segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

“Gesto nazista de Musk revela que o mundo está sob gravíssima ameaça”, diz José Reinaldo Carvalho

O jornalista José Reinaldo Carvalho fez duras críticas ao gesto do bilionário Elon Musk durante um evento na posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. No programa Bom Dia 247, José Reinaldo classificou o ato como uma clara demonstração de que o mundo está sob uma “gravíssima ameaça fascista, neocolonialista e imperialista”.

“O gesto nazista de Musk e toda a coreografia apresentada durante a posse de Trump deixam claro que estamos diante de uma nova realidade. Não é apenas simbólico; é uma mensagem de ofensiva antidemocrática, contra direitos humanos, contra o multilateralismo e em favor de um projeto imperialista que coloca em risco a paz mundial”, afirmou.

·        Ato polêmico em evento oficial

Durante a cerimônia, Musk, que agora é chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental nos EUA, fez um gesto semelhante à saudação nazista de Adolf Hitler, segundo relatos da imprensa internacional, como o jornal israelense Haaretz. Em meio a um discurso que exaltava a vitória republicana, Musk colocou a mão direita sobre o lado esquerdo do peito antes de esticar o braço, numa pose associada ao “Sieg Heil” dos nazistas.

A nomeação de Musk por Trump reforça o papel do bilionário na reestruturação do governo norte-americano, com planos de eliminar agências federais e cortar três quartos dos empregos públicos. José Reinaldo destacou que esse movimento representa “uma grande ofensiva contra direitos sociais e conquistas históricas”.

·        Mentiras e militarização

O jornalista também criticou o discurso de Trump durante a posse, que exaltou os Estados Unidos como os principais vencedores da Segunda Guerra Mundial. “Trump repete a mentira de que os EUA derrotaram o nazismo e o fascismo, quando na verdade o peso maior dessa vitória recaiu sobre a União Soviética. O que vemos agora é a tentativa de reescrever a história enquanto promovem uma agenda colonialista e fascista”, disse.

José Reinaldo também chamou atenção para as promessas de Trump de fortalecer o exército norte-americano, o que, segundo ele, contradiz as declarações do presidente de que seria um “pacificador”. “Não adianta dizer que não fará guerras enquanto prepara a maior máquina militar da história. Essas armas não são brinquedos; estão sendo planejadas para agressões contra povos e nações que resistirem a essa ameaça”.

·        Resistência ao projeto fascista

Apesar do cenário preocupante, o jornalista acredita que haverá resistência ao avanço dessas agendas. “Haverá muita resistência interna e externa ao Trump. O mundo não ficará passivo diante dessa ofensiva fascista e imperialista”, declarou.

José Reinaldo também alertou para as consequências globais dessa nova política, que já atinge instituições internacionais. Ele destacou o ataque à Organização Mundial da Saúde, ao Acordo de Paris e a medidas multilaterais anteriores. “É um projeto que visa desmantelar qualquer esforço coletivo em prol da humanidade. Isso precisa ser enfrentado com unidade e determinação”, concluiu.

O gesto de Musk, amplamente criticado, e o discurso de Trump reforçam os sinais de uma guinada política que ameaça reconfigurar as bases do sistema internacional, com impactos profundos em direitos, soberania e paz global. 

<><> Altman aponta confluência entre nazismo e sionismo após gesto de Musk

O jornalista judeu Breno Altman usou as redes sociais para criticar o silêncio generalizado de entidades judaicas, que se recusaram a condenar de maneira enfática o gesto nazista feito pelo bilionário de extrema-direita Elon Musk durante um evento realizado após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira, ao discursar, Musk bateu com a mão direita sobre o coração, com os dedos bem abertos, depois estendeu o braço direito para fora, enfaticamente, em um ângulo ascendente, com a palma para baixo e os dedos juntos. Em seguida, ele se virou e fez o mesmo gesto com a mão para a multidão atrás dele. Musk foi acusado de promover o nazismo, mas algumas entidades judaicas, como a Liga Anti-Difamação, discordou. Ele rejeitou as críticas ao gesto com a mão como um ataque "desgastado".

Segundo Altman, o silêncio das entidades sionistas evidencia o que ele chama de "confluências" com a ideologia nazista. Para ele, sionismo e nazismo não são necessariamente opostos, mas compartilham, na sua visão, o objetivo de estabelecer um Estado baseado em princípios racistas.

"O silêncio de entidades sionistas acerca da saudação hitleriana de Elon Musk simboliza confluência entre nazismo e sionismo. Essas doutrinas nunca foram efetivamente contrapostas. Sionismo não é sobre enfrentar nazismo ou antissemitismo, mas sobre criar um Estado racista judaico", escreveu Altman na plataforma X. 

Após tomar posse, Trump assinou um decreto para criar um grupo consultivo chamado Departamento de Eficiência Governamental com o objetivo de realizar cortes drásticos no governo dos EUA, atraindo ações judiciais imediatas que contestam suas operações.

O grupo -- apelidado de "DOGE" -- está sendo dirigido por Elon Musk e tem metas grandiosas de eliminar agências federais inteiras e cortar três quartos dos empregos do governo federal.

¨      “Trump vai enfrentar forças internas e externas fortíssimas", diz Pepe Escobar

Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, na TV 247, o analista geopolítico Pepe Escobar avaliou os desafios que Donald Trump enfrentará na presidência dos Estados Unidos. Segundo Escobar, a situação global e interna dos EUA se deteriorou significativamente desde o primeiro mandato de Trump, tornando ainda mais complexa a tentativa de conter o declínio do Império. “Trump vai enfrentar forças internas e externas fortíssimas, a começar por todos os silos de poder do deep state”, afirmou.

Escobar destacou que o grau de decadência do poder americano é visivelmente maior do que em 2017, quando Trump assumiu pela primeira vez. “O grau de decadência do Império hoje é muito maior do que quando ele assumiu pela primeira vez em 2017”, explicou. Apesar disso, o analista aponta que Trump continua apostando em uma retórica ousada. “As falas do Trump são espetaculares. Ele fala em destino manifesto interplanetário. É o retorno do excepcionalismo sem fronteiras”, declarou, ironizando a grandiosidade do discurso do ex-presidente.

No campo econômico, Escobar alerta para os impactos de uma possível guerra comercial que pode se intensificar já no início do próximo ano. “A guerra comercial vai estourar em 1 de fevereiro sobre Canadá e México, com tarifas de 25%. A União Europeia vai entrar numa segunda etapa”, afirmou, sugerindo que a estratégia de Trump pode agravar tensões comerciais globais.

O analista também avaliou o papel da América Latina nos planos de Trump, destacando possíveis consequências para a região. “O ataque de Trump ao canal do Panamá pode abrir espaço para a construção da ferrovia interoceânica na América do Sul, levando a produção brasileira ao porto de Chancay no Peru”, comentou, apontando para oportunidades estratégicas que poderiam surgir para o Brasil e países vizinhos.

Sobre a crise em Gaza, Escobar fez uma análise provocativa, argumentando que Trump pode enxergar o conflito como uma oportunidade de negócios. “Sobre Gaza, Trump pode transformar o genocídio numa oportunidade imobiliária”, disse, apontando para o pragmatismo agressivo do presidente.

Outro ponto levantado foi a busca de Trump por expandir a base de recursos energéticos do Império. “Trump quer claramente expandir a base de recursos do Império. Eles precisam de energia para alimentar a inteligência artificial. O tecnofeudalismo vai trabalhar claramente por Trump 2.0. Trump 2.0 é o novo estágio do tecnofeudalismo”, afirmou, sugerindo que os avanços tecnológicos, em especial no campo da inteligência artificial, estão profundamente ligados à geopolítica energética.

Por fim, Escobar avaliou que, mesmo em um contexto de confrontação, países como a Venezuela poderiam se beneficiar de negociações bem conduzidas. “Se a Venezuela souber negociar, é possível que eles cheguem a um acordo com Trump”, concluiu.

A análise de Pepe Escobar evidencia um cenário de grandes disputas políticas e econômicas no horizonte, com Trump tentando reconsolidar o poder americano em um contexto global de múltiplos desafios e resistências internas.

¨      “Com Trump, o véu do imperialismo caiu", diz Paulo Nogueira Batista Júnior

Em entrevista concedida ao jornalista Leonardo Attuch, na TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior analisou o impacto do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e as repercussões globais de sua postura política. Segundo Batista Júnior, Trump desempenhou um papel de ruptura em relação ao discurso tradicional dos Estados Unidos no cenário internacional. “O véu do imperialismo caiu. Trump não acredita na hipocrisia. Ele afirma o poder do Império sem disfarces”, afirmou o economista, destacando a franqueza do ex-presidente como uma característica que, ao mesmo tempo em que expõe as ambições imperiais, também gera maior resistência global.

Ao comparar Trump com outros líderes americanos, Batista Júnior observou que sua posse pode ser equiparada à de Ronald Reagan, no início dos anos 1980. “Reagan conseguiu reverter o declínio do Império e produzir o colapso da União Soviética. Mas hoje o desafio é muito maior. Os Estados Unidos enfrentam Rússia e China ao mesmo tempo”, pontuou. Segundo o economista, a grande questão que permanece em aberto é se Trump teria capacidade de reverter o enfraquecimento do Império americano em um contexto tão adverso.

O economista também analisou a psicologia que permeia a sociedade americana e o impacto das mudanças geopolíticas sobre ela. “Os americanos têm a psicologia muito arraigada de serem o número um. Eles não são mais o número um”, disse Batista Júnior, referindo-se ao avanço de potências como a China e a Rússia.

Sobre as implicações para a América do Sul e, especificamente, para o Brasil, o economista destacou que a pouca atenção dada à região pode ser benéfica. “É importante que ele dê pouca atenção à América do Sul. Quanto menos atenção eles derem à nossa região, melhor”, afirmou, sugerindo que o foco americano em disputas com outras potências pode abrir espaço para uma maior autonomia regional.

Por fim, Batista Júnior avaliou que ainda é cedo para determinar se o presidente Lula será alvo direto das ações do Império americano. “É difícil saber se o Brasil e o presidente Lula serão alvos do Império. Eles têm muitas agendas”, concluiu.

A análise de Paulo Nogueira Batista Júnior reforça a necessidade de acompanhar de perto os desdobramentos da política externa americana e seu impacto no mundo, especialmente em tempos de tensão geopolítica acirrada. 

¨      Trump e big techs: aliança controversa preocupa democracias globais, alerta Lindbergh Farias

A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos reacendeu debates globais sobre a relação entre grandes corporações tecnológicas e governos de extrema direita. Para o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), a presença de bilionários como o nazista Elon Musk (X) e Mark Zuckerberg (Meta) no lugar de honra da cerimônia representa "uma aliança perigosa" entre o Vale do Silício, a Casa Branca e Wall Street, capaz de ameaçar democracias e a soberania de países.

“Trump inaugurou uma aliança potente entre os empresários de tecnologia do Vale do Silício, a Casa Branca e o mercado financeiro de Wall Street. Todos alinhados ao projeto de extrema direita que ataca a soberania e a democracia dos países e traz o que há de pior no mundo”, criticou Lindbergh, que se disse alarmado com o papel central das big techs nesse novo cenário político.

<><> Musk, Zuckerberg e a desinformação organizada

Entre as acusações mais contundentes feitas pelo parlamentar está a de que Elon Musk teria feito uma saudação nazista durante o discurso de posse de Trump, comparando o gesto a práticas do regime de Adolf Hitler. Lindbergh também criticou Mark Zuckerberg pela flexibilização das políticas de checagem de fatos nas plataformas Meta, o que, segundo ele, “prioriza a desinformação”.

“Zuckerberg anunciou mudanças na política de checagem de fatos, se aproximando da nova política praticada pelo X, priorizando a desinformação. Quem está realmente controlando o que você pode dizer ou ouvir? Isso é liberdade de expressão?”, questionou o deputado.

Ele alertou para o poder das plataformas de manipular conteúdos e influenciar a opinião pública com algoritmos, reforçando interesses econômicos e políticos específicos. “Eles podem manipular, dizer quem pode falar para a opinião pública e quem não pode. Isso é muito perigoso para a soberania nacional e para a democracia dos países".

<><> Golpes tecnológicos e interferência política

Lindbergh também destacou um novo modelo de intervenção nos países, que ele chamou de “golpe tecnológico”. Para ele, o alinhamento das big techs com Trump pode resultar na manipulação da opinião pública em escala global, com impacto direto nos processos políticos, especialmente em nações da América Latina.

“Vários golpes aconteceram com a participação norte-americana, algumas vezes com intervenção militar, outras vezes estimulando lawfare. Só que agora, com essa nova aliança do Trump, pode surgir um novo tipo de golpe, estruturado pelas plataformas”, afirmou.

O parlamentar pediu urgência na regulamentação das redes sociais, com foco na transparência e na responsabilização das plataformas. “É hora do Brasil defender sua soberania. Aqui tem leis que têm que ser respeitadas. Trump, Zuckerberg e Musk não vão nos colocar de joelhos”, concluiu.

¨      "Os EUA têm sete vidas", diz Guido Mantega sobre possível declínio americano

O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, participou do programa Boa Noite 247, onde analisou o cenário internacional e as possíveis consequências do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Durante a entrevista, Mantega abordou temas como a política econômica de Trump, as relações com a China e a América Latina, e o fortalecimento da direita global.

<><> Política industrial e protecionismo nos EUA

Segundo Mantega, a política de Trump é marcada por medidas protecionistas e uma tentativa de reindustrializar os Estados Unidos. "Trump quer recuperar uma parte da industrialização que foi transferida para fora. Ele está cobrando tarifas de importação como parte de sua política industrial, dizendo que o maior mercado do mundo são os Estados Unidos, e que países como China, México e Canadá terão que pagar para acessar esse mercado", afirmou.

Ele destacou que Trump deve impor tarifas de até 25% sobre produtos vindos do México e do Canadá. "O México, por exemplo, exporta 450 bilhões de dólares por ano para os EUA, superando a China. Ele quer reduzir esse fluxo, recuperar a indústria automobilística americana e usar métodos imperiais, como reverter o controle do Canal do Panamá, que ele considera estratégico para os interesses americanos."

<><> Relações entre EUA e China

Mantega analisou a disputa econômica e militar entre os Estados Unidos e a China. "A China é uma potência consolidada e já está empatando tecnologicamente com os EUA em quase todas as áreas. Ainda assim, Trump adota um jogo de força, impondo tarifas e ameaças como estratégia de negociação", explicou. Ele mencionou que, apesar das tensões, a China mantém reservas significativas em dólar e continua a depender do mercado americano.

"É um paradoxo. Embora o discurso seja de confronto, tanto os EUA quanto a China têm um interesse mútuo em manter suas relações econômicas. A desglobalização que Trump propõe será apenas parcial, porque não é eficiente desglobalizar completamente."

<><> Impactos para o Brasil

O ex-ministro avaliou que o Brasil não será um alvo econômico direto dos Estados Unidos, mas poderá enfrentar desafios políticos. "O Brasil exporta pouco para os EUA e tem um déficit comercial com eles. Em termos econômicos, o país pode até se beneficiar das sanções americanas contra outros mercados, como o México, ganhando espaço para exportações agrícolas", apontou.

Entretanto, ele expressou preocupação com o fortalecimento da direita internacional sob a liderança de Trump. "Os Estados Unidos são muito ativos no campo político, especialmente através de órgãos como a CIA e o FBI. Em 2022, a postura de Biden foi crucial para garantir a posse de Lula. Se Trump estivesse no poder, o golpe poderia ter sido vitorioso", afirmou.

Mantega alertou para possíveis interferências nas eleições de 2026 no Brasil. "Trump vai fortalecer candidatos de direita em todo o mundo, inclusive no Brasil, utilizando big techs e liberdade para manipulação de informações. Ele fez isso em 2016 e pode repetir a estratégia."

<><> Força global dos EUA

Apesar de reconhecer a perda de parte da hegemonia americana, Mantega afirmou que os Estados Unidos continuam sendo o país mais poderoso do mundo. "Eles têm um orçamento militar de um trilhão de dólares por ano, enquanto a China gasta 250 bilhões. Além disso, controlam tecnologias de ponta e comunicações globais, como os satélites de Elon Musk, que captam informações de todo o mundo", destacou.

Mantega concluiu enfatizando que os EUA ainda possuem grande capacidade de recuperação econômica e política. "Dizíamos, há 50 anos, que os Estados Unidos estavam em crise e não sairiam dela, mas isso não aconteceu. Eles têm sete vidas. O que precisamos fazer é consolidar outro poder que se contraponha a eles, buscando uma hegemonia compartilhada."

<><> Democracia e ciclos políticos

O ex-ministro também refletiu sobre os ciclos políticos globais, com o fortalecimento da direita em vários países. "Estamos vivendo um período de enfraquecimento da democracia, mas isso não significa que ela vai acabar. Assim como há momentos de avanço da direita, haverá períodos em que a esquerda voltará a se fortalecer. O importante é manter o equilíbrio e a vigilância democrática." 

 

Fonte: Brasil 247

 

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