Entenda nova
técnica aprovada nos EUA que altera os rins para tratar casos graves de
hipertensão
Nada do que os
médicos prescreveram conseguiu controlar a pressão arterial alta de Michael
Garrity – até que eles interromperam os nervos de seus rins. Pode parecer
estranho, mas os rins ajudam a regular a pressão arterial, em parte, por
meio de sinais de certos nervos. O novo tratamento interrompe a atividade
excessiva desses nervos renais.
“Minha pressão
arterial subia, eu ficava sem fôlego e cansado, e isso não acontece mais”,
disse Garrity, 62 anos, de Needham, Massachusetts. Ele ainda toma medicamentos,
mas em doses menores, e sua pressão está normal pela primeira vez em anos.
“Estou muito feliz.”
A pressão alta é um
dos principais fatores de risco para ataques cardíacos, derrames, insuficiência
renal e até demência. Muitas pessoas não percebem que têm hipertensão até que
ela cause danos graves.
“Conheça sua pressão arterial, saiba os
números”, enfatizou o Dr. Randy Zusman, do Hospital Geral de Massachusetts,
especialista nos casos mais difíceis de tratar. Ele recomenda que mesmo quem
acha que está bem faça pelo menos uma medição anual.
Apenas uma pequena
parcela dos pacientes consegue controlar bem a hipertensão, o que destaca a
necessidade de novas estratégias. A FDA (Administração de Alimentos e
Medicamentos dos EUA) aprovou a opção de “denervação renal” (leia
mais abaixo) há cerca de um ano, com base em estudos que mostram um
benefício modesto para pacientes cuja pressão arterial permanece alta
apesar de vários medicamentos.
Agora, depois que a
Associação Americana do Coração recentemente classificou o método como
promissor, alguns hospitais, incluindo o Mass General Brigham, estão oferecendo
o tratamento de forma cautelosa, enquanto avaliam quem são os melhores
candidatos e se os planos de saúde cobrem o procedimento minimamente invasivo,
que custa milhares de dólares.
·
O
que é a denervação renal?
Os médicos inserem
um pequeno cateter, ou tubo, nos vasos sanguíneos até alcançar os rins e emitem
energia de ultrassom ou radiofrequência. Esses pulsos atravessam as artérias
renais para atingir seletivamente os nervos ao redor, explicou o Dr. Joseph
Garasic, cardiologista intervencionista do Mass General que realizou o
procedimento de Garrity. O processo dura cerca de uma hora.
Embora já seja
usado em outros países, um importante teste nos EUA da denervação renal falhou
há cerca de uma década, levando a ajustes antes de novos estudos. Em novembro
de 2023, a FDA aprovou dois sistemas de cateter, das empresas Recor Medical e
Medtronic.
Não é uma
cura – e alguns pacientes não apresentam benefícios. Mas Garasic afirmou
que múltiplos estudos mostram, em média, uma redução de 8 a 10 pontos na
pressão arterial, uma melhora modesta, mas importante. Alguns, como Garrity,
experimentam quedas maiores, o suficiente para reduzir gradualmente os
medicamentos.
A FDA considerou o
procedimento seguro para pacientes cuidadosamente selecionados — ele
não foi testado em pessoas com doenças renais ou artérias estreitadas, por
exemplo. Além disso, os estudos duraram apenas alguns anos, não o suficiente
para determinar se os nervos podem se regenerar com o tempo.
As diretrizes da
Associação Americana do Coração incentivam pacientes e médicos experientes a
terem “discussões cuidadosas e informadas” para decidir quem é um bom candidato
ao procedimento.
·
O
que é pressão alta?
Dois números
descrevem a pressão arterial. O número superior, a pressão “sistólica”, mede a
força que o sangue exerce nas paredes das artérias quando é bombeado pelo
coração. O número inferior, a pressão “diastólica”, mede essa mesma força entre
os batimentos cardíacos.
O normal
é menos de 120 por 80. A pressão arterial varia naturalmente ao longo do
dia, sendo mais alta durante atividades físicas ou em momentos de
estresse. No entanto, quando permanece consistentemente alta — 130 por 80
ou mais, segundo as diretrizes mais recentes — ela endurece as artérias e faz o
coração trabalhar mais.
·
Medicamentos
não são a única forma de tratar a pressão alta
Mudanças no estilo
de vida são o primeiro passo, especialmente para pessoas saudáveis. As
diretrizes recomendam perder peso, fazer exercícios, consumir mais frutas
e vegetais, limitar o sal e o álcool e aprender a lidar com o estresse.
Os medicamentos se
tornam essenciais quando a hipertensão atinge 140 por 90. O paciente médio
precisa de dois ou três medicamentos, às vezes mais, junto com hábitos mais
saudáveis, explicou Zusman.
Mas a hipertensão
que Garrity enfrenta desde os 20 e poucos anos é resistente ao tratamento.
Apesar de tomar de quatro a seis medicamentos, além de seguir uma dieta
rigorosa e se exercitar, sua pressão regularmente chegava a 150 por 100 ou
mais.
¨
Cálculo nos rins e na garganta: quais pedras nosso
corpo produz e como podemos evitá-las
De todas as
incríveis habilidades do corpo, talvez uma das mais estranhas seja a
sua capacidade para produzir pedras.
Muitos já ouviram
falar de cálculos renais ou biliares e estão cientes dos problemas que podem
causar. Mas existem outros tipos de pedras no corpo, mais raras, que podem ser
encontradas nos locais mais improváveis.
<><> De
que são feitas essas pedras corporais? E o que podemos fazer para evitá-las?
As pedras nos rins atingem
cerca de uma em cada dez pessoas. Elas se desenvolvem principalmente a partir
de cálcio e oxalato que vazam do sangue para a urina. (Os oxalatos são
compostos naturais encontrados em plantas e humanos.)
Em quantidades
maiores, o oxalato e o cálcio podem cristalizar e acumular-se formando uma
pedra.
Os cálculos
renais podem variar consideravelmente em tamanho, desde menos de um
milímetro de largura até alguns centímetros.
Eles também podem
ter formas incomuns: se a pedra se acumular nos canais ramificados (cálices) do
rim, ela pode ter o formato de um chifre de um cervo.
Por isso é
conhecido como cálculo "chifre de veado".
Essas pedras causam
problemas quando bloqueiam os ureteres, os dois tubos que transportam a urina
dos rins para a bexiga. Se isso acontecer, pode causar fortes dores na região
lombar, além de impedir o fluxo normal da urina. Isso pode causar infecção ou
acúmulo de urina dentro e ao redor do rim.
Também são comuns
os cálculos biliares. Eles se formam na vesícula biliar ou no trato biliar, o
sistema de dutos que transporta a bile para o intestino para ajudar a quebrar
as gorduras. Os cálculos biliares são produzidos a partir de colesterol ou
pigmentos biliares e podem ser únicos ou múltiplos.
Mas, assim como os
cálculos renais, se os cálculos biliares chegarem a um corredor mais estreito
(como o duto biliar comum), eles também podem causar problemas como dor
abdominal, infecções e icterícia.
<><>
Surgimentos mais raros de cálculos
Os cálculos podem
se desenvolver a partir de diferentes fluidos corporais. Por exemplo as pedras
salivares.
A saliva é
produzida por glândulas localizadas próximas à orelha e sob a mandíbula e a
língua. Uma vez secretada na boca, ajuda a umedecer os alimentos para que
possam ser engolidos, além de iniciar o processo de digestão. As pedras
salivares são compostas de muitos elementos diferentes, incluindo cálcio,
magnésio e fosfato.
Se as pedras
salivares ficarem presas nos dutos, isso pode impedir a secreção de saliva na
boca, causando dor e inchaço. A estagnação da saliva pode causar mau hálito ou
um gosto ruim na boca, especialmente se desencadear uma infecção nas glândulas
salivares.
Pedras também podem
ser encontradas nas amígdalas. Localizadas no fundo, no topo da garganta, elas
são massas de tecido linfóide que fazem parte do sistema imunológico do corpo.
É irônico que elas fiquem inflamadas e infectadas com tanta frequência.
As amígdalas
possuem cavidades chamadas criptas, que podem reter pedaços de comida e saliva.
O resultado é uma pedra de amígdala ou tonsilolito.
Elas tendem a ser
mais macias e menos rochosas, mas podem endurecer com o tempo e também
apresentar muitos problemas, principalmente mau hálito ou infecções frequentes.
Outros materiais do
corpo também têm a capacidade de endurecer, transformando-se em pedra. As
fezes, por exemplo, podem endurecer tanto que formam uma massa pedregosa
chamada coprólito.
E os resíduos,
incluindo pele descamada, que se acumulam no umbigo também podem formar uma
pedra conhecida como onfalólito.
<><> O
que podemos fazer para evitar os cálculos?
Felizmente, existem
algumas medidas simples que podem impedir a formação dessas pedras incômodas ou
ajudar a eliminá-las.
O mais importante é
a hidratação adequada. Beber a quantidade certa de água dilui a urina,
previne a prisão de ventre e também reduz o acúmulo de bactérias na boca,
podendo ajudar a prevenir muitos desses diferentes tipos de cálculos.
No caso das pedras
nas amígdalas, uma boa higiene oral, incluindo a escovagem regular dos dentes,
também pode ajudar a reduzir o risco.
A dieta também
é importante, especialmente para cálculos biliares, que podem ser causados por uma dieta rica
em gordura ou pela obesidade.
Existem alguns
fatores de risco que não podem ser modificados, como ser mulher ou ter mais de
40 anos, o que aumenta a probabilidade de formação de cálculos
biliares. Evitar alimentos ricos em cálcio e oxalato, como
laticínios, espinafre e ruibarbo, pode ajudar a prevenir pedras nos rins.
Mas o que acontece
se você já tiver uma pedra? Se ela fizer com que você se sinta mal, pode ser
necessário removê-la por meio de cirurgia ou endoscopia.
No caso de pedras nos
rins, você pode esperar que elas passem pelo sistema renal, desçam pelo ureter
até a bexiga e sejam eliminadas, às vezes com um barulho audível ao atingir o
vaso sanitário. Um médico pode até pedir que você passe a urina por uma peneira
de chá para tentar pegar a pedra no momento em que ela sair.
Às vezes, os
cálculos salivares podem ser aliviados chupando um limão, que atua como um
poderoso estimulante da salivação, criando um jato para limpar o duto. Cálculos
salivares e tonsilólitos também podem ser removidos suavemente com um
instrumento médico.
Em resumo, existem
muitos tratamentos diferentes disponíveis para diferentes tipos de pedras no
corpo e medidas simples do dia a dia que podem ajudar a reduzir as chances
delas se desenvolverem.
Fonte: g1
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