domingo, 30 de novembro de 2025

MS investe R$ 2,2 milhões na Hemorrede da BA para garantir soberania nacional na produção de medicamentos

O Brasil dá mais um passo para consolidar a soberania nacional na produção de medicamentos, com a modernização do parque tecnológico da Hemorrede pública do país.

Nesta sexta-feira (28), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a entrega de 604 equipamentos de alta tecnologia que, além de qualificar os serviços de hemoterapia, garantirão um aumento inicial de 30% no aproveitamento do plasma, gerando economia de R$ 260 milhões por ano ao governo federal com a redução da necessidade de importação de medicamentos.

O estado da Bahia recebeu 11 novos equipamentos, em um investimento total de R$ 2,2 milhões. Cinco municípios foram beneficiados com os novos serviços: Barreiras, Eunápolis, Feira de Santana, Salvador e Vitória da Conquista.

O plasma é a parte líquida do sangue que, ao ser processada, se transforma em medicamentos essenciais para o cuidado de pacientes com hemofilia, doenças imunológicas, outras condições de saúde e também para cirurgias de grande porte.

“Durante muito tempo, o Brasil não produzia os fatores que derivam do plasma e tínhamos que importar o tempo todo, gerando insegurança para quem tem doenças que dependem dos hemoderivados. Cada vez mais, as imunoglobulinas são utilizadas não só para doenças infecciosas, mas para outros tipos de doenças também — as imunoglobulinas hiperimunes. É um passo muito importante no cuidado à saúde para salvar a vida de tantas pessoas"”, disse o ministro da Saúde.

Alinhada ao programa Agora Tem Especialistas e com investimento de R$ 116 milhões do Novo PAC Saúde, a iniciativa beneficiará 125 serviços de hemoterapia em 22 estados.

Os equipamentos, que já começaram a ser entregues e instalados, devem chegar em sua totalidade até o primeiro trimestre de 2026.

Na Bahia, o diretor da Hemoba, Luiz Catto, comemorou as entregas do Ministério da Saúde. “Os novos equipamentos entregues à Hemoba representam um avanço significativo para a qualidade e a segurança do nosso trabalho. Com essa modernização, ampliamos a capacidade de processamento e preservação do plasma, fortalecendo os serviços na capital e no interior do estado. Esse investimento do Ministério da Saúde reforça nosso compromisso com a excelência na assistência hemoterápica”, destacou Catto.

Em 2024, a Hemoba enviou 8.064 bolsas de plasma para a Hemobrás, já em 2025, o volume subiu para 11.936 bolsas, número que deve aumentar com a modernização e a ampliação da capacidade de armazenamento.

<><> Importância dos equipamentos

A aquisição e a entrega de blast-freezers, de congelamento ultra-rápido (tecnologia avançada com a qual a hemorrede pública ainda não contava); de ultrafreezers, de congelamento rápido; e de freezers aumentam a capacidade de produção e de armazenamento do plasma com qualidade industrial.

Isso significa que, com a ampliação da oferta, a nova fábrica da Hemobrás, inaugurada em 2025, poderá atingir sua plena capacidade de produção de medicamentos estratégicos para o SUS, com o processamento de até 500 mil litros de plasma por ano.

A medida representa um avanço para a rede pública de saúde e para o Brasil, já que reduzirá a dependência de importações, assegurando ainda mais tratamentos e mais vidas salvas.

Ou seja, a iniciativa representa mais cuidado com pessoas que têm, por exemplo, doenças raras, deficiências de coagulação e imunodeficiências congênitas.

<><> Tecnologia garante mais qualidade, segurança e medicamentos nacionais 

Medidas para fortalecer a autossuficiência nacional em hemoderivados vêm sendo tomadas nos últimos três anos.

De 2022 a 2025, a disponibilização de plasma pelas unidades de Hemorrede para a Hemobrás passou de 62,4 mil litros para 242,1 mil litros, um aumento expressivo de 288%.   

Na ocasião, o ministro ressaltou que a Hemobrás é, atualmente, a maior fábrica de hemoderivados da América Latina, criada pelo Ministério da Saúde.

“Para você ter cada vez mais desenvolvimento de novas tecnologias para a imunoglobulina, nós construímos a Hemobrás, que passou a ter soberania nacional. E um dos passos importantes para o funcionamento da Hemobrás — para a gente aumentar a nossa soberania — é guardar bem esse plasma. Esse plasma precisa ser bem acondicionado, de forma rápida, congelado em condições adequadas após o processamento industrial”, afirmou Padilha.

Com os novos equipamentos, essa oferta tende a aumentar, já que os 604 blast freezers, ultrafreezers e freezers asseguram o congelamento do plasma em temperaturas extremamente baixas (–30°C), condição essencial para manter a qualidade das proteínas utilizadas na fabricação de medicamentos.

Eles também permitem armazenar maior volume com segurança e precisão, garantindo que o material chegue à Hemobrás em condições ideais para processamento para, então, se transformar em imunoglobulinas, albumina e fatores de coagulação, por exemplo. 

<><> A importância da doação voluntária de sangue

O anúncio do fortalecimento da Hemorrede pública acontece nesta semana nacional do doador de sangue.

No país, em 2024, mais de 3,3 milhões de bolsas foram coletadas, o que representa 1,6% da população brasileira.  

Atualmente, apenas 13% do plasma coletado no país por meio de doações voluntárias é utilizado em transfusões, o que significa que 87% ainda podem ser destinados à produção de hemoderivados.

*Isso reforça a importância dos novos equipamentos, já que sem plasma adequadamente armazenado, não há matéria-prima suficiente para se produzir medicamentos.*

Em todo o mundo, a demanda por imunoglobulinas e outros hemoderivados vem crescendo, elevando preços e gerando instabilidade no abastecimento internacional.

Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, o Brasil enfrentou dificuldades para adquirir imunoglobulina, essencial para o tratamento de múltiplas doenças.

Por isso, ampliar a produção nacional é questão de soberania sanitária. 

*Tecnologia 100% nacional garante triagem mais rápida nas bolsas de sangue*

Na ocasião, o ministro também ressaltou que a Hemorrede Pública Brasileira é uma referência internacional, sendo a única com 100% de aplicação do exame NAT, que detecta precocemente riscos de transmissão.

“A Fiocruz receberá um grande investimento para uma nova fábrica em Santa Cruz, através de uma parceria público-privada, com previsão de investimento de 5 bilhões de reais e potencial para aumentar o PIB do estado do Rio de Janeiro em 1%”, finalizou Alexandre Padilha.

Parte integrante da Hemorrede pública, a Rede de Testes de Ácido Nucleico (Rede NAT) está totalmente implementada nos hemocentros públicos do país desde 2011, garantindo um dos mais altos padrões de segurança transfusional do mundo.

Um dos marcos dessa trajetória é o NAT Plus, kit desenvolvido integralmente por Bio-Manguinhos/Fiocruz, reconhecido internacionalmente como a primeira tecnologia registrada capaz de detectar malária em testes moleculares de triagem de sangue — uma inovação 100% brasileira que salva vidas todos os dias. Além disso, ele detecta HIV, hepatite B e hepatite C.

A Rede NAT utiliza testes moleculares de última geração que identificam vírus antes mesmo da formação de anticorpos, reduzindo significativamente a janela imunológica e aumentando a segurança de doadores e receptores.

Todos os anos, cerca de 3,5 milhões de amostras são analisadas.

•        Ministério da Saúde anuncia mais de R$ 422 milhões do Agora Tem Especialistas para garantir mais atendimentos para o SUS na Bahia

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou mais de R$ 422 milhões que vão custear um pacote de ações do programa Agora Tem Especialistas para o estado da Bahia.

Para aumentar a oferta de atendimentos de saúde de média e alta complexidade no estado, incluindo os oncológicos, ele anunciou a inauguração, em Vitória da Conquista (BA), de um serviço de radioterapia, essencial para o tratamento do câncer no tempo certo; a expansão dos serviços de saúde para as Obras Sociais Irmã Dulce, entidade filantrópica; novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) e o investimento de R$ 25 milhões para olaboratório público Bahiafarma. Essas duas últimas iniciativas visam fortalecer a soberania sanitária nacional com a produção de medicamentos para tratamentos oncológicos, doenças raras, degeneração macular, entre outros.

Ao destacar os avanços no cuidado oncológico, o ministro Alexandre Padilha reforçou o papel da Bahia como referência nacional na expansão da assistência ao câncer. “Eu poderia estar em qualquer lugar do Brasil hoje, mas escolhi estar na Bahia porque o presidente Lula reconhece que o governo do estado está realizando a maior transformação do país no cuidado diagnóstico e no tratamento do câncer. Quando a pessoa faz os exames — mesmo sem sentir nada — e recebe um diagnóstico precoce, é possível vencer o câncer”, disse o ministro, em Lauro de Freitas (BA), durante a inauguração do Hospital Estadual Costa dos Coqueiros, o primeiro de transição e longa permanência do país para pacientes que necessitam de cuidados prolongados.  

Na ocasião Padilha afirmou ainda que o governo federal atua em parceria com o governo do estado para abrir novos hospitais e levar o tratamento para o interior da Bahia com médicos especializados, equipamentos modernos e serviços que permitam diagnóstico mais rápido, cirurgia e radioterapia sempre que forem necessários. “Nós vamos erradicar o câncer de colo de útero no Brasil”, afirmou. 

O aumento do custeio dos serviços de saúde especializados vai beneficiar diretamente 26 Policlínicas Regionais de Saúde que atendem a demanda de 416 municípios, além da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) de Caetité (BA) e de cincohospitais: o Hospital Ortopédico da Bahia (HOEB); o Hospital de Cuidados Paliativos - Monte Serrat; o Hospital Senhor do Bonfim; o Hospital das Clínicas de Alagoinhas (HCA); e o Hospital Estadual Costa dos Coqueiros. Essas unidades de saúde contarão com o incremento de R$ 352,2 milhões do total anunciadoreferente ao incremento do Teto MAC (de média e alta complexidade).

<><> Medidas para fortalecer a soberania sanitária nacional

Com as 24 novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) anunciadas por Alexandre Padilha, o Ministério da Saúde chega a 31 PDPs; quatro serão executadas pelo estado da Bahia, que, por meio do laboratório público Bahiafarma, produzirá estes quatro biológicos: Eculizumabe (para doenças raras), Bevacizumabe (degeneração macular e neoplasias), Nivolumab (melanoma avançado e câncer de pulmão) e Pertuzumabe (câncer de mama).

Ao todo, as 31 PDPs contarão com mais de R$ 5,5 bilhões por ano para a compra de vacinas, medicamentos e dispositivos de empresas públicas e privadas no Brasil. 

“Estamos destinando R$ 25 milhões adicionais para obras e equipamentos para a Bahiafarmaproduzir medicamentos modernos para o tratamento do câncer. O paciente do SUS terá a segurança de que vai ter acesso a estes medicamentos para o tratamento do câncer, que serão produzidos nacionalmente aqui, na Bahia. Não teremos mais o risco de não podermos garantir para a população essas medicações por conta de guerras, crise internacional ou por alguma indústria estrangeira que não quiser vendê-los para o Brasil”, concluiu Alexandre Padilha.

Em Salvador (BA), o ministro participou da inauguração do novo prédio de Oncologia do Hospital Aristides Maltez, que irá receber R$ 24 milhões a mais, permanentemente, do Ministério da Saúde para ampliar em mais de 30% a capacidade dos atendimentos oncológicos no estado.  

 

Fonte: Ascom Ministério da Saúde

 

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