Socialização
política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por
práticas deliberativas e cívicas
A
adesão dos jovens à extrema-direita é “relativamente discreta”. Predomina, no
entanto, “um tipo de acolhimento simbólico” em torno das noções de patriotismo,
coragem, liberdade e verdade, diz Patrícia Rocha ao Instituto Humanitas
Unisinos – IHU. O modo de expressão direto, performático e emocional deste
campo político, pontua a pesquisadora, tem gerado identificação com o público
juvenil. “A extrema-direita foi particularmente hábil em explorar os recursos
estéticos e miméticos do ambiente digital para se aproximar das juventudes”,
avalia na entrevista a seguir concedida por e-mail.
Segundo
ela, a atuação da extrema-direita nas redes sociais tem construído “uma
‘estética de resistência invertida’: um discurso que se apresenta como
contestador, mas que mobiliza valores conservadores”. “Nesse contexto,
observa-se a ascensão de uma mentalidade moralista e autoritária que, muitas
vezes, se apresenta sob a aparência de bom senso. São jovens que afirmam
defender a liberdade, mas defendem a censura ao que consideram inaceitável; que
desconfiam das instituições políticas, mas depositam alto grau de confiança em
agentes armados do Estado; que recorrem à retórica meritocrática em um país
profundamente desigual. Essa mentalidade é alimentada pela convergência entre
revisionismo histórico, discurso religioso e dinâmicas próprias da cultura
digital”, contextualiza.
A
atuação política nas redes sociais, adverte a pesquisadora, tem contribuído
para a formação de jovens “politizados na forma, ativos nas redes, vocalizando
posições contundentes, mas despolitizados no conteúdo, na medida em que tendem
a rejeitar mediações institucionais e a aceitar soluções de corte autoritário.
É uma socialização marcada mais por identidades e afetos do que por práticas
deliberativas e cívicas”.
A
socialização política da juventude está sendo forjada num contexto
sociopolítico de desconfiança, insatisfação, sensação de abandono e ineficácia
do Estado. Neste caldo sociocultural, a extrema-direita não só capitaliza os
sentimentos da população para si como também é uma “expressão sintomática da
falência de mediações políticas tradicionais”, destaca.
A
desconfiança estatal, sintoma observado tanto entre eleitores à esquerda quanto
à direita, explica a pesquisadora, tem origem no “descompasso entre a
democracia formal e a democracia substantiva”. A institucionalização da
democracia, observa, “não se converteu plenamente em melhorias concretas na
vida das pessoas, sobretudo no que diz respeito a bem-estar, igualdade e acesso
a direitos”.
Patrícia
Rocha é graduada em Ciências Sociais e mestra em Ciência Política pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisa a cultura juvenil e
a ascensão da extrema-direita brasileira.
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Confira a entrevista.
• Você já afirmou que a extrema-direita
“não surgiu do nada. Ela se alimentou de décadas de insatisfação com o
sistema político”. A emergência da extrema-direita no Brasil é uma reação
ao sistema político? A quais insatisfações ela reage?
Patrícia
Rocha – Apesar de a maior parte da população declarar apoio à democracia de
maneira geral, a cultura política brasileira continua marcada por um traço
persistente: a desconfiança nas instituições políticas. Pesquisas
realizadas na década de 1990 e replicadas na primeira década dos anos 2000
revelaram que a percepção negativa e a desconfiança nessas instituições
políticas não se restringem a um grupo específico; ela atravessa diferentes
classes sociais, níveis educacionais e faixas etárias, indicando um padrão
amplo e enraizado de distanciamento em relação ao sistema político.
Essa
desconfiança se explica, em
grande medida, pelo descompasso entre democracia formal e democracia
substantiva. Do ponto de vista institucional, o país consolidou regras, eleições e procedimentos
democráticos. No entanto, essa dimensão formal não se converteu plenamente
em melhorias concretas na vida das pessoas, sobretudo no que diz respeito a
bem-estar, igualdade e acesso a direitos. Esse descompasso alimenta a percepção de que a
democracia funciona, mas não entrega o que promete.
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Expressão sintomática
A
extrema-direita brasileira é uma expressão sintomática da falência de
mediações políticas tradicionais. Ela capitaliza décadas de insatisfação
e desconfiança em relação à política institucional, reforçadas pelos
escândalos de corrupção (Mensalão, Lava Jato) altamente mediatizados, que
corroeram a legitimidade dos partidos. Somam-se as crises econômicas e a
sensação de abandono e de ineficácia do Estado em atender necessidades
básicas dos cidadãos. Esses elementos conformam um reservatório de
ressentimentos que a extrema-direita converteu em narrativa moralizadora,
antipolítica e salvacionista. Assim, foi conveniente oferecer líderes e soluções autoritárias
como resposta a essa “falência”
do sistema. Ela aparece como quem vai “arrumar a casa”,
“falar a verdade” e “acabar
com tudo que está aí”. Quando o sistema político deixa de ser percebido como
meio de transformação da vida das
pessoas, ele se torna o alvo.
Então,
pode-se dizer que é uma espécie de reação ao sistema, sim, mas também ao modo como
a democracia brasileira foi se tornando distante das pessoas. O discurso da
extrema-direita, nesse sentido, não inventa a crise de representação: ele a coloniza,
e a transforma em energia mobilizadora. A antipolítica virou o grande motor
político da extrema-direita. Isso ajuda a entender como lideranças
autoritário-populistas convertem desconfiança e polarização em base eleitoral, deslocando o centro do
espectro político e influenciando comportamentos e valores.
• Para compreender o fenômeno da
extrema-direita no Brasil, precisamos separar a extrema-direita, seus discursos
e propostas políticas, da população que vota na extrema-direita como
reação à esquerda e ao sistema político?
Patrícia
Rocha – Sim, essa distinção é analítica e importante. A extrema-direita
organizada tem programas, estratégias e um projeto ideológico (autoritarismo,
antipluralismo, moralismo, neoliberalismo, entre outros). O eleitorado que a
apoia, entretanto, é heterogêneo. Muitos votam por rejeição ao
establishment, antipetismo, anticorrupção ou por apelos morais, e não por
adesão integral a todo o repertório ideológico.
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Alinhamento ideológico consistente
Há uma
distinção importante quanto
analisamos o comportamento eleitoral: a escolha dos eleitores não segue
necessariamente um alinhamento ideológico consistente. Os principais modelos
explicativos (sociológico, psicossociológico e de escolha racional) mostram
que fatores como contexto social, vínculos afetivos e percepções de curto prazo
pesam muito mais do que convicções
ideológicas estruturadas. Estudos sobre sofisticação política no
Brasil já evidenciavam, desde os anos 1980, que grande parte do eleitorado
possui baixo nível de informação
sobre política e pouco repertório para organizar preferências
ideológicas de forma coerente. Isso contribui para escolhas marcadas pelo
personalismo, pela receptividade a discursos moralizados e pela vulnerabilidade
aos discursos populistas.
Em
outras palavras, o eleitorado que hoje vota na extrema-direita não é
homogêneo e, na maioria das vezes, não adere integralmente ao projeto
ideológico desse campo. A motivação costuma ser afetiva ou conjuntural e, em
alguns casos, marcada por frustração ou busca por respostas simples diante de
crises. Por isso, é fundamental distinguir a extrema-direita organizada, que
tem um projeto claro, do eleitor que a apoia. Confundir esses dois níveis
empobrece a análise e dificulta a compreensão das possibilidades de
desmobilização, diálogo e
educação política.
• Que ideologias definem a extrema-direita
brasileira?
Patrícia
Rocha – O avanço da extrema-direita atual no Brasil acompanha uma tendência
global, mas possui especificidades importantes. Enquanto na Europa esse
fenômeno costuma emergir em torno de pautas estruturais e pós-materialistas,
com partidos definidos como nacionalistas, populistas e autoritários,
orientados, sobretudo, por disputas culturais, no Brasil, o campo da
extrema-direita é mais heterogêneo. Ele reúne grupos muito distintos:
saudosistas do regime militar, conservadores morais, neoliberais radicais,
anticomunistas e até defensores da monarquia. Por isso, alguns autores têm
descrito esse fenômeno como um “novo conservadorismo” articulado a partir de
influências internacionais, mas adaptado à realidade socio-histórica
brasileira. Apesar dessa diversidade, é possível organizar a extrema-direita
brasileira em três eixos centrais.
O
primeiro é o neoliberalismo econômico, sustentado pela ideia de que o Estado
atrapalha e de que o mercado seria capaz de resolver todos os problemas.
Trata-se de uma visão que promove o Estado mínimo, exalta a meritocracia e
transforma o indivíduo em “empreendedor de si”.
O
segundo eixo é o conservadorismo moral, fortemente enraizado em valores
cristãos e na defesa da chamada “família tradicional”. Eventos como a
eleição de 2018 e o fortalecimento da bancada evangélica ilustram essa
força cultural. É um discurso que encontra grande ressonância social, já
que a religiosidade cristã permanece profundamente incorporada ao tecido
social brasileiro.
O
terceiro eixo é o autoritarismo institucional, expresso no apelo explícito e
contínuo às Forças Armadas como solução política, na nostalgia da
ditadura e na valorização de figuras de autoridade forte. Curiosamente,
embora grande parte da população desconfie das instituições políticas, as
Forças Armadas e as polícias ainda gozam de alto prestígio.
A tudo
isso se somam o populismo digital, que opera por meio de redes sociais e
influenciadores, e o anticomunismo reatualizado, que retoma a lógica binária
da Guerra Fria. A polarização
extrema, transformando adversários em inimigos, funciona como elemento
agregador entre grupos distintos e ajuda a dar coesão a esse campo político
tão fragmentado.
• Que posições políticas e valores
políticos os jovens em idade de 13 a 24 estão manifestando, segundo suas
pesquisas? Percebe nuances e variações de pensamento entre os jovens de
escolas públicas e privadas?
Patrícia
Rocha – As pesquisas com juventudes não revelam grandes rupturas em relação
à população em geral. Muitos jovens hoje se identificam como “de centro”,
mas, na prática, essa autodeclaração costuma expressar mais uma recusa ao
posicionamento do que uma posição ideológica propriamente dita. É uma
neutralidade que soa prudente, mas que frequentemente reflete desinteresse,
cansaço e até certo nível de alienação política. Eles afirmam valorizar a
democracia, mas, quando confrontados com cenários de crise, aceitam soluções autoritárias se
acreditarem que isso vai “colocar as coisas no lugar”. A literatura chama
essa combinação de “apoio
difuso”: um apego abstrato à democracia, mas sem compromisso
consistente com seus princípios.
Entre
os jovens de escolas particulares e classes mais altas tende a ter maior
capital político (conhecimento, eficácia percebida, redes), mais repertório
democrático prático, observamos discursos mais articulados e, por vezes, mais
conservadores. Já entre os de escolas públicas, aparece com mais força a apatia, a
descrença e um sentimento
profundo de frustração com a política.
Ainda assim, há um ponto de convergência entre todos
eles: a percepção de que a
política é algo distante, sujo e ineficaz. Esse imaginário reforça uma cultura
política marcada pela desconfiança e pelo desencantamento com o sistema
político, o que dificulta a construção de participação e engajamento
mais consistentes.
• O que explica a adesão dos jovens à
extrema-direita? Ela é consequência de uma identificação com um conjunto de
valores ou uma reação aos governos de esquerda?
Patrícia
Rocha – Os dados trazidos pela pesquisa entre 2002 e 2019 apontam uma adesão
relativamente discreta dos jovens à extrema-direita. Ainda assim, a dinâmica
política dos últimos anos exige atenção, porque processos de
radicalização podem se intensificar rapidamente, sobretudo em um ambiente
comunicacional profundamente transformado pelas redes sociais. Embora o simples
acesso à internet não tenha se convertido em participação política
institucional, como se esperava, a digitalização ampliou outras formas de
engajamento que também são políticas, ainda que não tradicionais de
representação e mediação política, como a
participação em grupos
religiosos, comunidades identitárias ou influenciadores de cunho moralista,
por exemplo.
Nesse
contexto, a extrema-direita foi particularmente hábil em explorar os recursos
estéticos e miméticos do ambiente digital para se aproximar das juventudes.
Mais do que uma adesão ideológica consistente, o que se observa é um tipo de
acolhimento simbólico. A extrema-direita oferece elementos que ressoam entre
os jovens: pertencimento, comunidade, emoção. Enquanto a política
tradicional continua marcada por discursos técnicos, siglas e burocracias,
esse campo político fala em “patriotismo”, “coragem”, “liberdade” e “verdade”,
de forma direta, performática e emocional, sobretudo por meio de memes, humor
e narrativas heroicas.
Isso
gera identificação. Há, claro, um
componente reativo: rejeição
à esquerda, à política institucional, ao que se convencionou chamar de “politicamente
correto”. Mas há também uma busca por sentido. Muitos jovens
querem fazer parte de algo maior, sentir-se reconhecidos e integrados a uma
comunidade. A extrema-direita soube ocupar esse espaço de forma rápida,
afetiva e altamente eficaz do ponto de vista comunicacional.
• Quais discursos da extrema-direita mais
ressoam entre os jovens? Com quais pautas as juventudes se identificam?
Patrícia
Rocha – Os dados levantados indicam, de forma consistente, a prevalência de
uma retórica antipolítica e antiestablishment entre os jovens, com a
corrupção sendo apontada como o principal problema do país. Observa-se
também uma forte adesão a discursos de ordem e segurança, evidenciada pelos
elevados índices de confiança e valorização atribuídos à polícia e às
Forças Armadas. Soma-se a isso o conservadorismo moral-religioso e a
centralidade de narrativas de pertencimento, reforçadas pelo aumento da
participação em atividades
religiosas, especialmente em igrejas neopentecostais e em comunidades digitais.
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Estética de resistência invertida
Há,
ainda, um componente estético decisivo. A extrema-direita soube apropriar-se
de linguagens contemporâneas, dominando formatos como memes, vídeos curtos,
humor transgressor e performances digitais. Esse repertório contribuiu para
construir o que chamo de uma “estética de resistência invertida”: um discurso
que se apresenta como contestador, mas que mobiliza valores conservadores.
Elementos como o revisionismo histórico, difundido por plataformas de
streaming, como no caso do Brasil Paralelo, as campanhas do movimento “Escola
sem Partido” e a reconfiguração das próprias igrejas neopentecostais também
têm exercido papel relevante na formação política desses jovens.
O
discurso de “não ser manipulado”, de “dizer o que se pensa”, de “combater a
corrupção” e de “restaurar a ordem” encontra grande ressonância entre eles.
Trata-se, muitas vezes, de uma rebeldia que serve a pautas conservadoras. Há
certo fascínio pela ideia de “ser contra tudo”, uma identidade política
construída pela negação. Além disso, a estética adotada pela
extrema-direita, moderna, ágil, emocionalmente mobilizadora, transmite um
forte sentimento de autenticidade. Em alguma medida, o apelo reside justamente
nisso: na percepção de que “eles
falam o que eu penso, sem medo”.
• Quais os efeitos da ascensão da
extrema-direita na formação sociocultural e política dos jovens? Que
mentalidade está sendo forjada nas juventudes?
Patrícia
Rocha – Costumamos associar a juventude a uma postura naturalmente
contestadora. No entanto, as pesquisas sobre socialização política no Brasil
mostram um cenário distinto. Historicamente, esses estudos revelam dificuldade
na internalização de valores democráticos entre os jovens, que tendem a
apresentar baixo interesse por política, reduzidos níveis de participação e
limitada confiança nas instituições democráticas. Esses padrões contrastam
com os elevados índices de confiança nas Forças Armadas, na polícia e nas instituições religiosas,
evidenciando traços persistentes da
herança autoritária
brasileira.
Nesse
contexto, observa-se a ascensão de uma mentalidade moralista e autoritária
que, muitas vezes, se apresenta sob a aparência de bom senso. São jovens que
afirmam defender a liberdade, mas defendem a censura ao que consideram
inaceitável; que desconfiam das instituições políticas, mas depositam alto
grau de confiança em agentes armados do Estado; que recorrem à retórica
meritocrática em um país profundamente desigual. Essa mentalidade é
alimentada pela convergência entre revisionismo histórico, discurso religioso
e dinâmicas próprias da cultura digital. Plataformas como o Brasil Paralelo
substituem, em certa medida, o espaço escolar; igrejas passam a cumprir o
papel de mediadoras normativas; e os algoritmos organizam o fluxo de informação,
pautando percepções e afetos.
O
resultado é um processo de socialização política fortemente emocionalizado, no
qual sentir se sobrepõe a refletir, fé se confunde com argumento, e
autoridade se converte em verdade. O risco maior não está apenas no
extremismo explícito, mas na normalização cotidiana de posições autoritárias.
Ao
final, formam-se jovens politizados na forma, ativos nas redes, vocalizando
posições contundentes,
mas despolitizados no conteúdo, na medida em que tendem a rejeitar mediações institucionais e
a aceitar soluções de corte
autoritário. É uma socialização
marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e
cívicas.
• Segundo sua pesquisa, observa-se “um
padrão de desengajamento persistente por parte dos jovens em relação a
atividades políticas e comunitárias”. A que atribui esse fenômeno e como
seria possível revertê-lo?
Patrícia
Rocha – Há vários fatores, como já mencionado, a política institucional
perdeu credibilidade. Diversos elementos contribuem para o distanciamento
juvenil em relação à política institucional. Em primeiro lugar, há uma
crise persistente de credibilidade das estruturas tradicionais. Partidos
envelhecidos, lideranças pouco responsivas e um histórico de promessas não
cumpridas produzem desconfiança crônica. Além disso, o cotidiano dos jovens
é marcado por temporalidades aceleradas, práticas altamente individualizadas
e sociabilidades digitais, dinâmicas que contrastam com os ritmos
burocraticamente mediados da política convencional. Nesse cenário, a
política passa a ser percebida menos como prática cidadã e mais como
espetáculo. Soma-se a isso uma sensação difusa de impotência: a percepção
de que a participação não gera resultados tangíveis e de que “nada muda”,
independentemente do engajamento.
Para
enfrentar esse quadro, não basta transmitir conteúdos sobre democracia; é
necessário criar condições concretas para
que ela seja experienciada. A participação só se torna significativa quando o jovem
percebe que sua ação produz efeitos, e
isso requer reconstruir confiança, um processo gradativo, que não se impõe
por decreto, mas se produz por meio de práticas institucionais consistentes.
Entre
as estratégias mais promissoras para reverter o desengajamento juvenil
destacam-se:
•
educação política robusta e educação midiática crítica, incorporando
competências deliberativas, literacia digital, mecanismos de checagem e
análise de desinformação, e compreensão sobre processos decisórios;
•
criação de espaços institucionais de participação com impacto real;
•
políticas de inclusão social e econômica, que enfrentem a insegurança
material imediata, elemento central para permitir que jovens tenham condições
efetivas de participação;
•
articulação entre ativismo digital e organização territorial, de modo a
traduzir o engajamento online em ações coletivas concretas nas comunidades;
•
transparência e accountability ampliados, reforçando mecanismos de controle
social e comunicação institucional para recompor a confiança pública;
•
fomento a espaços culturais, redes de pensamento crítico e iniciativas de
debate plural.
A
combinação dessas medidas
cria condições para reintegrar
a juventude aos processos democráticos, transformando a participação em experiência
significativa e não em mera formalidade cívica.
Fonte:
Entrevista com Patrícia Rocha, por Patricia Fachin, em IHU

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