segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Entenda nova técnica aprovada nos EUA que altera os rins para tratar casos graves de hipertensão

Nada do que os médicos prescreveram conseguiu controlar a pressão arterial alta de Michael Garrity – até que eles interromperam os nervos de seus rins. Pode parecer estranho, mas os rins ajudam a regular a pressão arterial, em parte, por meio de sinais de certos nervos. O novo tratamento interrompe a atividade excessiva desses nervos renais.

“Minha pressão arterial subia, eu ficava sem fôlego e cansado, e isso não acontece mais”, disse Garrity, 62 anos, de Needham, Massachusetts. Ele ainda toma medicamentos, mas em doses menores, e sua pressão está normal pela primeira vez em anos. “Estou muito feliz.”

A pressão alta é um dos principais fatores de risco para ataques cardíacos, derrames, insuficiência renal e até demência. Muitas pessoas não percebem que têm hipertensão até que ela cause danos graves.

 “Conheça sua pressão arterial, saiba os números”, enfatizou o Dr. Randy Zusman, do Hospital Geral de Massachusetts, especialista nos casos mais difíceis de tratar. Ele recomenda que mesmo quem acha que está bem faça pelo menos uma medição anual.

Apenas uma pequena parcela dos pacientes consegue controlar bem a hipertensão, o que destaca a necessidade de novas estratégias. A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) aprovou a opção de “denervação renal” (leia mais abaixo) há cerca de um ano, com base em estudos que mostram um benefício modesto para pacientes cuja pressão arterial permanece alta apesar de vários medicamentos.

Agora, depois que a Associação Americana do Coração recentemente classificou o método como promissor, alguns hospitais, incluindo o Mass General Brigham, estão oferecendo o tratamento de forma cautelosa, enquanto avaliam quem são os melhores candidatos e se os planos de saúde cobrem o procedimento minimamente invasivo, que custa milhares de dólares.

·        O que é a denervação renal?

Os médicos inserem um pequeno cateter, ou tubo, nos vasos sanguíneos até alcançar os rins e emitem energia de ultrassom ou radiofrequência. Esses pulsos atravessam as artérias renais para atingir seletivamente os nervos ao redor, explicou o Dr. Joseph Garasic, cardiologista intervencionista do Mass General que realizou o procedimento de Garrity. O processo dura cerca de uma hora.

Embora já seja usado em outros países, um importante teste nos EUA da denervação renal falhou há cerca de uma década, levando a ajustes antes de novos estudos. Em novembro de 2023, a FDA aprovou dois sistemas de cateter, das empresas Recor Medical e Medtronic.

Não é uma cura – e alguns pacientes não apresentam benefícios. Mas Garasic afirmou que múltiplos estudos mostram, em média, uma redução de 8 a 10 pontos na pressão arterial, uma melhora modesta, mas importante. Alguns, como Garrity, experimentam quedas maiores, o suficiente para reduzir gradualmente os medicamentos.

A FDA considerou o procedimento seguro para pacientes cuidadosamente selecionados — ele não foi testado em pessoas com doenças renais ou artérias estreitadas, por exemplo. Além disso, os estudos duraram apenas alguns anos, não o suficiente para determinar se os nervos podem se regenerar com o tempo.

As diretrizes da Associação Americana do Coração incentivam pacientes e médicos experientes a terem “discussões cuidadosas e informadas” para decidir quem é um bom candidato ao procedimento.

·        O que é pressão alta?

Dois números descrevem a pressão arterial. O número superior, a pressão “sistólica”, mede a força que o sangue exerce nas paredes das artérias quando é bombeado pelo coração. O número inferior, a pressão “diastólica”, mede essa mesma força entre os batimentos cardíacos.

O normal é menos de 120 por 80. A pressão arterial varia naturalmente ao longo do dia, sendo mais alta durante atividades físicas ou em momentos de estresse. No entanto, quando permanece consistentemente alta — 130 por 80 ou mais, segundo as diretrizes mais recentes — ela endurece as artérias e faz o coração trabalhar mais.

·        Medicamentos não são a única forma de tratar a pressão alta

Mudanças no estilo de vida são o primeiro passo, especialmente para pessoas saudáveis. As diretrizes recomendam perder peso, fazer exercícios, consumir mais frutas e vegetais, limitar o sal e o álcool e aprender a lidar com o estresse.

Os medicamentos se tornam essenciais quando a hipertensão atinge 140 por 90. O paciente médio precisa de dois ou três medicamentos, às vezes mais, junto com hábitos mais saudáveis, explicou Zusman.

Mas a hipertensão que Garrity enfrenta desde os 20 e poucos anos é resistente ao tratamento. Apesar de tomar de quatro a seis medicamentos, além de seguir uma dieta rigorosa e se exercitar, sua pressão regularmente chegava a 150 por 100 ou mais.

¨      Cálculo nos rins e na garganta: quais pedras nosso corpo produz e como podemos evitá-las

De todas as incríveis habilidades do corpo, talvez uma das mais estranhas seja a sua capacidade para produzir pedras.

Muitos já ouviram falar de cálculos renais ou biliares e estão cientes dos problemas que podem causar. Mas existem outros tipos de pedras no corpo, mais raras, que podem ser encontradas nos locais mais improváveis.

<><> De que são feitas essas pedras corporais? E o que podemos fazer para evitá-las?

As pedras nos rins atingem cerca de uma em cada dez pessoas. Elas se desenvolvem principalmente a partir de cálcio e oxalato que vazam do sangue para a urina. (Os oxalatos são compostos naturais encontrados em plantas e humanos.)

Em quantidades maiores, o oxalato e o cálcio podem cristalizar e acumular-se formando uma pedra.

Os cálculos renais podem variar consideravelmente em tamanho, desde menos de um milímetro de largura até alguns centímetros.

Eles também podem ter formas incomuns: se a pedra se acumular nos canais ramificados (cálices) do rim, ela pode ter o formato de um chifre de um cervo.

Por isso é conhecido como cálculo "chifre de veado".

Essas pedras causam problemas quando bloqueiam os ureteres, os dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. Se isso acontecer, pode causar fortes dores na região lombar, além de impedir o fluxo normal da urina. Isso pode causar infecção ou acúmulo de urina dentro e ao redor do rim.

Também são comuns os cálculos biliares. Eles se formam na vesícula biliar ou no trato biliar, o sistema de dutos que transporta a bile para o intestino para ajudar a quebrar as gorduras. Os cálculos biliares são produzidos a partir de colesterol ou pigmentos biliares e podem ser únicos ou múltiplos.

Mas, assim como os cálculos renais, se os cálculos biliares chegarem a um corredor mais estreito (como o duto biliar comum), eles também podem causar problemas como dor abdominal, infecções e icterícia.

<><> Surgimentos mais raros de cálculos

Os cálculos podem se desenvolver a partir de diferentes fluidos corporais. Por exemplo as pedras salivares.

A saliva é produzida por glândulas localizadas próximas à orelha e sob a mandíbula e a língua. Uma vez secretada na boca, ajuda a umedecer os alimentos para que possam ser engolidos, além de iniciar o processo de digestão. As pedras salivares são compostas de muitos elementos diferentes, incluindo cálcio, magnésio e fosfato.

Se as pedras salivares ficarem presas nos dutos, isso pode impedir a secreção de saliva na boca, causando dor e inchaço. A estagnação da saliva pode causar mau hálito ou um gosto ruim na boca, especialmente se desencadear uma infecção nas glândulas salivares.

Pedras também podem ser encontradas nas amígdalas. Localizadas no fundo, no topo da garganta, elas são massas de tecido linfóide que fazem parte do sistema imunológico do corpo. É irônico que elas fiquem inflamadas e infectadas com tanta frequência.

As amígdalas possuem cavidades chamadas criptas, que podem reter pedaços de comida e saliva. O resultado é uma pedra de amígdala ou tonsilolito.

Elas tendem a ser mais macias e menos rochosas, mas podem endurecer com o tempo e também apresentar muitos problemas, principalmente mau hálito ou infecções frequentes.

Outros materiais do corpo também têm a capacidade de endurecer, transformando-se em pedra. As fezes, por exemplo, podem endurecer tanto que formam uma massa pedregosa chamada coprólito.

E os resíduos, incluindo pele descamada, que se acumulam no umbigo também podem formar uma pedra conhecida como onfalólito.

<><> O que podemos fazer para evitar os cálculos?

Felizmente, existem algumas medidas simples que podem impedir a formação dessas pedras incômodas ou ajudar a eliminá-las.

O mais importante é a hidratação adequada. Beber a quantidade certa de água dilui a urina, previne a prisão de ventre e também reduz o acúmulo de bactérias na boca, podendo ajudar a prevenir muitos desses diferentes tipos de cálculos.

No caso das pedras nas amígdalas, uma boa higiene oral, incluindo a escovagem regular dos dentes, também pode ajudar a reduzir o risco.

A dieta também é importante, especialmente para cálculos biliares, que podem ser causados ​​por uma dieta rica em gordura ou pela obesidade.

Existem alguns fatores de risco que não podem ser modificados, como ser mulher ou ter mais de 40 anos, o que aumenta a probabilidade de formação de cálculos biliares. Evitar alimentos ricos em cálcio e oxalato, como laticínios, espinafre e ruibarbo, pode ajudar a prevenir pedras nos rins.

Mas o que acontece se você já tiver uma pedra? Se ela fizer com que você se sinta mal, pode ser necessário removê-la por meio de cirurgia ou endoscopia.

No caso de pedras nos rins, você pode esperar que elas passem pelo sistema renal, desçam pelo ureter até a bexiga e sejam eliminadas, às vezes com um barulho audível ao atingir o vaso sanitário. Um médico pode até pedir que você passe a urina por uma peneira de chá para tentar pegar a pedra no momento em que ela sair.

Às vezes, os cálculos salivares podem ser aliviados chupando um limão, que atua como um poderoso estimulante da salivação, criando um jato para limpar o duto. Cálculos salivares e tonsilólitos também podem ser removidos suavemente com um instrumento médico.

Em resumo, existem muitos tratamentos diferentes disponíveis para diferentes tipos de pedras no corpo e medidas simples do dia a dia que podem ajudar a reduzir as chances delas se desenvolverem.

 

Fonte: g1

 

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