Lula convida
Sheinbaum a visitar o Brasil para ‘fortalecer relações’ após posse de Trump
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou por telefone com sua homóloga mexicana Claudia
Sheinbaum, em ligação realizada nesta quinta-feira (23/01).
Em mensagem publicada em suas redes sociais, o mandatário brasileiro
disse que convidou a presidenta do México a visitar o Brasil, e que enfatizou a
necessidade de seus dos países “fortalecerem suas relações” diante do atual
cenário regional.
“Convidei a Presidenta do México para uma visita de Estado ao Brasil,
para darmos impulso adicional ao excelente momento do relacionamento bilateral
entre nossos países”, relatou.
Na postagem, Lula contou que o novo governo dos Estados
Unidos, agora liderado pelo magnata de extrema direita Donald Trump, foi um dos temas da conversa com Sheinbaum.
“Reafirmamos o propósito de cultivar relações produtivas com todos os
países das Américas, incluindo a nova administração dos Estados Unidos, a fim
de manter a paz, fortalecer a democracia e promover o desenvolvimento da
região”, frisou o presidente.
Em seguida, Lula falou sobre o fortalecimento da Comunidade de Estados Latino-Americanos
e Caribenhos (CELAC) e outros foros regionais.
Também através das redes sociais, Sheinbaum respondeu a mensagem do
brasileiro, dizendo “obrigado ao Presidente Lula por sua ligação, vamos
fortalecer as relações culturais e educativas com a república irmã do Brasil”.
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Brasil vai lançar em fevereiro novo plano para alavancar desenvolvimento
ferroviário, diz ministro
Com mais de 30 mil
km de trilhos, conforme a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários
(ANTF), o Brasil não vê avanços no tamanho da malha ferroviária há quase 100
anos. Em 2024, o governo chegou a afirmar que investimentos no setor seriam
prioridade.
O ministro dos
Transportes, Renan Filho, confirmou nesta quinta-feira (23) que o governo vai
lançar um novo plano nacional para
o desenvolvimento ferroviário na primeira quinzena de fevereiro.
"Tive uma primeira
conversa com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva], apresentando a ele a
carteira de projetos. O presidente aprovou e nós estamos organizando para
fazer o lançamento nos primeiros dias de fevereiro", afirmou em entrevista
ao programa Bom Dia, Ministro.
Conforme Renan
Filho, entre os principais objetivos está a retirada das ferrovias que
passam dentro das cidades
no Brasil.
"Vamos divulgar os projetos, discutir com o mercado e os investidores. Vai
ser super relevante porque é muito necessário que a gente retire carga e
coloque nas ferrovias para evitar os conflitos rodoviários que o Brasil
ainda vive", acrescentou.
Entre os exemplos,
o ministro citou o caso de São Paulo, cujos trens de
uma das principais empresas de logística ferroviária do país passa na região
central da capital. "Aquilo é incongruente com uma cidade da dimensão de
São Paulo. A gente precisa, cada vez mais, revisar isso", pontua.
Além disso, o
ministro lembrou que a atual estrutura foi construída há muitas
décadas e que é necessária uma modernização. "Não dá para mudar
totalmente porque elas [as ferrovias] foram construídas em outro momento, fazem
muitas curvas e, com essas curvas, não dá para aumentar a velocidade. Se não
tem velocidade, não compete com ônibus, caminhão e van. É um trabalho complexo,
precisa de investimento público pesado, de massa."
Investimentos de
quase R$ 100 bilhões no Brasil
No ano passado, o
governo federal chegou a anunciar que a expectativa de investimentos para
ampliar o modal ferroviário brasileiro é de R$ 94,2 bilhões até 2026 (R$ 6
bilhões em recursos públicos e R$ 88,2 bilhões em investimento privado),
através do Novo Programa de
Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
A densidade da
malha ferroviária no Brasil é de 30,81 mil km, segundo a Associação Nacional
dos Transportadores Ferroviários (ANTF). Se comparada à dos EUA, país de
extensão territorial similar, a densidade ferroviária brasileira chega a ser
quase dez vezes menor, uma vez que os norte-americanos contam com 293,56
mil quilômetros de linhas férreas.
No primeiro ano do
governo Lula, de acordo com o Ministério dos Transportes, intervenções
importantes foram feitas no setor ferroviário. Houve, por exemplo, a retomada
das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que corta sete
municípios no sul da Bahia, entre Ilhéus e Aiquara. As obras da Ferrovia
Norte-Sul (FNS), que liga Estrela D'Oeste (SP) e Açailândia (MA), também foram
concluídas.
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México anuncia criação de 35 mil empregos para deportados dos EUA
A presidenta do México,
Claudia Sheinbaum, anunciou nesta sexta-feira (24/01) que o país
pretende oferecer cerca de 35 mil empregos para os mexicanos que forem deportados pelo governo
dos Estados Unidos.
Segundo a mandatária, a iniciativa será coordenada pelo Conselho de
Coordenação Empresarial (CCE), uma entidade governamental dedicada a dialogar
com o setor empresarial e colocar em práticas políticas nascidas desse diálogo.
Durante a coletiva de apresentação da nova política de apoio aos
deportados, Sheinbaum evitou utilizar o termo “deportados”, preferindo
chamá-los de “repatriados”. Ela explicou que uma das tarefas do Conselho será
criar uma fórmula para que os mexicanos repatriados sejam realocados às mesmas
áreas de trabalho que ocupavam nos Estados Unidos.
O líder do CCE, Francisco Cervantes Díaz, disse que já foram realizadas
reuniões com a Confederação Patronal do México (Coparmex) e com diversas
organizações de pequenos e médios empresários e comerciantes, na qual já teriam
recebido a adesão de mais de 50 líderes dos setores empresariais mexicanos.
T-MEC
Na coletiva, Sheinbaum também falou sobre as relações e acordos com os
Estados Unidos, e enfatizou a polêmica sobre o Acordo Comercial México, Estados
Unidos e Canadá (T-MEC), surgida das declarações do presidente estadunidense
Donald Trump sobre revisar os termos desse tratado.
Segundo a mandatária mexicana, “o que foi assinado (por Trump, nos
decretos da última segunda-feira, 20/01) sobre essa questão (T-MEC) estabelece
que seja iniciado um processo de revisão, como deve ser, ou melhor, um processo
de consulta, dentro dos Estados Unidos para a revisão do tratado em 2026”.
A presidenta do México que seu país seguirá “trabalhando para fortalecer
o acordo comercial que ajudou as economias dos três países”.
Sheinbaum também assegurou que tanto a postura do México com relação ao
T-MEC, quanto o programa para ajudar os mexicanos vindos dos Estados Unidos não
visam confrontar o presidente Trump.
“O apoio aos repatriados não é um
plano temporário, mas de longo prazo, para além deste sexênio. O objetivo é
garantir um crescimento econômico com desenvolvimento equitativo e sustentável
do país”, disse a presidenta.
Vale lembrar que “sexênio” é o termo com o qual os mexicanos se referem
aos mandatos presidenciais de seis anos do país – sem direito a reeleição.
Assim, Claudia Sheinbaum, que assumiu seu “sexênio” em outubro de 2024, deve
continuar no cargo até meados de 2030.
<><> Governo do México quer proibir milho transgênico na Constituição
A presidenta do México Claudia Sheinbaum apresentou quinta-feira (23/01)
um projeto para introduzir na Constituição do país a proibição do cultivo de
milho transgênico e declarar o milho nativo patrimônio da identidade nacional.
O objetivo é conservar e proteger o milho nativo do país que apresenta a
maior diversidade genética desse produto no mundo. São mais de 59 tipos
diferentes só entre os cultivados comercialmente, sem contar os silvestres.
“A diversidade de milhos nativos e seus parentes silvestres no México
representa um acervo genético incalculável e insubstituível, fundamental para a
agricultura e a segurança alimentar mundial. É responsabilidade do Estado
resguardar essa diversidade para as gerações futuras”, destacou a presidenta na
declaração de motivos do projeto.
Segundo especialistas, a variabilidade genética é elemento chave para
que um cultivo se adapte a mudanças no meio ambiente, como as decorrentes do
aquecimento global.
O milho é considerado um dos alimentos mais utilizados pelos mexicanos,
que consomem em média 328 gramas do produto por dia, o que corresponde a 39%
das suas necessidades diárias de proteínas, 45% das calorias e 49% do cálcio.
Incorporar os
agricultores ao desenvolvimento nacional
O projeto encaminhado à Câmara dos deputados propõe incluir no artigo 4
da Constituição que “o milho é elemento de identidade nacional, cujo cultivo
deve ser livre de transgênicos, priorizando seu manejo agroecológico”.
Também propõe que o artigo 27 estabeleça como responsabilidade do Estado
“fornecer as condições para o desenvolvimento rural integral, garantindo que os
agricultores se incorporem ao desenvolvimento nacional”. Estabelece também que
o Estado fomentará a atividade agropecuária e florestal para o uso ótimo dos
recursos da terra “livre de cultivos e sementes para cultivo de milho
transgênico”.
A variedade de tipos de milho do México é resultado da diversidade de
ambientes naturais aos quais o produto se adaptou e foi adaptado por dezenas de
povos originários da região. Há indícios de que o produto é cultivado no país
há quase 8 mil anos. Atualmente, mais de 80 povos originários e famílias
camponesas o cultivam com técnicas de manejo próprias.
“A semeadura das próprias
sementes e a experimentação de novos materiais obtidos por através das trocas
entre esses grupos mantêm vivos os processos de evolução e diversificação da
cultura”, destaca o projeto.
>>> Proteção
do milho nativo irritou os Estados Unidos
A opção pelo caminho constitucional para proibir o milho transgênico
decorre das anteriores tentativas de fazê-lo por lei. O ex-presidente Andrés
Manuel López Obrador apresentou decretos, em 2020 e em 2023, com o mesmo
objetivo de proteger a biodiversidade de milhos nativos.
A modificação genética feita no milho o torna resistente ao glifosato,
agrotóxico que mata todas as outras plantas do entorno e que é considerado por
muitos estudiosos como cancerígeno. Os projetos de lei de Obrador centravam
seus argumentos nos danos que esse produtos faz à saúde humana e ao meio
ambiente.
A iniciativa gerou tensão com os Estados Unidos, devido aos efeitos que
essa proibição poderia causar às suas exportações. Durante o governo de Joe
Biden (2021-2025), o país vizinho argumentou que a medida buscada pelo México
violaria o Acordo Comercial entre México, Estados Unidos e Canadá (o T-MEC).
O parecer final entregue por três especialistas do T-MEC em dezembro de
2024, impugnou os aspectos dos decretos mexicanos que restringiam o milho
transgênico e o uso do glifosato, com o argumento de que era de que a proibição
não se baseava em evidências científicas.
O governo do México alegou que não concordava com a medida, pois suas
políticas estariam “perfeitamente alinhadas com os princípios de proteção à
saúde pública e dos direitos dos povos indígenas”. Porém, acabou acatando a
determinação do T-MEC.
>>> Banco
de sementes para preservar variedades
De acordo com a proposta de emenda constitucional apresentada por
Sheinbau, existem diversas disposições no marco regulatório mexicano e
internacional que permitem proteger as espécies nativas.
Na quarta-feira (23/01), a prefeita da Cidade do México, Clara Brugada
assinou um decreto que implementa a mesma proibição na capital do país. Ela
também anunciou que criará de bancos de germoplasma (sementes) de milho nativo
para garantir que nenhuma de suas variedades se extinga.
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Trump volta a atacar imigração e anuncia mais soldados na fronteira com
México
Em uma entrevista ao canal conservador Fox News, nesta
quarta-feira (22/01), Donald Trump disse que vai intensificar ainda mais as medidas contra a
imigração, dois dias após seu retorno à Casa Branca. O republicano, que prometeu deportar milhões de estrangeiros sem
documentos dos Estados Unidos, alegou que “milhares de terroristas” estavam
presentes no país e acusou a política adotada pelo governo Biden de
“permissiva”.
Trump conversou ao vivo do Salão Oval com Sean Hannity, um dos
principais apresentadores do canal. De acordo com o presidente, países como a
Venezuela “tiraram suas gangues das ruas e as transferiram para os Estados
Unidos”, disse. “Nós vamos cuidar disso”, ressaltou. “Chegamos bem a
tempo”.
Pouco antes da entrevista, a porta-voz de Trump, Karoline Leavitt,
anunciou que o Exército norte-americano enviaria “1.500 soldados adicionais
para a fronteira sul” com o México, além dos 2.000 que já estão no local.
O novo governo dos EUA também suspendeu até nova ordem todas as
entradas nos Estados Unidos de milhares de refugiados de todo o mundo que
solicitaram asilo, incluindo aqueles que tiveram o pedido aceito.
O Departamento de Justiça norte-americano ameaçou entrar com ações
contra as autoridades locais que não implementarem as políticas anti-imigração
de Donald Trump.
O Congresso também aprovou nessa quarta-feira o primeiro projeto
de lei da Presidência de Trump sobre imigração ilegal. A medida, que deve ser
sancionada pelo presidente em breve, exige a detenção automática pela polícia
federal de imigrantes indocumentados que foram condenados ou acusados de certos
crimes.
Cerca de quarenta membros do Partido Democrata votaram a favor da
lei, o que demonstra um endurecimento da classe política norte-americana em
relação ao tema, incluindo a ala mais moderada.
Durante a entrevista à Fox News, Trump também foi
questionado sobre seu perdão às mais de 1.500 pessoas indiciadas pelo ataque ao
Capitólio, inclusive as que foram condenadas por violência contra a polícia. “A
maioria era absolutamente inocente. Houve apenas pequenos incidentes. A maioria
deles foi fabricada por pessoas da CNN“, justificou, acusando o
canal de TV norte-americano.
<><> Desmantelamento
de políticas pró-diversidade
As primeiras decisões anunciadas por Trump também incluem o
desmantelamento das políticas para promover a diversidade dentro do governo
federal. Todos os funcionários que atuam nos programas DEIA (Diversidade,
Equidade, Inclusão e Acessibilidade) serão colocados em licença forçada.
O termo “DEI”, que no vocabulário dos recursos humanos se refere
aos objetivos de recrutar pessoas de minorias raciais ou sexuais, tornou-se um
dos principais alvos da extrema direita americana.
Em um comunicado na noite de terça-feira (21/01), a Casa Branca
lembrou da “promessa constitucional de igualdade racial neutra” e a promoção do
“mérito”.
Após a eleição do republicano, várias grandes empresas
norte-americanas encerraram seus programas de diversidade e inclusão, em
particular Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), McDonald’s, a fabricante Ford
e os supermercados Walmart.
<><> Dois gêneros
reconhecidos
Donald Trump também assinou uma ordem executiva após sua posse que
limita os gêneros reconhecidos pelo estado a “masculino e feminino”, negando
assim a existência oficial de pessoas transgênero.
A bispa episcopal de Washington, Mariann Budde, ficou comovida com
essa virada ultraconservadora. Durante um culto na igreja, ela expressou
preocupação com o medo que as políticas do presidente semearam entre imigrantes
e membros da comunidade LGBT +.
Fonte: Opera Mundi/Sputnik Brasil
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