quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Usando dinheiro público, Eduardo articula sanções ao Brasil com deputado dos EUA e Bolsonaro comemora

Conspirando nos EUA com dinheiro público, enquanto abandona seu mandato na Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta segunda-feira (24) que está articulando com o deputado trumpista Richard McCormick, do partido Republicano da Georgia, a imposição de sanções ao Brasil.

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo que foi denunciado pela tentativa de golpe, se encontraram com McCormick. O deputado brasileiro, que está nos EUA, tem se mantido uma relação constante com o colega trumpista para articular os ataques ao Brasil.

Em publicação na rede X na noite desta segunda, Eduardo revelou que, em conluio com o estadunidense, quer que Donald Trump imponha sanções ao Brasil utilizando a Lei Magnitsky, de 2012, usada pelos EUA contra aqueles que considera infratores dos direitos humanos.

"Agradeço a menção ao meu pai, Pres. Jair Bolsonaro, e o apoio do nobre Deputado americano Richard McCormick (Rep.-Georgia). A perseguição política enfrentada hoje no Brasil, através da 'LAWFARE' (guerra judicial), está envergonhando nosso Brasil diante do mundo. É lamentável ver que as sanções Magnitsky, normalmente reservadas para DITADURAS e violadores de direitos humanos, agora estão sendo consideradas contra autoridades do nosso país", diz Eduardo, como se não tivesse articulada a sanção ao Brasil com o deputado estadunidense.

O conluio foi tanto, que o comentário se deu sobre uma publicação de McCormick feita na rede X menos de uma hora antes.

"O Juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes está armando o judiciário para fraudar a eleição de 2026, silenciando a oposição e protegendo o Presidente Lula. A acusação de Jair Bolsonaro não é justiça — é perseguição política, assim como o que foi feito ao Presidente Trump", diz o deputado americano, propagando a narrativa bolsonarista e ressaltando que "Moraes também é uma ameaça aos EUA, censurando empresas americanas, suprimindo a liberdade de expressão e violando a soberania digital".

"Peço ao governo Trump e ao Congresso que imponham sanções Magnitsky, proibições de visto e penalidades econômicas. Os EUA devem defender a democracia, a liberdade de expressão e o estado de direito — antes que seja tarde demais", emendou McCormick.

Um pouco antes de Eduardo, Jair Bolsonaro foi às redes e comemorou a publicação, agradecendo "a solidariedade e consideração" do deputado republicano.

"É triste o que nosso país vem passando ultimamente. Esperamos que não chegue a um ponto mais extremo, por conta de alguns que se consideram deuses e acima da lei, colocando em risco toda a estrutura do nosso amado país. Deus os abençoe", afirmou o ex-presidente denunciado por golpe de Estado.

Bolsonaro também agradeceu ao senador republicano Mike Lee, do Arizona, que anunciou que viajará "para o Brasil no final deste ano com alguns dos meus colegas do Senado e pretendo fazer algumas perguntas difíceis sobre o Juiz Alexandre de Moraes e a suposta instrumentalização política do sistema judiciário brasileiro".

"Muito obrigado, Senador Mike Lee. Infelizmente, o Brasil foi convertido em um laboratório de ativismo judicial, abusos de poder e aplicação seletiva da lei para fins políticos", escreveu Bolsonaro às 23h46.

"Sua visita ao Brasil será fundamental para expor essa realidade ao mundo. Como jurista é constitucionalista, sua participação como amicus curiae ou observador desse processo, também seria muito útil à causa da democracia e do Estado de Direito no Brasil", emendou.

<><> Conspiração contra o Brasil

Eduardo Bolsonaro, que já afirmou que abandonou o trabalho na Câmara para se dedicar à conspiração nos EUA para beneficiar seu pai, tem se reunido frequentemente com parlamentares e políticos ligados a Trump para conduzir um levante para achacar autoridades brasileiras, em especial Alexandre de Moraes, e tentar livrar o ex-presidente da cadeia.

No dia 11 de fevereiro, Eduardo esteve com Paulo Figueiredo no gabinete de McCormick, segundo o filho de Bolsonaro, "um grande aliado na causa da liberdade a ajudando o Brasil no processo de resgate da democracia".

Dois dias depois, Eduardo compartilhou uma publicação de McCormick, dizendo que "o senhor e sua equipe têm sido incríveis" e que "nossos ideais convergem e nosso trabalho está apenas começando".

"Foi ótimo conversar com meu amigo e guerreiro Eduardo Bolsonaro", escreveu o deputado republicano propagando fake news divulgada por Elon Musk sobre "ajuda da Usaid [Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional] para interferência eleitoral no Brasil".

No fim da noite desta segunda-feira, Bolsonaro também agradeceu a Elon Musk que compartilhou a publicação do senador Mike Lee sobre a "visita" ao Brasil no final do ano: "good", escreveu o bilionário.

"Hugs from Brazil, @elonmusk", comentou Bolsonaro, mandando abraços em inglês.

¨      Neto do ditador Figueiredo ensina Musk como impor sanção a Moraes em conspiração aberta no X

Braço direito de Eduardo Bolsonaro (PL) na cooptação de políticos e autoridades ligados a Donald Trump na conspiração para livrar Jair Bolsonaro (PL) da cadeia, Paulo Figueiredo expôs na rede X uma troca de mensagens em que orienta Elon Musk sobre como usar o sistema financeiro para atacar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

A conversa se deu por meio do perfil @realpfigueiredo, que foi bloqueado pela Justiça no Brasil, mas segue ativo nos EUA. A audácia do neto do ditador João Figueiredo, que mora nos EUA, fez com que ele divulgasse a troca de mensagens no perfil liberado no Brasil.

A conversa se deu na noite desta segunda-feira (24), quando Bolsonaro comemorava o anúncio do deputado Richard McCormick, do partido Republicano da Georgia, que afirma que usará a Lei Magnitsky para pedir a Donald Trump que imponha sanções ao Brasil por violação aos Direitos Humanos.

Musk pergunta em comentário no X se "Moraes possui propriedades nos EUA". Paulo Figueiredo entra na conversa e sinaliza como o bilionário, que é Secretário de Eficiência Governamental do governo Trump, como usar um órgão ligado ao sistema financeiro dos EUA para punir Moraes.

"Ele não precisa [ter propriedade nos EUA]. Assim que for adicionado à lista SNDC da OFAC, todas as instituições financeiras imediatamente fecham suas contas bancárias, incluindo as do Brasil, para que não sejam sujeitas a sanções secundárias. O presidente Trump pode fazer isso a qualquer momento, a seu critério, por meio da Lei Magnitsky", explica Figueiredo, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como membro da organização criminosa (orcrim) golpista. 

Musk, então, responde: "Interessante".

Em comentário a uma seguidora, que disse que "sanções não derrubam ditadores", Figueiredo voltou à tona e sinalizou uma possível adesão das Forças Armadas brasileiras à conspiração dos bolsonaristas com os EUA.

"Derruba se o poder não estiver militarmente consolidado. Ou seja, funciona POR ENQUANTO", afirmou.

<><> Ataque a Moraes

A orientação de Figueiredo a Musk parte da Lei Magnitsky, que foi criada em 2012, após os EUA acusarem a Rússia de torturar e matar o ucraniano Sergei Magnitsky.

Em 2008, o contador fiscal que acusou autoridades russas e autoridades policiais de roubarem US$ 230 milhões em deduções fiscais da Hermitage Capital, uma empresa de fundos de investimento e gestão de ativos especializada em mercados russos fundada pelo financista estadunidense Bill Browder e pelo banqueiro libanês Edmond Safra, dono do banco brasileiro Safra e que morreu em 1999.

No entanto, desde 2016, a lei é usada como álibi pelos EUA para  punir aqueles que considera violadores dos direitos humanos, congelar seus ativos e proibi-los de entrar no país.

Figueiredo explica a Musk que, com a aplicação da Lei por Musk, Moraes entraria na lista de Cidadãos Especialmente Designados (SDN, na sigla em inglês, de Specially Designated Nationals and Blocked Persons) do Office of Foreign Assets Control (Ofac).

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros é quem aplica programas de sanções econômicas dos EUA, obrigando bancos e instituições financeiras de todo o mundo a seguirem suas diretrizes.

<><> Conspiração

Figueiredo atua com Eduardo Bolsonaro no lobby junto a políticos ultraconservadores dos EUA para articular uma conspiração no Brasil e evitar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O filho "02" de Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (24) que está articulando com o deputado trumpista Richard McCormick, do partido Republicano da Georgia, a imposição de sanções ao Brasil.

Em publicação na rede X na noite desta segunda, Eduardo revelou que, em conluio com o estadunidense, quer que Donald Trump imponha sanções ao Brasil utilizando a Lei Magnitsky, de 2012, usada pelos EUA contra aqueles que considera infratores dos direitos humanos.

"Agradeço a menção ao meu pai, Pres. Jair Bolsonaro, e o apoio do nobre Deputado americano Richard McCormick (Rep.-Georgia). A perseguição política enfrentada hoje no Brasil, através da 'LAWFARE' (guerra judicial), está envergonhando nosso Brasil diante do mundo. É lamentável ver que as sanções Magnitsky, normalmente reservadas para DITADURAS e violadores de direitos humanos, agora estão sendo consideradas contra autoridades do nosso país", diz Eduardo, como se não tivesse articulada a sanção ao Brasil com o deputado estadunidense.

O conluio foi tanto, que o comentário se deu sobre uma publicação de McCormick feita na rede X menos de uma hora antes.

"O Juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes está armando o judiciário para fraudar a eleição de 2026, silenciando a oposição e protegendo o Presidente Lula. A acusação de Jair Bolsonaro não é justiça — é perseguição política, assim como o que foi feito ao Presidente Trump", diz o deputado americano, propagando a narrativa bolsonarista e ressaltando que "Moraes também é uma ameaça aos EUA, censurando empresas americanas, suprimindo a liberdade de expressão e violando a soberania digital".

"Peço ao governo Trump e ao Congresso que imponham sanções Magnitsky, proibições de visto e penalidades econômicas. Os EUA devem defender a democracia, a liberdade de expressão e o estado de direito — antes que seja tarde demais", emendou McCormick.

Um pouco antes de Eduardo, Jair Bolsonaro foi às redes e comemorou a publicação, agradecendo "a solidariedade e consideração" do deputado republicano.

"É triste o que nosso país vem passando ultimamente. Esperamos que não chegue a um ponto mais extremo, por conta de alguns que se consideram deuses e acima da lei, colocando em risco toda a estrutura do nosso amado país. Deus os abençoe", afirmou o ex-presidente denunciado por golpe de Estado.

Bolsonaro também agradeceu ao senador republicano Mike Lee, do Arizona, que anunciou que viajará "para o Brasil no final deste ano com alguns dos meus colegas do Senado e pretendo fazer algumas perguntas difíceis sobre o Juiz Alexandre de Moraes e a suposta instrumentalização política do sistema judiciário brasileiro".

"Muito obrigado, Senador Mike Lee. Infelizmente, o Brasil foi convertido em um laboratório de ativismo judicial, abusos de poder e aplicação seletiva da lei para fins políticos", escreveu Bolsonaro às 23h46.

"Sua visita ao Brasil será fundamental para expor essa realidade ao mundo. Como jurista é constitucionalista, sua participação como amicus curiae ou observador desse processo, também seria muito útil à causa da democracia e do Estado de Direito no Brasil", emendou.

¨      Elon Musk discute sanções a Alexandre de Moraes: “Tem bens nos EUA?”

Braço direito de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, Elon Musk passou a analisar a aplicação de sanções a Alexandre de Moraes. Na rede social X, da qual é dono, o empresário perguntou a internautas se o ministro do STF possui bens em solo norte-americano.

“Doesn’t De Moraes own property in America?” [Moraes não possui propriedade na América?], questionou Elon Musk, que na Casa Branca ocupa o posto de secretário de Eficiência Governamental. A discussão girava em torno de possíveis punições ao magistrado, como o bloqueio de patrimônio que Alexandre viesse a ter nos EUA.

Em resposta, o comunicador brasileiro Paulo Figueiredo, alvo de decisões de Alexandre de Moraes, disse a Elon Musk: “Ele não precisa ter [propriedade nos Estados Unidos]. Uma vez que ele seja incluído na lista SND do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, todas as instituições financeiras imediatamente fecham a conta bancária dele, inclusive no Brasil, para que não sejam alvo de sanções secundárias. O presidente Trump pode fazer isso a qualquer momento, a seu critério, através da Lei Magnitsky”.

Elon Musk, então, reagiu à explicação de Paulo Figueiredo: “Interessante”.

Citada por Figueiredo, a sigla SDN (Specially Designated Nationals) se refere a Nacionais Especialmente Designados. Essa lista é mantida pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, um órgão do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Nela, estão incluídas pessoas e entidades com as quais cidadãos e empresas dos EUA são proibidos de fazer negócios. Estar na lista SDN significa que os ativos dessas pessoas ou organizações estão bloqueados. Informalmente, a punição é apelidada de “pena de morte financeira”, dado o impacto sobre os atingidos.

Elon Musk também interagiu com uma outra postagem na qual Nawfal questiona se Moraes “teria tirado o dinheiro dele dos Estados Unidos”. O bilionário respondeu: “Parece que ele está tentando esconder seus ativos”.

<><> “Ideologia fascista”

A discussão sobre sanções teve início após o influenciador conservador Mario Nawfal reproduzir uma fala de Alexandre de Moraes associando big techs à “ideologia fascista”. O discurso do ministro do STF ocorreu durante aula magna da faculdade de direito da USP.

Disse o magistrado: “Há uma instrumentalização das redes sociais por grupos econômicos e ideologicamente fascistas, de extrema direita, para corroer a democracia por dentro. Esse é o grande desafio hoje de quem defende a democracia”.

<><> Deputado pede sanções a Moraes

O deputado norte-americano Rich McCormick pediu a Donald Trump que imponha sanções econômicas contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele enviou carta ao presidente dos Estados Unidos. Segue abaixo a íntegra do documento:

“Caro Presidente Trump e Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz: Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado no Brasil, em uma tentativa flagrante do regime brasileiro de afastar o principal candidato para a eleição do ano que vem.

A acusação do ex-presidente Jair Bolsonaro não é sobre justiça — é sobre eliminar a competição política por meio de guerra jurídica judicial, assim como o presidente Trump foi alvo antes de fazer o maior retorno político da história.

O juiz da Suprema Corte brasileira Alexandre de Moraes transformou o Judiciário brasileiro em uma arma para esmagar a oposição, proteger o presidente Lula e fraudar a eleição de 2026 antes que um único voto seja lançado. Suas ações são um ataque direto à democracia, à liberdade de expressão e ao estado de direito, e respeitosamente solicitamos que você tome medidas para garantir que o Brasil celebre uma eleição livre e justa em 2026”.

<><> “Ameaça aos EUA”

Prosseguiu o deputado na carta enviada a Trump:

“Moraes não é apenas um problema para o Brasil — ele é uma ameaça crescente para os Estados Unidos. Ele já tentou censurar empresas dos EUA, suprimir a liberdade de expressão e minar a soberania digital americana. Seu ataque a plataformas, como X e Rumble, levou a processos judiciais da Trump Media, expondo seu flagrante desrespeito à lei dos EUA e às proteções da Primeira Emenda da nossa Constituição.

Em resposta ao processo, Moraes retaliou banindo todos os vídeos do Truth Social em todo o país, impondo pesadas multas ao X de Elon Musk (que anteriormente sofreu multas semelhantes e uma proibição geral), impondo uma proibição geral ao Rumble no Brasil, exigindo que empresas americanas forneçam informações confidenciais de usuários de dissidentes políticos que buscam refúgio nos Estados Unidos e ameaçando um CEO americano com acusações criminais.

Os Estados Unidos não podem permitir que juízes estrangeiros ditem o que os americanos podem dizer, ler ou publicar. O comportamento de Moraes é precisamente o tipo de abuso autoritário que a Lei Global Magnitsky foi projetada para combater. Suas flagrantes violações de direitos humanos, sua censura de oponentes políticos e seu uso do poder judicial para fraudar eleições justificam sanções imediatas dos EUA. De fato, a Casa Branca recentemente impôs sanções ao Tribunal Penal Internacional, estabelecendo um precedente importante para ações tomadas contra um tribunal estrangeiro agindo ilegalmente e contra os interesses dos EUA.

Estou pedindo ao governo Trump e meus colegas no Congresso que tomem medidas decisivas. Moraes e seus facilitadores devem enfrentar consequências reais, incluindo sanções Magnitsky, proibições imediatas de visto e penalidades econômicas. O Presidente e o Departamento de Estado têm autoridade para tomar essas medidas, e Moraes deve responder por seus abusos de direitos humanos e ações antidemocráticas. Se não fizermos nada, estamos sinalizando que os Estados Unidos tolerarão a tirania judicial que ameaça não apenas a democracia do Brasil, mas nossos próprios interesses nacionais.

O povo do Brasil merece o direito de escolher seus próprios líderes nas urnas, não tê-los removidos por um juiz desonesto. Os Estados Unidos devem defender a democracia, a liberdade de expressão e o estado de direito — antes que seja tarde demais”.

 

Fonte: Fórum/Metrópoles

 

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