segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Países-membros da OTAN gastaram mais de R$ 1 trilhão na Ucrânia, segundo análise

Os países da OTAN financiaram a Ucrânia com US$ 191,2 bilhões (cerca de R$ 1,15 trilhão) nos últimos três anos, dos quais mais da metade foi alocada pelos Estados Unidos, calculou a Sputnik se baseando em dados do Ministério das Finanças da Ucrânia, da Universidade de Kiel e dados abertos.

Assim, o total dos 32 países-membros da OTAN forneceram à Ucrânia US$ 191,2 bilhões (cerca de R$ 1,15 trilhão) de fevereiro de 2022 a meados de janeiro deste ano. Desse total, a assistência financeira, que é usada para gastos sociais orçamentários, totalizou US$ 43,3 bilhões (R$ 259,8 bilhões), a ajuda humanitária cerca de US$ 13,4 bilhões (R$ 80,4 bilhões) e foram transferidas armas no valor de US$ 133,4 bilhões (R$ 800,4 bilhões).

Aproximadamente 54% de toda a ajuda, ou US$ 103,8 bilhões (R$ 622, 8 bilhões), foram fornecidos pelos Estados Unidos. Eles foram os principais fornecedores de armas para Kiev – US$ 68,9 bilhões (R$ 413,4 bilhões) e de ajuda humanitária – US$ 3,7 bilhões (R$ 22,2 bilhões), bem como o principal doador do orçamento ucraniano – US$ 31,2 bilhões (R$ 187,2 bilhões).

A Alemanha destinou US$ 17 bilhões (R$ 102 bilhões) à Ucrânia, o que representa 8,9% de toda a ajuda concedida pelos países da OTAN. O Reino Unido foi responsável por US$ 14,8 bilhões (R$ 88,8 bilhões), ou 7,7%.

O financiamento de cada um dos outros países totalizou menos de 5% de toda a ajuda alocada. Assim, os dez maiores doadores incluem o Canadá, que forneceu US$ 8,3 bilhões (R$ 49,8 bilhões), a Dinamarca, com US$ 7,95 bilhões (R$ 47,7 bilhões), e os Países Baixos, com US$ 7,5 bilhões (R$ 45 bilhões).

O financiamento da Suécia para a Ucrânia nos últimos três anos totalizou US$ 5,3 bilhões (R$ 31,8 bilhões), o da França – US$ 4,8 bilhões (R$ 28,8 bilhões), da Polônia – US$ 3,9 bilhões (R$ 23,4 bilhões) e da Noruega – US$ 3 bilhões (R$ 18 bilhões).

Os outros 22 países forneceram um total de US$ 14,8 bilhões (R$ 88,8 bilhões), o que representou apenas 7,7% de todo o financiamento da OTAN.

Anteriormente, o conselheiro do presidente dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, declarou que o regime de Kiev já perdeu mais soldados no conflito ucraniano do que os Estados Unidos durante as guerras da Coreia e do Vietnã. O país já perdeu mais de um milhão de militares, entre mortos e feridos, desde o início da operação militar especial.

¨      Kiev já perdeu mais soldados no conflito do que EUA na Coreia e no Vietnã, diz conselheiro de Trump

O regime de Kiev já perdeu mais soldados no conflito ucraniano do que os Estados Unidos durante as guerras da Coreia e do Vietnã, declarou nesta sexta-feira (24) o conselheiro do presidente dos EUA sobre a Ucrânia, Keith Kellogg. O país já perdeu mais de um milhão de militares, entre mortos e feridos, desde o início da operação militar especial.

"A Ucrânia já perdeu mais [efetivo militar] do que os Estados Unidos nas guerras da Coreia e do Vietnã juntas", disse Kellogg em uma entrevista ao canal Fox News, ao avaliar as perdas irreparáveis das Forças Armadas ucranianas.

Guerra da Coreia (1950-1953) causou a morte de mais de 36 mil soldados norte-americanos, enquanto na Guerra do Vietnã (1955-1975) mais de 58 mil militares perderam a vida.

O conselheiro de Trump disse ainda que conversou com o presidente sobre a situação ucraniana — a avaliação do novo governo é que o conflito será encerrado, mas não através de mais confrontos, e sim negociações.

De acordo com Kellogg, o ex-presidente dos EUA, Joe Biden, buscou "mais armas para que os assassinatos continuem", enquanto o sucessor, Donald Trump, tem uma opinião diferente.

Trump acredita que, para acelerar o fim do conflito, devem ser tomadas medidas econômicas, por isso o atual presidente propôs à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC) reduzir o preço do petróleo. O conselheiro de Trump considera que um preço justo seria "US$ 45 [R$ 266] por barril". Já o Kremlin anteriormente apontou que o conflito ucraniano não depende dos preços do petróleo.

<><> Mais de 1 milhão de perdas no Exército ucraniano

Desde o início da operação militar especial, a Ucrânia já perdeu mais de um milhão de soldados, entre mortos e feridos, mostram os últimos dados do Ministério da Defesa da Rússia. A ação no país começou em 24 de fevereiro de 2022 e, segundo o presidente russo Vladimir Putin, é "proteger as pessoas que durante oito anos sofreram abusos e genocídio por parte do regime de Kiev".

A Rússia considera ainda que o fornecimento de armas para a Ucrânia dificulta a resolução do conflito, envolve diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e é uma "jogada perigosa". O ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, acrescentou que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia será considerada um alvo legítimo para a Rússia.

No ano passado, o presidente Putin propôs um plano de resolução do conflito que inclui um cessar-fogo imediato, a retirada das forças ucranianas dos novos territórios russos e a aceitação de um status neutro, não alinhado e desmilitarizado para a Ucrânia.

Por diversas vezes, Moscou reiterou a disposição para negociar, mas Kiev proibiu os diálogos por meio de uma lei. Enquanto isso, Trump afirmou que Zelensky está disposto a negociar uma solução para o conflito, embora não tenha especificado as condições, e indicou que uma conversa com Putin pode acontecer "muito em breve".

¨      Militar austríaco: Rússia está avançando com sucesso, enquanto o tempo está 'apertando' a Ucrânia

O Exército da Rússia está avançando com sucesso, e a Ucrânia tem cada vez menos tempo para mudar a situação no campo de batalha, opina o coronel do Exército austríaco Markus Reisner em entrevista ao canal de TV ZDF.

"O tempo está a favor da Rússia, e [está] apertando a Ucrânia. A Ucrânia está perdendo esta guerra", disse ele, enfatizando que as tropas russas estão tomando mais e mais territórios todos os dias. Especialmente em Donbass.

Segundo o militar, as negociações, que tanto a Rússia como os EUA estão defendendo, serão cuidadosamente preparadas, mas não está certo que as partes levem em conta os interesses europeus ou se a posição da Ucrânia será levada em consideração.

Anteriormente, o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou a esperança de que as negociações com o presidente russo Vladimir Putin sobre a Ucrânia possam ocorrer ainda antes do que nos próximos seis meses. Antes disso, ele prometeu que poderia chegar a uma solução do conflito na Ucrânia através de negociações.

¨      Marco Rubio suspende ajuda externa para impedir fluxo de armas para Ucrânia

O Departamento de Estado dos EUA emitiu um novo memorando que congela todos os gastos do governo em projetos de ajuda externa, relataram várias mídias norte-americanas.

Mais cedo, Donald Trump assinou uma ordem executiva suspendendo todos os programas de ajuda externa dos EUA.

O documento é ordenado a todas as dependências diplomáticas e consulares que detêm de imediato praticamente toda a ajuda internacional existente.

De acordo com um funcionário do Departamento de Estado, a diretiva suspendeu a ajuda à Ucrânia, à Jordânia e a Taiwan.

Ao mesmo tempo, a medida não afetaria a assistência militar a Israel e ao Egito.

Último pacote de ajuda para Kiev sob gestão Biden foi no valor de US$ 500 milhões

Poucos dias antes do término do mandato de Joe Biden, o então secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, confirmou um pacote de ajuda de US$ 500 milhões (mais de R$ 3 bilhões) para a Ucrânia, deixando quase US$ 4 bilhões (mais de R$ 24 bilhões) restantes da soma designada à Ucrânia para a presidência de Donald Trump.

De acordo com uma publicação no site do Pentágono, o pacote de ajuda incluiria:

# Mísseis AIM-9M, AIM-7 e RIM-7 para sistemas de defesa aérea;

# Blindados lança-pontes;

# Sistemas de segurança de comunicação;

# Armas de fogo, munição e equipamentos de apoio.

<><> EUA cortam ajuda militar à Ucrânia e Zelensky apenas pode negociar a paz, diz professor finlandês

Após a suspensão da ajuda militar dos EUA para a Ucrânia, o atual presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, não tem escolha a não ser negociar, afirma o professor da Universidade de Helsinque Tuomas Malinen na sua página no X.

Segundo a opinião dele, com a recusa de Trump em fornecer à Ucrânia ajuda militar, o presidente ucraniano tem risco de perder seu poder, se não começar a conversar sobre uma resolução pacífica do conflito com a Rússia.

"Portanto, a ajuda militar dos EUA à Ucrânia parece ter sido interrompida. Isso significa que a única opção restante para Zelensky é negociar ou assistir ao colapso das Forças Armadas ucranianas, o que levará a uma capitulação sem condições e/ou a um golpe militar", ressalta o professor.

Anteriormente, a agência de notícias Reuters informou que a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional recebeu uma ordem executiva para interromper o financiamento de projetos na Ucrânia. Além disso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ordenou a suspensão imediata por 90 dias do financiamento de quase todos os programas de ajuda externa, incluindo na Ucrânia.

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que Moscou está aberta ao diálogo com a nova administração dos EUA em relação ao conflito ucraniano. Entretanto, ele sublinhou que a meta não deve ser uma trégua de curto prazo, mas sim uma paz duradoura baseada no respeito pelos legítimos interesses de todos os povos que vivem na região.

¨      Ucrânia nunca se juntará à OTAN e terá dificuldade em aderir à União Europeia, diz premiê eslovaco

A Ucrânia nunca se juntará à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e Kiev terá enormes problemas com a adesão à União Europeia (UE), acredita o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico.

"A Ucrânia nunca vai estar na OTAN, e se vocês ouvirem as declarações recentes de alguns políticos, ela terá grandes problemas com a adesão à União Europeia", disse Fico no programa Diálogos de Sábado.

Anteriormente, Cui Hongjian, professor da Academia de Governança Regional e Global da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim, disse que as promessas da UE e da OTAN de admitir a Ucrânia como membro parecem relativamente "vazias".

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin tem repetidamente dito que a possível adesão da Ucrânia à OTAN é uma ameaça à segurança da Rússia.

Ele enfatizou que os riscos da adesão de Kiev à aliança foram um dos motivos para o início da operação militar especial na Ucrânia.

¨      Vucic afirma que não vai impor sanções contra a Rússia enquanto for presidente da Sérvia

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, prometeu que a Sérvia não imporá sanções contra a Rússia enquanto ele estiver à frente do país.

Vucic, em seu discurso, criticou as ações do Ocidente, as quais descreveu como retrocesso.

"Eles [o Ocidente] querem nos levar de volta a 2000, quando fomos conquistados e escravizados, quando outra pessoa tomava decisões pela Sérvia. Eles querem dizer: 'vocês não serão um país independente'. Eles querem determinar para nós quando e contra quem impor sanções", disse.

O presidente sérvio ainda enfatizou que, enquanto for o presidente da Sérvia, não vai impor sanções "nem à Federação da Rússia, nem aos nossos outros amigos".

No fim do seu mandato, o então presidente dos EUA Joe Biden pressionou a Sérvia a impor sanções contra a empresa russo-sérvia Naftna Industriya Srbije (56,15% de propriedade da Gazprom Neft e Gazprom).

Negociações com Estados Unidos e Rússia foram iniciadas pela Sérvia sobre as sanções esperadas contra a NIS.

O líder sérvio, por sua vez, antecipou que Belgrado não imporia sanções contra Moscou, mesmo com as medidas restritivas em relação à empresa russo-sérvia.

¨      Tropas russas trouxeram estabilidade à República Centro-Africana que ONU não conseguiu, diz analista

Envolta em golpes de Estado e conflitos civis desde sua independência da França, em 1960, a República Centro-Africana está passando por um período de recuperação de estabilidade após a chegada do Africa Corps, grupo militar russo que atua em alguns países da África.

Com uma história de exploração colonial pela França, a República Centro-Africana (RCA) é um dos países da África com os piores índices de desenvolvimento humano.

Ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho, especialistas explicam a situação do país, tão estrategicamente posicionado entre os Congos, a África Ocidental e o Chifre da África.

Entre 1960 e 1993, a RCA passou por uma série de lideranças autoritárias e golpes de Estado, com líderes como Jean-Bédel Bokassa e André Kolingba. Sua primeira eleição democrática, em 1993, tampouco foi diferente. Assumindo o controle do país, Ange-Félix Patassé foi acusado de perseguição a minorias étnicas e deposto em um golpe levado a cabo pelo general François Bozizé.

Desde então, o país se encontra em uma guerra civil em que diferentes grupos lutam tanto pela tomada do poder quanto pela defesa de seu território. Bozizé, por exemplo, foi deposto pelo Séléka, grupo rebelde muçulmano que instaurou seu líder, Michel Djotodia, como presidente e se dissolveu.

Em resposta a isso, milícias cristãs conhecidas como anti-balaka iniciaram uma luta contra grupos formados por ex-guerrilheiros sélékas. Mas essas não são as únicas divisões na sociedade centro-africana.

"São mais de 80 grupos étnicos no país", disse ao programa o professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Alexandre dos Santos.

"Várias dessas milícias se unem e se afastam, combatem umas às outras e depois fazem alianças de ocasião, dependendo do objetivo político."

Durante todo esse tempo até a atualidade, na presidência de Faustin-Archange Touadéra, uma série de missões de paz por parte da União Africana, da França e da Organização das Nações Unidas (ONU) foram expedidas para tentar trazer estabilidade ao país, mas nenhuma alcançou esse objetivo.

Quem hoje consegue trazer uma certa estabilidade ao país, diz Santos, é o Africa Corps, grupo militar russo que realiza o combate a movimentos extremistas na África.

Presente em outros países, como nos integrantes da Confederação da Aliança dos Estados do Sahel, essas forças têm substituído cada vez mais as tropas francesas na promoção de segurança contra o terrorismo no continente.

"Por causa do Africa Corps, a República Centro-Africana tem uma certa estabilidade, porque senão o governo não conseguiria se manter controlando partes importantes do país."

<><> Por que a estabilidade da República Centro-Africana é tão importante?

Toda crise humanitária deve ser corrigida pela humanidade. Porém a que atinge a República Centro-Africana tem um componente geopolítico que a agrava ainda mais.

"É como se fosse uma matrioska", comparou Marcelle Christine Bessa, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). "As crises do país são engolfadas por outras cada vez maiores."

Localizada, como seu nome já diz, ao centro do continente africano, a RCA acaba influenciando e sendo influenciada por problemas ao seu redor.

Há um grande temor de que grupos jihadistas que atuam na África Ocidental, como a Al-Qaeda, o Daesh e o Boko Haram (organizações terroristas proibida na Rússia e em vários outros países), expandam sua atuação para o centro do continente e influenciem os grupos muçulmanos da RCA.

"E de que a ação deles suba para um outro nível de ação, para uma ação muito mais organizada, inclusive internacionalmente com outros grupos."

Outro exemplo, dado por Bessa, é a facilidade com que as fronteiras são atravessadas. Se por um lado isso permite a fuga de deslocados pelos conflitos entre os países, por outro também permite o refúgio de milícias e criminosos em outras fronteiras.

Foi o que Joseph Kony, criminoso de guerra que ficou famoso em 2012 por uma campanha publicitária de denúncia norte-americana, fez para escapar da Justiça. Atuante principalmente na Uganda, mas também no Congo e no Sudão, Kony e seu Exército, Lord's Resistance Army (LRA), muitas vezes se refugiaram na RCA.

"Em termos gerais", diz Santos, "é essa grande encrenca, que o atual presidente da República Centro-Africana tem e todos os presidentes anteriores tiveram".

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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