Trump
escala 'máfia do PayPal' para três missões: cortar gastos, incentivar IA e
tomar Groenlândia
Três objetivos importantes de Donald
Trump em seu retorno à Casa Branca estão nas mãos
de executivos que têm, como ponto em comum, a participação na criação da
empresa de pagamentos pela internet PayPal, em 2000.
Elon Musk, David Sacks e Ken Howery serão
responsáveis, respectivamente, por aconselhar o presidente sobre corte de gastos públicos, desenvolver
políticas para inteligência artificial e criptomoedas, e tomar o controle da Groenlândia.
A chamada “máfia do PayPal” agrega
fundadores e primeiros investidores que atuaram na plataforma no início de seu
desenvolvimento e depois fizeram sucesso com seus próprios negócios. Os três empresários estão nesse
grupo.
No novo governo, Musk comanda o recém-criado
Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês). Sacks é o
“czar de inteligência artificial e criptomoedas”, como definiu Trump. E Howery
foi indicado para ser embaixador dos EUA na Dinamarca – seu nome ainda
precisará ser confirmado pelo Senado.
Todos também estão ligados a outra figura
importante para Trump: Peter Thiel,
que, em 1998, fundou a Confinity – empresa que daria origem ao PayPal dois anos
depois, com a entrada de sócios como Musk e Howery. Ele também foi um dos
primeiros investidores externos do Facebook.
Thiel não tem cargo no governo, mas é apoiador
antigo de Trump e doou dinheiro para suas campanhas em 2016 e 2020. Sua influência sobre o presidente ajudou a emplacar J.D. Vance como vice de Trump. O
empresário foi mentor de Vance no setor da tecnologia, segundo o Washington
Post.
<><> Saiba mais sobre os integrantes da 'máfia do PayPal' que
estarão no governo:
·
Elon Musk
O dono do X, da Tesla e da SpaceX tem se tornado uma das principais vozes do novo governo,
principalmente devido ao alcance de seu perfil na rede social X.
Musk foi um dos cofundadores do PayPal, onde se
manteve como maior acionista até ele ser comprado pelo eBay em 2002.
Na época, ele chegou a ser diretor-geral da empresa
e foi substituído justamente por Peter Thiel. Anos depois, os dois estariam
juntos no grupo de primeiros investidores da OpenAI, criadora do ChatGPT.
Figura central na campanha republicana, gastou cerca de US$ 200 milhões em apoio a Trump, de acordo com a Associated Press
O departamento comandado pelo bilionário não é um órgão oficial e funcionará como uma comissão externa,
semelhante a uma consultoria.
Ele disse que, no DOGE, pretende "expor o
desperdício insano e a corrupção governamental" e que a missão do
departamento é acabar com "as carreiras de políticos enganadores e
egoístas".
Na prática, Musk e os demais integrantes darão
sugestões de cortes de gastos, mas não terão autoridade para tirá-los do papel
porque essas mudanças exigem aprovação do Congresso. O que pode ajudá-los é o
fato de que Trump tem maioria tanto na Câmara quanto no Senado.
·
David Sacks
Diretor de operações nos primeiros anos do PayPal e
fundador da rede de contatos profissionais Yammer, Sacks é amigo próximo de Musk, segundo o The New
York Times, e incentivou a entrada do bilionário da Tesla no campo da política.
Sua influência no conservadorismo norte-americano
também aumentou com o lançamento do podcast de sucesso “All-In”, em 2020.
De acordo com a agência Reuters, Sacks foi um
defensor pioneiro das criptomoedas. Em entrevista à CNBC, em 2017, ele disse
que a ascensão do bitcoin, a principal criptomoeda do mundo, estava
revolucionando a Internet.
“David orientará as políticas de governo em IA e
criptomoeda, duas áreas críticas para o futuro da competitividade
americana", anunciou Trump, em dezembro passado. "David se
concentrará em tornar a América a líder global em ambas as áreas.”
O presidente tem mostrado que prioriza os dois
temas em sua gestão. No primeiro dia de governo, ele revogou uma medida de Joe Biden que estabelecia padrões de
segurança para a inteligência artificial.
No segundo dia, anunciou um investimento de até US$ 500 bilhões para construção de uma infra-estrutura para IA no Texas.
Na quinta (23), Trump determinou a criação, em até
180 dias, de um plano de ação de inteligência
artificial para desenvolver políticas que possam “sustentar
e aprimorar o domínio global de IA dos EUA”.
No mesmo dia, ordenou a criação de um grupo de trabalho de criptomoedas encarregado de
propor novas regulamentações sobre ativos digitais e
explorar a criação de um estoque nacional de moedas eletrônicas, segundo a
Reuters.
·
Ken Howery
Outro cofundador do PayPal, Ken Howery é sócio de
Peter Thiel na empresa de capital de risco Founders Fund e amigo próximo de Musk – que costuma frequentar
sua casa em Austin, no Texas, segundo o The New York Times.
Ele não é um novato na política: foi embaixador dos
EUA na Suécia entre 2019 e 2021, durante o primeiro governo Trump.
Agora, no entanto, a missão como embaixador do país
na Dinamarca pode ser bem mais complicada.
Howery terá a árdua tarefa de conseguir que
os EUA, de alguma maneira, assumam o controle da Groenlândia – um território com governo próprio, mas sob a Constituição da
Dinamarca.
Ao anunciar Howery, ainda em dezembro, Trump
escreveu que “os EUA têm o sentimento de que, para o propósito de segurança
nacional e liberdade em todo o mundo, a propriedade e o controle da Groenlândia são uma
necessidade absoluta”.
Autoridades dinamarquesas e europeias, no entanto,
já disseram que a Groenlândia não está à venda e que sua integridade
territorial deve ser preservada, o que representa um desafio para qualquer
investida norte-americana sobre a ilha.
¨
Trump diz a premiê da Dinamarca estar 'determinado a
tomar Groenlândia' e ouve que ilha não está à venda, afirma jornal
Donald Trump, presidente dos Estados
Unidos, disse estar "determinado em tomar a Groenlândia" em ligação telefônica tensa para a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, de acordo com o jornal inglês "Financial
Times".
A premiê respondeu que a ilha no Ártico, parte
autônoma da Dinamarca, "não está à venda",
apesar do "grande interesse" dos EUA. A Casa Branca não confirmou a existência da ligação.
O "Financial Times" cita ainda que cinco
autoridades de alto escalão da Europa comentaram que a "conversa seguiu por um caminho muito ruim",
com o presidente americano sendo agressivo e confrontando Frederiksen.
A premiê, ainda segundo o jornal, ofereceu
uma maior cooperação nas bases
militares na ilha, além de parcerias na exploração de recursos minerais.
Antes da posse, Donald Trump afirmou em uma entrevista coletiva que deseja tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia. O republicano
também declarou que pretende mudar o nome do Golfo do México e sugeriu a incorporação do Canadá aos EUA.
Durante a coletiva, Trump afirmou que pretende usar
a força econômica para atingir seus objetivos, como a aplicação de sanções ou o
aumento de tarifas.
>>> Atualmente, as áreas que Trump deseja
impor controle americano são administradas da seguinte forma:
·
Canal do Panamá: é controlado
totalmente pelo governo do Panamá desde 1999, mas já foi administrado pelos
Estados Unidos. O canal foi construído no início do século 20, possibilitando o
tráfego de navios entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
·
Groenlândia: território com governo
próprio, mas sob a Constituição da Dinamarca. A ilha está localizada no
Atlântico Norte, entre a América do Norte e a Europa.
·
Canadá: país independente com governo próprio. A
região já foi controlada pelo Reino Unido e faz fronteira com o norte dos Estados
Unidos.
·
Golfo do México: área que banha os Estados
Unidos, México e Cuba. Não existe um único país responsável pelas águas da
região, cuja administração segue tratados internacionais.
No caso do Canal do Panamá e da Groenlândia, Trump
afirmou que não descarta o uso de
força militar para controlar as duas regiões. O presidente eleito
justificou que ambas são importantes para a economia e a segurança dos Estados
Unidos.
Já sobre o Canadá, Trump disse que os Estados
Unidos gastam muito para proteger o país vizinho. Ele defendeu que uma espécie
de fusão seria mais simples e ameaçou aplicar tarifas sobre produtos
canadenses.
¨ Trump planeja iniciativa para 'limpar' Gaza e levar
palestinos para Egito e Jordânia
O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, apresentou no sábado (25) uma iniciativa para
"limpar" a Faixa de Gaza e disse querer que Egito e Jordânia recebam
os palestinos deste território como forma de alcançar a paz no Oriente Médio.
"Estamos
falando de 1,5 milhão de pessoas, e simplesmente limparemos tudo isso",
disse Trump à imprensa, referindo-se a Gaza como um "local de
demolição". Ele disse que a medida poderia ser "temporária ou de
longo prazo".
O republicano
afirmou que havia conversado com o rei Abdullah II da Jordânia e esperava falar
com o presidente egípcio Abdel Fatah al Sissi no domingo.
"Gostaria que
o Egito levasse as pessoas e gostaria que a Jordânia levasse as pessoas",
disse Trump a bordo do Air Force One.
A maioria dos 2,4
milhões de habitantes de Gaza foi deslocada, alguns deles várias vezes, devido
à guerra na Faixa de Gaza iniciada em 7 de outubro de 2023.
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A ideia foi
aplaudida pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich.
"A ideia de
ajudá-los a encontrar outros lugares para começar uma vida melhor é uma excelente
ideia. Após anos de glorificação do terrorismo, (os palestinos) poderão
estabelecer vidas novas e boas em outros lugares", disse Smotrich em
comunicado.
"Durante anos,
os políticos propuseram soluções inviáveis, como a divisão da terra e a criação
de um Estado palestino, o que colocou em risco a existência e a segurança do
único Estado judeu do mundo", acrescentou o ministro, cujo partido é uma
parte essencial do governo de coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
¨ Declarações de Trump sobre gêneros criam divisão
ideológica entre EUA e UE, diz filósofo russo
A divisão
ideológica entre os EUA e os países da UE está ligada às declarações do
presidente dos EUA, Donald Trump, sobre gênero, afirma o filósofo russo
Aleksandr Dugin.
Segundo Dugin, Trump está
provocando uma séria colisão entre norte-americanos e europeus após dizer
tudo o que ele pensa sobre os temas de justiça social, racial e sexual.
"Haverá um
confronto muito sério entre a Europa e os EUA com Trump, porque os principais
líderes dos principais países
europeus são
liberais de esquerda e globalistas convencidos. Exatamente convencidos. Eles
são fanáticos pela censura liberal, apoiadores da cultura
'woke' [a cultura que considera as questões de justiça social, racial e
sexual], apoiadores da política de 'diversidade, igualdade e
inclusão [DEI, na sigla em inglês]'", ressalta o filósofo na sua
entrevista à Sputnik.
No entanto, Dugin
sublinhou que Trump também tem seus apoiadores na Europa, não apenas
adversários. Entre eles o filósofo menciona o primeiro-ministro da
Eslováquia, Robert Fico, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e alguns
políticos de movimentos populistas de direita.
Anteriormente, o
presidente dos EUA, Donald Trump, cancelou a chamada política de DEI
do governo dos EUA, chamando-a de discriminatória. Durante seu discurso de
posse, Trump declarou que a política oficial dos EUA a partir de agora
reconhece apenas dois gêneros – masculino e feminino.
Fonte: AFP/g1
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