sábado, 18 de janeiro de 2025

UE teme que Rússia receba fundos congelados 'no dia seguinte' se sanções forem suspensas, diz mídia

A União Europeia (UE) admite que a Rússia possa vir a recuperar rapidamente os ativos congelados mantidos na Euroclear se as sanções contra Moscou perderem a força, informou o jornal Financial Times, citando uma autoridade europeia.

Anteriormente, a agência Bloomberg citou fontes que afirmaram que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán teria dito aos líderes da UE que decidiria se apoiaria a extensão das sanções contra a Rússia após a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em 20 de janeiro.

Segundo o Financial Times, há grandes preocupações entre os políticos europeus sobre o possível descongelamento dos ativos russos devido às declarações de Trump quanto à necessidade de um acordo com a Rússia que pode vir a incluir o enfraquecimento do regime de sanções.

"Se as sanções forem suspensas, um funcionário descreveu que 'o dinheiro estaria na Rússia no dia seguinte', pois os intermediários financeiros não teriam base legal para retê-lo."

No artigo se trata, em particular, de cerca de € 190 bilhões (R$ 1,18 trilhão) de ativos estatais russos que estão na Euroclear, uma empresa de serviços financeiros que fica sediada na Bélgica.

As autoridades da UE esperam pagar com os lucros destes fundos um empréstimo de US$ 50 bilhões (R$ 302 bilhões) à Ucrânia que eles próprios lhe deram.

Observa-se que, se as sanções não estiverem mais em vigor, as restrições comerciais e setoriais impostas à Rússia contra o fornecimento de petróleo, também deixarão de ser aplicadas.

"Estou realmente muito preocupado com isso, e outras pessoas também deveriam estar. Há uma grande chance de Orbán não ceder", disse um diplomata sênior da UE ao jornal.

Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, a UE e os países do Grupo dos Sete (G7) congelaram quase a metade das reservas de moeda estrangeira da Rússia, que correspondem a cerca de € 300 bilhões (R$ 1,87 trilhão).

Mais de € 200 bilhões (R$ 1,24 trilhão) estão mantidos na UE, principalmente nas contas da Euroclear da Bélgica, um dos maiores sistemas de liquidação de transações de títulos do mundo.

¨      União Europeia perdeu competitividade após sanções contra a Rússia, diz deputado eslovaco à Sputnik

A União Europeia perdeu competitividade devido às sanções contra a Rússia, que têm prejudicado mais as economias dos países membros do bloco, declarou à Sputnik nesta sexta-feira (17) o vice-presidente do parlamento da Eslováquia, Tibor Gaspar.

"Todas as sanções que a União Europeia adotou contra a Rússia, e os pacotes, que, ao que me parece, já somam 16, têm um impacto negativo na economia dos Estados-membros. Do ponto de vista econômico, a UE tornou-se não competitiva. Energia, recursos, como gás ou petróleo, são bens importantes para determinar se você produz de forma mais cara ou mais barata", afirmou.

Segundo o político, o bloco precisa repensar a abordagem das restrições contra Moscou e decidir se elas ainda fazem sentido.

"Como Eslováquia, gostaríamos de focar a atenção nisso na UE e começar a reavaliar algumas decisões, para que não continuemos a cortar o galho onde estamos sentados", enfatizou Gaspar.

A Rússia já declarou que o país é capaz de lidar com a pressão das sanções, que continua a aumentar. O presidente Vladimir Putin lembrou que a política de contenção e enfraquecimento da Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente e que as restrições causaram um impacto significativo em toda a economia mundial.

Segundo Putin, o objetivo principal do Ocidente é piorar a vida de milhões de pessoas. Além disso, várias vozes nos próprios países já expressaram que as sanções são ineficazes.

'Política irracional', diz político alemão sobre medidas

Na última semana, o membro do Bundestag (parlamento da Alemanha) do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Steffen Kotré, declarou que as autoridades do país destruíram a própria economia ao apoiar as medidas contra a Rússia.

"Dirigi-me ao ministro dos Assuntos Econômicos e vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck, com a pergunta: quando irá suspender as sanções que são prejudiciais aos alemães? Ele não teve resposta ao meu pedido", disse Steffen Kotré em comunicado publicado no jornal Deutschland-Kurier.

Em suas palavras, a França e a Bélgica compram gás liquefeito russo e "só a Alemanha se prejudica. É uma política irracional. A política alemã não percebe a falácia das suas ações e não se importa com o quanto isso custa ao país. Eles continuam com essa loucura", afirmou.

¨      Ex-coronel do Exército dos EUA revela como o Ocidente ganha dinheiro 'ajudando a Ucrânia'

Relatos indicam que o treinamento das tropas ucranianas por instrutores da OTAN é ineficaz e não ajuda as forças de Kiev a ganharem capacidades de combate relevantes.

Na verdade, esses programas de treinamento não são completamente inúteis - eles ajudam as empresas ocidentais a ganhar dinheiro sob o pretexto de ajudar a Ucrânia, relatou à Sputnik Earl Rasmussen, tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA e consultor internacional.

O dinheiro alocado pelos países ocidentais à Ucrânia é canalizado para empresas de treinamento dos EUA e da NATO e para os fabricantes de armas da OTAN.

"E tenho certeza que uma certa quantidade de dinheiro está indo para indivíduos ou outras organizações também", sugere Rasmussen.

Com falta de dinheiro para pagar a ajuda da OTAN e a assistência de treinamento, a Ucrânia aparentemente acabará cedendo seus territórios ao Ocidente para compensar as dívidas contraídas.

Segundo o tenente-coronel, toda a ajuda militar ocidental à Ucrânia é essencialmente um "esquema de lavagem de dinheiro." Além disso, não só “uma certa porcentagem do dinheiro que vai para a Ucrânia é cortada do topo”, mas até 30% das armas enviadas para lá acabam no mercado negro.

¨      EUA financiaram discretamente indústria de drones na Ucrânia, revela mídia

A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, investiu secretamente na produção de veículos aéreos não tripulados (VANT) na Ucrânia, diz o jornal The New York Times com referência a um documento desclassificado.

A assistência dos EUA, que, ao contrário de outras entregas de armas e alocação de fundos, não foi relatada, envolveu o financiamento de fabricantes de drones ucranianos, a ajuda na compra de peças e o envio de oficiais de inteligência dos EUA à Ucrânia para ajudar a desenvolver o programa de drones.

"Eles [os EUA] fizeram grandes investimentos que ajudaram a Ucrânia a iniciar e expandir sua produção de drones enquanto lutava contra o maior e mais bem equipado Exército da Rússia", disseram autoridades norte-americanas ao jornal na quinta-feira (17).

O jornal diz que Washington ajudou a Ucrânia a desenvolver drones de última geração e métodos de guerra "revolucionários", além de enviar um pacote de US$ 1,5 bilhão (R$ 9,08 bilhões) para apoiar a produção de VANTs no final de setembro de 2024.

"Vimos como os VANTs estavam se tornando cada vez mais essenciais para a luta na Ucrânia e serão essenciais para todas as lutas futuras", disse o conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Jake Sullivan, citado pelo artigo.

Ele ressaltou "o impacto estratégico real" no conflito armado feito pelas autoridades estadunidenses.

Sullivan especificou que Washington começou a ajudar Kiev nessa área no outono de 2022, "quando as limitações das capacidades convencionais da Ucrânia se tornaram evidentes", e continuou os investimentos, preparando as tropas ucranianas para uma contraofensiva em grande escala em 2023 que posteriormente fracassou e não trouxe resultados.

¨      Novo acordo entre Rússia e Irã impulsionará cooperação entre países, inclusive a nuclear, diz Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, está realizando hoje (17) um encontro com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, em Moscou.

O presidente Putin afirmou que a visita de seu homólogo iraniano é de particular importância, pois é planejado assinar um grande acordo de parceria estratégica.

"Isso [o acordo] dará a oportunidade de dar um impulso adicional a praticamente todas as áreas de nossa cooperação. Tenho certeza de que isso também contribuirá para o desenvolvimento das relações comerciais e econômicas", disse Putin.

A Rússia e o Irã continuam a implementar projetos conjuntos, inclusive em energia nuclear, e há outros possíveis projetos no setor de energia, ressaltou o presidente russo.

A construção da usina nuclear de Bushehr, no Irã, é considerada o maior projeto conjunto entre os dois países.

A primeira unidade geradora da usina nuclear, concluída com a participação da Rússia, foi conectada ao sistema nacional de energia do Irã em setembro de 2011.

Em novembro de 2019 foi iniciada a construção da segunda unidade geradora. O projeto de construção da segunda e terceira unidades foi planejado para dez anos.

Moscou fornece a Teerã o combustível nuclear necessário para a operação do reator da primeira unidade.

Pezeshkian, por sua vez, informou Putin que antes do encontro conversou com o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que havia sublinhado a importância de desenvolver as relações russo-iranianas.

"Nosso líder supremo e todos nós vemos as coisas da seguinte maneira: todos os problemas regionais devem ser resolvidos somente por meio de acordos entre os países da região. A presença de forças extrarregionais em nossa região só pode agravar e desestabilizar a situação", disse o presidente iraniano.

Pezeshkian enfatizou que o Irã está satisfeito por cooperar com a Rússia em questões bilaterais e com a cooperação na arena internacional.

<><> Cessar-fogo na Faixa de Gaza deve colaborar com estabilidade no Oriente Médio, diz MRE da Rússia

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifestou seu desejo de que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento palestino Hamas contribua para a estabilidade regional e para a solução da questão palestina.

Nesta quinta-feira (16), a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse esperar que um acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento palestino Hamas ajude a criar condições para uma solução para a questão palestina.

"Esperamos que a implementação desses acordos se torne um passo prático importante em direção à estabilização de longo prazo da situação na zona do confronto palestino-israelense. Ele [o acordo] deve criar condições para melhorar a situação na região do Oriente Médio como um todo, incluindo Líbano, Síria e Iêmen", disse Zakharova em entrevista coletiva.

Ainda segundo Zakharova, a Rússia também espera que chegar a um acordo entre Israel e o Hamas possibilite uma estabilização sustentável da situação em Gaza.

<><> Paz imediata

O governo brasileiro manifestou satisfação com o anúncio dos governos de Catar, Estados Unidos e Egito e pediu que o cessar-fogo seja respeitado, exortando às partes a "garantirem a cessação permanente das hostilidades, a libertação de todos os reféns e a entrada desimpedida de ajuda humanitária a Gaza, assim como a assegurarem as condições necessárias para o início do urgente processo de reconstrução de sua infraestrutura civil".

O comunicado lembrou ainda o conflito, que já custou a vida de mais de 46.000 palestinos, grande parte deles mulheres e crianças, e mais de 1.200 israelenses, além de 160 jornalistas e 256 funcionários das Nações Unidas, pedindo que a paz seja retomada de forma imediata entre os israelenses e os palestinos e reiterando o compromisso com a solução de dois Estados, "com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança".

Estado livre, independente e soberano?

O governo boliviano, liderado pelo presidente Luis Arce, também celebrou o acordo de cessar-fogo e garantiu que esta decisão "vai deter o genocídio".

"Recebemos a notícia do acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Saudamos esta decisão que vai parar o genocídio, mas que ainda deixa pendente o alívio do sofrimento das vítimas e o respeito pela Palestina como um Estado livre, independente e soberano", escreveu a ministra das Relações Exteriores, Celinda Sosa, na rede social X.

Sosa acrescentou que o país latino-americano promove "a cultura da paz, o respeito à vida e a segurança como princípios fundamentais do relacionamento entre os Estados".

¨      Conselheiros de Trump admitem que resolução do conflito ucraniano pode levar meses

Conselheiros e assessores do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceram que a resolução do conflito na Ucrânia pode levar meses, ou até mais tempo, segundo apurado pela Reuters. A informação, diz a agência, é um duro choque de realidade.

O recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alcançou uma vitória diplomática nesta quarta-feira (15) ao anunciar, antes mesmo de sua posse, a conquista de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entre o movimento palestino Hamas e o governo de Israel.

Durante sua campanha presidencial, Trump afirmou que seria capaz de trazer paz ao leste europeu logo no primeiro dia de mandato. Keith Kellogg, enviado de Trump para a Rússia e a Ucrânia, afirmou em entrevista à Fox News, no entanto, que almeja o prazo de 100 dias para a solução do conflito.

Enquanto os planos de paz de Trump tomam forma, seus conselheiros adiantaram à Reuters que há um consenso em descartar a filiação da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e congelar as atuais fronteiras do conflito.

Muitos também seriam a favor de fornecer à Ucrânia algum tipo de garantia de segurança, como o estabelecimento de uma zona desmilitarizada patrulhada por tropas europeias.

Em declaração, o Kremlin já descreveu a situação como complexa demais para uma resolução tão rápida, mas lembrou que nunca se opôs a discutir um plano de paz com Kiev. Os esforços de Trump são bem-vindos, acrescentou o porta-voz Dmitry Peskov, mas a Rússia não vai colocar um "óculos cor-de-rosa" para observar a situação.

¨      Exigência de Trump para aumentar gastos com defesa para 5% dos países da OTAN é inviável

O tema dos gastos com defesa não é novo para Trump. Conforme o presidente eleito, quando ele chegou ao poder no primeiro mandato, 21 dos 28 países da OTAN não cumpriam as suas obrigações de gastar 2% do PIB com defesa.

Nota-se que até mesmo em 2022, quando os gastos com defesa e o Exército aumentaram, nem todos conseguiram alocar a quantia para defesa. Segundo os dados da OTAN, apenas 23 países do bloco ultrapassaram o limiar em 2024. Por exemplo, o Canadá, a Itália e a Espanha se acostumaram a não pagar suficientemente. Então, Madri gasta apenas 1,28% do PIB com defesa.

Não é difícil entender, por que Trump não gosta dessa situação: embora o tamanho da economia de todos os parceiros de bloco seja igual ao tamanho da economia norte-americana, os EUA gastam duas vezes mais, do que todos os outros membros da aliança, juntos.

De acordo com Trump, durante seu primeiro turno, ele conseguiu "levantar mais de US$ 680 bilhões [cerca de R$ 4 trilhões]" dos aliados. No entanto, agora ele tem metas mais ambiciosas.

<><> Nem mesmos os norte-americanos poderiam atingir alvo novo

Na Europa as afirmações de Trump foram interpretadas de forma negativa, porque os analistas perguntados pela agência Reuters elaboraram que não é possível atingir tal patamar de gastos.

"Mesmo que a Europa continue com essa taxa de crescimento extraordinário de 10% nos termos reais, ainda levaria mais 10 anos para atingir pelo menos 3% do PIB", elabora a agência, citando Fenella McGerty, especialista em economia de defesa do centro analítico de Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

É notável que que nenhum membro da aliança agora excede o limite de cinco por cento, mesmo os EUA.

Os EUA, que usufruíram no ano passado de um orçamento de defesa recorde de US$ 886 bilhões (cerca de R$ 5,3 trilhões), gastam apenas 3,38% do seu PIB, pois Trump teria que gastar mais dinheiro norte-americano, quase o dobro. Nesse caso, o Pentágono teria mais de um trilhão de dólares (R$ 6 trilhões) anualmente.

Na Itália, os oficiais se preparam para gastar mais com defesa do que antes.

"Parece que haverá uma mudança […]. Não acho que será de 5%, que seria impossível para quase todas as nações no mundo hoje, porém [...] seria não 2%, o que agora estamos tentando atingir, seria mais", disse à Reuters o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto.

Anteriormente, o jornal Financial Times escreveu que Trump pretende exigir que os aliados paguem mais. O mesmo artigo dizia que o limite superior das exigências seria de 5%, mas que o novo governo estaria pronto para um compromisso de 3,5%.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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