O que acontece ao
organismo após muitas horas de exposição ao sol
A exposição
ao sol em pequena quantidade é
essencial para a saúde, pois permite que o organismo produza vitamina D para
fortalecer os ossos e os sistemas muscular e esquelético. No entanto, a
exposição excessiva tem consequências negativas, adverte a Organização Mundial
da Saúde (OMS).
Especificamente, 10
a 15 minutos de exposição ao sol por dia no dorso das mãos, braços e rosto são
suficientes para a saúde, indica os Institutos Nacionais de Saúde (NIH,
na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Quais são os
efeitos da exposição prolongada ao sol na pele
Segundo a OMS,
existem efeitos agudos e crônicos da exposição solar.
As consequências
nos casos mais agudos podem ser: danos ao DNA, queimaduras solares, reações
fototóxicas e fotoalérgicas e imunossupressão, que pode ser considerado um
fator de risco de câncer e levar à
reativação de um vírus (por exemplo, o de herpes labial).
Já em registros com
efeitos crônicos da exposição à pele e lábios, a organização mundial cita:
melanoma cutâneo (tumor maligno potencialmente
fatal); carcinoma epidermoide (outro tumor maligno); carcinoma basocelular
(câncer de pele de crescimento lento); e envelhecimento prematuro da pele (perda de
elasticidade e diminuição da cicatrização de feridas).
Por outro lado, a
OMS alerta que a radiação ultravioleta pode causar
efeitos oculares agudos, como fotoceratite (inflamação da córnea) e
fotoconjuntivite (inflamação da conjuntiva).
Segundo a OMS,
esses efeitos oculares são reversíveis e geralmente não causam danos a longo
prazo, embora sejam dolorosos e possam exigir intervenção terapêutica. Nesse
caso, o desconforto pode ser evitado com óculos de proteção.
Além disso, os
efeitos crônicos da radiação ultravioleta na visão podem ser: catarata (doença
ocular na qual o cristalino se torna cada vez mais opaco, causando alteração da
visão e, eventualmente, cegueira); pterígio (crescimento de carne que pode
cobrir parte da córnea); e câncer dentro e ao redor do olho (carcinoma
basocelular, carcinoma espinocelular ou melanoma).
Da mesma forma,
"a exposição aos raios ultravioleta também pode influenciar o aparecimento
de degeneração da mácula relacionada à idade".
·
Como
se proteger da exposição excessiva ao sol
Entre as medidas de
proteção, a OMS cita: limitar o tempo de exposição ao sol do meio-dia; ficar na
sombra; vestir roupas de proteção; usar chapéu de abas largas para proteger os
olhos, o rosto, as orelhas e o pescoço; e usar óculos de sol envolventes que
garantam alta proteção contra os raios ultravioleta A e B.
Caso não seja
possível evitar o sol, recomenda-se a aplicação de protetor solar de amplo
espectro nas áreas da pele que não podem ser cobertas por roupas. Além disso, a
agência mundial de saúde indica que o uso de dispositivos de bronzeamento
artificial deve ser evitado.
¨ Os 6 fatos que você
precisa saber para se expor ao sol
Embora possa
ser benéfica em doses moderadas, a exposição ao sol representa
um risco significativo para a saúde da pele se não forem
tomadas as devidas precauções, como alerta o MedlinePlus, uma enciclopédia
médica da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
Conforme observado
pela fonte, diversas alterações na pele, como câncer de pele, rugas e
manchas de idade são resultado de danos solares cumulativos e
permanentes. Esse dano é causado principalmente pelos raios
ultravioleta (UV), que podem penetrar na pele e afetar suas
camadas superficiais e mais profundas.
Para reduzir o
risco de danos causados pelo sol, especialmente no verão ou durante
as ondas de calor – quando fica
mais difícil escapar do alcance dos raios solares – médicos recomendam uma
série de medidas preventivas, incluindo o uso de protetores ou
bloqueadores solares.
National
Geographic reuniu seis fatos essenciais sobre o uso desses
produtos durante o verão para que eles ajam com eficácia.
1. Serviços Humanos
dos Estados Unidos, recomenda a aplicação do protetor solar aproximadamente
15 minutos antes da exposição ao sol, para que o produto tenha tempo suficiente
para oferecer proteção eficaz.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que a aplicação de quantidades suficientes
aumenta sua eficácia. De acordo com a organização, aproximadamente 35 ml
de protetor solar devem ser aplicados em todo o corpo.
2. Quando o
protetor solar deve ser reaplicado
A FDA recomenda
a reaplicação pelo menos a cada duas horas para manter sua
eficácia. Se nadar ou
suar, reaplique com mais frequência para garantir a proteção
contínua.
3. Essas são as
áreas negligenciadas ao aplicar o protetor solar
Algumas partes do
corpo costumam ser esquecidas quando se usa o protetor solar. Orelhas,
nariz, lábios, parte de trás do pescoço, mãos, couro
cabeludo (especialmente em áreas calvas), linha do
cabelo e solas dos pés são áreas do corpo que geralmente são
negligenciadas ao aplicar o protetor solar.
De acordo com a
agência governamental dos Estados Unidos, estas áreas também estão
4. Nenhum protetor
solar é 100% resistente à água
Embora alguns
protetores solares sejam rotulados como “resistentes à água”, a FDA deixa
claro que nenhum deles acaba sendo 100% à prova d’água e,
eventualmente, o produto sairá em contato com atividades feitas em
piscina, mar, cachoeiras, rios e lagos, entre outros.
Portanto, é
aconselhável verificar os rótulos para ver se eles permanecem
eficazes por 40 ou 80 minutos enquanto a pessoa nada ou transpira. Vale
seguir as recomendações também para saber quando reaplicar para
garantir sua eficácia.
5. O uso de
protetor solar em bebês e crianças
A FDA desaconselha
o uso de protetores solares em
bebês com menos de seis meses de idade. Em vez disso, sugere evitar
a exposição direta dessas crianças ao sol em horários de alta
radiação, aproximadamente entre 10h e 14h. Se estiverem ao ar livre, a
fonte sugere vesti-las com roupas protetoras.
Para
as crianças com mais de seis meses, o uso de protetor solar deve seguir
as instruções do produto e consultar um pediatra.
6. Escolhendo o
protetor solar correto
Para
uma proteção eficaz, a Organização Mundial da Saúde recomenda o uso
de um protetor solar de amplo espectro que proteja contra os raios UVA e UVB, com um fator
de proteção solar (FPS) de pelo menos 30.
¨
Por que os animais adoram tomar sol?
Dica: não é apenas para se aquecerem
Todo verão, as praias de todo o mundo se enchem de banhistas
esparramados, mas os humanos não são os únicos que fazem questão de aproveitar
o sol. Em todo o reino animal, criaturas grandes e pequenas
atendem às necessidades biológicas aquecendo-se nos raios da estrela mais
próxima da Terra.
Isso inclui amantes do sol como
lagartos e outros répteis, bem como inúmeras espécies menos conhecidas por seus
hábitos de banho de sol: de sapos a borboletas monarcas e hipopótamos. Até os pássaros gostam de uma boa sessão de sol: aves de
pelo menos 50 famílias periodicamente empoleiram-se ou voam para o chão,
estendem as asas e se bronzeiam como turistas na praia.
Os cientistas continuam a desvendar
pistas sobre por que os animais ficam ativamente expostos ao sol, uma prática
demorada que pode deixar alguns vulneráveis à predação. Aqui está o que se sabe
sobre esse comportamento intrigante.
·
Para manter a temperatura
Muitas criaturas se aquecem ao sol
para controlar a temperatura do corpo, um processo conhecido como termorregulação.
Esse é o motivo de muitos ectotérmicos de sangue frio, como répteis e anfíbios,
muitos insetos e pelo menos dois peixes – carpa e o peixe-lua, que passa quase
metade do tempo perto da superfície da água – tomarem banho de sol.
Ao contrário dos mamíferos e aves
endotérmicas, as criaturas ectotérmicas não conseguem manter uma temperatura
corporal estável através do calor criado pelo seu metabolismo. Portanto, sua
temperatura varia com o ambiente.
Quando o ambiente de um ectotérmico
esfria, sua temperatura também diminui. Isso retarda as reações químicas do
corpo, controlando tudo, desde a função imunológica até o desempenho muscular –
o que pode funcionar para um animal adormecido ou em repouso, mas não para um
que precisa fazer coisas como caçar presas e fugir de predadores.
Para impulsionar seus corpos, os
ectotérmicos procuram calor. Alguns podem rastejar para uma rocha quente ou
nadar para águas mais quentes, por exemplo, enquanto outros se aquecem ao sol
por períodos de tempo que dependem de suas necessidades, tamanho e quão bem a
cor da superfície absorve a luz solar, diz Tracy Langkilde, bióloga evolutiva
na Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), que estuda répteis e anfíbios.
“À medida que a temperatura aumenta, a taxa de todos esses processos geralmente
acelera”, explica. “É fundamental para a sobrevivência deles.”
·
Como poupar energia
O mesmo pode ser dito para alguns
banhistas endotérmicos. Embora esses animais possam gerar calor internamente,
graças ao seu metabolismo acelerado, alguns tomam banho de sol para que seu
metabolismo não tenha que fazer todo o trabalho.
Isso é o que os cientistas
concluíram que desencadeia os hábitos de busca
do sol de lêmures de cauda anelada e papa-léguas, por exemplo, bem como o
íbex alpino, um tipo de cabra selvagem que captura raios para economizar
energia nas manhãs frias de montanha no inverno, quando há pouca grama para
alimentar seus corpos.
O dunnart-de-cauda-grossa, um pequeno
marsupial encontrado nos desertos australianos, também utiliza a mesma
estratégia. Ele é um dos poucos mamíferos conhecidos por se banhar no brilho
quente do sol quando se despertam do torpor, um estado temporário em que seu
metabolismo e temperatura caem para conservar energia quando a comida acaba.
Em um estudo, os pesquisadores descobriram que os
dunnart-de-cauda-grossa que entram em torpor e depois mergulham na luz do sol
podem sobreviver com cerca de um quarto da comida e água diárias que
normalmente precisam.
·
Destruidor de vírus e reforço de vitaminas
Embora os animais geralmente tomem
sol para o funcionamento básico do dia-a-dia, pesquisas sugerem que eles também
procuram a luz solar para tratar problemas de saúde específicos.
Por exemplo, há evidências crescentes
de que os pássaros tomam banho de sol para fritar parasitas escondidos entre
suas penas. Essa teoria ganhou força pela primeira vez em 1993, quando pesquisadores observaram um
grupo de andorinhas verde-violeta que passavam mais tempo tomando sol do que
outras andorinhas que haviam sido tratadas por infestações de ácaros e piolhos.
Estudos mais recentes mostraram que os piolhos nas penas podem
morrer quando expostos a raios curtos de luz solar, reforçando ainda mais o
palpite de controle de pragas.
Da mesma forma, os ectotérmicos podem
buscar a luz do sol para destruir invasores, como vírus e bactérias. Embora
isso seja difícil de testar em campo – “assim que você vai até um animal, eles
fogem”, diz Langkilde – estudos de laboratório com sapos verdes infectados por
patógenos, moscas domésticas e outras criaturas sugerem que eles aquecem
voluntariamente além de seu nível preferido, induzindo a chamada “febre
comportamental”. Essa adaptação notável mostrou curar alguns sujeitos do estudo, presumivelmente da mesma
forma que uma febre natural dá o pontapé inicial no sistema imunológico.
Uma espécie – o inseto boxelder –
parece se esticar ao sol para evitar completamente uma infecção. Quando este
inseto alado toma banho de sol, ele aciona um composto químico que envolve
esporos de fungos em seu corpo, fornecendo proteção contra germes.
Enquanto isso, os camaleões-pantera
procuram a luz do sol para algo que pode adicionar ao seu corpo: vitamina D.
Quando esses animais não absorvem o suficiente da vitamina de suas
dietas, pesquisas mostram que eles
compensam expondo suas escamas vibrantes aos raios UV do sol, permitindo a
produção de vitamina. Os cientistas não entendem completamente como os
camaleões sabem fazer isso – ou se outros animais fazem o mesmo – mas suspeitam
que um receptor de vitamina D no cérebro do animal indica a deficiência.
·
Dúvidas sobre os animais que tomam sol
Apesar do progresso que os cientistas
fizeram para entender os animais que tomam sol, ainda há muito o que desvendar.
Os motivos das tartarugas de água
doce têm sido de particular interesse, uma vez que as noturnas assumem posições
semelhantes quando se aquecem à noite. Um estudo descobriu que algumas delas não aumentam a
temperatura corporal enquanto tomam sol, descartando a termorregulação como
justificativa. Em 2021, outro artigo vetou a remoção de sanguessugas
como uma possibilidade provável para seu comportamento, deixando a pergunta sem
resposta.
Também é desconhecido como o banho de
sol ajuda os pássaros a matar pragas e o escopo completo de benefícios que o
sol oferece aos animais.
“O banho de sol não foi bem estudado
[em mamíferos], particularmente em grandes mamíferos”, escreve Thomas Ruf,
professor de fisiologia animal da Universidade de Medicina Veterinária em Viena,
Áustria, em um e-mail. Ele suspeita que tenha a ver com o desafio de ter que
analisá-los em campo, algo que ele e seus colegas fizeram para estudar o ibex
alpino.
No entanto, os pesquisadores observam
que entender essa prática – em mamíferos, bem como em amantes do sol em geral –
pode ajudar de várias formas, desde melhorar o cuidado de criaturas em
cativeiro até auxiliar os esforços de conservação de animais
selvagens. Estudos futuros, portanto, terão implicações importantes além de
apenas desvendar um comportamento peculiar.
Fonte: National
Geographic Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário