argumenta que a medida é necessária para evitar uma possível fuga do ex-chefe do Executivo, citando reportagens que mencionam discussões de Bolsonaro com aliados sobre a possibilidade de deixar o país.

"Considerando a necessidade de resguardar a ordem pública, a instrução processual e a eficácia da persecução penal, faz-se imperativo que seja imposta a Jair Bolsonaro a utilização de tornozeleira eletrônica como medida cautelar adequada e proporcional aos fatos noticiados", afirmou Pimenta no documento, ainda de acordo com o jornal.

Em nota ao Estadão, a defesa de Bolsonaro afirmou: "o presidente Bolsonaro compareceu a todos os atos da investigação, obedeceu a todas as medidas cautelares de distanciamento dos demais investigados e sempre reiterou, em sucessivas entrevistas, que não iria fugir. Qual seria a evidência concreta de risco de fuga?"

¨      Michelle quase 'pirou' quando viu a mudança sair do Alvorada e disse que era preciso 'fazer alguma coisa', relata Cid

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrou em pânico ao ver a mudança da família sendo retirada do Palácio da Alvorada no final de dezembro de 2022, segundo revelou o ex-ajudante de ordens Mauro Cid em sua delação premiada. De acordo com o relato, Michelle ficou desesperada e pediu que fosse tomada alguma medida diante da iminente saída de Jair Bolsonaro do cargo.

"Quando ela viu a mudança saindo, ela quase pirou, entrou em pânico", disse Cid, destacando que a ex-primeira-dama pressionava pessoas próximas para que "fizessem alguma coisa". Questionado pelos investigadores sobre o que Michelle teria dito exatamente, Cid confirmou: "Ela falava pra gente fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa".

Cid ainda relatou a existência de um grupo que resistia à transição democrática .

Além de Michelle, Eduardo Bolsonaro, Magno Malta, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado e o general Mário Fernandes são apontados como figuras que atuavam para tentar manter Bolsonaro no poder.

De acordo com Cid, o general Mário Fernandes era um dos mais ativos na tentativa de convencer militares a aderirem ao golpe.

"Ele ia falar com generais, falava com o comandante do Exército, Freire Gomes, tentando convencê-los. Ele era muito ostensivo, escrevia nos grupos de WhatsApp militar sobre isso", revelou. Segundo o depoimento, Fernandes quase foi punido pelo alto comando do Exército devido à sua insistência na narrativa golpista.

O relato também menciona que Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, era um dos maiores incentivadores da ideia de que Bolsonaro deveria deixar o Brasil antes da posse de Lula. Segundo Cid, Machado chegou a vazar informações para a imprensa com o objetivo de pressioná-lo e criar um racha dentro do bolsonarismo.

¨      Michelle Bolsonaro nega envolvimento em suposto golpe e atribui delação de Cid a “momento de perturbação mental”

 A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) negou, nesta sexta-feira (21), qualquer participação em uma suposta articulação golpista em 2022. Citada na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como integrante de um grupo que defendia a ruptura institucional, Michelle classificou as declarações de Cid como fruto de “um momento de perturbação mental”. A afirmação foi feita durante entrevista a jornalistas após um evento do PL em Brasília (DF), destaca reportagem da CNN Brasil.

A declaração ocorre três dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar 34 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por suposto envolvimento em um plano golpista. Michelle contestou as provas apresentadas pela PGR, afirmando que a denúncia se baseia em uma “narrativa mentirosa”. “Não tem nenhuma prova [na denúncia]”, enfatizou.

Sobre as acusações, a ex-primeira-dama demonstrou confiança na justiça divina e na defesa de seu marido. “[As falas feitas durante a delação ocorreram em] momento de perturbação mental. [Estou] zero apreensiva; 100% confiante em Deus, porque meu marido está sofrendo uma perseguição. A verdade vai prevalecer”, declarou.

A denúncia da PGR acusa Jair Bolsonaro de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Durante o evento do PL, Michelle também criticou a estratégia de comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não adianta contratar marqueteiro vendendo sonhos quando a realidade é outra”, afirmou. A declaração foi feita em meio à recente nomeação do publicitário Sidônio Palmeira para a Secretaria de Comunicação Social (Secom), substituindo o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

 

Fonte: g1/Agencia Brasil/Brasil 247

 

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