Carl Beijer: Não
existe um bilionário que presta
Joe Biden disse, em
seu discurso de despedida:
“Quero alertar o
país sobre algumas coisas que me preocupam muito. E essa é a perigosa
concentração de poder nas mãos de pouquíssimas pessoas ultra-ricas, e as
consequências perigosas se o abuso de poder delas não for controlado. Hoje, uma
oligarquia está tomando forma na América com extrema riqueza, poder e
influência que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e
liberdades básicas.”
Os comentários de
despedida de Biden foram aclamados tanto por liberais quanto por parte da
esquerda por seu raro reconhecimento da oligarquia nos Estados Unidos; Bernie
Sanders, por exemplo, elogiou-o como “absolutamente certo” e acrescentou que o
perigo da oligarquia é “a questão definidora do nosso tempo”.
Mas mais tarde em
seu discurso, Biden acrescentou um contexto crucial a esse aviso: “Estou
igualmente preocupado com o potencial surgimento de um complexo
tecnológico-industrial que pode representar perigos reais para nosso país
também.”
Embora dados sobre
financiamento de campanha ainda não estejam disponíveis, já está claro que o
Vale do Silício desempenhou um papel importante na reeleição de Trump e
que já está exercendo enorme influência em seu governo. E isso, os democratas
deixaram claro, é sua real preocupação: não com a vasta concentração de riqueza
do capitalismo em si, mas com sua concentração específica nas mãos de doadores
republicanos.
“É por isso que a
democracia, em última análise, simplesmente não pode coexistir com as
concentrações massivas de riqueza que são garantidas por uma economia
capitalista.”
“Há muitos
bilionários bons por aí que estiveram com os democratas, que compartilham
nossos valores, e nós aceitaremos o dinheiro deles”, disse Ken Martin, um dos
principais candidatos à presidência do Partido Democrata, em um fórum no
domingo. “Mas não aceitaremos dinheiro desses bilionários ruins.”
Um problema prático
com essa abordagem é que mesmo os “bons” bilionários são aliados pouco
confiáveis. Durante a eleição de 2024, por exemplo, Bill Gates afirma ter doado US$
50 milhões para uma organização sem fins lucrativos que apoiava Kamala Harris.
Mas depois de uma viagem recente a Mar-a-Lago, Gates agora diz que mudou
de ideia sobre Trump:
Eu senti que ele
estava, você sabe, energizado e ansioso para ajudar a impulsionar a inovação.
Eu fiquei francamente impressionado com o quão bem ele demonstrou muito
interesse nas questões que levantei.
Da mesma forma, o
cofundador do Airbnb, Joe Gebbia, que atingiu o limite de doações para Harris
em 2020, agora afirma que votou em
Trump:
Ele não é um
fascista determinado a destruir a democracia… Ele se importa profundamente com
a eficiência e os gastos do governo. (Eu também me importo com a próxima
geração e adoro toda a iniciativa DOGE.) Ele se importa em trazer o bom senso
de volta ao nosso país.
Biden pode alertar
sobre um “complexo tecnológico-industrial” hoje, mas há apenas alguns anos que
os democratas ainda consideravam plutocratas da tecnologia como Elon Musk e
Marc Andreessen como “bons bilionários”. Mesmo que todos esses homens simplesmente
mudassem de ideia, isso representa um problema sério para a abordagem de Martin
à oligarquia: coloca todo o Partido Democrata à mercê de senhores inconstantes.
Mas é claro que há
maneiras de explicar por que nossos bilionários da tecnologia mudaram de lado
para além do puro capricho. Como expliquei detalhadamente no caso de Mark
Zuckerberg,
os bilionários da tecnologia têm incentivos comerciais poderosos para se
alinharem com quem quer que esteja no poder. Eles querem contratos, querem
evitar regulamentação e querem influenciar as políticas públicas — tudo com o
interesse dos lucros. E esse incentivo é tão poderoso que provou ser mais do
que capaz de convencer nossos bilionários da tecnologia a mudar seus
alinhamentos partidários.
Ken Martin quer que
acreditemos que há uma parcela definida de “bons bilionários” em quem se pode
confiar para lutar pelo progresso político, mas o complexo
tecnológico-industrial está nos mostrando exatamente por que esse não é o caso.
Quaisquer que sejam as simpatias pessoais que nossos bilionários tenham, o
capitalismo sempre os obrigará a priorizar seus interesses financeiros acima de
tudo. Sempre haverá uma tendência sistemática
entre os maiores doadores de campanha de se opor a regulamentações, impostos e
qualquer coisa que tire os trabalhadores da precariedade e lhes dê um pingo de
independência.
Existem inúmeras
reformas que o Partido Democrata pode promulgar para limitar a influência de
seus doadores bilionários, mas os ricos aprenderam a contornar regulamentações
de financiamento de campanha no passado (por exemplo, por meio de PACs) e
inevitavelmente farão isso novamente. É por isso que a democracia, em última
análise, simplesmente não
pode coexistir com as concentrações massivas de riqueza que são
garantidas por uma economia capitalista. Em vez de esperar que “bons
bilionários” trabalhem contra seus próprios interesses comerciais, os
socialistas precisam lutar por um mundo onde não haja bilionários.
¨ 60% da riqueza de bilionários vêm de herança, corrupção
ou monopólio, mostra Oxfam
O novo relatório
da Oxfam, organização que atua no combate às desigualdades, desfaz a
crença popular de que a riqueza dos bilionários de todo o mundo vem
do trabalho árduo deles e de forma merecida. Ao contrário disso, o documento
mostra que grande parte é resultado, na verdade, de herança, favoritismo,
monopólio de poder ou corrupção.
Em
2024, a riqueza dos bilionários aumentou três vezes mais rápido que em 2023. O grupo, agora
formado por 204 pessoas, obteve lucro de US$ 2 trilhões (cerca de R$
12 trilhões) no ano passado. O número representa uma média de lucro de US$ 5,7
bilhões (ou R$ 34 bilhões) por dia. O relatório da Oxfam, lançado nesta
segunda-feira (20), mostra que 60% de toda essa riqueza não é merecida,
mas sim tomada.
O documento faz uma
análise profunda de como
o colonialismo enriqueceu e continua enriquecendo um pequeno
grupo de pessoas, formado por homens, brancos e de países desenvolvidos.
"Nosso mundo extremamente desigual tem uma longa história de dominação
colonial que beneficiou amplamente as pessoas mais ricas. Os mais pobres, as
pessoas racializadas, as mulheres e os grupos marginalizados foram e continuam
sendo sistematicamente explorados a um custo humano enorme", diz um trecho
do relatório.
Ao todo, 36%
da riqueza dos bilionários é herdada, de acordo com a Oxfam, e os valores
herdados alcançam cada vez mais níveis recordes. A organização aponta que essa
transmissão intergeracional de riqueza extrema está criando uma "nova
aristocracia", que sustenta e perpetua o atual sistema global extremamente
injusto.
O ano de 2023 foi o
primeiro em que bilionários enriqueceram mais por herança do que por
empreendedorismo. Todos os bilionários com menos de 30 anos, sem exceção,
herdaram suas riquezas. A Oxfam alerta que grande parte dessa transferência de
renda não será tributada, uma vez que dois terços dos países não tributam
a herança para descendentes diretos, e metade dos bilionários do mundo vive em
países que não tributam a herança do dinheiro que darão a seus filhos quando
morrerem. A América Latina, por exemplo, é a região com o o maior volume
de riqueza herdada, mas apenas nove países da região tributam heranças, doações
e patrimônios.
"Muitos
bilionários são ricos por causa do favoritismo e do uso do poder do Estado para
proteger e expandir sua riqueza", afirma um trecho do relatório. Em alguns
casos, o favoritismo constitui corrupção. No entanto, muitos países possuem
leis criadas para permitir essas relações, que existem quando elites ricas usam
sua influência pessoal para utilizar o poder do Estado para seu próprio ganho
privado, ou quando funcionários do governo e empresários conspiram para
manipular regras e se beneficiarem às custas dos consumidores, contribuintes e
outras empresas.
"Grande parte
da riqueza dos ultra-ricos não tem a ver com o que você sabe, mas com quem você
conhece: quem você pressiona, quem você entretém, cuja campanha você financia
ou que pessoa você suborna. De forma geral, grande parte da riqueza extrema é o
produto de conexões de favoritismo entre os mais ricos e os governos",
afirmam os pesquisadores em outro trecho do relatório.
Outra forma de
obtenção de riqueza pelos bilionários são os monopólios, responsáveis por
intensificar a extrema pobreza em todo o mundo. Como aponta a Oxfam, as
corporações monopolistas podem controlar os mercados, definir as regras e os
termos de troca com outras empresas e trabalhadores e estabelecer preços mais
altos sem perder negócios. Alguns dos homens mais ricos do planeta aumentam
seus lucros através dessas estratégias, como:
·
Jeff Bezos (patrimônio líquido: US$ 219,4 bilhões) construiu o “império”
da Amazon. A Amazon é responsável por 70% ou mais das compras on-line na
Alemanha, França, Reino Unido e Espanha.•
·
Aliko
Dangote (patrimônio líquido: US$ 11 bilhões) é a
pessoa mais rica da África e detém um “quase monopólio” do cimento na Nigéria e
poder de mercado em todo o continente africano. Calculamos que 18% da
riqueza dos bilionários do mundo provém do poder de monopólio.
O relatório da Oxfam
foi lançado em meio à reunião do Fórum Econômico de Davos 2025, que este ano
tem o tema "Colaboração para a Era Inteligente". O evento conta com
cerca de 3.000 líderes de mais de 130 países para discutir problemas sociais,
econômicos e ambientais.
<><> Fatos sobre os homens mais ricos do
mundo
A Oxfam também reuniu
três fatos sobre os homens mais ricos do mundo que encarnaram o cenário de
desigualdade extrema que assola o mundo:
1. A riqueza de cada um dos dez homens mais ricos do mundo cresceu, em
média, quase US$ 100 milhões por dia em 2024;
2. Se você fosse um dos primeiros seres humanos, há 315.000 anos
atrás, guardando US$ 1.000 por dia, ainda assim não conseguiria ter a mesma
quantidade de dinheiro que um dos dez bilionários mais ricos;
3. Se qualquer um dos 10 bilionários mais ricos perdesse 99% de sua
riqueza, ele ainda seria bilionário.
<><> Ações para combater as
desigualdades
O relatório sugere os
pontos principais para o combate à concentração de riqueza:
·
Reduzir
radicalmente a desigualdade.
- Os governos precisam se comprometer a garantir que, tanto
globalmente quanto a nível nacional, as rendas dos 10% mais ricos não sejam
mais altas do que as dos 40% mais pobres. De acordo com dados do Banco Mundial,
reduzir a desigualdade poderia acabar com a pobreza três vezes mais rápido. Os
governos também devem combater e acabar com o racismo, o sexismo e a divisão
que sustentam a exploração econômica em curso.
·
Taxar os
mais ricos para acabar com a riqueza extrema.
- A política fiscal global deve estar sob uma nova convenção
tributária da ONU, garantindo que as pessoas e corporações mais ricas paguem
sua parte justa. Os paraísos fiscais devem ser abolidos. A análise da Oxfam
mostra que metade dos bilionários do mundo vive em países sem imposto de
herança para descendentes diretos. A herança precisa ser taxada para desmontar
a nova aristocracia.
·
Acabar com
o fluxo de riqueza do Sul para o Norte.
- Cancelar dívidas e acabar com o domínio de
países e corporações ricos sobre mercados financeiros e regras comerciais. Isso
significa desmontar monopólios, democratizar as regras de patentes e regular as
corporações para garantir que paguem salários dignos e limitem os salários dos
CEOs. Reestruturar os poderes de voto no Banco Mundial, no FMI e no Conselho de
Segurança da ONU para garantir uma representação justa dos países do Sul
Global. Os poderosos frutos do colonialismo também devem enfrentar os danos
duradouros causados por seu domínio colonial, pedir desculpas formalmente e
fornecer reparações às comunidades afetadas.
·
Mudança no
sistema de governança global:
- reestruturar instituições como o FMI e
o Banco Mundial para eliminar a dominância do Norte Global e promover a soberania
econômica do Sul Global?
·
Reparações
e justiça histórica:
- reconhecer formalmente e fazer
reparações pelos crimes do colonialismo, incluindo restituições financeiras e
medidas para abordar o impacto contínuo dessa exploração histórica?
·
Fortalecimento
da cooperação Sul-Sul:
- promover acordos
regionais e alianças no Sul Global para reduzir a dependência das economias do
Norte Global e incentivar o desenvolvimento sustentável por meio do
compartilhamento de recursos e conhecimento?.
·
Descolonização
econômica:
- combater as estruturas econômicas coloniais
modernas, como a exploração por corporações multinacionais, e redistribuição de
recursos globais para reduzir desigualdades extremas
¨ Riqueza de milionários aumentou três vezes mais rápido
em 2024, afirma Oxfam
O novo relatório da Oxfam, "As
custas de quem? – A origem da riqueza e a construção da injustiça no
colonialismo", revela que a concentração de riqueza global atingiu níveis
recordes em 2024, superando até mesmo os picos da pandemia. Em apenas um ano,
surgiram mais de 200 novos bilionários, e a fortuna dos super-ricos cresceu a
um ritmo vertiginoso, triplicando em comparação com 2023. De acordo com a
publicação da Oxfam, o fenômeno serve de alerta para a alta
concentração de renda no mundo no século XXI.
“No ano passado, a
Oxfam previu um trilionário em uma década. Se as tendências atuais continuarem,
haverá agora cinco trilionários em uma década. Enquanto isso, de acordo com o
Banco Mundial, o número de pessoas que vivem na pobreza praticamente não mudou
desde 1990”, destaca um trecho do relatório citado pelos
pesquisadores. (O documento pode ser acessado ao final da matéria).
É o fato de
que mais trabalho não gera riquezas. Entre os mais de 2,9 mil bilionários, a
média de crescimento das fortunas foi de US$ 2 milhões por dia. Já os dez
bilionários mais ricos obtiveram uma média de US$ 100 milhões diários. O
trabalhador brasileiro que recebe um salário mínimo precisaria de 109 anos de
trabalho ininterrupto para acumular R$ 2 milhões.
Riquezas não
merecidas
Segundo a
Oxfam, a maior parte da riqueza dos bilionários é tomada, não conquistada.
Cerca de 60% da fortuna dos bilionários é originada de uma dessas três fontes:
herança, nepotismo e corrupção, ou o controle de monopólios. Alguns dos
listados no estudo foram Jeff Bezos, Aliko Dangote, Elon
Musk e Warren Buffett.
“Estamos vendo esse
poder bilionário global se manifestar na posse do presidente bilionário Trump,
apoiado pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk. Trump quer usar seu poder
sobre a maior economia do mundo para cortar impostos para os ultra-ricos e
megacorporações, às custas do resto de nós”, diz a organização.
Os bilionários
resolveram criar uma "biliocracia" a partir dos EUA e
expandi-la para outros países. Musk, que gastou 1,5 bilhão de reais para eleger
Trump, está se imiscuindo em todas as eleições do planeta. Seu alvo agora é a
Alemanha, onde pretende levar ao poder a extremista de direita Alice Weidel, da
AfD, partido que está sendo investigado por suas conexões com o neonazismo.
O número de
bilionários inclusive cresceu mais que o de empreendedores.
Em um mundo onde a
fortuna de alguns aumenta exponencialmente a cada ano, essa conta se torna
ainda mais absurda: para alcançar US$ 2 milhões, considerando a cotação
atual, seriam necessários incríveis 650 anos de trabalho. O Produto
Interno Bruto (PIB) global apresentou um crescimento de cerca de 3,2%,
atingindo uma cifra impressionante de US$ 106,7 trilhões em 2023, segundo o
Banco Mundial.
<><> 45%
da renda mundial na mão de poucos
Esse valor
representa um aumento significativo em relação aos US$ 33,86 trilhões
registrados em 2000, para uma população mundial que, de acordo com a ONU, já
ultrapassou a marca de 8 bilhões de pessoas. No entanto, essa expansão
econômica não se traduziu em uma distribuição equitativa de riqueza.
Enquanto a
Organização das Nações Unidas celebrou a "redução" dos índices de
extrema pobreza, de 29,3% para 9% da população mundial no mesmo período, a
Oxfam alerta que a concentração de renda continua alarmante: os 10% mais ricos
detêm, isoladamente, 45% de toda a riqueza mundial.
Os 125 bilionários
mais ricos do planeta destinam tanto dinheiro a indústrias poluentes que são
responsáveis por emitir, em média, 3 milhões de toneladas de carbono
anualmente. Quanto mais investem em combustíveis fósseis, mais protegem o seu
uso, independentemente das consequências para o restante do mundo.
Uma matéria
da Fórum mostrou que a economia mundial pode sofrer uma queda de até
50% em seu PIB entre os anos de 2070 e 2090 devido aos impactos devastadores
das mudanças climáticas, caso não sejam tomadas ações imediatas para promover a
descarbonização e a recuperação ambiental.
Além disso, em
apenas 10 dias, o 1% mais rico do planeta esgotou o que seria sua cota justa de
emissões de carbono para o ano de 2025, de acordo com outra análise da Oxfam
GB. Nesse curto período, cada integrante dessa elite emitiu, em média, 2,1
toneladas de dióxido de carbono. Em contraste, uma pessoa pertencente à metade
mais pobre da população mundial levaria três anos para causar o mesmo impacto
ambiental.
<><> Norte
Global segue concentrando riqueza
O estudo também
aponta a conexão entre a continuidade do colonialismo, a centralidade das
instituições financeiras no Norte Global e a concentração de
instituições culturais, como universidades de prestígio e empresas de
tecnologia, com a dificuldade de combater a concentração de riqueza.
Essa dinâmica está
ligada a uma lógica de transferência, que envolve a taxação de alimentos e
insumos essenciais, afetando mais as populações pobres, além de uma imposição
de altas taxas de juros e um sistema rigoroso de pagamento de dívidas externas,
sob a supervisão de organismos como o Fundo Monetário Internacional. O 1% mais
rico do Norte Global extraiu US$ 30 milhões por hora do Sul Global em 2023.
Segundo o estudo, a situação global só não está ainda mais grave devido ao
crescimento asiático, especialmente na China, que contribuiu para tirar centenas
de milhares de pessoas da pobreza.
“Usando os dados
orçamentários mais recentes sobre a situação dos trabalhadores, níveis de
tributação e gastos públicos de 161 países, a Oxfam e a Development Finance
International apresentam um quadro mais atualizado no Índice de Compromisso com
a Redução da Desigualdade. O índice revela tendências negativas na grande
maioria dos países desde 2022. Quatro em cada cinco países reduzirão a fatia de
seus orçamentos destinada à educação, saúde e/ou proteção social; quatro em
cada cinco países reduziram a tributação progressiva; e nove em cada dez países
retrocederam em direitos trabalhistas e salários mínimos”, informa a Oxfam.
Fonte: Tradução de
Caue S. Ameni, em Jacobin Brasil/Fórum
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