sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O que acontece ao organismo após muitas horas de exposição ao sol

A exposição ao sol em pequena quantidade é essencial para a saúde, pois permite que o organismo produza vitamina D para fortalecer os ossos e os sistemas muscular e esquelético. No entanto, a exposição excessiva tem consequências negativas, adverte a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Especificamente, 10 a 15 minutos de exposição ao sol por dia no dorso das mãos, braços e rosto são suficientes para a saúde, indica os  Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Quais são os efeitos da exposição prolongada ao sol na pele  

Segundo a OMS, existem efeitos agudos e crônicos da exposição solar.

As consequências nos casos mais agudos podem ser: danos ao DNA, queimaduras solares, reações fototóxicas e fotoalérgicas e imunossupressão, que pode ser considerado um fator de risco de câncer e levar à reativação de um vírus (por exemplo, o de herpes labial).

Já em registros com efeitos crônicos da exposição à pele e lábios, a organização mundial cita: melanoma cutâneo (tumor maligno potencialmente fatal); carcinoma epidermoide (outro tumor maligno); carcinoma basocelular (câncer de pele de crescimento lento); e envelhecimento prematuro da pele (perda de elasticidade e diminuição da cicatrização de feridas).

Por outro lado, a OMS alerta que a radiação ultravioleta pode causar efeitos oculares agudos, como fotoceratite (inflamação da córnea) e fotoconjuntivite (inflamação da conjuntiva).

Segundo a OMS, esses efeitos oculares são reversíveis e geralmente não causam danos a longo prazo, embora sejam dolorosos e possam exigir intervenção terapêutica. Nesse caso, o desconforto pode ser evitado com óculos de proteção.

Além disso, os efeitos crônicos da radiação ultravioleta na visão podem ser: catarata (doença ocular na qual o cristalino se torna cada vez mais opaco, causando alteração da visão e, eventualmente, cegueira); pterígio (crescimento de carne que pode cobrir parte da córnea); e câncer dentro e ao redor do olho (carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular ou melanoma).

Da mesma forma, "a exposição aos raios ultravioleta também pode influenciar o aparecimento de degeneração da mácula relacionada à idade".

·        Como se proteger da exposição excessiva ao sol

Entre as medidas de proteção, a OMS cita: limitar o tempo de exposição ao sol do meio-dia; ficar na sombra; vestir roupas de proteção; usar chapéu de abas largas para proteger os olhos, o rosto, as orelhas e o pescoço; e usar óculos de sol envolventes que garantam alta proteção contra os raios ultravioleta A e B.

Caso não seja possível evitar o sol, recomenda-se a aplicação de protetor solar de amplo espectro nas áreas da pele que não podem ser cobertas por roupas. Além disso, a agência mundial de saúde indica que o uso de dispositivos de bronzeamento artificial deve ser evitado.

¨      Os 6 fatos que você precisa saber para se expor ao sol

Embora possa ser benéfica em doses moderadas, a exposição ao sol representa um risco significativo para a saúde da pele se não forem tomadas as devidas precauções, como alerta o MedlinePlus, uma enciclopédia médica da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

Conforme observado pela fonte, diversas alterações na pele, como câncer de pele, rugas e manchas de idade são resultado de danos solares cumulativos e permanentes. Esse dano é causado principalmente pelos raios ultravioleta (UV), que podem penetrar na pele e afetar suas camadas superficiais e mais profundas.

Para reduzir o risco de danos causados pelo sol, especialmente no verão ou durante as ondas de calor – quando fica mais difícil escapar do alcance dos raios solares – médicos recomendam uma série de medidas preventivas, incluindo o uso de protetores ou bloqueadores solares.

National Geographic reuniu seis fatos essenciais sobre o uso desses produtos durante o verão para que eles ajam com eficácia.

1.    Serviços Humanos dos Estados Unidos, recomenda a aplicação do protetor solar aproximadamente 15 minutos antes da exposição ao sol, para que o produto tenha tempo suficiente para oferecer proteção eficaz. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que a aplicação de quantidades suficientes aumenta sua eficácia. De acordo com a organização, aproximadamente 35 ml de protetor solar devem ser aplicados em todo o corpo.

2. Quando o protetor solar deve ser reaplicado

A FDA recomenda a reaplicação pelo menos a cada duas horas para manter sua eficácia. Se nadar ou suar, reaplique com mais frequência para garantir a proteção contínua.

3. Essas são as áreas negligenciadas ao aplicar o protetor solar

Algumas partes do corpo costumam ser esquecidas quando se usa o protetor solar. Orelhas, nariz, lábios, parte de trás do pescoço, mãos, couro cabeludo (especialmente em áreas calvas), linha do cabelo e solas dos pés são áreas do corpo que geralmente são negligenciadas ao aplicar o protetor solar.

De acordo com a agência governamental dos Estados Unidos, estas áreas também estão

4. Nenhum protetor solar é 100% resistente à água

Embora alguns protetores solares sejam rotulados como “resistentes à água”, a FDA deixa claro que nenhum deles acaba sendo 100% à prova d’água e, eventualmente, o produto sairá em contato com atividades feitas em piscina, mar, cachoeiras, rios e lagos, entre outros.

Portanto, é aconselhável verificar os rótulos para ver se eles permanecem eficazes por 40 ou 80 minutos enquanto a pessoa nada ou transpira. Vale seguir as recomendações também para saber quando reaplicar para garantir sua eficácia.

5. O uso de protetor solar em bebês e crianças

A FDA desaconselha o uso de protetores solares em bebês com menos de seis meses de idade. Em vez disso, sugere evitar a exposição direta dessas crianças ao sol em horários de alta radiação, aproximadamente entre 10h e 14h. Se estiverem ao ar livre, a fonte sugere vesti-las com roupas protetoras. 

Para as crianças com mais de seis meses, o uso de protetor solar deve seguir as instruções do produto e consultar um pediatra.

6. Escolhendo o protetor solar correto

Para uma proteção eficaz, a Organização Mundial da Saúde recomenda o uso de um protetor solar de amplo espectro que proteja contra os raios UVA e UVB, com um fator de proteção solar (FPS) de pelo menos 30.

 

¨      Por que os animais adoram tomar sol? Dica: não é apenas para se aquecerem

Todo verão, as praias de todo o mundo se enchem de banhistas esparramados, mas os humanos não são os únicos que fazem questão de aproveitar o sol. Em todo o reino animal, criaturas grandes e pequenas atendem às necessidades biológicas aquecendo-se nos raios da estrela mais próxima da Terra.

Isso inclui amantes do sol como lagartos e outros répteis, bem como inúmeras espécies menos conhecidas por seus hábitos de banho de sol: de sapos a borboletas monarcas e hipopótamos. Até os pássaros gostam de uma boa sessão de sol: aves de pelo menos 50 famílias periodicamente empoleiram-se ou voam para o chão, estendem as asas e se bronzeiam como turistas na praia.

Os cientistas continuam a desvendar pistas sobre por que os animais ficam ativamente expostos ao sol, uma prática demorada que pode deixar alguns vulneráveis ​​à predação. Aqui está o que se sabe sobre esse comportamento intrigante.

·      Para manter a temperatura

Muitas criaturas se aquecem ao sol para controlar a temperatura do corpo, um processo conhecido como termorregulação. Esse é o motivo de muitos ectotérmicos de sangue frio, como répteis e anfíbios, muitos insetos e pelo menos dois peixes – carpa e o peixe-lua, que passa quase metade do tempo perto da superfície da água – tomarem banho de sol.

Ao contrário dos mamíferos e aves endotérmicas, as criaturas ectotérmicas não conseguem manter uma temperatura corporal estável através do calor criado pelo seu metabolismo. Portanto, sua temperatura varia com o ambiente.

Quando o ambiente de um ectotérmico esfria, sua temperatura também diminui. Isso retarda as reações químicas do corpo, controlando tudo, desde a função imunológica até o desempenho muscular – o que pode funcionar para um animal adormecido ou em repouso, mas não para um que precisa fazer coisas como caçar presas e fugir de predadores.

Para impulsionar seus corpos, os ectotérmicos procuram calor. Alguns podem rastejar para uma rocha quente ou nadar para águas mais quentes, por exemplo, enquanto outros se aquecem ao sol por períodos de tempo que dependem de suas necessidades, tamanho e quão bem a cor da superfície absorve a luz solar, diz Tracy Langkilde, bióloga evolutiva na Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), que estuda répteis e anfíbios. “À medida que a temperatura aumenta, a taxa de todos esses processos geralmente acelera”, explica. “É fundamental para a sobrevivência deles.”

·      Como poupar energia

O mesmo pode ser dito para alguns banhistas endotérmicos. Embora esses animais possam gerar calor internamente, graças ao seu metabolismo acelerado, alguns tomam banho de sol para que seu metabolismo não tenha que fazer todo o trabalho.

Isso é o que os cientistas concluíram que desencadeia os hábitos de busca do sol  de lêmures de cauda anelada e papa-léguas, por exemplo, bem como o íbex alpino, um tipo de cabra selvagem que captura raios para economizar energia nas manhãs frias de montanha no inverno, quando há pouca grama para alimentar seus corpos.

O dunnart-de-cauda-grossa, um pequeno marsupial encontrado nos desertos australianos, também utiliza a mesma estratégia. Ele é um dos poucos mamíferos conhecidos por se banhar no brilho quente do sol quando se despertam do torpor, um estado temporário em que seu metabolismo e temperatura caem para conservar energia quando a comida acaba. Em um estudo, os pesquisadores descobriram que os dunnart-de-cauda-grossa que entram em torpor e depois mergulham na luz do sol podem sobreviver com cerca de um quarto da comida e água diárias que normalmente precisam.

·      Destruidor de vírus e reforço de vitaminas

Embora os animais geralmente tomem sol para o funcionamento básico do dia-a-dia, pesquisas sugerem que eles também procuram a luz solar para tratar problemas de saúde específicos.

Por exemplo, há evidências crescentes de que os pássaros tomam banho de sol para fritar parasitas escondidos entre suas penas. Essa teoria ganhou força pela primeira vez em 1993, quando pesquisadores observaram um grupo de andorinhas verde-violeta que passavam mais tempo tomando sol do que outras andorinhas que haviam sido tratadas por infestações de ácaros e piolhos. Estudos mais recentes mostraram que os piolhos nas penas podem morrer quando expostos a raios curtos de luz solar, reforçando ainda mais o palpite de controle de pragas.

Da mesma forma, os ectotérmicos podem buscar a luz do sol para destruir invasores, como vírus e bactérias. Embora isso seja difícil de testar em campo – “assim que você vai até um animal, eles fogem”, diz Langkilde – estudos de laboratório com sapos verdes infectados por patógenos, moscas domésticas e outras criaturas sugerem que eles aquecem voluntariamente além de seu nível preferido, induzindo a chamada “febre comportamental”. Essa adaptação notável mostrou curar alguns sujeitos do estudo, presumivelmente da mesma forma que uma febre natural dá o pontapé inicial no sistema imunológico.

Uma espécie – o inseto boxelder – parece se esticar ao sol para evitar completamente uma infecção. Quando este inseto alado toma banho de sol, ele aciona um composto químico que envolve esporos de fungos em seu corpo, fornecendo proteção contra germes.

Enquanto isso, os camaleões-pantera procuram a luz do sol para algo que pode adicionar ao seu corpo: vitamina D. Quando esses animais não absorvem o suficiente da vitamina de suas dietas, pesquisas mostram que eles compensam expondo suas escamas vibrantes aos raios UV do sol, permitindo a produção de vitamina. Os cientistas não entendem completamente como os camaleões sabem fazer isso – ou se outros animais fazem o mesmo – mas suspeitam que um receptor de vitamina D no cérebro do animal indica a deficiência.

·      Dúvidas sobre os animais que tomam sol

Apesar do progresso que os cientistas fizeram para entender os animais que tomam sol, ainda há muito o que desvendar.

Os motivos das tartarugas de água doce têm sido de particular interesse, uma vez que as noturnas assumem posições semelhantes quando se aquecem à noite. Um estudo descobriu que algumas delas não aumentam a temperatura corporal enquanto tomam sol, descartando a termorregulação como justificativa. Em 2021, outro artigo vetou a remoção de sanguessugas como uma possibilidade provável para seu comportamento, deixando a pergunta sem resposta.

Também é desconhecido como o banho de sol ajuda os pássaros a matar pragas e o escopo completo de benefícios que o sol oferece aos animais.

“O banho de sol não foi bem estudado [em mamíferos], particularmente em grandes mamíferos”, escreve Thomas Ruf, professor de fisiologia animal da Universidade de Medicina Veterinária em Viena, Áustria, em um e-mail. Ele suspeita que tenha a ver com o desafio de ter que analisá-los em campo, algo que ele e seus colegas fizeram para estudar o ibex alpino.

No entanto, os pesquisadores observam que entender essa prática – em mamíferos, bem como em amantes do sol em geral – pode ajudar de várias formas, desde melhorar o cuidado de criaturas em cativeiro até auxiliar os esforços de conservação de animais selvagens. Estudos futuros, portanto, terão implicações importantes além de apenas desvendar um comportamento peculiar.

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

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