sábado, 25 de janeiro de 2025

Governo cogita reduzir imposto de importação de alguns alimentos para baixar preços, diz ministro

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta sexta-feira (24) que o governo estuda a possibilidade de reduzir o imposto de importação de alimentos que, por algum motivo, estiverem mais baratos no exterior que no Brasil.

Segundo o ministro, ao facilitar a importação desses alimentos, o governo contribuiria para aumentar a oferta do produto e, por consequência, a queda do preço.

"Não tem explicação para [o preço interno] estar acima. Todo produto que o preço externo estiver menor que o interno, vamos atuar. O preço se forma no mercado. Se tornarmos mais barata a importação, vamos ter atores do mercado importando. E vão ajudar a abaixar o preço do produto interno", disse.

Na mesma entrevista, Rui Costa disse que o governo não pretende adotar nenhuma medida "heterodoxa" (fora do padrão) para abaixar o preço dos alimentos nos supermercados.

Segundo o ministro, a inflação que tem gerado aumento nos preços é consequência de índices internacionais, como alta do dólar e busca por commodities.

"Quero reafirmar taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento, fiscalização. Ele até brincou: não terá fiscal do Lula nos supermercados, nas feiras. Não terá rede estatal de supermercados, de lojas. Isso sequer foi apresentado nesta ou em qualquer outra reunião", defendeu o ministro.

·        Mudança de consumo

Na ocasião, o ministro Rui Costa ainda falou de mudar hábitos de consumo. Ele citou o exemplo da laranja, que teve queda na produção tanto nos Estados Unidos como internamente.

"A laranja, vários jornalistas econômicos fizeram matéria, já reportando a diminuição drástica de produção nos Estados Unidos, que é um dos maiores produtores do mundo, em função de doenças na plantação. Também tivemos redução aqui, em São Paulo também, por conta de doenças", mencionou.

Diante desse cenário, Rui Costa sugeriu mudar a fruta na mesa dos brasileiros.

"O preço internacional tá tão caro quanto aqui. O que se pode fazer? Mudar a fruta que a gente vai consumir, em vez da laranja, outra fruta. Não adianta você baixar a alíquota porque não tem produto lá fora para colocar aqui dentro. Nós focaremos, evidente, no produto que esteja mais barato lá fora, todo e qualquer produto, do que está aqui dentro para trazer o preço do mínimo do patamar que estiver internacionalmente", prosseguiu o ministro.

De acordo com ele, o aumento no custo da comida dos brasileiros é resultado de "um cenário que não tem a ver com a economia brasileira, tem a ver com os preços internacionais dessas commodities".

A fala do ministro ocorre após reunião com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. Lula convocou ministros da área para debater possíveis ações governamentais que possam contribuir com a queda no preço dos alimentos e bebidas no país.

A questão tem sido um ponto de preocupação no governo federal desde o começo do ano passado, quando pesquisas de opinião identificaram que o custo dos alimentos estava impactando negativamente na avaliação do presidente.

·        Cenário atual e perspectivas para o ano

De acordo com Rui, o presidente pediu que os ministros apresentassem, durante a reunião desta sexta, o cenário atual do preço dos alimentos mais consumidos pela população, a evolução nos últimos anos e a perspectiva para 2025.

"Se apresentou uma influência muito forte de preços que os economistas chamam de commodities. Café, soja, milho, laranja, preços que são definidos no mercado internacional. Em vários desses produtos, se constatou uma subida, a exemplo do café", afirmou Rui.

O ministro reafirmou que, apesar dos ruídos ao longo da última semana, o governo não pretende intervir diretamente nos preços.

"A convicção do governo brasileiro é de que os preços se formam no mercado, não são produzidos artificialmente. Seja no mercado internacional, que no caso tem uma relação muito forte com as commodities, seja com relação ao valor do dólar que também influencia os preços", declarou.

Segundo Rui Costa, após um 2024 "extremamente severo do ponto de vista climático", a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a safra geral brasileira cresça 8% em 2025 – com destaque para produtos como arroz e feijão.

¨      Custo da comida é pedra no sapato do governo desde 2024 e Lula discute medidas para baixar preços

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ministros para discutir, nesta sexta-feira (24), medidas governamentais que possam contribuir para abaixar o preço dos alimentos.

A questão tem sido um ponto de preocupação e alerta no governo federal desde o começo do ano passado, quando pesquisas de opinião identificaram que o custo dos alimentos estava impactando negativamente na avaliação do presidente.

Em março do ano passado, Lula fez uma reunião semelhante para discutir o assunto. Mas, o problema persiste. A questão é, inclusive, um dos principais desafios para a comunicação do governo, segundo o recém-empossado ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira.

Após o ministro da Casa Civil anunciar que faria uma intervenção e ter que voltar atrás e explicar que isso não significaria mexer artificialmente nos preços, o governo voltou a debater quais são as medidas que podem ser tomadas.

Devem participar do encontro desta sexta os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT); da Fazenda, Fernando Haddad (PT); da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD); do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT). 

<><> Inflação alta

A inflação do ano passado fechou 2024 acumulando alta de 4,83% e estourou o teto da meta previsto — o limite era 4,5%. O preço dos alimentos e das bebidas puxou o indicador, dado que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o índice do ano.

Na quinta-feira (23), os ministros Rui Costa, Carlos Fávaro, Paulo Teixeira e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, também se reuniram para traçar as sugestões de ações a serem apresentadas a Lula.

Desde as reuniões do ano passado, o governo diz que, entre os fatores que elevaram o custo da comida estão os eventos climáticos extremos, que atrapalharam a produção de alimentos do país, o que refletiu no aumento dos preços.

A alta do dólar nos últimos meses também tem um impacto significativo na inflação. Isso porque o índice tem afeta diretamente os valroes de produtos do Brasil, especialmente dos bens essenciais.

Quando a moeda norte-americana sobe, itens voltados para exportação, importados ou que dependem de insumos internacionais, como combustíveis, eletrônicos e alimentos, sofrem aumento.

<><> Cobrança em reunião ministerial

Lula fez um lembrete aos ministros da importância de buscar a diminuição dos preços dos alimentos na reunião ministerial realizada em 20 de janeiro, na Granja do Torto.

“Se a gente trabalhou união e reconstrução, agora a gente vai ter que trabalhar outra coisa importante: reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador, porque os alimentos estão caros na mesa do trabalhador”, disse o presidente na parte de sua fala que foi transmitida.

“Todo ministro sabe que o alimento está caro. É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, completou.

A questão também é uma preocupação do ministro da Secom, Sidônio Palmeira. O novo titular da pasta assumiu o cargo em 14 de janeiro com o desafio de tentar azeitar o diálogo do governo com a população e fortalecer a imagem digital do Planalto.

"Alguns preços de alimentos estão mais altos, e isso se deve a vários fatores. Para a população mais simples, economia significa o supermercado e a feira livre. O Ministério da Fazenda e outros setores do governo estão trabalhando intensamente nessa questão", disse o ministro.

<><> Lula disse para famílias cuidarem do orçamento

O presidente foi reeleito para este terceiro mandato tendo como um dos principais motes de campanha a promessa de devolver a “picanha” e a “cervejinha” à mesa da população mais pobre.

A frase foi uma forma que o político encontrou para dizer à população que o custo de se alimentar cairia e que a capacidade de consumir aumentaria.

Também em março de 2024, o presidente disse que as pessoas "precisam ajudar a cuidar do próprio orçamento", ao comentar o aumento do preço dos alimentos.

"Temos que ficar atentos aos preços dos alimentos. Quando você produz demais e tem consumo de menos, o produto cai de preço, é sazonal, é preciso que as pessoas ajudem a cuidar do seu próprio orçamento", afirmou.

Ele também sugeriu que a população pesquisasse mais os preços e evitasse comprar onde os produtos estivessem caros.

"Se você for num lugar comprar tomate e você perceber que o tomate está caro, tem que se informar se não tem um lugar com o tomate mais barato. Se for comprar um pé de alface e perceber que ele está caro, tem que se ajudar, não é ajudar o governo, é se ajudar, e não comprar aquilo. Ou seja, para que a gente possa, então, ter, no comportamento do povo, um equilíbrio no orçamento familiar no que diz respeito ao alimento", disse.

À época, Lula declarou que o governo tem consciência sobre a importância de ter um alimento mais barato, mas isso significa aumentar os salários das pessoas.

Também em 2024, Lula se reuniu com setores da produção de alimentos. O presidente se encontrou com empresários:

·        de fruticultura;

·        de proteína; e

·        da indústria alimentícia.

¨      Brasil 'não terá tabelamento' de preços nem 'fiscal do Lula nos mercados'

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta sexta-feira (24) que o governo federal não pretende adotar nenhuma medida "heterodoxa", ou seja, fora do padrão, para abaixar o preço dos alimentos nos supermercados.

Segundo o ministro, uma das alternativas em estudo no governo é a possibilidade de reduzir o imposto de importação de comidas e bebidas que, por algum motivo, estiverem mais baratos no mercado internacional que no mercado interno.

"Não tem explicação para [o preço interno] estar acima. Todo produto que o preço externo estiver menor que o interno, vamos atuar. O preço se forma no mercado. Se tornarmos mais barata a importação, vamos ter atores do mercado importando. E vão ajudar a abaixar o preço do produto interno", disse.

Segundo o ministro, a inflação que tem gerado aumento nos preços é consequência de índices internacionais, como alta do dólar e busca por commodities.

"Quero reafirmar taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento, fiscalização. Ele até brincou: não terá fiscal do Lula nos supermercados, nas feiras. Não terá rede estatal de supermercados, de lojas. Isso sequer foi apresentado nesta ou em qualquer outra reunião", defendeu o ministro.

De acordo com Rui Costa, o aumento no custo da comida dos brasileiros é resultado de "um cenário que não tem a ver com a economia brasileira, tem a ver com os preços internacionais dessas commodities".

A fala do ministro ocorre após reunião com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. Lula convocou ministros da área para uma reunião, que durou cerca de 4 horas, para debater possíveis ações governamentais que possam contribuir com a queda no preço dos alimentos no país.

A questão tem sido um ponto de preocupação no governo federal desde o começo do ano passado, quando pesquisas de opinião identificaram que o custo nos supermercados estava impactando negativamente na avaliação do presidente.

<><> Cenário atual e perspectivas para o ano

De acordo com Rui, o presidente pediu que os ministros apresentassem, durante a reunião desta sexta, o cenário atual do preço dos alimentos mais consumidos pela população, a evolução nos últimos anos e a perspectiva para 2025.

"Se apresentou uma influência muito forte de preços que os economistas chamam de commodities. Café, soja, milho, laranja, preços que são definidos no mercado internacional. Em vários desses produtos, se constatou uma subida, a exemplo do café", afirmou Rui.

O ministro reafirmou que, apesar dos ruídos ao longo da última semana, o governo não pretende intervir diretamente nos preços.

"A convicção do governo brasileiro é de que os preços se formam no mercado, não são produzidos artificialmente. Seja no mercado internacional, que no caso tem uma relação muito forte com as commodities, seja com relação ao valor do dólar que também influencia os preços", declarou.

Segundo Rui Costa, após um 2024 "extremamente severo do ponto de vista climático", a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a safra geral brasileira cresça 8% em 2025 – com destaque para produtos como arroz e feijão.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o governo tem se concentrado em apoiar os produtores e concentrar a produção de alimentos na cesta básica, com objetivo de facilitar o comércio e baratear o preço desses produtos.

"Estamos concentrados desde o primeiro dia em duas tarefas: a primeira, de apoiar o produtor com crédito acessível e barato. Então, nós lançamos dois planos safras que foram recordes, que aumentaram o valor e aumentaram o subsídio no plano Safra. E, o segundo esforço é concentrar na produção de alimentos da cesta básica. Isso é, esses créditos têm que ir para a produção de alimentos e estímulos", explicou o ministro, também após a reunião com Lula.

De acordo com ele, outro caminho é " aumentar a produtividade do agricultor, do pequeno e médio agricultor, para que ele tenha um resultado melhor e que esse alimento chegue mais barato na mesa do povo".

 

Fonte: g1

 

Nenhum comentário: