sábado, 25 de janeiro de 2025

Febre amarela: o que é, sintomas e como funciona a vacina

São Paulo registrou duas mortes por febre amarela até o momento em 2025, além de seis casos confirmados da doença, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. As infecções estão espalhadas no interior do estado, nas cidades: Socorro, Tuiuti e Joanópolis. Em 2024, São Paulo teve apenas um óbito durante todo o ano. A informação foi confirmada pela CNN em primeira mão.

febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda e que pode levar ao óbito em sua forma grave. É causada por um vírus transmitido por mosquitos, possuindo dois ciclos de transmissão, o urbano e o silvestre.

No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos, como o Aedes aegypti — o mesmo responsável por transmitir dengue, zika e chikungunya.

Já no ciclo silvestre, os primatas não-humanos (macacos) são os principais hospedeiros do vírus, mas não são eles os responsáveis pela transmissão. Mosquitos com hábitos alimentares silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes, picam os macacos e transmitem os vírus. Nesses casos, o homem pode participar como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata sem estar vacinado.

Segundo o Ministério da Saúde, o ciclo da doença no Brasil é, atualmente, silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942.

Sintomas da febre amarela

<><> Os sintomas da febre amarela incluem:

  • Febre de início súbito;
  • Calafrios;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor nas costas;
  • Dor no corpo;
  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga;
  • Fraqueza.

A maioria dos pacientes costuma ter sintomas leves, porém cerca de 15% podem desenvolver sintomas graves da doença, que incluem febre alta, icterícia, hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

De acordo com a Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Por isso, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.

·        Como é feito o tratamento?

O tratamento da febre amarela é sintomático, ou seja, visa aliviar os sintomas da doença. Não há um medicamento específico para tratar a doença. Em casos graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos como AAS/Aspirina devem ser evitados, pois o uso pode favorecer hemorragias.

·        Vacina da febre amarela é a principal forma de prevenção

A vacina da febre amarela é a principal forma de evitar a doença e é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para toda a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A vacina, administrada via subcutânea, está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco, principalmente, para os indivíduos vacinados pela primeira vez. O imunizante oferece de 95% a 99% de proteção a adultos vacinados e 90% de proteção a crianças.

·        Quem não deve se vacinar?

A vacina da febre amarela não é recomendada para:

  • crianças menores de 9 meses de idade;
  • mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade;
  • pessoas com alergia grave ao ovo;
  • pessoas que vivem com HIV e que têm contagem de células CD4 menor que 350;
  • pessoas em tratamento com quimioterapia/radioterapia;
  • pessoas portadoras de doenças autoimunes;
  • pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).

¨      Febre amarela: Macacos não transmitem a doença, ressalta especialista

febre amarela tem sido motivo de preocupação para autoridades de saúde e população em geral.

São Paulo, por exemplo, registrou, em 2025, duas mortes por febre amarela até o momento.  A Secretaria de Estado da Saúde também confirmou seis casos da doença neste mês.

Em entrevista à CNN, a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), Tatiana Lang, esclareceu um importante ponto sobre a doença: os macacos não são transmissores, mas sim vítimas da febre amarela.

Lang enfatizou:

“Nós não podemos ter o macaco como um vilão, ele é uma vítima tanto quanto nós seres humanos”.

Esta declaração vem como resposta a um histórico de desinformação que levou, no passado, a ataques contra esses animais por medo infundado de transmissão da doença.

<><> Ciclo da febre amarela

A especialista explicou que os macacos, por habitarem áreas de mata, são frequentemente picados por mosquitos contaminados, o que leva à sua infecção e, muitas vezes, à morte.

“Quando o mosquito está contaminado, ele pica o macaco, contamina o macaco e ele morre”, detalhou Lang.

Longe de serem uma ameaça, esses primatas desempenham um papel crucial no monitoramento da doença.

“Nós utilizamos isso como o que chamamos de sentinela”, afirmou a diretora detalhando que a morte desses animais serve como um alerta para as autoridades de saúde, indicando a circulação do vírus em determinada região.

<><> Monitoramento e vigilância epidemiológica

Lang destacou a importância do que é chamado de “monitoramento das epizootias”, que consiste na observação e registro das mortes de primatas não humanos.

Este processo é fundamental para a vigilância epidemiológica, permitindo uma resposta rápida das autoridades de saúde quando há indícios de circulação do vírus da febre amarela em uma área específica.

A entrevista ressalta a necessidade de educação pública sobre o tema, combatendo mitos e promovendo uma compreensão mais precisa sobre a dinâmica da febre amarela na natureza.

Por fim, segundo a diretora, proteger os macacos é não apenas uma questão de preservação ambiental, mas também uma estratégia importante para a saúde pública.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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