segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

O que significa quando uma pessoa desvia o olhar ao falar, de acordo com a psicologia

O contato visual revela muito mais sobre uma pessoa do que se imagina. Como parte essencial da comunicação não verbal, evitar ou desviar o olhar pode carregar significados variados, dependendo do contexto social. Mas o que exatamente está sendo transmitido quando alguém desvia o olhar em vez de nos encarar diretamente? E o que nós, ao fazermos o mesmo, estamos comunicando à outra pessoa?

·        1. Timidez ou ansiedade social

Em muitas situações, evitar o contato visual pode ser um sinal de timidez ou introversão. Pessoas tímidas geralmente acham mais fácil se comunicar sem fazer contato visual e isso pode ser acompanhado de outros comportamentos, como falar em um tom de voz baixo, corar facilmente ou não se destacar em uma multidão.

A timidez, por si só, pode ser algo simples, mas também pode esconder um medo intenso de ser julgado pelos outros, levando à ansiedade social. Essa condição frequentemente se manifesta por comportamentos como desviar o olhar, corar ou suar, especialmente em situações onde o contato visual ou a interação social geram desconforto.

·        2. Transtornos do espectro autista (TEA)

A sobrecarga sensorial que acontece quando olhamos nos olhos uns dos outros pode ser física e emocionalmente muito estimulante para pessoas com Transtornos do espectro autista (TEA).

·        3. Esconder algo

Os olhos são conhecidos como o espelho ou a porta para a alma, sendo incrivelmente reveladores e incapazes de guardar segredos. Se gostamos de alguém, cometemos algo que preferimos não contar ou estamos escondendo algo, seja positivo ou negativo, olhar diretamente nos olhos é a maneira mais rápida de expor o que sentimos ou pensamos.  

Nesses casos, falar sem estabelecer contato visual torna-se mais fácil. É mais confortável desviar o olhar do que encarar diretamente as retinas da outra pessoa, especialmente quando estamos tentando ocultar algo.  

·        4. Desconforto

Além das razões mencionadas, se você conversar com alguém que não olha nos seus olhos, isso pode ser sinal de desconforto com a conversa ou desinteresse. Existe uma grande diferença entre as duas situações: uma reunião com o chefe não é o mesmo que um bate-papo com um colega de escritório. No entanto, em ambos os casos, desviar o olhar pode ser uma resposta ao desconforto ou ao desinteresse, respectivamente.

·        5. Sintomas depressivos

Pessoas com sintomas depressivos tendem a olhar para os olhos dos outros por períodos mais curtos do que aquelas que não apresentam esses sintomas. Essa conclusão foi tirada de um estudo no qual os pesquisadores observaram que essas pessoas desviavam o olhar com mais frequência.

·        6. Tempo para pensar

Em uma conversa, é comum desviar o olhar, enquanto o ouvinte mantém o contato visual. Isso acontece porque, ao acessar a informação que vamos compartilhar, olhamos para o "infinito" como uma forma de buscar concentração. Se olharmos nos olhos da outra pessoa, podemos nos distrair e perder o foco.

O que significa mexer muito as pernas quando se está parado, segundo a psicologia

Você já se pegou mexendo as pernas enquanto esperava para ser atendida no consultório médico, estava em uma fila ou até mesmo trabalhando? Esse comportamento pode parecer apenas uma mania, mas, na verdade, a psicologia tem algumas explicações bem interessantes para ele. 

Esses movimentos involuntários, que muitas vezes passam despercebidos, podem estar ligados a fatores como ansiedade, necessidade de concentração ou até mesmo a uma forma inconsciente de liberar energia acumulada. Vamos entender melhor o que está por trás desse hábito com a psicóloga do grupo Mantevida, Hellen Caroline Andrade.

¨      O que significa quando uma pessoa interrompe constantemente uma conversa, segundo a psicologia

Todos conhecemos alguém com esse perfil: uma pessoa que interrompe um grupo de amigos, que fala quando estamos contando alguma coisa e que, independentemente do contexto, sempre interrompe a conversa para contar seu ponto de vista ou, pior ainda, para mudar ativamente de assunto. Queremos nos sentir ouvidos, caso o contrário, o relacionamento pode começar a se desgastar.

As interrupções constantes de uma mesma pessoa parece um desrespeito conosco e com os nossos pensamentos, provocando uma sensação de invasão do espaço pessoal, e a impossibilidade de concluir a ideia sobre a qual falávamos prejudica o processo de comunicação.

Como explicou Maria Venetis, professora associada de comunicação da Universidade Rutgers, ao The New York Times, isso pode parecer degradante, condescendente e pode nos deixar irritados “porque implica que minhas ideias ou minha participação são inválidas”. Essa interrupção é tão desagradável que, segundo a pesquisa de Susan RoAne para seu livro “What Do I Say Next”, é um dos três principais fatores que encerram uma conversa.

Os motivos pelos quais a pessoa interrompe vão além de ser impertinente ou um narcisista que pouco se importa com o que os outros têm a dizer. Ela nem sequer interrompe necessariamente por estar entediada. Segundo a psicologia, por trás dessas interrupções crônicas existem diversos fatores que podem ir desde traços de personalidade até distúrbios psicológicos e diferenças culturais.

<><> Necessidade de controle

Para alguns, interromper os outros pode ser resultado de impaciência. Talvez a conversa não esteja indo para onde desejam ou esteja se desenvolvendo muito lentamente, na opinião deles. Eventualmente, essas pessoas têm definido objetivos que desejam alcançar e a forma de conseguir isso é interrompendo e assim assumindo o controle da conversa para direcioná-la.

<><> Padrão de família

É possível que o adulto que interrompe tenha aprendido esse padrão quando criança. Isso pode fazer com que pareça para ele um comportamento natural ou algo que se faz quase automaticamente, porque é assim que sua família se comunica. Não é justificável, mas explicaria por que, para algumas pessoas, é algo quase inato que elas acham difícil de evitar. Elas podem até pensar que interromper os outros é o que torna uma conversa dinâmica, sem saber que seu interlocutor pode receber isso como algo negativo.

<><> TDAH ou falta de autocontrole

De acordo com a Dra. Sharon Saline, “as pessoas com TDAH geralmente têm controle de impulsos verbais mais fraco e problemas de memória de trabalho e metacognição. Elas podem interromper e não se lembrar de esperar sua vez porque não confiam em si mesmas para lembrar depois o que querem dizer”. Isso também pode ocorrer com pessoas neurodivergentes, pessoas do espectro autista ou qualquer pessoa sem autocontrole.

Russell Barkley, especialista em TDAH, afirma em seus livros que esses sintomas ocorrem devido a déficits na função executiva do cérebro, parte responsável por regular comportamentos, controlar impulsos e planejar ações.

Essas pessoas possuem dificuldade em filtrar estímulos irrelevantes e até mesmo em filtrar seus próprios pensamentos dos outros, o que significa que podem ser capazes de se concentrar em uma conversa por alguns minutos antes que sua atenção se desvie.

O especialista em TDAH, Russell Barkley, afirma em seus livros que esses sintomas ocorrem devido a déficits na função executiva do cérebro, parte responsável por regular o comportamento, controlar impulsos e planejar ações. As pessoas com TDAH têm dificuldade para filtrar estímulos irrelevantes, o que significa que podem se concentrar em uma conversa por alguns minutos antes de desviar a atenção.

<><> Poucas habilidades de escuta ativa

Carl Rogers, promotor da psicologia humanística, explicou que, durante a escuta ativa, é necessário que “o ouvinte suspenda os seus próprios julgamentos e se envolva genuinamente na experiência do outro”. Só assim se pode fazer uma interpretação correta do que é transmitido, quando a escuta é consciente e faz uso de nossas capacidades cognitivas, sendo também empática e utilizando a inteligência emocional.

Se a pessoa não possui capacidade de escuta ativa, em vez de prestar atenção ao que está sendo dito, ela prepara mentalmente o que quer dizer em seguida, acaba perdendo a paciência e interrompe.

<><> Excesso de entusiasmo

A psicóloga Barbara Fredrickson observou em sua pesquisa sobre comunicação emocional que as emoções positivas, como o entusiasmo, ampliam a atenção e levam as pessoas a agir rapidamente. Nas interações sociais, esse entusiasmo se traduz em uma comunicação mais ativa e possivelmente interruptiva.

Como explicam os especialistas da VeryWellMind, “eles interrompem porque estão tão empolgados com o que você está dizendo que não conseguem esperar até o final da sua declaração para contribuir com seus próprios pensamentos e sentimentos”. Esse excesso de impulso mal administrado faz com que interrompam enquanto outros falam, em vez de controlar a emoção e deixar que a outra pessoa termine o que queria dizer.

<><> Uma questão de gênero

O último motivo, e talvez o mais curioso, é que as diferenças de gênero podem ser um motivo para interrupção. Um estudo da Universidade George Washington descobriu que os homens interrompem as mulheres com 33% mais frequência do que outros homens.

Joanna Wolfe, da Universidade Carnegie Mellon, estuda o papel que o gênero desempenha na comunicação e afirma que “a pesquisa mostrou que os homens têm mais probabilidade do que as mulheres de fazer interrupções intrusivas que silenciam outros oradores, e as mulheres têm mais probabilidade de ser o alvo dessas interrupções”. É algo para se pensar.

¨      O que significa mexer muito as pernas quando se está parado?

Se você já se pegou mexendo as pernas sem parar enquanto estava sentado ou parado, precisa entender que esse movimento não se trata apenas de uma “mania”. 

Para a psicóloga  Hellen Caroline, essa ação repetitiva pode ser uma forma do corpo expressar inquietação física ou emocional. "Mexer muito as pernas, ou quaisquer movimentos repetitivos, pode ser uma manifestação de tentativa de liberar energia acumulada, aliviar ansiedade ou manter o foco em situações monótonas", explica.

Em alguns casos, esse comportamento pode estar associado a condições específicas, como transtorno de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou até síndrome das pernas inquietas (SPI). "Porém, nem sempre indica um transtorno e pode ser um hábito em situações de tédio ou nervosismo", pondera a especialista.

<><> Gatilhos que podem causar esse movimento das pernas

O hábito de mexer as pernas pode ser desencadeado por diversos fatores — desde questões emocionais até aspectos físicos ou comportamentais. Segundo a psicóloga, "ansiedade, estresse, tédio e até a necessidade de manter a concentração são motivos comuns para esses movimentos repetitivos."

Quando estamos ansiosos ou estressados, o corpo tende a buscar formas de liberar a tensão acumulada, e mexer as pernas pode ser uma solução simples e instintiva. O mesmo vale para momentos de tédio, em que o movimento atua quase como uma distração automática. "Em situações em que precisamos manter o foco, balançar as pernas pode ajudar o cérebro a processar informações ou sustentar a atenção", complementa Hellen.

<><> Dicas para controlar ou diminuir o hábito de mexer as pernas

Se essa “mania” vem causando incômodo em você ou nas pessoas ao seu redor, existem formas de reduzir essa inquietação. Segundo a psicóloga Hellen, "praticar técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou meditação, pode ajudar a acalmar o corpo e a mente."

Outra dica valiosa é fazer alguma atividade física regularmente: "Exercícios ajudam a gastar energia acumulada e a reduzir a ansiedade, o que pode diminuir significativamente esse hábito", explica Hellen. Além disso, identificar o que dispara a vontade de mexer as pernas é fundamental. Pode ser estresse, tédio ou até consumo excessivo de cafeína. Ao entender os gatilhos, é possível minimizar esses fatores.

Agora, se esse hábito começar a interferir na sua qualidade de vida, vale considerar buscar a ajuda de um profissional. "Se o movimento das pernas causa incômodo significativo ou prejuízo, o acompanhamento psicológico pode ser essencial para identificar causas mais profundas e trabalhar soluções específicas", orienta.

¨      O que significa quando alguém está sempre com o celular no modo silencioso, segundo a psicologia

O uso do celular está mais do que normalizado em todos os aspectos de nossa vida. Mas ainda há estudos que afirmam que a conectividade constante, ou seja, estar sempre disponível e nunca perder uma notificação, pode levar a níveis mais altos de estresse. O que a psicologia diz sobre aqueles de nós que sempre têm o celular com as notificações no modo silencioso?

<><> Reduzir as distrações

Pesquisas demonstraram que, embora estejamos acostumados a interrupções, as notificações externas – como um telefonema ou WhatsApp – reduzem nossa concentração muito mais do que sonhar acordado, por exemplo. O Dr. Daniel J. Levitin, neurocientista e autor de “The Organized Mind: Thinking Straight in the Age of Information Overload”, explicou em seu livro que “o ruído constante e a expectativa de respostas imediatas podem prejudicar nossa capacidade de concentração, por isso muitas pessoas escolhem o silêncio como forma de recuperar a calma e aumentar sua produtividade”.

Dessa forma, manter o celular no modo silencioso pode ser uma estratégia consciente para minimizar as distrações e promover um ambiente mais concentrado.

Uma pesquisa constatou ser necessários 23 minutos e 15 segundos para retomar uma tarefa após uma interrupção. Ao manter o telefone no modo silencioso, essas pessoas minimizam essas interrupções, permitindo que se concentrem e realizem mais tarefas. 

Portanto, não se trata apenas de evitar ruídos, mas de criar um ambiente que facilite a produtividade. Em outras palavras, as pessoas que mantêm o telefone no modo silencioso sabem que as notificações reduzem a produtividade e a concentração, portanto, elas as evitam.

Além disso, o silêncio pode ser uma forma de proteger seu bem-estar emocional e estabelecer uma barreira entre sua vida digital e sua vida pessoal, e também significa que valorizamos nosso espaço pessoal e nossos limites: mantemos o controle sobre nosso ambiente e decidimos quando e como interagimos com o mundo ao nosso redor. Em outras palavras, eles têm maior autoconsciência e confiança.

Elas também tendem a ser muito conscientes de sua responsabilidade em relação ao ambiente e demonstram maior consideração pelos outros, pois não querem que suas notificações incomodem. Essas duas coisas são verdadeiras, mas não são os únicos motivos pelos quais as pessoas podem deixar o celular no modo silencioso.

Às vezes, é uma questões de saúde mental. As pessoas que optam por manter seus celulares no modo silencioso geralmente procuram criar um espaço mais silencioso e controlado para si mesmas.

<><> Um método para evitar o estresse tecnológico

Considerando o grau de hiper conectividade, não é errado pensar que muitos de nós silenciamos nossos telefones para evitar o chamado tecno estresse. Esse termo, cunhado pela primeira vez pelo psiquiatra americano Craig Brod em 1984 em seu livro “Technostress: The Human Cost of the Computer Revolution”, refere-se ao estresse específico derivado da introdução e do uso de novas tecnologias e, embora originalmente se referisse ao estresse no trabalho, a verdade é que podemos sofrer com ele em qualquer área de nossas vidas. 

Desativar as notificações é uma das maneiras de evitá-lo e pode significar que você é um especialista em criar um ambiente calmo para si e gerenciar proativamente as possíveis fontes de estresse.

A UNAM recomenda limitar o tempo que passamos olhando para uma tela e controlar os horários das notificações, além de incentivar mais interação pessoal e menos por meio de dispositivos. Uma das coisas que podemos fazer é silenciar as notificações, pois o bombardeio constante de notificações pode criar uma sensação de sobrecarga mental. Esse silêncio, para algumas pessoas, é uma forma de se proteger do estresse.

Há também outra explicação para manter o celular no silencioso, especialmente quando interagimos cara a cara com outra pessoa: quando fazemos isso, parece que queremos dizer à outra pessoa que ela tem toda a nossa atenção. Estamos presentes para ela. Ao silenciarmos nossos telefones, nos permitimos estabelecer conexões mais profundas e significativas. Quando estamos totalmente presentes em nossas interações, criamos laços mais fortes e relacionamentos mais saudáveis.

Você pode se sentir incomodado com o som e, por isso, o silenciou, mas isso não significa que você olhe menos para ele. Um estudo de 2022, realizado por Mengqi Liao e S. Shyam Sundar, publicado na Computers and Human Behavior, mostrou que silenciar as notificações aumenta a probabilidade de as pessoas verificarem seus telefones. A incerteza criada pelo fato de o telefone estar no modo silencioso pode aumentar a necessidade de verificá-lo.

Embora vários estudos tenham demonstrado que receber mais notificações tende a aumentar a verificação do celular, isso não se deve apenas ao som da notificação, mas porque achamos que pode haver algo de interesse por trás da notificação que perderemos se não olharmos. Ou seja, porque temos FOMO (Fear of Missing Out).

Seja qual for o motivo pelo qual você decidiu silenciar o celular, se isso o ajudar a controlar a ansiedade, o estresse e a ter melhores relacionamentos, você terá ganhado mais do que imaginava.

 

Fonte: Minha Vida

 

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