A
poluição do ar nas megacidades
A poluição do ar nas megacidades é causada,
principalmente, pelo uso de combustíveis fósseis nos setores de energia e transporte.
Isso se dá devido a quantidade de habitantes em grandes metrópoles, que
utilizam desses serviços diariamente. Por causa disso, essas áreas urbanas
podem sofrer problemas sociais e ambientais. Consequentemente, isso causa prejuízos
na qualidade de vida da população e nas mudanças climáticas.
O
que se define como megacidade?
Megacidade é um termo criado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) para definir toda e qualquer área urbana que surge com o
crescimento demográfico, a economia intensiva e a globalização. Esse tipo de
configuração urbana é caracterizado por cidades com mais de 10 milhões de
habitantes. Ao todo, já são 23 megacidades concentradas principalmente na Ásia, na África e
na América do Sul, em países emergentes.
O
problema é que a formação das megacidades nos últimos anos se deu de forma
descontrolada e a falta de planejamento cobra seu preço. Cidades como Pequim e
Nova Deli foram tomadas pelas aglomerações urbanas e poluição do ar, enfrentando
grandes problemas relacionados ao bem-estar e a doenças causadas por poluentes,
patologias cardíacas e respiratórias.
Exemplo
de poluição do ar nas megacidades
· O crescimento
chinês
A
China é considerada um bom exemplo de desenvolvimento econômico acelerado,
cujos efeitos penalizam a população de algumas de suas cidades. Com uma
indústria movida por usinas de carvão mineral, o país enfrenta
sucessivos recordes nos níveis de poluição ambiental. O
aumento do número de automóveis e o ainda intenso uso do carvão vegetal na
cozinha e no aquecimento domésticos causa problemas à natureza e aos seres
humanos.
Durante
a primeira metade de janeiro de 2013, o Índice de Qualidade do Ar (AQI), que
relaciona uma série de poluentes produzidos pela atividade humana, apresentou
um grave indicador em um deles, especificamente aquele relacionado às
quantidades de material particulado fino no ar, que ultrapassou em diversas
cidades o nível de 300, patamar reconhecido pelo ministério de proteção
ambiental chinês como condição de poluição severa.
A interpretação deste indicador pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA
(US-EPA) atribui como limite para a condição saudável um número equivalente a
20.
Durante
o mesmo período, grandes centros urbanos como Nova York e Los Angeles
apresentaram índices muito mais baixos, com 45 e 52, respectivamente. A poluição chegou
a causar cancelamentos de voos.
O
governo tomou medidas emergenciais, aconselhando os moradores de Pequim a não a
sair de suas casas, saindo apenas para compromissos inadiáveis e sempre
utilizando máscaras. Além disso, a utilização de carros oficiais diminuiu e
limites foram estabelecidos para as atividades da indústria da construção.
Apenas em 2012, 1,2 milhões de
pessoas morreram prematuramente na região que compreende a China e o
sudeste asiático por complicações causadas pela poluição atmosférica.
· Teerã
A
capital do Irã enfrenta problema semelhante ao de Pequim. O ministério da saúde
do país confirma que, apenas nos primeiros nove meses de 2012, 4.460
pessoas morreram em
Teerã por conta dos altos índices de poluição. Em 2010, foram
decretados feriados para que as pessoas não fossem expostas às partículas
poluentes. Repartições públicas, escolas e universidades foram fechadas durante
o período.
Teerã
é famosa por sua poluição. A cidade é cercada por indústrias e usinas e
possui uma frota de mais de 3 milhões de automóveis. Além disso, Teerã se
localiza entre montanhas, o que faz com que haja menos chuvas e ventos na
cidade. Consequentemente, a poluição é maior.
Mesmo
com a adoção do sistema de rodízio de carros, semelhante ao que acontece na
cidade de São Paulo, os habitantes da cidade estão expostos diariamente a
partículas de dióxido de enxofre, benzeno e chumbo originárias
da queima de combustível de baixíssima qualidade.
· Índia, o pior ar do
mundo
A
cidade de Nova Deli estabeleceu políticas orientadas ao limite de emissões
permitidas, fechando empresas, renovando a frota de ônibus por uma movida a gás
natural e investindo na expansão de áreas verdes.
Mas
os esforços estão em risco, pois o problema voltou a tornar-se extremamente
grave, principalmente por conta do aumento da frota de automóveis. Com o
desenvolvimento econômico, os consumidores cada vez mais preenchem as condições
necessárias à posse de veículos automotivos, o que tem sido determinante para
que diariamente 1.400 novos carros sejam inseridos nas ruas da cidade.
De
acordo com relatório apresentado durante o Fórum Econômico Mundial, realizado
em Davos, na Suíça, em 2022 a Índia possui o ar mais
poluído do mundo.
Os níveis de partículas com tamanho igual ou menor a 2,5 micrômetros (PM 2,5)
chegam a ser cinco vezes maiores que o nível aceitável para a saúde. De acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse tipo de poluente é responsável
pela morte de 13% das crianças com menos de cinco anos internadas nos hospitais
indianos.
· São Paulo
Com
uma frota de mais de
6,7 milhões de veículos, sendo 4,8 milhões automóveis, a maior cidade
brasileira também enfrenta problemas com a poluição e a qualidade do ar. E, assim como
nos outros casos, a falta de políticas públicas focadas no investimento em
transportes públicos de massa e o incentivo econômico à compra de automóveis
fazem com que a solução fique cada vez mais distante.
Para
tentar minimizar os problemas causados pela poluição, o governo faz uso do
rodízio, que restringe a utilização de carros nos horário de pico, e a inspeção
veicular, que mede e regula as emissões de poluentes dos veículos da cidade.
Nenhuma delas inibe o uso do automóvel ou incentiva a utilização do transporte
público.
Em
2011, de acordo com medições realizadas
pela CETESB, a qualidade do ar atingiu o nível inadequado em 97 dias, em pelo
menos uma das estações de medição da cidade. Um estudo realizado por
pesquisadores do Laboratório de Poluição da USP aponta que a exposição aos
poluentes na cidade de São Paulo é equivalente a fumar dois cigarros por dia.
· Riscos da poluição
do ar nas megacidades
A poluição do ar é responsável
por causar inúmeros problemas de saúde, como asma, pneumonia, bronquite, inflamações
dos vasos sanguíneos do aparelho respiratório e diversos tipos de câncer, como de pulmão e
garganta. Doenças cardíacas, riscos
durante a gestação e até o desenvolvimento
de autismo e
a redução da
expectativa de vida estão
relacionados à poluição.
· O que causa a
poluição do ar nas megacidades?
O
uso de matérias-primas
fósseis tem
sido marca no processo de desenvolvimento de nossa civilização desde a primeira
revolução industrial, sobretudo como fonte de energia. Os exemplos de
combustíveis mais utilizados desde então são o carvão, gás natural e sobretudo
o petróleo. Este último sendo um artigo de
altíssimo valor e sinônimo de poder econômico e geopolítico entre nações. Para
além de fonte energética, o petróleo tem sido transformado pela indústria em
matéria prima de inúmeros objetos de uso humano, como os plásticos.
Diante
do crescente nível de inovação tecnológica aplicada pela indústria petroquímica
e das condições ambientais em que nos encontramos, o consumo desta valiosa
matéria-prima enquanto combustível se apresenta claramente como o uso menos
qualificado que podemos dela fazer. Diversos seriam os argumentos, mas sem
dúvidas o principal deles pode ser relacionado ao desequilíbrio que pode
ocorrer na composição da atmosfera do planeta. Tal desequilíbrio pode causar
efeitos dramáticos na saúde dos habitantes e no desequilíbrio do efeito estufa, com consequências
relacionadas ao aquecimento global.
Trazemos carbono das
profundezas do planeta para deliberadamente poluirmos com dióxido de carbono e outros
gases a atmosfera que nos mantém vivos em um processo contínuo de intoxicação.
A
despeito do respeitável desenvolvimento técnico e cultural que nossa história
descreve, parece paradoxal nos classificarmos como “vida inteligente” ao
conduzirmos a evolução de nossa sociedade baseados neste modelo.
· O que podemos fazer
para evitar poluição nas megacidades?
Evite
utilizar seu automóvel para deslocamentos urbanos em que possa utilizar alternativas
menos poluentes, como a bicicleta e o transporte público. Da mesma forma, evite
o consumo de energia elétrica em excesso, sobretudo nos horários de pico. Isso
porque esse é o momento quando a rede elétrica está sobrecarregada e é
necessário o acionamento de fontes complementares de energia (termoelétricas
baseadas em combustíveis fósseis).
Além
disso, é importante manter a pressão popular sobre as autoridades em favor de
políticas públicas ambientais, como no combate às mudanças climáticas. Elas
devem priorizar o transporte público, a redução da poluição, a gestão de
resíduos, a matriz energética limpa e a preservação do meio ambiente.
Fonte: eCycle
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