‘Genocídio
em Gaza não acabou’, diz Anistia Internacional
A
organização de direitos humanos Anistia
Internacional alertou
nesta quinta-feira (27/11) que “as autoridades israelenses ainda estão
cometendo genocídio” em Gaza, apesar do cessar-fogo declarado, incluindo a
realização de novos ataques nesta manhã e restringindo o acesso a ajuda
humanitária essencial. “O mundo não deve se deixar enganar. O genocídio de
Israel não acabou”,
declarou a Secretária-Geral, Agnès Callamard.
Segundo
correspondentes da emissora catari Al Jazeera, as forças
israelenses realizaram uma escalada de ataques em edifícios no campo de
refugiados de Bureij, no centro de Gaza, e em Khan Younis, na zona leste. Essa
ofensiva soma-se às centenas que a Defesa Civil de Gaza considera violações
flagrantes do frágil acordo de trégua.
“Até o
momento, não há indícios de
que Israel esteja tomando medidas sérias para reverter o impacto mortal de seus
crimes, nem evidências de que suas intenções tenham mudado”, afirmou Agnès
Callamard. “Na verdade, as autoridades israelenses continuam com suas políticas
implacáveis, restringindo o acesso à ajuda humanitária vital e a serviços essenciais,
e impondo deliberadamente condições calculadas para destruir fisicamente os
palestinos em Gaza”, acrescentou a Secretária-Geral da Anistia Internacional.
Desde
outubro, quando o acordo de cessar-fogo foi firmado, Israel violou mais
de 500 vezes em
sete semanas. A trégua tinha como objetivo pôr fim à sua guerra genocida contra
o enclave, que matou quase 70.000 palestinos.
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Ofensiva israelense na Cisjordânia continua
Pelo segundo dia
consecutivo o regime sionista intensificou sua onda de incursões e prisões
realizadas em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo nas áreas de Qalqilya,
Tubas, Hebron, Tulkarem e Nablus.
Durante
a invasão militar em Tubas, as forças israelenses realizaram interrogatórios em
campo e agrediram pelo menos 25 pessoas que precisaram de atendimento médico,
segundo Nidal Odeh, diretor local do Crescente Vermelho Palestino, citado pela
agência de notícias Wafa.
Kamal
Bani Odeh, diretor da Sociedade de Prisioneiros Palestinos em Tubas, relatou
que as forças continuam invadindo casas em toda a província, detendo palestinos
e transferindo-os para centros de interrogatório de campanha. Odeh enfatizou
que, desde quarta-feira (26/11), mais de 100 palestinos foram detidos — metade
deles da cidade de Tammun. 27 presos foram libertados no final da noite
passada, alguns dos quais permaneceram algemados até chegarem às suas casas.
Entretanto, soldados israelenses também detiveram um palestino ferido dentro de
uma ambulância na entrada de Tammun, enquanto paramédicos o transportavam para
o hospital.
Devido
à intervenção ilegal, todas as lojas foram obrigadas a fechar, apenas um número
limitado de padarias seguem operando para atender às
necessidades básicas,
assim como duas farmácias. Esses estabelecimentos comerciais seguem sob
controle severo das forças israelenses.
A
Direção de Educação de Tubas anunciou ontem (26) a suspensão de todas as aulas
em escolas públicas e jardins de infância para garantir a segurança de alunos e
funcionários. Diante disso, nesta manhã (27), o Exército sionista invadiu uma
escola em Tammun e destruiu seu portão principal.
O
governador de Tubas e do Vale do Jordão Norte, Ahmad al-Assad, também anunciou
a suspensão das atividades em todas as instituições públicas e privadas,
observando que a ocupação busca — por meio desta operação militar, que deve
durar dias — isolar as áreas da província umas das outras e paralisar a
circulação do povo palestino.
Tubas
tem testemunhado uma agressão
militar israelense em larga escala e crescente por mais de 48 horas
consecutivas, envolvendo reforços pesados de tropas, tratores e maquinário
militar. No início da incursão, helicópteros
israelenses sobrevoaram a província em baixa
altitude e dispararam vários tiros indiscriminadamente para o ar.
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Hamas denuncia 'crime jurídico' após Israel aprovar lei que facilita
colonização na Cisjordânia
O grupo de
resistência palestino, Hamas, repudiou veemente nesta quarta-feira
(26/11) a aprovação do projeto de lei do Knesset, parlamento israelense, que
permitiria aos israelenses comprar terras diretamente na Cisjordânia ocupada,
alegando que “constitui um novo crime que viola o estatuto jurídico da
Cisjordânia como território palestino ocupado” e exigiu a Liga Árabe e a ONU a
tomarem medidas para “confrontar as flagrantes violações”.
“Afirmamos
que todas as medidas da ocupação destinadas a judaizar a Cisjordânia e
Jerusalém e a expulsar sua população nativa são nulas, sem efeito e ilegítimas.
Elas não conseguirão alterar a identidade palestina da terra e o direito
inalienável do nosso povo a ela”, declarou o movimento em comunicado.
O
gabinete de imprensa do Knesset afirmou: “A
Comissão de Assuntos Externos e Defesa, presidida por Boaz Bismuth, aprovou o
projeto de lei ‘Fim da Discriminação’ na compra de propriedades na Judeia e
Samaria”, nomes bíblicos utilizados por Israel para se referir ao território ocupado
ilegalmente.
Acrescentou ainda que “quatro membros do Knesset apoiaram o projeto de lei sem
oposição”.
A
proposta legislativa foi apresentada em conjunto pelo deputado Yuli Edelstein,
do Partido Likud, por Limor Son Har-Melech, do Partido Otzma Yehudit, e por
Moshe Solon, do Partido Sionismo Religioso. Segundo a assessoria de imprensa
do Knesset, a medida
foi aprovada com
quatro votos a favor e nenhum contra, embora o número total de membros da
comissão presentes não tenha sido especificado.
Segundo
as regras do parlamento israelense, os projetos de lei são aprovados em nível
de comissão por maioria dos membros presentes, independentemente do quórum. A
assessoria de imprensa também não deu nenhuma indicação de quando a proposta
será levada ao plenário do Knesset para sua primeira leitura. A lei israelense
exige três leituras para que qualquer projeto de lei seja promulgado.
Segundo
o projeto de lei, a nova lei “revoga a lei jordaniana sobre o aluguel e a venda
de propriedades a estrangeiros”, que está em vigor na Cisjordânia desde 1953 e
impede que pessoas que não sejam jordanianas, palestinas ou árabes possuam
terras.
Diante
da grave violação, Hamas solicitou o apoio da Liga Árabe, a ONU e suas
instituições para “tomarem medidas imediatas e eficazes para confrontar essas
flagrantes violações das resoluções da ONU relativas à Cisjordânia ocupada
e a compelir o governo de ocupação israelense a interromper seus projetos de
assentamentos e a contínua agressão contra o nosso povo palestino, nossa terra
e nossos locais sagrados”, concluiu o pronunciamento.
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Israel intensifica ofensiva na Cisjordânia
As
Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que iniciaram uma grande operação
no norte da Cisjordânia durante a madrugada de quarta-feira (26/11). O
Centro de Informação Palestino revelou que vários helicópteros de ataque
cercaram a região, que também inclui Nablus, e entraram na cidade palestina de
Tubas, localizada a sudeste de Jenin. Atualmente, mais de 50.000 palestinos
vivem nas cinco cidades agora cercadas pelo Exército.
Moradores
relataram à emissora catari Al Jazeera que tratores militares
empilharam terra em todas as vias de acesso antes do amanhecer, enquanto
helicópteros Apache israelenses disparavam projéteis sobre campos vazios ao
redor de Tubas, numa clara estratégia de terror contra a população civil palestina.
O
governador de Tubas, Ahmed Asaad, afirmou que cerca de 30 famílias
foram forçadas a deixar suas casas e que as tropas tomaram vários prédios
em terrenos elevados com vista para a província.
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O perigosíssimo “Plano de Paz” da ONU, para Gaza. Por
Sari Bashi
Em 17
de novembro, o Conselho de Segurança da ONU endossou o plano de paz do
presidente Donald Trump para Gaza, que cria uma “Comissão da Paz”, presidida
por ele e com a participação de líderes estrangeiros, incluindo o
ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, para supervisionar a
governança do território. Trump saudou a aprovação como “um momento de
proporções históricas” e um prenúncio de “mais paz por todo o mundo”. O plano,
que está anexo à resolução da ONU, marginaliza a Autoridade Palestina, rejeita
a governança do Hamas e promete “empregos, oportunidades e esperança” para os
palestinos em Gaza; também afirma seu direito de escolher entre ficar ou sair,
e o direito daqueles que deixaram Gaza de retornar.
Mas, na
realidade, ao colocar a possibilidade de reconstruir casas e infraestrutura
civil fora do alcance de muitos palestinos em Gaza, o plano pode tornar
impossível que eles permaneçam. O cerne da questão é uma exigência, agora
codificada na resolução do Conselho de Segurança, de que o Hamas e outros
grupos armados palestinos abandonem suas armas. Se eles se recusarem – como têm
feito até hoje, dado seu compromisso de décadas com a luta armada – a resolução
da ONU permite que o exército israelense mantenha o controle direto sobre uma
área que chama de “perímetro de segurança”.
É uma
escolha estranha de palavras. A área em questão atualmente corresponde a 53% do
território, cobrindo não apenas toda a sua fronteira com Israel, mas
estendendo-se profundamente no interior, e incluindo a maior parte de suas
terras cultiváveis e zonas industriais. Embora a resolução exija que o exército
israelense se retire progressivamente de Gaza, ela vincula essa retirada à
desmilitarização palestina, não estabelece um cronograma e permite que Israel
mantenha um perímetro de segurança “até que Gaza esteja devidamente segura
contra qualquer ameaça ressurgente de terror”. Ela aprova a criação de uma
Força Internacional de Estabilização para supervisionar o desarmamento em
estreita cooperação com Israel e Egito. Mas se o exército israelense não conseguiu
desarmar o Hamas em dois anos de guerra intensa, é improvável que forças
estrangeiras tentem fazê-lo. Em outras palavras, sem um plano crível para a
desmilitarização palestina, parece muito provável que a presença de tropas
israelenses na maior parte de Gaza se torne permanente.
Isso é
especialmente desastroso para os palestinos, porque o plano abandona a
reconstrução nas áreas ainda controladas pelo Hamas. Enquanto isso, autoridades
norte-americanas, segundo relatos, estão avançando com planos de construção de
moradias na área leste, que o exército israelense controla diretamente, além da
chamada Linha Amarela. Autoridades israelenses recentemente começaram a
demarcar essa linha com blocos de concreto pintados e mataram palestinos,
incluindo crianças, que a cruzaram. A terra depois dela provavelmente
permanecerá proibida para quase todos os dois milhões de residentes de Gaza,
que estão concentrados mais próximos do mar, na área da qual o exército
israelense se retirou como parte do cessar-fogo que entrou em vigor em 10 de
outubro.
A
necessidade de reconstrução não poderia ser mais urgente. Imagens de satélite
mostram que 81% das estruturas de Gaza foram danificadas ou destruídas; a
maioria dos palestinos lá não tem mais seus lares. Embora as leis da guerra
proíbam a destruição controlada de infraestrutura civil, exceto sob condições
restritas de necessidade militar, o exército israelense conduziu demolições
planejadas em grande escala, arrasando bairros inteiros em ambos os lados da
Linha Amarela, frequentemente com a ajuda de empresas privadas, cuja
remuneração estava vinculada ao número e ao tamanho das estruturas que
destruíam. (O exército israelense afirma que as demolições foram justificadas
por estar destruindo “infraestrutura terrorista”.) A resolução da ONU pede
tanto o apoio do Banco Mundial quanto a criação de um fundo multinacional para
custear o reparo desse nível quase incompreensível de devastação, e o Egito
planeja sediar uma reunião de países doadores, provavelmente da Europa e do
Golfo, para arrecadar fundos. Mas, como os materiais de construção não podem
entrar em Gaza sem permissão israelense, o plano endossado pela ONU garante,
efetivamente, que será impossível reconstruir de forma que beneficie a vasta
maioria dos palestinos.
O que
isso significa na prática é que, embora o governo israelense tenha suavizado
seus apelos pela “emigração voluntária” dos residentes de Gaza, e embora o
plano Trump afirme o direito das pessoas em Gaza de ficar, os palestinos terão
dificuldade para permanecer mesmo nos 47% de Gaza ainda acessíveis a eles. Isso
pode muito bem ser, de fato, exatamente o que os atuais planos de reconstrução
visam alcançar.
* * *
Esta
não seria a primeira vez que as autoridades israelenses tomam terras de Gaza
sob o pretexto de precisar de um perímetro de segurança. A Faixa de Gaza, hoje
um enclave de 363 km² [uma área equivalente a um quarto do município de São
Paulo] rodeada por muros, cercas e o mar, foi criada em 1948, depois de as
autoridades israelenses estabelecerem um estado judeu na maior parte da
Palestina, “limpando etnicamente” as áreas que controlavam e expulsando cerca
750 mil palestinos. Aproximadamente 200 mil desses refugiados chegaram a
Gaza, transformando o território, mesmo antes da guerra mais recente, em um dos
lugares mais densamente povoados da Terra.
Em
1949, o Egito, que havia ocupado Gaza, chegou a um acordo com Israel que
estabeleceu fronteiras de fato, de acordo com as posições das tropas na época
do armistício – a chamada linha verde. Durante a guerra de 1967, no entanto, o
exército israelense capturou Gaza e, por fim, estabeleceu lá assentamentos
civis, em violação às leis da guerra. Criaram-se no território zonas que eram
proibidas para palestinos. O governo israelense “justificou” os assentamentos
como necessários para a segurança e, portanto, autorizados pelas leis da
guerra.
Em
2005, após o colapso do processo de paz de Oslo e a eclosão da segunda
intifada, as autoridades israelenses retiraram tanto as tropas quanto os
colonos. E, no entanto, criaram uma “zona-tampão”, estendendo-se entre 100 e
1.500 metros do lado de Gaza da cerca – o que equivalia a 17% da área total
remanescente de Gaza e 35% de suas terras cultiváveis restantes. O exército
israelense impediu o acesso de palestinos à área próxima à cerca e atirou
naqueles que se aproximavam demais.
Cortar
mais 190 km² de Gaza deixa seus dois milhões de residentes comprimidos na área
mais próxima do litoral e corta o acesso a terras cultiváveis, urgentemente
necessárias para a produção de alimentos. Após o extenso bombardeio e
destruição planejada dos últimos dois anos, apenas 4% das terras agrícolas de
Gaza estão intactas e acessíveis; dois terços delas estão além da Linha
Amarela. Mesmo que as autoridades israelenses permitissem que os palestinos
reentrassem nessa área, não está claro quantas pessoas estariam dispostas a
correr o risco de se colocar em tanta proximidade com um exército que, de
acordo com autoridades de saúde palestinas, matou mais de 69 mil pessoas em
Gaza desde outubro de 2023 (sem dúvidas, uma enorme subnotificação), incluindo
mais de trezentas desde que o cessar-fogo começou.
Com
esta terra agora inacessível para os palestinos, devemos perguntar quem se
beneficia com a reconstrução que está prevista. Um grupo não fez segredo de
seus desígnios para a terra: colonos de direita que, desde o início da guerra,
realizaram comícios e eventos familiares e de feriado na fronteira com Gaza,
prometendo restabelecer assentamentos judeus, uma aspiração apoiada por
ministros de extrema-direita do governo israelense e alguns legisladores do
partido governista Likud. (O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
não defendeu o assentamento judeu, mas pediu que os palestinos em Gaza saíssem
voluntariamente.) Ao endossar este chamado plano de paz, potências ocidentais,
Estados árabes e agora a própria ONU arriscam-se a endossar uma expansão ilegal
do projeto de assentamento territorial-maximalista do governo israelense – e
deixar dois milhões de palestinos sem um caminho viável para a reconstrução de
suas vidas.
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Reconstrução de Gaza custará ao menos R$ 53 bilhões,
afirma ONU
A
agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) afirmou em um
relatório que as operações militares
de Israel “minaram
significativamente todos os pilares da sobrevivência” e que toda a população de
2,3 milhões de pessoas enfrenta um “empobrecimento extremo e multidimensional”.
Segundo o documento, a reconstrução provavelmente custará mais de US$ 70 bilhões
(R$ 53 bilhões) ao longo de várias décadas.
O
relatório afirmou que a economia de Gaza contraiu 87% ao longo de 2023-2024,
deixando seu produto interno bruto (PIB) per capita em apenas US$ 161, um dos
mais baixos do mundo. Também é colocado em destaque que “a violência, a
expansão acelerada dos assentamentos e as restrições à mobilidade dos
trabalhadores” “dizimaram a
economia” na Cisjordânia.
“A
queda acentuada das receitas e a retenção de transferências fiscais por parte
do governo israelense têm limitado severamente a capacidade do governo
palestino de manter serviços públicos essenciais e investir na recuperação”,
afirmou. “Isso ocorre em um momento crítico, quando são necessários gastos
maciços para reconstruir a infraestrutura destruída e enfrentar as crescentes
crises ambientais e socioeconômicas”.
O
relatório constatou que a maior contração econômica já registrada aniquilou
décadas de progresso na Cisjordânia e em
Gaza.
“Até o final de 2024, o PIB palestino caiu para o nível de 2010, enquanto o PIB
per capita retornou ao de 2003, apagando 22 anos de progresso no
desenvolvimento em menos de dois anos”.
Em sua
atualização mais recente, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) afirmou que a
maioria das famílias em Gaza não tem condições de comprar itens básicos de
alimentação.
Segundo o PMA, os preços caíram drasticamente nas últimas semanas, mas a
quantidade de alimentos consumida diariamente ainda está muito abaixo dos
níveis pré-guerra.
Em
outubro, Israel e Hamas aceitaram um cessar-fogo mediado pelos EUA. Entretanto,
segundo o Ministério da Saúde de Gaza pelo menos 342
palestinos foram mortos por disparos israelenses desde o início
da trégua. Israel afirma que três de seus soldados foram mortos por disparos de
militantes no mesmo período.
Na
semana passada, o Conselho de
Segurança da ONU aprovou o plano de Trump, que prevê um governo palestino
tecnocrático interino em Gaza, supervisionado por um “conselho de paz”
internacional e apoiado por uma força de segurança internacional.
Fonte: Opera
Mundi/Outras Palavras

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