Marco Damiani: O milagre
econômico de Haddad
O ministro Fernando Haddad,
da Fazenda, fechou 2024 com resultados na economia que são verdadeiros
milagres, porque inesperados e não previstos, frente à situação herdada do
antecessor Paulo Guedes, apenas dois anos atrás. Eles parecem contar pouco, no
entanto, espremidos entre o racha ideológico do País e o tarô de previsões
nefastas dos ‘especialistas’ sobre como vai ser 2025.
Para muitos ‘experts’, o
crescimento previsto pelo Banco Central de 3,4% do PIB no ano que se encerra
hoje mostra, apenas, que o Brasil cresceu acima do seu potencial. A criação de
2,22 milhões de empregos nos primeiros 11 meses de 2024 também está fortemente
em desacordo com o mesmo potencial. A retirada de quase 25 milhões de nacionais
da situação de insegurança alimentar e a instalação de mais de 8 milhões acima
da linha da pobreza, essas, então, são realizações absolutamente incompatíveis
com o… potencial!
É proibido crescer,
determinam. Suas cartas sobre a mesa preveem estouro das contas públicas,
inflação nas alturas e dólar em modo tresloucado em todo o Ano Novo. Não haverá
caminho sem cortes drásticos, choque de juros e sacrifícios de toda sorte.
Retroceder é a ordem.
É o velho e gasto
catastrofismo econômico que está de volta. Ele ressurge toda a vez que a
economia brasileira reencontra a sua vocação de crescimento. Não falha uma. Nas
regras desse jogo, os dados positivos têm um peso bem inferior em relação aos
negativos. A recuperação em curso da indústria nacional, as altas na atividade
do comércio e dos serviços e a resiliência do agronegócio são praticamente
descartadas do baralho. Os tarólogos ocultistas desdenham da força do mercado
interno e renegam a capacidade de a sociedade brasileira criar riquezas.
Desacreditam nas dinâmicas saudáveis que têm elevado a arrecadação de impostos
e a capacidade do Estado, a partir do crescimento, responder aos desafios
fiscais em novas bases. Mal levam em consideração que a redução de
desigualdades aumenta o tamanho do mercado, abrindo novas cadeias de
desenvolvimento.
Desta vez, no entanto, pode
ser diferente. Com diálogo, paciência e noção precisa do que está em jogo -
alguma dúvida? -, Haddad vem conseguindo qualificar o debate econômico. Não
houve, nos dois anos de gestão até aqui, medida da Fazenda sem justificativa.
Foram feitas refações diante de críticas consideradas procedentes e obtidos
consensos, sem esperneios, em assuntos altamente complexos como, por exemplo, a
reforma tributária. No caso da promessa de déficit zero, foi mantida como um
norte e deixará de ser atingida por pouco, muito em razão de circunstâncias
políticas conhecidas por todos. Por mais que tenha sido provocado, o ministro
não comprou brigas políticas nem devolveu grosserias. É a antítese do falastrão
que ditou a economia nos anos Bolsonaro. Essa postura contribui sobremaneira
nos resultados concretos alcançados.
Haddad considera que espamos
de inflação, juros e dólar não irão durar para sempre e fazem parte das dores
do crescimento. Por que considerar o ministro desde logo errado e o mercado
absolutamente certo? Em matérias de previsões, os especialistas erraram todas
sobre 2024, enquanto o titular da Fazenda apresenta números robustos. Até aqui,
mesmo os críticos não sabem apontar alguma grande barbeiragem cometida na
política econômica. Ao contrário, há elogios ao ministro por sua insistência em
suavizar situações de tensão, como o relacionamento com um Congresso adverso.
Nem euforia nem depressão na economia em 2025 é o que Haddad persegue. A
julgar pelo já feito, vale torcer a favor.
¨ Dieese:
aumento do salário mínimo garante R$ 81 bi a mais para os trabalhadores e R$ 43
bi em arrecadação
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) anunciou no início deste ano o reajuste do salário mínimo
para R$ 1.518, o que representa um ganho real de 2,5% acima da inflação. Esse
novo valor já está em vigor desde o começo de janeiro e, segundo cálculos do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o
reajuste deve gerar um impacto econômico de R$ 81,5 bilhões para a população
brasileira. Além disso, a medida deve resultar em um incremento de R$ 43,9
bilhões na arrecadação tributária proveniente do consumo.
A estimativa do Dieese,
segundo o jornal O Globo, é que cerca de
59,9 milhões de brasileiros sejam diretamente ou indiretamente afetados pelo
reajuste do salário mínimo. O impacto varia conforme o grupo de trabalhadores,
com diferentes setores da população se beneficiando de formas específicas.
Entre os beneficiados, estão
28,1 milhões de aposentados, pensionistas e outros beneficiários do INSS que
recebem um salário mínimo. Para esse grupo, o reajuste deve gerar um aumento de
R$ 38,78 bilhões na renda e de R$ 20,9 bilhões na arrecadação de impostos sobre
o consumo. Além disso, 17,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada
também são impactados, com um incremento estimado de R$ 23,87 bilhões na sua
renda e R$ 12,87 bilhões na arrecadação tributária.
Os trabalhadores domésticos,
que somam 4,04 milhões de pessoas recebendo o salário mínimo, terão um impacto
de R$ 5,57 bilhões no consumo e de R$ 3 bilhões na arrecadação tributária. Já
os trabalhadores informais, que têm seus rendimentos atrelados ao salário
mínimo, são 10,1 milhões e devem ver um aumento de R$ 12,82 bilhões no consumo
e de R$ 6,91 bilhões na arrecadação.
Já os empregadores que
também possuem rendimentos vinculados ao salário mínimo, cerca de 332 pessoas,
terão um impacto de R$ 442 milhões no consumo e de R$ 227 milhões na
arrecadação tributária.
¨ Brasil termina 2024 entre 10 primeiros em termos de
crescimento de reservas cambiais do mundo
O Brasil está entre
os dez primeiros países do mundo em termos de crescimento das reservas
cambiais, de acordo com a análise da Sputnik com base em informações dos bancos
centrais de 100 países, que divulgaram os dados de setembro no final de
dezembro.
Assim, no final de
setembro, os ativos
internacionais dos
bancos centrais do mundo totalizavam US$ 14,3 trilhões (R$ 90,3 trilhões),
contra US$ 12,9 trilhões (R$ 81,5 trilhões) no ano anterior.
O líder
absoluto em termos de crescimento foi a China, que aumentou suas
reservas em
US$ 263,3 bilhões (R$ 1,66 trilhão).
O segundo lugar
foi ocupado pela Suíça, com um aumento de US$ 131,9 bilhões (R$ 833,6 bilhões),
seguida pela Índia, com US$ 118,1 bilhões (R$ 746,4 bilhões).
O resto da lista de
países com maior crescimento das reservas cambiais é a seguinte:
Alemanha – US$ 67,2
bilhões (R$ 424,7 bilhões);
França – US$ 66,1
bilhões (R$ 417,7 bilhões);
Rússia – US$ 64,7
bilhões (R$ 408,9 bilhões);
Cingapura – US$
52,4 bilhões (R$ 331,1 bilhões);
Polônia – US$ 38,8
bilhões (R$ 245,2 bilhões);
Brasil – US$
31,7 bilhões (R$ 200,3 bilhões).
Outros 20 bancos
centrais,
inclusive os da Turquia, Japão e México, aumentaram seus ativos entre US$ 10 e
30 bilhões (entre R$ 63 e 190 bilhões), enquanto os 70 restantes tiveram
aumentos de menos de US$ 10 bilhões.
Ao mesmo tempo, um
décimo dos países registrou um declínio
em suas reservas.
Os líderes deste
processo foram:
o Bangladesh, com
um declínio de US$ 2 bilhões (R$ 12,6 bilhões);
a República
Dominicana – US$ 1,4 bilhões (R$ 8,8 bilhões);
a Ucrânia – US$ 820
milhões (R$ 5,18 bilhões).
Além disso, os
ativos internacionais do Paraguai, Estônia, Kuwait, Geórgia, Armênia,
Uganda e Bahamas também diminuíram.
Em termos do volume
de reservas internacionais, a China manteve sua liderança global de longa data
– no final de setembro, elas totalizavam US$ 3,57 trilhões (R$ 22,56 trilhões).
O segundo lugar foi
ocupado pelo Japão, com US$ 1,25 trilhão (R$ 7,9 trilhões), e o terceiro pela
Suíça, com US$ 950 bilhões (R$ 6 trilhões).
O quarto lugar
ficou com a Índia, que acumulou ativos no valor de US$ 706 bilhões (R$ 4,46
trilhões), e o quinto lugar pertence à Rússia, com US$ 634 bilhões (R$ 4
trilhões).
¨ Brasil tem
o melhor resultado de vendas de carros desde 2014, com 2,63 milhões de
emplacamentos em 2024
O Brasil teve 2,63 milhões
de veículos leves e pesados emplacados em 2024, o melhor resultado desde 2014,
segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores, informa a Folha de S. Paulo. O
número representa uma alta de 14,1% na comparação com 2023. Em média, foram
vendidos 10.456 carros por dia ao longo do último ano.
Segundo o levantamento, o
ranking de vendas é liderado pela picape Fiat Strada, que superou o Volkswagen
Polo nos últimos dias de 2024. Outra tendência notável foi a forte participação
das marcas chinesas, como BYD e GWM, que juntas foram responsáveis por
aproximadamente 100 mil licenciamentos de veículos zero-quilômetro.
As locadoras também ocuparam
uma grande fatia no mercado. De acordo com o cálculo da Anfavea
(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as empresas do
ramo adquiriram 650 mil unidades no ano passado, em grande parte para atender a
planos de carros por assinatura.
<><> Expectativas
para 2025
A projeção da Anfavea para
2025 aponta para 2,802 milhões de veículos emplacados, embora inicialmente a
previsão fosse de 3 milhões. A revisão para baixo foi motivada pela alta de 1
ponto percentual na taxa Selic, que agora está em 12,25% ao ano. No entanto, o
setor mantém otimismo quanto ao desempenho do mercado, especialmente
considerando a queda do desemprego e a contínua renovação de modelos.
O último ano em que o
mercado superou a marca de 3 milhões de veículos foi em 2014, com 3,5 milhões
de emplacamentos. Desde então, o setor enfrentou quedas acentuadas, com o auge
da crise econômica em 2015, quando os licenciamentos caíram para 2,58 milhões
de unidades. A recuperação teve início em 2017, mas foi interrompida pela
pandemia de Covid-19, que afetou drasticamente a produção e o consumo no setor.
¨ Brasil alcança marca histórica de entrada de turistas
internacionais
No total, 6,621
milhões de turistas internacionais visitaram o Brasil em 2024. Em evento para
celebrar o marco, ministro do Turismo destaca investimentos em melhoria na
infraestrutura turística do país.
O Brasil bateu
recorde de visitas de turistas internacionais ao país em 2024. Segundo dados
divulgados pelo Ministério
do Turismo nesta
terça-feira (31), um total de 6,621 milhões de turistas
estrangeiros visitaram
o país ao longo do ano, superando a marca histórica de 6,6 milhões registrada
em 2018.
Em evento em
celebração ao recorde, realizado no Aeroporto Internacional de Brasília, o
ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que o desempenho registrado
reforça a maturidade do turismo nacional em atrair visitantes internacionais.
"O ano de 2024
entra para a história como um ano de recordes. O setor tem mostrado toda a
capacidade e força para receber esses turistas que escolheram nossos destinos
ao longo do ano e, com o apoio do governo federal, temos apostado em um
trabalho de valorização cultural e promoção internacional da nossa imagem lá
fora", disse o ministro.
O resultado superou
o alcançado por anos importantes para a recepção de turistas, como 2014, quando
o país foi sede da Copa do Mundo, em 2016, quando ocorreram os Jogos Olímpicos
no Rio
de Janeiro.
Juntos, os dois anos somam 12,9 milhões de desembarques no país. Agora, o Plano
Nacional de Turismo (PNT) prevê atingir 8,1 milhões de turistas
internacionais nos próximos três anos.
"Temos
investido na melhoria da infraestrutura turística, com obras que vão de Norte a
Sul. Temos apoiado o setor com liberação de recursos, por meio do Fungetur
[Fundo Geral do Turismo], que ajudam a estruturar toda a cadeia, que fica mais
preparada para receber esses turistas. Além, é claro, de fazer promoção dos
nossos destinos em grandes eventos internacionais, mostrando ao mundo o que o
Brasil tem de melhor", completou Sabino.
¨ Preços
"abrasileirados" garantiram estabilidade dos combustíveis e
valorização da Petrobras em 2024, destaca Gleisi
A presidente do PT, deputada
federal Gleisi Hoffmann (PR), utilizou as redes sociais para defender a
política de preços da Petrobras sob a gestão do presidente Lula (PT). Em sua
publicação, Hoffmann celebrou os resultados alcançados com a estratégia de
“abrasileirar” os preços dos combustíveis, prometida por Lula ainda durante a
campanha eleitoral de 2022.
Segundo a parlamentar, ao
contrário das previsões de especialistas de mercado e da grande imprensa, que
indicavam um possível prejuízo à estatal, a Petrobras viu suas ações mais do
que dobrarem de valor. Além disso, Hoffmann destacou que a política de preços
adotada trouxe maior estabilidade ao consumidor, evitando os frequentes
reajustes que marcaram os anos anteriores.
<><> Comparativo
com o modelo anterior
Hoffmann apontou que o
diesel não sofreu qualquer reajuste em 2024, enquanto a gasolina teve apenas um
aumento durante o ano. “Quando Lula prometeu abrasileirar os preços dos
combustíveis, o mercado e sua mídia disseram que a Petrobras ia quebrar.
Felizmente para o Brasil, erraram de novo”, escreveu.
O gráfico compartilhado por
Hoffmann reforça essa afirmação, comparando os preços praticados pela Petrobras
com os valores que seriam cobrados caso a política de Paridade de Preços de
Importação (PPI) continuasse em vigor. No caso do diesel, o preço de paridade
chegou a atingir R$ 4,20 em julho, enquanto o preço estabelecido pela Petrobras
permaneceu em R$ 3,53 por litro durante todo o ano. Já para a gasolina, o maior
valor sob o PPI foi de R$ 3,46, contra os R$ 3,04 cobrados pela estatal na
maior parte do ano.
Fonte: Sputnik
Brasil/Brasil 247
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