Governo
Lula celebra retirada de tarifas pelos EUA e reforça avanço no diálogo com
Trump
O
governo brasileiro comemorou nesta quinta-feira (20) a decisão do presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, de revogar a tarifa adicional de 40% aplicada
a diversos produtos agrícolas importados do Brasil. A informação foi divulgada
pela Agência Gov, que detalhou a publicação da ordem executiva norte-americana
e as reações do governo brasileiro.
Em nota
oficial, o Ministério das Relações Exteriores destacou que a mudança é
resultado direto do diálogo estabelecido entre o presidente Lula e o presidente
Trump. Segundo o comunicado, o Brasil pretende manter e aprofundar as
negociações bilaterais, priorizando “nossa soberania e o interesse dos
trabalhadores, da agricultura e da indústria brasileira”.
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Lula celebra ‘vitória do diálogo’ e ressalta papel da diplomacia
Em
mensagem publicada nas redes sociais, Lula afirmou que a retirada da tarifa
representa “uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso”. O presidente
destacou que o entendimento com Trump e o trabalho da equipe de negociação
brasileira — composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelos ministros
Fernando Haddad e Mauro Vieira — permitiram um avanço significativo.
Lula
afirmou: “O diálogo franco que mantive com o presidente Trump e a atuação de
nossas equipes de negociação possibilitaram avanços importantes. Esse foi um
passo na direção certa, mas precisamos avançar ainda mais.”
Em
seguida, reforçou a orientação estratégica do governo: “Seguiremos nesse
diálogo com o presidente Trump tendo como norte nossa soberania e o interesse
dos trabalhadores, da agricultura e da indústria brasileira.”
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Produtos beneficiados e impactos na economia brasileira
A ordem
executiva assinada por Trump determina que produtos como café, chá, frutas
tropicais, sucos, cacau, especiarias, bananas, laranjas, tomates e carne bovina
deixam de ser afetados pela alíquota adicional de 40%. O anexo publicado pela
Casa Branca também inclui alimentos processados, bebidas, fertilizantes,
minérios, minerais, combustíveis fósseis, petróleo e derivados.
Segundo
o governo norte-americano, essa decisão se baseou em recomendações técnicas de
autoridades envolvidas nas negociações e no “progresso inicial” obtido nas
conversas com o Brasil. O documento tem efeito retroativo a 13 de novembro,
ampliando o impacto econômico imediato do acordo.
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A origem da decisão: conversa entre Lula e Trump e avanço nas negociações
A
própria ordem executiva cita a ligação telefônica realizada em 6 de outubro
entre Lula e Trump, durante a qual ambos concordaram em iniciar tratativas para
revisar o Decreto Executivo 14.323 — dispositivo que havia instituído a tarifa
adicional de 40%.
Trump
afirma que a medida foi tomada após essa conversa, na qual ambos acertaram
“iniciar negociações para abordar as questões identificadas”. As tratativas
seguem em andamento e incluem temas relacionados ao estado de emergência
declarado anteriormente pelo governo norte-americano.
A
retroatividade da decisão coincide com a reunião realizada em 13 de novembro
entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de
Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington. O encontro tratou de mecanismos
para acelerar a redução das tarifas e ampliar a agenda bilateral.
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Alckmin destaca proteção ao emprego e expansão das oportunidades de comércio
exterior
O
vice-presidente Geraldo Alckmin, também responsável pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou a decisão dos EUA
como resultado da postura construtiva adotada pelo Brasil.
Segundo
ele, o governo brasileiro abriu “uma avenida de entendimentos” que favorecem a
proteção dos empregos no país e ampliam as perspectivas de inserção
internacional da indústria nacional.
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Itamaraty reforça compromisso com 201 anos de relações diplomáticas e quer
ampliar acordos
Na nota
divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro afirmou
receber “com satisfação” a revogação da tarifa, ressaltando que a decisão
reforça a maturidade do relacionamento bilateral.
O
comunicado destaca que as negociações continuam e que o Brasil seguirá atuando
para eliminar as tarifas adicionais sobre todos os produtos brasileiros ainda
afetados. O Itamaraty classificou o episódio como mais um capítulo da tradição
de 201 anos de excelentes relações diplomáticas entre os dois países.
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Perspectivas: Brasil e EUA intensificam diálogo para ampliar agenda comercial
Com a
retirada da tarifa de 40% sobre parte significativa das exportações
brasileiras, o governo enxerga espaço para avançar em temas sensíveis, como
barreiras tarifárias remanescentes, facilitação de comércio e expansão da pauta
exportadora.
A
diplomacia brasileira avalia que o momento é favorável para fortalecer a
inserção do país no mercado norte-americano e reduzir entraves que
historicamente limitaram o comércio bilateral.
• Itamaraty diz que pretende aprofundar
diálogo com os Estados Unidos
O
Ministério das Relações Exteriores informou nesta quarta-feira (20/11) que os
Estados Unidos decidiram retirar a tarifa adicional de 40% aplicada a diversos
produtos agropecuários brasileiros. A informação foi divulgada em nota oficial
do Itamaraty, que é a fonte original da notícia, e aponta que carnes, café e
várias frutas — como manga, coco, açaí e abacaxi — passam a entrar no mercado
norte-americano sem a cobrança extra.
De
acordo com o governo brasileiro, a decisão do presidente Donald Trump menciona
diretamente a conversa telefônica mantida com o presidente Lula em 6 de
outubro, quando ambos concordaram em iniciar negociações para rever as tarifas.
A Ordem Executiva norte-americana registra ainda que Trump recebeu
recomendações de altos funcionários de seu governo indicando que certas
importações agrícolas do Brasil não deveriam permanecer sujeitas à tarifa de
40%, em razão do “avanço inicial das negociações”.
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Encontro em Washington influenciou a decisão
A
retirada da tarifa é retroativa a 13 de novembro, data que coincide com a
reunião realizada em Washington entre o ministro Mauro Vieira e o secretário de
Estado Marco Rubio. Segundo o Itamaraty, a pauta do encontro incluiu formas de
acelerar o diálogo bilateral e ampliar a redução das barreiras que afetam
produtos brasileiros no mercado norte-americano.
O
Itamaraty reforça na nota que o governo brasileiro “reitera sua disposição para
continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países”,
destacando a tradição de mais de dois séculos de relações diplomáticas
contínuas.
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Próximos passos na relação bilateral
A
chancelaria brasileira afirma que o país continuará negociando com os Estados
Unidos para garantir a retirada das demais tarifas adicionais que ainda incidem
sobre outros itens da pauta comercial. A expectativa do governo é aumentar o
acesso de produtos brasileiros e consolidar um ambiente de cooperação econômica
mais amplo.
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Nota completa do Itamaraty
“O
governo brasileiro recebeu hoje (20/11), com satisfação, a decisão do governo
dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de
produtos agropecuários importados do Brasil. Estarão isentos de tarifa vários
tipos de carne, café e várias frutas (como, por exemplo, manga, coco, açaí,
abacaxi).
O
enunciado da Ordem Executiva que implementa a medida faz menção à conversa
telefônica do Presidente Lula com o Presidente Trump em 6 de outubro, quando
decidiram iniciar as negociações sobre as tarifas. Acrescenta que o Presidente
Trump recebeu recomendações de altos funcionários do seu governo de que certas
importações agrícolas do Brasil não deveriam estar mais sujeitas à tarifa de
40% em função do ‘avanço inicial das negociações’ com o governo brasileiro.
A
medida é retroativa a 13 de novembro, data que coincide com o dia da última
reunião entre o Ministro Mauro Vieira e o Secretário de Estado Marco Rubio em
Washington, na qual se discutiram meios de avançar nas tratativas bilaterais
para a redução das tarifas sobre os produtos brasileiros.
O
governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de
solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos
de excelentes relações diplomáticas. O Brasil seguirá mantendo negociações com
os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta
de comércio bilateral.”
• As reações de bolsonaristas à retirada
de tarifas dos EUA a produtos do Brasil
Parlamentares
e aliados de Jair Bolsonaro (PL) reagiram ao anúncio da suspensão pelos Estados
Unidos das tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas do Brasil afirmando
que a retirada parcial das taxas não é mérito da diplomacia brasileira.
Segundo
os membros da oposição, a decisão foi baseada apenas em fatores internos.
Quando
as tarifas americanas começaram a valer, em 30 de julho, o governo americano
anunciou uma lista de exceções, com quase 700 produtos.
Mas
nesta quinta-feira (20/11), Donald Trump assinou um decreto ampliando essa
lista, adicionando dezenas de outros itens, entre eles café, diversos cortes de
carne bovina, açaí, tomate, manga, banana e cacau.
Após o
anúncio, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, afirmou
nas redes sociais que a suspensão não deve ser atribuída ao governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É
preciso ser claro: a diplomacia brasileira não teve qualquer mérito na retirada
parcial dessas tarifas de hoje. Assim como beneficiou outros países, a decisão
dos EUA decorreu apenas de fatores internos, especialmente a necessidade de
conter a inflação americana em setores dependentes de insumos estrangeiros”,
escreveu no X.
O
parlamentar afirmou ainda que, com eleições legislativas marcadas para 2026, o
governo Trump “precisa entregar resultados rápidos para que a população sinta a
redução da inflação antes das urnas”.
Ainda
para Eduardo Bolsonaro, a implementação da tarifa de 50% sobre a maioria dos
produtos brasileiros é consequência direta “da crise institucional causada pelo
ministro Alexandre de Moraes, cujos abusos já preocupam o mundo e afetam a
confiança internacional no Brasil”.
O
deputado do PL é acusado de ter articulado as americanas sanções contra o
Brasil e autoridades brasileiras, na tentativa de influenciar o julgamento de
seu pai por golpe de Estado.
Ele se
tornou réu por coação no curso do processo, um crime que ocorre quando alguém
tenta intimidar, pressionar ou interferir em investigações, ou ações judiciais,
após decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.
O
empresário Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo e neto do ex-ditador João
Batista Figueiredo, também foi alvo da denúncia, mas será julgado em outro
momento.
Em suas
redes sociais, Figueiredo também se pronunciou sobre a suspensão das tarifas.
“Trump
simplesmente retirou as tarifas de alguns produtos brasileiros (como já tinha
feito anteriormente) em busca da redução de preços domésticos — em alguns
setores onde os EUA não são competitivos”, escreveu o comentarista político.
“Aviso
aos colegas, que se for para jogar confete na diplomacia de Mauro Vieira, por
coerência terão que fazer o mesmo com os MRE de pelo menos uma dúzia de outros
países que foram beneficiados pela mesma medida – até antes do Brasil.”
Figueiredo
participou, ao lado de Eduardo Bolsonaro, de uma série de reuniões com
autoridades americanas. Segundo as denúncias, eles teriam usado esses encontros
para tentar interferir no andamento do processo contra Jair Bolsonaro.
Como
resultado desse esforço, o governo americano teria adotado as tarifas de 50%
contra os produtos brasileiros e sanções contra autoridades brasileiras.
Por sua
vez, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que, se a redução
das tarifas fosse resultado das ações diplomáticas do governo Lula, a decisão
americana teria sido anunciada ao lado do chanceler Mauro Vieira na semana
passada.
“Só
interesse americano. Zero aproximação com o governo brasileiro. Trump está
defendendo os interesses do país dele”, disse, segundo o jornal Folha de
S.Paulo
Evair
de Melo (PP-ES), que foi vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara entre 2020 e
2022, afirmou que a suspensão das taxas mostram que o produtor rural brasileiro
conquistou respeito “lá fora”. Mas segundo o deputado federal, a categoria
continua enfrentando “resistência ideológica aqui dentro”.
“Agora,
os EUA zeram a tarifa sobre café, carne e outros produtos, enquanto a esquerda
aqui dentro segue atacando o agro”, escreveu no X.
O
presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), deputado Pedro Lupion
(Republicanos-PR), afirmou que a medida do governo dos EUA é uma “vitória do
trabalho dos produtores rurais e empresas brasileiras nos bastidores”.
Lupion
é apoiador de Jair Bolsonaro e já se manifestou diversas vezes contra a
condenação do ex-presidente.
O
deputado também atribuiu a suspensão das tarifas à pressão interna do mercado e
do consumidor americano e ao “agro competente do Brasil” que consegue exportar
produtos com competitividade maior.
Fonte:
Brasil 247/BBC News Brasil

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