Taxa de turismo é
alvo de polêmica em Parque de Jericoacoara
A
Justiça Federal do Ceará decretou um prazo de dois meses para que o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apresente os
licenciamentos ambientais e alvarás municipais necessários à cobrança de uma
taxa de R$ 50 para a travessia do Parque Nacional de Jericoacoara até a Vila de
Jericoacoara, em Jijoca, gerido pela concessionária Urbia. O decreto também
suspende obras no parque até a regularização.
A
decisão, tomada por meio de uma Ação Civil Pública, foi motivada pela falta de
clareza na estrutura da cobrança, conforme divulgado na segunda-feira (20/1). O
juiz Sérgio de Norões Milfont Júnior suspendeu a nova cobrança por 90 dias, que
já havia sido adiada em dezembro de 2024 para março de 2025.
Ao Correio, o ICMbio afirma que essa medida está
alinhada com os procedimentos de análise de conformidade, afirmando ainda que
ela não se restringe ao órgão e a Concessionária Urbia, mas em todos os
contratos de concessão.
A
prática de cobrança de taxas turísticas é adotada por várias cidades com o
objetivo de preservar o meio ambiente e manter a infraestrutura desses locais.
No entanto, a implementação nem sempre é bem vista por moradores e turistas,
levando algumas localidades a revogar tais cobranças, como aconteceu recentemente
em Caldas Novas.
Wendel
Luís Moura, é um turista frequente de Jericoacoara. Em depoimento, afirma ter
viajado a cidade por quatro vezes e em apenas uma das viagens pagou a taxa
estabelecida. “Não vemos nenhuma medida para proteger o meio ambiente, eles
estão preocupados em ganhar dinheiro, e faturar mais”, afirma.
O
Advogado, e Especialista em Direito Tributário e Mestre em Políticas Públicas
pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), Jairo Castelo Branco, explica que
cada município tem competência para a criação da taxa do turismo, sendo
obrigados a prestarem contas de serviço público. Logo, os recursos arrecadados
devem ser destinados diretamente à segurança aos visitantes.
“A
atividade turística de forma crescente exerce uma importância econômica para o
nosso estado. Então é claro que toda taxação pode ocasionar diminuição no fluxo
de visitantes, desaquecendo o setor da economia”, avalia.
“Acredito
que a suspensão cumpre um papel importante, o ICMIBio e a concessionária Urbia
podem rever se esses valores não estão sendo abusivos. E se não é possível
construir uma estrutura de garantias de serviço para a população e visitantes
sendo mantida e ampliada”, complementa o advogado.
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Caldas novas
Em
janeiro de 2025, o prefeito reeleito à prefeitura de Caldas Novas, Kleber
Marra, anunciou a revogação da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) que havia
sido aprovada em novembro de 2024. A decisão foi tomada após críticas de
comerciantes e setores ligados ao turismo, que temiam uma possível redução no
fluxo de visitantes, gerando impacto negativo na economia local. Os valores
cobrados por cada turista variava entre R$ 5 a R$ 183.
Atualmente,
as cobranças de taxas colaboram no financiamento de ações de conservação e
proteção dos ecossistemas locais, gerando sustentabilidade ambiental. Além de
contribuir para a conservação ambiental, essas taxas ajudam no controle do
número de visitantes, evitando a superlotação.
Conheça
as localidades no Brasil que já adotam taxas de preservação ambiental,
com valores e objetivos variados.
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Bombinhas (SC)
A
arrecadação é destinada a ações ambientais em Bombinha, cobrada a TPA com os
seguintes valores por veículo:
- Motocicletas,
motonetas e bicicletas a motor: R$ 4,00
- Veículos
de pequeno porte: R$ 35,00
- Utilitários:
R$ 52,50
- Vans
e micro-ônibus: R$ 70,00
- Caminhões:
R$ 105,50
- Ônibus:
R$ 175,50
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Fernando de Noronha (PE)
A
Taxa de Preservação Ambiental (TPA) é cobrada por pessoa e varia conforme os
dias de permanência:
- 1
dia: R$ 101,33
- 30
dias: R$ 7.145,46
Ubatuba (SP)
A
cidade implementou a Taxa de Proteção Ambiental (TPA), com os seguintes valores
por diária:
- Motocicletas
e motonetas: R$ 3,50
- Veículos
de pequeno porte: R$ 13,00
- Micro-ônibus
e caminhões: R$ 59,00
- Ônibus:
R$ 92,00
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Bonito (MS)
Taxa
de Conservação Ambiental (TCA): A partir de janeiro de 2025, a cidade
implementou a TCA com os seguintes valores:
- Por
pessoa: R$ 15,00
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Morro de São Paulo (BA)
Tarifa
de Preservação e Uso do Patrimônio do Arquipélago Municipal (TUPA):
- A
taxa é de R$ 30 por pessoa, válida por 30 dias
- Intentos
criança de 5 anos e idosos a partir dos 60 anos
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Pipa (RN)
Taxa
para Passeios no Chapadão de Pipa
- A
Prefeitura de Tibau do Sul cobra uma taxa de R$ 10 por visitante que fizer
passeios na área do Chapadão de Pipa
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Santo Amaro (MA)
Taxa
para Acesso aos Lençóis Maranhenses via Santo Amaro:
- É
cobrada uma taxa individual de R$ 10, válida por 3 dias
<><> Abrolhos (BA)
Taxa
de Visitação ao Arquipélago:
- Estrangeiros:
R$ 104,00
- Brasileiros:
R$ 52,00
- A
arrecadação é destinada à conservação ambiental e à manutenção da área.
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Guarujá (SP)
- Motociclistas
pagarão R$ 4,26
- Para
os ônibus a taxa é de R$ 119,28.
Em
nota, o Ministério do Turismo destacou seu compromisso com o turismo
sustentável, priorizando a valorização de patrimônios culturais e naturais,
além de promover segurança e boas práticas em destinos turísticos.
Fonte: Correio Braziliense
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