Mauro Cid apontou que Michelle e Eduardo Bolsonaro eram da
'ala radical' da trama golpista
Em
seu primeiro depoimento dentro do acordo de delação premiada firmado com a
Polícia Federal e homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), em setembro de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, citou a
primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), como integrantes do que seria uma "ala mais radical" da
trama golpista elaborada por integrantes do governo.
As
informações foram obtidas pelo jornalista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo,
que obteve a íntegra do documento. O depoimento, o primeiro entre mais de dez,
é de 28 de agosto de 2023, tem seis páginas e menciona mais de 20 pessoas.
Mauro
Cid afirmava, em 28 de agosto de 2023, que existia um grupo de conselheiros
radicais de Bolsonaro que defendiam um golpe de Estado e a não aceitação da
derrota nas eleições de 2022. "Tais pessoas conversavam constantemente com
o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado, afirmavam que o
ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs [Colecionadores, Atiradores
Desportivos e Caçadores] para dar o golpe", diz a transcrição do
depoimento. Entre eles, estariam Michelle e Eduardo, segundo o ex-ajudante de
ordens.
Em
novembro de 2023, o portal Uol havia antecipado a informação, mas a íntegra do
depoimento ainda não tinha vindo a público. Na época, tanto Michelle quanto
Eduardo negaram as afirmações do ex-ajudante de ordens. O então advogado do
casal, Paulo Cunha Bueno, afirmou que Bolsonaro ou seus familiares "jamais
estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do
país. "Querer envolver meu nome nessa narrativa não passa de fantasia,
devaneio", disse na ocasião o deputado federal paulista.
O
relatório final da Polícia Federal sobre a investigação da trama golpista,
encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), não traz nem a
ex-primeira-dama e nem o filho do ex-presidente como indiciados. Ambos são
cogitados como possíveis candidatos à presidência da República em 2026.
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Três grupos em torno de Bolsonaro
Segundo
o primeiro depoimento de Cid, havia três grupos gravitando em torno de Jair
Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022. Um deles pregava que o então
presidente aceitasse os resultados eleitorais, assumindo o papel de líder da
futura oposição ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira; o
advogado-geral da União, Bruno Bianco, e o brigadeiro Baptista Júnior,
comandante da Força Aérea, estariam entre eles.
Já
um segundo grupo afirmava que "nada poderia ser feito diante do resultado
das eleições" e temiam que alguns dos conselheiros levassem Bolsonaro a
"assinar uma 'doideira'". Estavam entre estes os generais Freire
Gomes, comandante do Exército; Paulo Sérgio Nogueira, ministro da Defesa; e
Júlio César de Arruda. O empresário do agronegócio Paulo Junqueira, "que
financiou a viagem do presidente para os EUA", segundo Cid, defendia que
Bolsonaro deixasse o país.
O
terceiro grupo era favorável a medidas golpistas e composto por duas alas,
conforme o primeiro depoimento do ex-ajudante de ordens. Uma buscava encontrar
indícios de fraudes nas urnas eletrônicas para justificar uma eventual virada
de mesa e outra, mais radical, era "a favor de um braço armado".
Cid
aponta que essas pessoas "gostariam de alguma forma incentivar um golpe de
Estado", defendendo que Bolsonaro assinasse um decreto de exceção,
acreditando "que quando o presidente desse a ordem ele teria apoio do povo
e dos CACs".
"Quanto
a parte mais radical", diz o relato do depoimento de Cid, "não era um
grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente,
esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então
presidente".
O
tenente-coronel menciona nominalmente como integrantes deste grupo, além de
Eduardo e Michelle, Felipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de
Bolsonaro; Onyx Lorenzoni, ex-ministro em quatro pastas distintas na gestão
Bolsonaro; Gilson Machado, ex-ministro do Turismo; o general Mario Fernandes,
secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e os senadores Jorge
Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES). Entre os nomes citados, somente Felipe
Martins e Mario Fernandes foram indiciados pela PF no relatório final da trama
golpista.
¨
Leia a íntegra da transcrição do depoimento
de Mauro Cid:
O
COLABORADOR MAURO CESAR BARBOSA CID, assessorado por seus advogados, manifestou
intenção de colaborar, nos termos da lei 12.850/2013, com as investigações
desenvolvidas no âmbito os Inquéritos Policiais 2020.0075332 - CGCINT/DIP/PF
(Ing. 4781/DF) e 2021.0052061 - CGCINT/DIP/PF (Inq. 4874/DF), que tramitam no
Supremo Tribunal Federal, relacionados ao seguintes tópicos: a) ataques virtuais
a opositores; b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de
votação e à higidez do processo eleitoral; c) tentativa de Golpe de Estado e de
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; d) ataques às vacinas
contra a Covid-19 e as medidas sanitárias na pandemia e; f) uso da estrutura do
Estado para obtenção de vantagens, o qual se subdivide em: f.1) uso de
suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas
pessoais e; f.2) Inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos
sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e f.3)
Desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras
ao ex-Presidente da República, JAIR MESSISAS BOLSONARO, ou agentes públicos a
seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito; g)
outros tópicos que possam surgir no transcorrer da investigação.
A
presente oitiva não exaure a coleta de dados relativa aos fatos apurados, em
razão da dimensão da investigação referente aos eixos de atuação. O presente
ato de colaboração será gravado em mídia audiovisual para garantir a fidelidade
das informações prestadas, podendo seu conteúdo ser utilizado nas referidas
investigações. Ademais, também será reduzido a termo como forma de facilitar o
acesso ao conteúdo pelo juízo e demais atores. Inquiridoa respeito dos fatos
investigados no presente ato, o senhor, na presença de seus advogados, reafirma
a renuncia ao direito de permanecer em silêncio e o compromisso legal de dizer
a verdade?
A
Polícia Federal conduz investigação que apura a prática de atos relacionados a
uma possível tentativa de execução de um Golpe de Estado e Abolição violenta do
Estado Democrático de Direito ocorridos após o resultado do segundo turno das
eleições presidenciais de 2022.
Nesse
sentido, INDAGADO sobre os elementos que têm conhecimento em relação aos
referidos fatos investigados, respondeu QUE depois que acabou o período
eleitoral, o então Presidente JAIR BOLSONARO recebia diversas pessoas, sempre
no Palácio da Alvorada; QUE as pessoas que visitavam o então Presidente
formavam três grupos distintos; QUE tinha um grupo bem conservador, de linha
bem política; QUE aconselhavam o Presidente a mandar o povo para casa, e
colocar-se como um grande líder da oposição; QUE diziam que o povo só queria um
direcionamento; QUE para onde o PRESDENTE mandasse, o povo iria; QUE o grupo
era formado pelo Senador FLÁVIO BOLSONARO, o AGU BRUNO BIANCO, CIRO NOGUEIRA
(então Ministro da Casa Civil) e o Brigadeiro BATISTA JUNIOR (então Comandante
da Aeronáutica); QUE o outro grupo era formado por pessoas moderadas; QUE
apesar de não concordar com o caminho que o Brasil estava indo, com abusos
jurídicos, prisões e não concordar com a condução das relações institucionais que
ocorriam no país, entendiam que nada poderia ser feito diante do resultado das
eleições: QUE qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado; QUE
representaria um regime militar por mais 20, 30 anos; QUE esse grupo era
totalmente contra isso; QUE o grupo se subdividia em dois: QUE um primeiro
grupo era composto basicamente por generais da ativa que tinham mais contato
com o então Presidente da República JAIR BOLSONARO; QUE eram as pessoa que o
então PRESIDENTE mais gostava de ouvir; QUE o grupo era composto pelo
COMANDANTE DO EXÉRCITO GENERAL FREIRE GOMES; pelo GENERAL ARRUDA, chefe do DEC
-Departamento de Engenharia e Construção; pelo GENERAL TEOFILO, chefe do COTER-
Comando de Operações Terrestres; pelo GENERAL PAULO SERGIO, então Ministro da Defesa;
QUEesse grupo temia que o grupo radical trouxesse um assessoramento e levasse
PRESIDENTE JAIR BOLSOANRO assinar uma "doidera": QUE o GENERAL FREIRE
GOMES estava muito preocupado com essa situação, com que poderia acontecer com
esse pessoal que ia para o Palácio da Alvorada; QUE estavam preocupados com o
grupo radical que estava tentando convencer o então Presidente a fazer
"alguma coisa", um golpe:QUE havia um outro grupo de moderados que
entendia que o ex-Presidente deveria sair do país; QUE o próprio colaborador
sugeriu que o ex-presidente deveria sair do país; QUE o grupo era composto pelo
PAULO JUNQUEIRA, empresário do agronegócio, que financiou a viagem do
presidente para os EUA; por NABAN GARCIA, que ocupou algum cargo na secretaria
de agricultura, e por fim o senador MAGNO MALTA que tinha uma posição mais
radical e se juntou ao referido grupo entendendo que o presidente deveria
deixar o país; QUE o terceiro grupo, denominado pelo colaborador como
"radicais", era dividido em dois grupos; Que o primeiro subgrupo
"menos radicais" que queriam achar uma fraude nas urnas; QUE o
segundo grupo de "radicais" era a favor de um braço armado. QUE
gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado; QUE queria que ele
assinasse o decreto; QUE acreditavam que quando o Presidente desse a ordem, ele
teria apoio do povo e dos CACS: QUE "romantizavam" o art. 142 da
Constituição Federal como o fundamento para o Golpe de Estado: QUE o primeiro
grupo que defendia a identificação de uma possível fraude nas umas era o que o
ex-Presidente mais pressionava; QUE JAIR BOLSONARO queria uma atuação mais
contundente do GENERAL PAULO SÉRGIO em relação à Comissão de Transparência das
eleições montada pelo Ministério da Defesa; QUE JAIR BOLSONARO queria que o
documento produzido fosse "duro": QUE o grupo era composto pelo
GENERAL PAZZUELLO, pelo PRESIDENTE DO PL VALDEMAR DA COSTA NETO, pelo MAJOR
DENICOLE e por um grupo de pessoas que prestavam assessoramento tecnico: QUE
nessa época após o segundo tumo, recebiam muitas informações de fraudes; QUE o
presidente repassa as possíveis denúncias para os GENERAIS PAZZUELLO e PAULO
SERGIO para que fossem apuradas; QUE o grupo tentava encontrar algum elemento
concreto de fraude, mas a maloria era explicada por questões estatísticas: QUE
as informações estatísticas foram tratadas pelo MAJOR DENICOLE: QUE O MAJOR
DENICOLE era quem geralmente trazia os dados ao ex-presidente; QUE o grupo não
identificou nenhuma fraude nas umas; QUE a única coisa substancial que
encontraram foi a questão das umas antigas que ensejou a ação do PL; QUE o
Senador HEINZ, que também integrava esse grupo, usava um documento do
Ministério Publico militar que dizia que como o país estava em GLO, para
garantia das eleições, o Senador entendia que as forças armadas poderiam pegar
uma uma, sem autorização do TSE ou qualquer instancia judicial, para realização
de testes de integridade; QUE o senador encaminhava esse entendimento tanto ao
Colaborador, quanto ao ex-presidente JAIR BOLSONARO para que repassassem esse
entendimento ao Ministro da Defesa; QUE o ex- presidente não encampou esse
entendimento; QUE o ex-Diretor-Geral da PRF SILVINEI VAQUES era politizado; QUE
ele comparecia a todos os eventos políticos; QUE ele esteve com o ex-Presidente
por algumas ocasiões durante o período pré-eleitoral; QUE não informar o que
tratavam; QUE a questão de compra de votos era um preocupação constante do
ex-Presidente; que reclamava de maneira genérica; QUE não participava das
reuniões entre o ex-Presidente e os Ministros e os Generais; QUE esse grupo
tinha ligação com o Argentino; QUE quanto a parte mais radical, não era um
grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente,
esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então
Presidente; QUE uma dessas pessoas era FELIPE MARTINS, ex-assessor
internacional do ex-presidente e ligado à área mais ideológica; QUE FELIPE
MARTINS vinha acompanhado de um jurista, que não se recorda um nome; QUE o
colaborador se recorda que o referido jurista escreveu livros sobre Garantias
Constitucionais; QUE os encontros ocorreram em meados de novembro de 2022; QUE
em um dos encontros o jurista também foi acompanhado de um padre; QUE foram
mais de dois encontros dessas pessoas com o ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE FELIPE
MARTINS juntamente com esses juristas apresentaram um documento ao Presidente
JAIR BOLSONARO, no Palácio da Alvorada; QUE o documento tinha várias páginas de
"considerandos", que retratava as interferências do Poder Judiciário
no Poder Executivo e no final era um decreto que determinava diversas ordens
que prendia todo mundo; QUE determina as prisões dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, dentre eles ALEXANDRE DE MORAES, GILMAR MENDES e outros; QUE
determinava também a prisão do Presidente do Senado RODRIGO PACHECO e de outras
autoridades que de alguma forma se opunham ideologicamente ao ex-presidente;
QUE decretava novas eleições; QUE não dizia quem iria fazer, mas sim, o que
fazer, QUE o ex-presidente recebeu o documento, leu e alterou as ordens, mantendo
apenas a prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas
eleições devido a fraude no pleito; QUE o colaborador teve ciência do documento
quando FELIPE MARTINS apresentou ao colaborador o documento impresso e de forma
digital para que fossem feitas as correções; QUE FELIPE MARTINS tinha uma
versão digital em seu notebook, que levou para a reunião; QUE FELIPE MARTINS
não alterou o documento, conforme pedido pelo então PRESIDENTE JAIR BOLSONARO,
naquele momento; QUE alguns dias depois FELIPE MARTINS retomou juntamente com o
jurista trazendo o documento alterado conforme solicitado pelo então PRESIDENTE
JAIR BOLSONARO, no Palácio da Alvorada; QUE o presidente concordou com os
termos ajustados e em seguida mandou chamar, no mesmo dia, os Generais,
comandantes das forças; QUE participaram o ALMIRANTE GARNIER, GENERAL FREIRE
GOMES e o BRIGADEIRO BATISTA JUNIOR; QUE nessa reunião com os Generais o
presidente apresentou apenas os "considerandos" (fundamentos dos atos
a serem implementados) sem mostrar as ordens a serem cumpridas (prisão do
Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições); QUE na reunião
com as Generais, FELIPE MARTINS foi explicando cada item; QUE o colaborador
participou da reunião, operando a apresentação no computador; QUE o
ex-presidente queria pressionar as Forças Armadas para saber o que estavam
achando da conjuntura; QUE queria mostrar a conjuntura do país: QUE o
colaborador saiu da sala, não participando do restante da reunião QUE depois o
GENERAL FREIRE GOMES relatou ao colaborador o conteúdo do que conversaram; QUE
o ex-presidente apresentou o documento aos GENERAIS com intuito de entender a
reação dos comandantes das forças em relação ao seu conteúdo; QUE o ALMIRANTE
GARNIER, comandante da Marinha, era favorável a um intervenção militar,
afirmava que a Marinha estava pronta para agir: QUE aguardava apenas a ordem do
ex-presidente JAIR BOLSONARO; QUE no entanto, o ALMIRANTE GARNIER condicionava
a ação de intervenção militar à adesão do Exército, pois não tinha capacidade
sozinho; QUE o Brigadeiro BATISTA JUNIOR, comandante da aeronáutica, era
terminantemente contra qualquer tentativa de golpe de Estado; QUE afirmava de
forma categórica que não ocorreu qualquer fraude nas eleições presidenciais;
QUE o GENERAL FREIRE GOMES, era um meio-termo dos outros dois Generais; QUE ele
não concordava como as coisas estava sendo conduzidas; QUE no entanto, entendia
que não caberia um golpe de Estado, pois entendia que as instituições estavam
funcionando; QUE não foi comprovado fraude nenhuma; QUE não cabia às Forças
Armadas realizar o controle Constitucional; QUE dizia que estavam
"romantizando" o art. 142 da CF; QUE dizia que tudo que acontecesse
seria um regime autoritário pelos próximos 30 anos, decorrente de um Golpe Militar,
QUE o ex-Presidente teve várias reuniões com os Generais; QUE o ex- Presidente
JAIR BOLSOANRO não queria que o pessoal saísse das ruas; QUE o ex- Presidente
JAIR BOLSOANRO tinha certeza que encontraria uma fraude nas umas eletrónicas e
por isso precisava de um clamor popular para reverter a narrativa; QUE o ex-
Presidente estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira seria encontrar
uma fraude nas eleições e a outra, por maio do grupo radical, encontrar uma
forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um Golpe de Estado; QUE o
ex-Presidente não interferia nos manifestantes que estavam nas ruas; QUE o
ex-Presidente pediu apenas para que os caminhoneiros não parassem o país; QUE
acredita que os militares não adeririam a uma ideia de golpe de Estado; QUE
como não teve apoio dos Comandantes do Exército e da Aeronáutica, a proposta de
FELIPE MARTINS não foi executada: QUE acredita que o ex- Presidente não
assinaria esse documento; QUE as outras pessoas que integravam essa ala mais
radical era composta pelo ex-ministro ONIX LORENZONE, pelo atual SENADOR JORGE
SEIFF, o ex-ministro GILSON MACHADO, SENADOR MAGNO MALTA, DEPUTADO FEDERAL
EDUARDO BOLSONARO, GENERAL MARIO FERNANDES (secretário executivo do General
RAMOS); QUE GENERAL MARIO FERNANDES atuava de forma ostensiva, tentando
convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado; QUE
compunha também o referido grupo a ex- primeira dama MICHELE BOLSONARO; QUE
tais pessoas conversavam constantemente com o ex- Presidente, instigando-o para
dar um golpe de Estado; QUE afirmavam que o ex-Presidente tinha o apoio do povo
e dos CACs para dar o golpe; QUE não sabe se essas pessoas levavam documentos
para o ex-Presidente; QUE não presenciou todos os encontros dessas pessoas
radicais com o ex-Presidente; QUE o GENERAL BRAGA NETO conversava constante com
o ex-Presidente; QUE ele seria o elo entre os manifestantes e o ex-Presidente;
QUE o GENERAL BRAGA NETO atualizava o ex-Presidente sobre as manitestações; QUE
não sabe informar se o GENERAL BRAGA NETO tinha contato com AILTON BARROS;
INDAGADO sobre pessoas que exerciam influência em relação às pessoas acampadas
e que entraram no Palácio do Alvorada, responde QUE no dia 12/12/2022, após a
prisão do CACIQUE SERERE, na saída do palácio da Alvorada, as pessoas de
BISMARK e PAULO SOUZA, integrantes do canal do YouTube HIPÓCRITAS e OSWALDO
EUSTAQUIO, com meo de também serem presos, ligaram para o ex-presidente JARI
BOLSONARO; QUE JARI BOLSONARO mandou que autorizasem a entrada de BISMARK e
PAULO SOUZA e OSWALDO EUSTAQUIO no Palácio da Alvorada; QUE a intenção era
evitar que fossem presos; QUE após a advertência do colaborador de que a
permanência de OSWALDO EUSTÁQUIO no Palácio da Alvorada poderia causar
problemas, o ex-Presidente determinou que um carro da Presidência levasse
OSWALDO EUSTÁQUIO para o local que estava hospedado em Brasilia/DF; QUE os
integrantes do HIPÓCRITAS jantaram com o ex-Presidente no Palácio da Alvorada;
QUE não se recorda se os referidos jornalistas dormiram no Palácio da Alvorada;
QUE os integrantes do HIPÓCRITAS tinham contato direto com o ex-Presidente JAIR
BOLSONARO; QUE entendiam que os CACs apoiariam o ex-Presidente em uma tomada de
decisão, como um tropa civil em caso de um Golpe; QUE o Deputado Federal
EDUARDO BOLSONARO tinha mais contato com os CACs.
Fonte:
JB/Brasil 247
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