Raniero La Valle:
Era preciso um louco para dizer que o Ocidente está morto
Trump não perde
tempo, é sua maneira de agradecer pela Casa Branca recebida como
presente do eleitorado democrático. Orgulhoso da solução inovadora estabelecida
para Gaza, instigou seu parceiro Netanyahu a “abrir as
portas do inferno” se todos os reféns não viessem a ser libertados antes do
cronograma da trégua. Enquanto isso, ele e seu secretário de Estado enviaram
1.800 bombas de 900 quilos para Israel, como se não tivesse tido inferno
suficiente até agora. E até as mostraram para nós na TV.
Para sair da guerra
com a Rússia na Ucrânia, destratou grosseiramente a Europa, sem
mencionar Zelensky, excluindo-os de
futuras negociações.
O “Ocidente
alargado”, que, na verdade, seria Estados Unidos alargados, está
atônito, o pensamento único está destruído. Se isso se tornou o Ocidente, o que
falar do “resto do mundo”, como o Corriere della Sera o chama. Era
preciso que um louco pousasse na Casa Branca para que fosse anunciado
ao mundo que o ídolo havia caído, o Deus anunciado pelos messianismos terrenos.
Aquele Deus está morto é a mensagem propagada por toda a Terra. Havia sido
preanunciado pelo “homem louco” descrito por Nietzsche em A
Gaia Ciência, aquele louco que “correu para o mercado e começou a gritar: 'Eu
procuro Deus! Eu procuro Deus... Para onde foi Deus? Eu lhes direi! Nós o
matamos'”. Esse era o Deus pelo qual guerras humanitárias e genocídios haviam
sido travados, o Deus da competição estratégica e da deportação de migrantes, o
Deus impotente em impedir “a abertura das portas do inferno”, justamente quando
o Papa Francisco diz acreditar, sem fazer disso um dogma, que o
inferno está vazio. Mas aquele Deus não era o Deus verdadeiro, era um ídolo,
veiculado pelo messianismo estadunidense, que, por sua vez, o havia recebido,
de acordo com a reconstrução feita pelo teólogo jesuíta alemão Erich
Przywara em
seu Ideia da Europa, da “comunidade dos eleitos predestinados”
da Genebra de Lutero, “que comportava a
ideia de uma terra-de-Deus, ou seja, aquela dos eleitos anglo-saxões, que
queriam e ainda hoje querem ser os conquistadores do mundo com cruzadas
morais”.
Os documentos
oficiais sobre a estratégia estadunidense, antes e depois do atentado às duas torres,
afirmavam de fato que existe “um único modelo sustentável” para os povos de
todo o mundo e para todos os tempos, “Liberdade, Democracia e Livre Empresa”, e
que “os Estados Unidos desfrutam de uma posição de força militar
incomparável e grandioso poder econômico e político” para “proteger esses
valores contra os inimigos” (incluindo os neonazistas alemães?). Portanto,
prometiam a Casa Branca e o Pentágono, “estenderemos a paz
promovendo sociedades livres e abertas em todos os continentes” (também
em Gaza?). E eis que
aquele Deus, com o advento de Trump na Casa Branca, caiu com um
grande clamor, não como o Deus verdadeiro que foi embora no silêncio de uma
única frase na cruz, mas como o falso Deus fundido no bezerro de ouro, que foi
despedaçado no “fragor do povo que gritava” diante de Josué e logo depois
provocou três mil mortes no acampamento de Moisés como
em Gaza. Assim, caiu o ídolo do escudo atlântico, da invencibilidade
dos EUA, da superioridade e do valor absoluto dos valores liberais
ocidentais contra os horrores das autocracias, do nazismo que só é mau se
perseguir os Judeus.
E aqui está o
resultado: a Europa não se resigna a ser derrotada
na Ucrânia e implode, em Gaza foi dado sinal verde para
“terminar o trabalho” do extermínio; e onde é semeado o sangue de um número tão
grande de vítimas sacrificiais, judias e palestinas, estão prontos os projetos
imobiliários de residências na futura Riviera do Oriente
Médio.
Mas a Europa, Netanyahu e o Ocidente têm pouco a
criticar a Trump: são como ele. É claro que quando um ídolo se desfaz,
segue-se um terremoto, talvez um tsunami, mas também pode ocorrer uma virada
salutar. A Europa,
Zelensky e a Ucrânia entram
em crise.
A Europa, em
vez de ficar feliz com a paz em sua casa, está se agitando descontroladamente
porque não consegue aceitar sua derrota na Ucrânia. Teve sua guerra
patriótica, que fez com que os ucranianos a travassem em nome dos Estados
Unidos, e agora, submissa como foi de uns e de outros, é jogada fora:
certamente não pode enviar um exército que não tem para lutar. Aqui, o
renascimento consiste em entender que a “ideia de Europa” é um começo do futuro
de um mundo diferente, a UE não pode se reduzir a ser um Estado como
os outros, com seu exército, sua política de poder, sua soberania intolerante
ao direito, governada por Úrsula e Mark
Rutte.
Zelensky está
desesperado porque não o querem nas negociações, talvez lhe concedam um assento
auxiliar. Homem midiático, subiu em todos os palcos com carranca de demiurgo,
senhor da guerra e da paz (que, nesse interim, tinha providenciado proibir por
lei). Como os grandes atores aspiram fazer (e por isso nunca deveriam ser
postos como chefes de governo ou de estado), quer morrer no palco, ele e toda a
companhia. Assim, hoje à Ucrânia só falta uma coisa. O 25 de julho
(queda do regime fascista).
A Ucrânia finalmente
pode e deve viver. Sem os mísseis da OTAN na fronteira, não
incomoda ninguém, a Rússia não tem motivos para invadi-la, pois o que
fez até agora lhe basta, tanto em relação à população russa fora de suas
fronteiras quanto em relação à sua segurança, incluindo o Mar Negro. Os
países escandinavos podem voltar à sua bela neutralidade. E Trump, se
parasse de atiçar o fogo entre Israel e Palestina, poderia lidar
com a China.
Talvez tenha
chegado a hora de retomar seriamente o tema do messianismo, o verdadeiro, que
significa a salvação do mundo.
¨ Bem-vindo à nova ordem mundial. Por Marc Saxer
Na Conferência
de Segurança de Munique, que ocorreu de 14 a 16 de fevereiro, duas visões
diametralmente opostas de ordem entraram em conflito. Os historiadores do
futuro provavelmente apontarão este momento como o fim definitivo da ordem
mundial liberal liderada pelos EUA e o ponto em que a erosão da
hegemonia liberal dentro das democracias ocidentais se tornou inegável.
O vice-presidente
dos EUA, J.D. Vance, tinha duas mensagens importantes para os europeus.
Primeiro, ele disse que os Estados
Unidos estão
reformando fundamentalmente seu sistema de governança e espera que seus aliados
sigam o exemplo. Em segundo lugar, ele argumentou que se a Europa não empreender essa
transformação, os valores compartilhados que sustentam a parceria
transatlântica desaparecerão, junto com a garantia de segurança dos Estados
Unidos.
As reações
europeias foram reveladoras. Muitos analistas não conseguiram compreender a
natureza importante da declaração dos EUA, descartando-a como uma interferência
ultrajante, vinda de um funcionário do governo Trump e, portanto,
"de direita" e "malvada". Os cínicos podem argumentar que
isso ignora a lógica imperial que considera os assuntos dos vassalos como
inerentemente internos. Essa mentalidade ficou evidente
quando Trump se referiu ao primeiro-ministro canadense Justin
Trudeau como um “governador”, como se ele governasse um estado americano.
Observadores
astutos reconheceram que esta não era uma discussão entre iguais, mas um
ultimato de um chefe ou líder: alinhar-se ou enfrentar a agressão russa
sozinho. Alguns até especularam que o verdadeiro objetivo dos EUA era
desmantelar a União Europeia, abrindo caminho para que os oligarcas
americanos tivessem rédea solta em uma Europa fragmentada por miniestados
fracos.
Há pouco a
acrescentar a essa leitura geopolítica. Os Estados Unidos estão
questionando abertamente a aliança transatlântica, o principal pilar da
segurança da Europa Ocidental há mais de 80 anos. Mesmo que seja
renovada — sua própria incerteza já está enfraquecendo seu poder de dissuasão —
espera-se que os europeus suportem o principal fardo da defesa convencional, e
possivelmente até nuclear, de seu continente. Enquanto isso, os Estados
Unidos concentrarão toda a sua atenção em sua luta hegemônica com
a China.
Em nível
global, os Estados Unidos já não estão dispostos a agir como garantes
das instituições
multilaterais e
do direito internacional, que outrora eram enquadrados como a “ordem
mundial liberal baseada em regras”. Isso não apenas anuncia a paralisia do
sistema das Nações Unidas, mas também coloca em questão a abertura da economia
global. O hegemônico está declarando obsoleta a própria ordem que ele mesmo
construiu.
Para os europeus,
com seus exércitos em miniatura deliberadamente interligados à máquina militar
americana e suas economias de exportação profundamente inseridas nas cadeias de
suprimentos globais, os fundamentos de sua segurança e prosperidade estão
mudando drasticamente.
O que permanece em
grande parte inexplorado é o choque entre duas visões radicalmente diferentes
de ordem, tanto em escala global quanto nacional. Embora muitos estejam apenas
começando a entender o fim
da ordem liberal,
poucos realmente entendem o que a substituirá. Não é de se admirar que muitos
europeus e americanos progressistas tenham dificuldade em interpretar a
mensagem do governo dos EUA: ainda precisamos aprender o vocabulário dessa
ordem emergente.
Na Europa, as tentativas
do presidente dos EUA de anexar a Groenlândia, o Panamá e o Canadá foram
amplamente descartadas como provocações absurdas. Por trás deles, no entanto,
estava o possível renascimento da Doutrina Monroe: uma retirada
estratégica para o Hemisfério Ocidental, onde o domínio americano permanece
incontestável. Combinado com o desejo de “vender” a Ucrânia para
a Rússia, percebe-se um retorno ao pensamento de esferas de influência, há
muito conhecido na Europa, mas marginalizado durante o momento unipolar
dos Estados Unidos. É até concebível que Washington chegue a um
entendimento com seus maiores rivais, China e Rússia,
concordando em ficar fora das esferas de influência um do outro. Se assim for,
o destino de Taiwan estará tão selado quanto o do Cáucaso.
Os europeus falam
sobre traição, mas vale lembrar que eles estabilizaram sua própria ordem
multipolar por
meio de esferas de influência e acordos, com sucesso no século XIX. Sempre que
uma única potência buscava a hegemonia pela força, o resultado eram guerras
mundiais catastróficas.
Hoje, os
neoconservadores americanos acreditam que podem vencer uma guerra contra
uma China com armas nucleares. Vale ressaltar
que Trump removeu a proteção pessoal das figuras mais proeminentes
naquele espaço, o que na prática as marginalizou politicamente. O governo dos
EUA agora parece reconhecer que a vitória em um conflito militar com a China é
inatingível, eliminando qualquer caminho de volta a um mundo unipolar. O
verdadeiro ponto de virada, então, está na mudança do equilíbrio global de
poder. Os americanos simplesmente aceitaram essa realidade mais rápido que os
europeus.
Não é preciso ser
um adivinho para prever que a Europa em breve abandonará sua postura de
"agora mais do que nunca" em relação à Ucrânia. Da mesma forma,
os esforços para importar valores ocidentais ao mundo provavelmente acabarão na
lata de lixo da história. Se a Europa quiser evitar se tornar um mero
peão na competição entre grandes potências, ela deverá iniciar uma reforma
interna ousada. Somente por meio de um contrato social negociado que distribui
de forma justa os imensos custos é que se pode construir a força militar e
política necessária para uma verdadeira autoafirmação.
A restrição do
sistema de governança interna dos Estados Unidos é igualmente
radical, com Trump usando uma abordagem direcionada semelhante à
de Musk. Na Europa, a
visão comum é que ele busca vingança contra o chamado estado profundo ou até
mesmo pretende transformar os Estados Unidos em um regime autoritário, talvez
até uma monarquia. Na verdade, alguns em seu governo acreditam que as
democracias liberais ocidentais não podem mais competir com o capitalismo de
estado chinês e vislumbram uma nova forma de governo tecnocrático.
A dependência
de Trump em decretos executivos reflete essa mentalidade. No entanto,
os críticos europeus são rápidos em descartar o apelo do vice-presidente dos
EUA por liberdade de expressão e respeito à vontade dos deputados como
meramente "de direita" e "intrusivo". Mesmo na Europa, um
número crescente de cidadãos está denunciando essas tendências e protestando
cada vez mais para exigir mudanças.
Mais importante
ainda, esta crítica ignora que os sistemas de governança sempre evoluíram em
resposta a novos desafios e tecnologias. A Revolução Francesa e as
reformas prussianas foram manifestações diferentes desse processo. Hoje, os
estados burocráticos criados no fim do século XIX estão lutando para gerenciar
as complexidades de um mundo globalizado, interconectado e em rápida
aceleração.
Isso é
especialmente evidente em sua resposta aos fluxos globais – sejam eles
pandemias, sejam eles migrações, crises de dados ou financeiras – que estão se
espalhando pelo mundo a uma velocidade sem precedentes. A elite tecnológica
do Vale do Silício, liderada por Elon Musk, prevê uma solução:
substituir burocracias lentas e analógicas, muitas vezes criticadas por
ineficiência e corrupção, por uma governança
baseada em IA que
seja mais eficiente, competente e responsiva.
Em suma, na
sua competição
sistêmica com a China,
os Estados Unidos apostam numa atualização do sistema
operacional. Yanis
Varoufakis alerta
corretamente que esses desenvolvimentos não são meramente serviços públicos
benignos. O homem mais rico do mundo não está cortando a ajuda a milhões de crianças
famintas pelo altruísmo. Por trás disso está a visão dos oligarcas de integrar
o tecnofeudalismo à estrutura
institucional do estado americano.
O objetivo é
uma tecnocracia
hipereficiente,
isolada da supervisão democrática, dedicada exclusivamente a sustentar a
infraestrutura fiscal e material do capitalismo digital. Avisos constantes
sobre um retorno ao fascismo histórico podem, portanto, ser inúteis: tais
comparações ignoram que a transformação que se desenrola hoje é moldada
exclusivamente pelo nosso tempo.
Na verdade, é por
isso que outros rótulos do século XX também não se encaixaram nessa nova
aparência. O desmantelamento
das velhas burocracias por Elon Musk também não é um retorno ao
neoliberalismo, pois esse modelo não pode competir com o capitalismo de estado
chinês. Da mesma forma, a retórica de J.D. Vance sobre a liberdade de
expressão e o respeito à vontade dos eleitores não reflete uma mentalidade
verdadeiramente “liberal”, já que o governo Trump desafia
simultaneamente o Estado de direito e a separação de poderes.
Entretanto, as
disputas de poder dentro dessa nova formação estão longe de serem resolvidas. A
disputa pública entre Steve
Bannon,
a força intelectual por trás do movimento MAGA, e Elon Musk,
o senhor da tecnologia, nos dá um vislumbre das batalhas brutais travadas
dentro da coalizão trumpista. Enquanto o objetivo é desmantelar a velha ordem,
essa aliança continuará. Mas em uma entrevista surpreendente ao New York
Times, Bannon deixou claro: se os oligarcas da tecnologia tentarem
institucionalizar o tecnofeudalismo, ele declarará
guerra a eles.
Da orientação
geoestratégica à redistribuição interna do império americano, quase tudo é
fundamentalmente controverso. Ainda é impossível saber quais facções — e quais
modelos ideológicos — acabarão prevalecendo. Os europeus precisam aprender
urgentemente a decifrar o que realmente significa essas disputas de poder.
Interpretá-los através das lentes de um liberalismo ultrapassado seria inútil.
Em vez de lamentar
a irracionalidade, a corrupção ou a indecência da equipe de Trump,
os europeus precisam ter consciência de que realmente estão no jogo e
usar sua influência cada vez menor para proteger seus próprios interesses. Uma
coisa é certa: já entraremos na próxima
época da história mundial. Se não conseguirmos entender rapidamente sua
dinâmica, corremos o risco de sermos esmagados por ela.
Como Mikhail
Gorbachev alertou:
“Quem chega tarde demais é punido pela vida”.
¨ Pessoas ultrarreligiosas atacam Musk. Defensores da
Bíblia vs. Tecnodireita: é um choque entre a MAGA. Por Enrico
Franceschini
Direita
ultrarreligiosa versus revolucionários transumanistas. É a batalha que se
avizinha no horizonte entre duas correntes do movimento MAGA
(Make America Great Again), em cujas asas Donald Trump reconquistou a
Casa Branca. O fato de Elon
Musk,
o porta-estandarte da revolução
digital,
ter treze filhos de quatro mães diferentes, a última das quais nasceu
recentemente, não passou despercebido entre os representantes do
conservadorismo cristão mais tradicional.
“Eu recomendo
fortemente ter um pai morando com você para que você não precise tuitar para se
comunicar com ele”, escreve a colunista ultraconservadora Bethany Mandel,
aludindo à unidade familiar estendida incomum do dono do X (antigo Twitter),
Tesla e Space X. “O nascimento do 13º filho de Musk ressalta que os
valores conservadores tradicionais não significam nada para hipócritas sem
Deus”, ecoa Jon Rot, outra figura proeminente da direita religiosa americana.
“Musk é um determinista genético que não tem nada a ver com os defensores
da monogamia e da santidade do casamento”, diz Matthew Schmitz, editor
da Compact, uma revista cristã ultraconservadora dos Estados Unidos.
Como observa o site
de notícias Politico, o homem mais rico do mundo pertence ao chamado
"pensamento
transumanista",
uma filosofia muito difundida entre os capitães da indústria do Vale do
Silício: ele aspira fazer dos seres humanos uma espécie interplanetária, quer
integrar chips e computadores ao cérebro e usou a inseminação artificial para
conceber a maioria de seus filhos; em suma, ele vê a fusão entre humanos e
tecnologia como inevitável. Todos os conceitos soam como heresia aos ouvidos da
direita religiosa pró-Trump.
A presença
de Musk e dos chefes das maiores empresas digitais do mundo na
cerimônia de posse da presidência de Trump em 21 de janeiro levantou
preocupações dentro do movimento cristão ultraconservador, que também está do
lado de Donald. De um lado dessa coalizão estão empreendedores que
querem colonizar
Marte e
criar uma inteligência artificial superior à do Homo Sapiens.
Por outro lado, há pregadores e comentaristas totalmente contra a inseminação
artificial e, num sentido mais amplo, contra tecnologias que colocam as
máquinas antes ou no mesmo nível dos humanos.
Esta é uma situação
muito diferente da primeira administração Trump, quando o vice-presidente
era Mike Pence, um homem religioso ultraconservador: agora o vice-presidente
é JD
Vance,
um ex-financista que enriqueceu com novas tecnologias, apoia Musk e promove a
ideia de inteligência artificial ilimitada, embora tenha feito um
grande alarido sobre sua conversão ao catolicismo.
Até agora, esse
dualismo de posições não explodiu, mas vários analistas se perguntam por quanto
tempo dois ideais tão contrastantes podem coexistir na coalizão de Trump. Para
a direita religiosa, somente a Bíblia importa. Para os defensores do
transumanismo, apenas a tecnologia importa . “Para alguém como Elon Musk,
os 8 bilhões de pessoas na Terra podem nem sobreviver”, diz o
professor Alexander Thomas da East London University , autor de um
livro chamado “Politics and Ethics of Transhumanism”, ao Politico. “Tudo o
que ele tem a fazer é sobreviver, e ele pode passar o cetro da civilização para
uma espécie superior no futuro.” Anátema para os cristãos ultraconservadores da
América.
Fonte: Il Fatto
Quotidiano/Nueva Sociedad/La Reppublica/IHU
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