segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

"O Brasil está na mira de Trump", diz Pepe Escobar

O jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar afirmou, em seu programa Pepe Café, no YouTube, que a nova administração de Donald Trump representará uma mudança radical na geopolítica internacional. Segundo Escobar, o Brasil, como principal ator da América Latina e membro dos BRICS, será diretamente afetado por essa nova abordagem. "A guerra do Império do Caos contra os BRICS agora se multiplicará, mirando o Sul Global, e o Brasil está no centro dessa estratégia", declarou.

Escobar destacou que o retorno de Trump à Casa Branca marca uma reconfiguração das relações internacionais, com os Estados Unidos assumindo uma postura ainda mais agressiva. "Trump 2.0 significa uma mudança de paradigma total, em que a desordem internacional será imposta como regra", explicou. Ele apontou que o objetivo principal será conter a China, enfraquecer os BRICS e consolidar a influência americana sobre aliados e adversários.

·        Brasil e BRICS sob ataque

O analista alertou que a nova administração deve intensificar pressões econômicas e políticas contra os BRICS, bloco estratégico que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "O Brasil, como principal ator latino-americano nos BRICS, será alvo de políticas que visam desestabilizar o bloco e limitar a cooperação econômica e política entre seus membros", disse Escobar. Ele destacou também o fortalecimento de iniciativas como o corredor de transporte Norte-Sul, que conecta Rússia, Irã e Índia, como uma resposta às sanções e à tentativa de isolamento promovida pelos EUA.

Segundo Escobar, Trump adotará táticas ainda mais ousadas, que incluem o fortalecimento do controle sobre aliados estratégicos e até mesmo movimentos de anexação territorial. "A Groenlândia e o Canadá são exemplos claros dessa nova fase imperialista, com Trump e sua equipe explorando todas as possibilidades, desde plebiscitos até anexações unilaterais", afirmou.

Implicações para o Brasil

Pepe Escobar destacou que o Brasil enfrentará um cenário geopolítico desafiador nos próximos anos, especialmente com a escalada de tensões entre Estados Unidos e China. "As elites brasileiras, alinhadas com os interesses americanos, devem intensificar sua retórica contra os BRICS, enquanto Trump busca desestabilizar qualquer iniciativa de integração regional ou global que ameace a hegemonia dos EUA", alertou.

A posse de Trump nesta segunda-feira, segundo Escobar, marca o início de uma era de profundas transformações geopolíticas, com implicações diretas para o Brasil e sua posição no cenário internacional. "Estamos entrando em um período de caos imposto, em que o Sul Global e os BRICS serão o principal alvo", concluiu.

"Trump vai atacar países da América Latina", prevê Pepe Escobar

O analista geopolítico Pepe Escobar, em entrevista concedida ao jornalista Danny Haiphong, destacou a América Latina como alvo prioritário de Donald Trump em um eventual segundo mandato. Escobar analisou como o governo Trump pretende intensificar sua política de "dividir e conquistar" na região, enquanto o BRICS, liderado por Rússia e China, fortalece sua posição no tabuleiro global.

“Trump e sua administração veem a América Latina como a última fronteira para reafirmar o controle, dado o enfraquecimento da influência americana em outras partes do mundo”, afirmou Escobar. Ele ressaltou que medidas como o aumento de sanções contra Cuba e Venezuela, além de pressões indiretas sobre o Brasil, são ferramentas previstas para conter o avanço de alianças globais lideradas pelo BRICS.

·        Telefonema estratégico entre Putin e Xi Jinping

Escobar destacou também um telefonema de 1 hora e 35 minutos entre Vladimir Putin e Xi Jinping, ocorrido logo após a posse de Trump. A conversa foi descrita como uma “obra-prima” que selou compromissos estratégicos entre Rússia e China, incluindo o fortalecimento da relação com o Irã. Segundo Escobar, o BRICS está promovendo avanços significativos, como o corredor internacional de transporte Norte-Sul, conectando Rússia, Irã e Índia, ampliando o comércio e a integração com a Ásia Central.

“Os EUA subestimam a força do BRICS e de outras iniciativas multilaterais, como a Organização de Cooperação de Xangai”, disse Escobar. Ele ressaltou que a falta de compreensão do establishment americano sobre a nova ordem multipolar pode ser um grande erro estratégico.

·        A pressão sobre o Brasil e a disputa pelo lítio

Ao tratar da América Latina, Escobar destacou que o Brasil está na mira das pressões americanas devido à sua posição estratégica. Ele lembrou ainda do interesse de Elon Musk pelo lítio sul-americano, com atenção especial a Bolívia, Chile e Argentina. “Bolsonaro ainda é uma peça importante para Trump dentro do Brasil. Ele funciona como um verdadeiro cavalo de Troia, pronto para ser usado em manobras políticas e econômicas”, afirmou.

Escobar também ironizou algumas das declarações recentes de Trump, como sua obsessão com o TikTok e a ideia de colonizar Marte. Ele descreveu a estratégia de Trump para controlar a rede social como uma “monstruosa operação de relações públicas”. Sobre o discurso de Trump em relação à Palestina, Escobar criticou a tentativa de transformar Gaza em uma “oportunidade imobiliária”, ignorando as demandas e os direitos do povo local.

Para Escobar, enquanto Trump busca consolidar sua influência no Ocidente, Rússia e China seguem ampliando suas alianças estratégicas em direção a uma ordem multipolar mais sólida. “O foco de Trump na América Latina revela o esgotamento das opções dos EUA em outras regiões, enquanto o BRICS avança de forma consistente e integrada”, concluiu.

¨      “A guerra de Trump contra os BRICS é inevitável"

Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, na TV 247, o analista geopolítico Pepe Escobar traçou um panorama dos desafios que os BRICS enfrentarão diante da segunda presidência de Donald Trump nos Estados Unidos. Para Escobar, a postura de Trump e a aliança estratégica entre os países do Sul Global colocam o bloco em rota de colisão direta com o que ele chama de "Império". “A guerra de Trump contra os BRICS é uma guerra inevitável. É uma guerra contra os líderes do Sul Global, o que inclui o Brasil”, afirmou.

A posse de Trump em 20 de janeiro marcou o início de um novo capítulo na geopolítica mundial, com ações já voltadas para intensificar o confronto com potências emergentes. “O Império ainda não entendeu o significado da aliança estratégica entre Rússia e Irã”, pontuou Escobar, destacando a conexão entre os BRICS e outros atores-chave no cenário internacional.

O analista também ressaltou a importância da entrada da Indonésia no BRICS, consolidada recentemente. “É muito importante a entrada da Indonésia, que tem tudo para ser uma potência global, no BRICS”, declarou, apontando para o potencial do país no fortalecimento do bloco em questões econômicas e estratégicas.

Entre os cenários traçados, Escobar destacou que Trump, caso adotasse uma postura mais estratégica, poderia considerar um pacto com a China para dividir o mundo em zonas de influência. “Se Trump fosse estrategista, ele pensaria num G2 para dividir o mundo em zonas de influência”, sugeriu. Contudo, o analista acredita que a confrontação será o caminho escolhido pelo presidente americano.

Outro ponto crítico levantado por Escobar foi a decisão de Trump de abrir os arquivos sobre o assassinato de John F. Kennedy, medida que promete desenterrar feridas históricas e gerar tensões dentro do establishment americano. “Se Trump abrir os arquivos sobre Kennedy, o deep state vai cair matando. Essa é a grande ferida exposta para a história”, afirmou, referindo-se ao impacto que essas revelações podem ter nos bastidores do poder nos EUA.

Diante desse cenário, Escobar questiona como os BRICS irão se organizar para enfrentar as ofensivas de Trump. “A grande questão é como os BRICS vão organizar sua resposta a Trump”, disse, sugerindo que o bloco precisará de uma estratégia sólida para resistir à pressão.

O analista também destacou outro aspecto importante da estratégia de Trump: a espoliação dos próprios aliados, que pode levar a desgastes diplomáticos significativos. “O outro vetor é a espoliação dos aliados”, concluiu, sugerindo que a política de Trump não apenas isola adversários, mas também enfraquece as alianças tradicionais dos EUA.

A análise de Pepe Escobar evidencia que a grande confrontação do século 21 já está em curso, com os BRICS no centro da disputa por uma nova ordem global, desafiando a hegemonia americana e abrindo caminhos para uma maior autonomia do Sul Global.

¨      Bolsonaro aproveita os holofotes de Trump e mira 2026

Na onda da reeleição do presidente Donald Trump nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro (PL) teve uma semana intensa de declarações e entrevistas. Inelegível, o ex-presidente prepara o terreno para a corrida eleitoral de 2026.

Durante esta semana, o nome do político esteve em alta durante desentendimento com o ex-ministro do governo e atual senador Marcos Pontes (PL-SP), que lançou candidatura à presidência da Casa Alta, mesmo sem o apoio do partido, que está com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Bolsonaro também deu entrevistas para os veículos bolsonaristas Fio Diário e Revista Oeste. 

Palacianos ‘casca-grossa’

As declarações de Bolsonaro na mídia não pararam por aí. Em entrevista ao Fio Diário, o ex-mandatário fez uma crítica às nomeações feitas por ele no mandato como presidente. Se pudesse voltar no tempo, como ele mesmo afirmou, deveria ter indicado ministros mais "casca grossa" em vez de generais aos ministérios palacianos. Integram essa categoria de pastas sediadas no Palácio do Planalto a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Secretaria-Geral e a Secretaria de Governo.

Declaração parece tentativa do ex-presidente de se distanciar de nomes do antigo governo. Entre os ministros palacianos, estão Walter Braga Netto e Augusto Heleno, que ocuparam a Casa Civil e o GSI, respectivamente. Os dois militares são investigados no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado, Braga Netto está preso desde dezembro por participação na trama. 

Segundo o analista, Bolsonaro tem um perfil de se afastar bruscamente de aliados quando isso pode prejudicar a imagem. “O Braga Netto virou persona non grata na família Bolsonaro”, destacou César. 

Outra intenção por trás da declaração, destaca o especialista, pode ser reconquistar o eleitorado mais ao centro, que foi importante na eleição de 2018, mas se afastou em 2022. 

<><> Profecia da direita

O novo cenário nos EUA e o indulto de Trump aos envolvidos no ataque ao Capitólio deu a Bolsonaro esperanças de reverter a inelegibilidade e voltar a subir a rampa do Palácio do Planalto. Autodenominado “preso político”, o brasileiro acredita que a influência do republicano pode reverter a situação na Justiça Eleitoral. “Se ele me convidou, ele tem a certeza de que pode colaborar com a democracia do Brasil, afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive", declarou. 

Para o cientista politico e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Christian Lynch, o retorno de Trump favorece a direita, mas não diretamente o bolsonarismo. “Ele [Bolsonaro] tenta vender a ideia de que se o Trump voltou ao poder, isso é um sinal de que Bolsonaro vai voltar, como se fosse uma profecia”, destaca. 

Mesmo inelegível, Bolsonaro continua a dar declarações em que afirma ser o candidato da direita para 2026. Na sexta-feira (24/1), o ex-presidente recuou da estratégia de lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) à presidência. Declaração, segundo ele, se refere ao "no campo das ideias" e foi dita com "ironia". 

Segundo Lynch, a estratégia de se manter na mídia é uma tentativa de Bolsonaro de centralizar a direita brasileira na própria imagem. “O que aconteceu é que surgiram um monte de outros concorrentes dentro da direita e até da direita radical”, afirma. 

Com o avanço dos inquéritos na Polícia Federal e dos processos no Supremo Tribunal Federal (STF), o futuro de Jair Bolsonaro nas eleições ainda é incerto, com possibilidade de prisão para o ex-presidente. Por isso, as estratégias do bolsonarismo no jogo eleitoral ainda podem se transformar até 2026, explica o cientista político André César. Mas, para o analista, uma coisa é certa: neste ano, na política, de tédio a gente não morre. 

¨      Bolsonaro defende deportação em massa de brasileiros pelo governo Trump

A política de deportação em massa de imigrantes ilegais pelo presidente Donald Trump ficou entre os assuntos mais comentados deste sábado (25) após 88 brasileiros deportados chegarem ao Brasil algemados e acorrentados por ordem do governo dos Estados Unidos.

A situação causou indignação no governo brasileiro, que exigiu a retirada das algemas e correntes e interferiu no voo de deportação, determinando que a Força Aérea Brasileira (FAB) finalize a operação.

Questionado sobre a postura extremista de Trump contra imigração, que chegou a decretar uma ordem para expulsar 1,4 milhão de imigrantes do país, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o presidente dos Estados Unidos. A declaração foi dada durante entrevista à CNN nesta quinta-feira (23).

"Lá é a casa dele, como aqui é a nossa. Uma parte disso foi gente que não tinha qualquer qualificação para ir para lá. Empurraram para lá muito tipo de gente que frequentava até presídios. Ele está fazendo a coisa certa. Foi compromisso de campanha", afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente ainda declarou que no lugar de Trump faria a mesma coisa. 

<><> Deportação em massa de brasileiros

Nesta sexta-feira (24), o governo americano afirmou que vai deportar 158 imigrantes brasileiros sem documentação adequada. Ao todo, cerca de 230 mil brasileiros vivem de forma ilegal nos Estados Unidos. O primeiro voo de deportação chegou ao Brasil neste sábado, em Manaus. Os deportados vieram algemados e acorrentados por decisão de Trump, o que causou indignação no governo brasileiro, que afirmou que situação era humilhante e feria os direitos fundamentais. 

Ao saber da situação, o presidente Lula (PT) exigiu a retirada imediata das algemas e correntes. Em nota, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a decisão do governo americano era um "flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros".

O ministério também informou que mandou a Polícia Federal a Manaus (AM), onde o voo de deportação precisou realizar uma parada de emergência, para recepcionar os brasileiros. Além disso, o presidente Lula determinou que a Força Aérea Brasileira (FAB) faça o transporte dos brasileiros até o destino final "de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança", afirma o ministério.

"Ao tomar conhecimento da situação, o Presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança", diz a nota.

O voo tinha como destino inicial o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG), mas precisou fazer um pouso de emergência na noite desta sexta-feira (24) em Manaus devido a problemas técnicos. 

"O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis", acrescenta.

¨      As dúvidas no clã Bolsonaro

Depois de rechaçar a possibilidade de apoiar um dos filhos para a corrida ao Palácio do Planalto em 2026, o ex-presidente Jair Bolsonaro recuou. Como está inelegível, ele avalia respaldar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Eduardo — que esteve em Washington para a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas ficou de fora do evento principal — apareceu ao lado do pai, nesta sexta-feira, em entrevista à Revista Oeste. A publicação, de extrema-direita, havia anunciado que a conversa seria apenas com o ex-presidente.

Em diversos momentos da entrevista, Bolsonaro fez questão de passar a palavra para o filho e deixar que ele opinasse sobre os assuntos abordados.

Embora negue publicamente, o deputado está confortável com a possibilidade de ser candidato em 2026. No último domingo, véspera da posse de Trump, esteve em um evento com figuras de extrema-direita em Washington. Na ocasião, Steve Bannon (ex-assessor do presidente norte-americano), se referiu a ele como "futuro presidente do Brasil".

Nesta sexta-feira, depois de ser indicado pelo pai como possível substituto, ele disse que aceitará o "sacrifício", se for necessário. "Vejo esses comentários como elogio, mas meu plano A, B e C seguem sendo Jair Bolsonaro. Mas, se ocorrer, se for para ser o candidato com ele escolhendo, eu me sacrificaria, sim", disse o deputado em entrevista ao jornal O Globo desta sexta-feira.

Sem saída

Em ocasiões anteriores, Bolsonaro chegou a desautorizar Eduardo quando este cogitou a possibilidade de se candidatar no lugar do pai. O discurso, no entanto, mudou. Com duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e inelegível por oito anos, o ex-presidente começa a ficar sem alternativas.

Nesta semana, Bolsonaro criticou eventuais candidatos de direita para 2026, citando os de "pouca idade" e os que seriam a "direita limpinha". Ele fez as declarações um dia depois de o coach Pablo Marçal, ex-postulante à Prefeitura de São Paulo, ter se referido ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como "presidente do Brasil em 34?"

Para o ex-presidente, é vantajoso que o candidato seja um familiar, como avalia o professor de ciência política Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Ele pondera, no entanto, que a tendência é que o ex-presidente adote uma estratégia similar à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018: se apresente como candidato até ser obrigado a apoiar outro nome. "Ele não desistirá. Continuará com declarações dúbias como essas que deu. Uma hora ele apoia a esposa, outra hora apoia os filhos. Outra hora ele dirá que será ministro da Casa Civil. Isso sugere desespero e sugere que ele não vê saída", avalia.

Oliveira acredita que o comportamento do ex-chefe do Executivo pode ter impacto negativo para a direita. "Para ele, individualmente, essa posição é correta. Desse modo, consegue interferir nas decisões para senador, para deputados estaduais e federais. Porém, para a direita, é muito ruim. Porque a direita vai ficar esperando o Bolsonaro, e ele vai se decidir no último minuto. Esse é o equívoco da direita", pontua. "A melhor estratégia para a direita é se afastar do bolsonarismo, esquecer o bolsonarismo, abraçar a democracia e, consequentemente, fazer uma oposição econômica ao presidente Lula. Esse é o papel da direita nesse instante, inclusive, falando até em renovação do país", completa.

Para Oliveira, esse pode ser o principal trunfo de uma eventual candidatura à reeleição do petista. "Apesar dos desafios de comunicação do presidente Lula e dos desafios na economia, ele segue favorito à reeleição por causa desse equívoco estratégico da direita."

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral duas vezes, em dois processos diferentes. A primeira foi em junho de 2023 e a segunda, em outubro daquele ano.

¨      Pablo Marçal rebate Bolsonaro: "Só considera candidato quem é parente"

O empresário Pablo Marçal (PRTB) rebateu Jair Bolsonaro (PL) após o ex-presidente dizer que ele é "carta fora do baralho" na disputa pela Presidência em 2026. Marçal respondeu afirmando que Bolsonaro "só considera candidato quem é parente dele" para a sucessão presidencial de 2026.

Em entrevista à CNN Brasil, Jair Bolsonaro elogiou seu filho, Flávio Bolsonaro, e mencionou Michelle Bolsonaro como possível candidata da direita em 2026.

Questionado sobre a candidatura de Pablo Marçal, o ex-presidente disse: "Eu evito conversar sobre esse cara. É carta fora do baralho. (...) Tem um baita potencial, mas precisa se controlar."

Após o episódio, Marçal rebateu as provocações do ex-presidente. "Carta fora do baralho de Bolsonaro, que está fora do jogo. Por que ele faria comentários de uma carta fora do baralho? O Bolsonaro só considera candidato quem é parente dele", disse à CNN.

Candidato à prefeitura de São Paulo, o empresário Pablo Marçal ficou em terceiro lugar na disputa municipal e anunciou recentemente sua intenção de concorrer à Presidência em 2026. Antes da eleição municipal, Marçal e Bolsonaro eram próximos, com o empresário tendo apoiado publicamente o ex-presidente em 2022.

Ainda nesta semana, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB-SP) protagonizaram um embate nas redes sociais, evidenciando as divisões internas da direita, já voltadas à eleição presidencial de 2026.

Carlos Bolsonaro criticou Marçal por tentar se promover politicamente com imagens feitas nos Estados Unidos, enquanto seu pai, Jair Bolsonaro, foi impedido de viajar à posse de Donald Trump devido à retenção de seu passaporte, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Nas críticas, Carlos utilizou termos ofensivos.

Apesar das provocações, Marçal decidiu não responder diretamente. "Vou poupá-lo", afirmou por meio de sua assessoria em mensagem enviada à Coluna do Estadão.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum/Correio Braziliense

 

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