sábado, 18 de janeiro de 2025

Está estressado? Bebida feita com cacau pode ajudar, diz estudo

Ao se sentir estressado, é comum ter vontade de comer comidas mais gordurosas ou ricas em açúcar, como frituras, doces e fast food. No entanto, essas escolhas podem aumentar o efeito negativo do estresse na saúde cardiovascular. Um estudo recente feito pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, descobriu que alimentos ricos em gordura podem afetar negativamente a função vascular e o fornecimento de oxigênio ao cérebro.

Agora, um novo estudo, realizado pela mesma equipe de pesquisadores, descobriu que uma bebida feita de cacau em combinação com uma refeição gordurosa pode neutralizar parte do impacto desses alimentos e proteger o sistema vascular do estresse. Segundo os pesquisadores, isso acontece graças aos altos níveis de flavonoides encontrados no cacau. A pesquisa foi publicada no dia 18 de novembro na revista Food and Function.

 “Flavonoides são um tipo de composto que ocorre em diferentes frutas, vegetais, chá e nozes, incluindo frutas vermelhas e cacau não processado. Flavonoides são conhecidos por terem benefícios à saúde, particularmente para regular a pressão arterial e proteger a saúde cardiovascular”, explica a primeira autora do estudo, Rosalind Baynham, da Universidade de Birmingham, em comunicado.

A professora Catarina Rendeiro, de Ciências Nutricionais na Universidade de Birmingham e autora principal do estudo, acrescenta: “Sabemos que quando as pessoas estão estressadas, elas tendem a gravitar em direção a alimentos ricos em gordura. Já mostramos anteriormente que alimentos gordurosos podem prejudicar a recuperação vascular do corpo ao estresse. Neste estudo, queríamos ver se adicionar um alimento rico em flavanol à refeição gordurosa aliviaria o impacto negativo do estresse no corpo.”

Para isso, a equipe reuniu 23 homens e mulheres jovens saudáveis e deu a eles alimentos gordurosos, como dois croissants amanteigados com 10 gramas de manteiga salgada, 1,5 fatias de queijo cheddar e 250 ml de leite integral como café da manhã. Além disso, os pesquisadores também deram aos participantes uma bebida de cacau com alto teor de flavonoides ou uma bebida de cacau com baixo teor do mesmo componente. A bebida foi feita com 12 gramas de cacau em pó em 250 ml de leite integral.

Após um período de descanso, a equipe pediu aos participantes que completassem um teste de matemática e os alertou quando erraram uma resposta. Durante o período de descanso de oito minutos e o teste, também de oito minutos, foram medidos o fluxo sanguíneo do antebraço, a atividade cardiovascular e a oxigenação do tecido do córtex pré-frontal.

Além disso, também foi medida a função vascular usando dilatação mediada pelo fluxo braquial, uma medida prognóstica para risco futuro de doença cardiovascular.

Segundo os pesquisadores, o teste de matemática induziu aumentos significativos na frequência cardíaca e na pressão arterial, semelhante ao estresse encontrado na vida diária.

<><> Bebida de cacau pode ajudar a reduzir o estresse e o risco cardiovascular

De acordo com os pesquisadores, a equipe identificou que consumir alimentos gordurosos com a bebida com baixo teor de flavonoides reduziu a função vascular em 1,29% e esse efeito durou até 90 minutos após o evento estressante (o teste de matemática) ter acabado.

As descobertas também mostraram que a bebida de cacau rica em flavonoides foi eficaz na prevenção do declínio da função vascular após estresse e consumo de gordura. A dilatação mediada pelo fluxo braquial foi significativamente maior após o cacau com alto teor de flavonoides em comparação ao cacau com baixo teor de flavonoides 30 e 90 minutos após o período estressante.

A equipe também descobriu no estudo anterior que comer alimentos ricos em gordura atenuou a oxigenação cerebral no córtex pré-frontal durante o estresse. No entanto, os flavonoides do cacau não melhoraram a oxigenação cerebral ou impactaram o humor no novo trabalho.

“Esta pesquisa mostra que beber ou comer um alimento rico em flavonoides pode ser usado como uma estratégia para mitigar parte do impacto de escolhas alimentares mais pobres no sistema vascular. Isso pode nos ajudar a tomar decisões mais informadas sobre o que comemos e bebemos durante períodos estressantes”, afirma Catarina Rendeiro, professora assistente em Ciências Nutricionais na Universidade de Birmingham.

Para obter os benefícios encontrados pelo estudo, os pesquisadores sugerem optar por cacau em pó minimamente processado ao fazer compras no supermercado. Além do cacau, outras bebidas também podem ser boas fontes de flavonoides, como chá-verde, chá-preto e frutas vermelhas.

“A vida moderna é estressante e o impacto do estresse em nossa saúde e na economia foi bem documentado, então qualquer mudança que possamos fazer para nos proteger de alguns dos sintomas do estresse é positiva”, afirma Jet Veldhuijzen van Zanten, professora de Psicologia Biológica na Universidade de Birmingham.

“Para aqueles que tendem a buscar uma guloseima quando estão estressados ​​ou dependem de comida conveniente porque trabalham em empregos de alta pressão ou têm pouco tempo, incorporar algumas dessas pequenas mudanças pode fazer uma diferença real”, acrescenta.

¨         Chocolate amargo pode reduzir o risco de hipertensão, diz estudo

Um novo estudo, publicado na Nature Scientific Reports, sugere que comer chocolate amargo pode reduzir o risco de hipertensão essencial — condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial sem causa identificável.

Esse benefício pode estar relacionado ao fato de o cacau ser rico em flavonoides, compostos com ação antioxidante e que, consequentemente, colaboram para a prevenção de doenças.

O objetivo da pesquisa foi entender como o chocolate amargo pode ajudar a diminuir o risco de diversas doenças cardiovasculares. Para isso, os pesquisadores usaram dados de associação genômica disponíveis publicamente e analisaram a ingestão de chocolate amargo e o risco de diversas doenças cardiovasculares (como hipertensão arterial, doença coronariana, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, coágulos sanguíneos e infarto).

Os pesquisadores concluíram que o consumo de chocolate amargo pode, sim, ajudar a diminuir o risco de hipertensão essencial. O estudo também encontrou uma possível relação entre a ingestão de chocolate amargo e um risco reduzido de tromboembolismo venoso, condição caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo na veia.

<><> O que é hipertensão essencial e quais são seus riscos?

A hipertensão essencial é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão arterial sem causa específica. A condição também é conhecida como “hipertensão primária” e é o tipo mais comum de pressão alta.

Normalmente, está relacionada a fatores de risco como:

  • Histórico familiar de hipertensão;
  • Sedentarismo;
  • Alimentação com excesso de sal;
  • Tabagismo;
  • Idade (superior a 65 anos).

A hipertensão não tratada adequadamente pode levar a outros problemas cardiovasculares, como doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). Para reverter a condição, são necessárias mudanças no estilo de vida, como dieta e prática regular de exercícios, e uso de medicamentos.

<><> Outras propriedades do chocolate amargo

Para um chocolate ser considerado amargo, é preciso que sua composição seja, pelo menos, 50% feita de cacau. O fruto é rico em nutrientes e vitaminas importantes para a saúde e, por isso, pode trazer diversos benefícios – principalmente, quando o chocolate amargo contém poucas taxas de açúcar adicionado. Além dos flavonoides, o cacau é rico em fibra, ferro, magnésio, fósforo e zinco.

Recentemente, um outro estudo mostrou que o chocolate amargo pode reduzir a fissura por cigarro em fumantes que estão tentando parar de fumar. Isso está relacionado às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que o cigarro possui, contribuindo para a redução do estresse, dos sintomas associados à ansiedade e às alterações de humor.

 

¨         Chocolate vicia? Veja 8 mitos e verdades sobre o doce

Chocolate vicia? Causa espinhas? Engorda? Pode ajudar na depressão? Esses são alguns dos questionamentos comuns acerca de um dos doces mais apreciados no mundo. Porém, nem tudo o que é disseminado sobre o chocolate é verdade.

Pensando nisso, a CNN, com a ajuda de especialistas, esclareceu 8 mitos e verdades sobre o chocolate, explicando o que é realmente verdade sobre o doce, seus benefícios e malefícios e outras curiosidades. Confira:

<><> 1. Chocolate pode viciar

Mito. O chocolate não possui nenhuma substância que vicia e, por isso, não leva ao vício. “É verdade que alguns alimentos são muito gostosos e nos causam prazer em comer, mas vício está muito além disso”, afirma Alexandra Corrêa de Freitas, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina.

A especialista explica que a definição de vício segue critérios técnicos estabelecidos na área da saúde e tem sinais e sintomas que não são observados após a ingestão de alimentos, como o chocolate.

“O vício está diretamente relacionado a uma dependência, que altera mecanismos neurológicos de captação de neurotransmissores, interferindo na tomada de decisões, racionalidade e julgamento. Os alimentos, dentre eles o chocolate, podem trazer boas sensações e prazer em comer, mas sua ausência não causa sintomas de abstinência ou prejuízos na racionalidade”, diz. “Por isso, não, o chocolate não vicia. O que vemos comumente é um hábito de se repetir o consumo pelo prazer obtido”, completa.

<><> 2. Chocolate faz bem para a saúde do coração

Verdade. Mas, para isso, ele precisa ter uma boa concentração de cacau. “O chocolate amargo apresenta minerais em sua composição, como magnésio, cobre e potássio, que atuam de forma cardioprotetora no corpo”, afirma Renata Cristina Taveira Azevedo, nutróloga do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual).

“Os benefícios à saúde cardiovascular são decorrentes dos flavonoides presentes no cacau. Dessa forma, os chocolates amargos (porcentagem superior à 50% de cacau), têm maior potencial para nos oferecer esses benefícios, desde que aliados a outros cuidados com a saúde do coração, como uma alimentação equilibrada, prática de atividade física, não tabagismo, entre outros”, completa Freitas.

<><> 3. Chocolate ajuda a aliviar os sintomas relacionados à ansiedade e depressão

Mito. A ansiedade e depressão são transtornos mentais que requerem diagnóstico médico e tratamentos adequados, com terapia e, em alguns casos, uso de medicamentos. O que acontece, na verdade, é que o chocolate pode causar uma boa sensação no consumidor e, consequentemente, trazer alívio de sentimentos negativos.

“O chocolate é um ativador natural da serotonina no cérebro humano, substância que causa o bem-estar”, afirma Azevedo. Além disso, o alimento também está associado à liberação de dopamina e endorfina, que causam sensação de prazer, alegria, satisfação e bem-estar. “Por isso, podem estar associados ao alívio dos sintomas de ansiedade e depressão, porém, apenas seu consumo não alcançará o objetivo de tratar essas condições”, ressalta Freitas.

<><> 4. Chocolate é antioxidante

Verdade. Mas, novamente, esse é um benefício de chocolates com alta concentração de cacau. “É o cacau, presente nos chocolates, que possui substâncias bioativas, como os flavonóis, que são polifenóis que têm ação antioxidante com capacidade de neutralizar radicais livres e diminuir a oxidação das células e de material genético que ocorrem de forma natural no organismo”, explica a nutricionista.

                                  <><> 5. Chocolate causa espinhas

Mito. O chocolate em si não causa espinhas. “As espinhas são causadas pela obstrução das glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de sebo da pele, e podem ser influenciadas por fatores genéticos, excesso de oleosidade, alterações hormonais, acúmulo de bactérias e hábitos de vida, como os hábitos alimentares”, explica Freitas.

O que acontece é que, qualquer alimento rico em açúcar, quando consumido em excesso, pode favorecer o surgimento de espinhas. “Consumir um alto teor de açúcar pode promover o aumento da produção da glândula sebácea, podendo ter um aumento da descamação epidérmica dos corneócitos [células presentes na pele] e aumento da presença de germes gram-negativos na superfície da pele”, explica Azevedo.

                              <><> 6. Chocolate amargo não engorda

Mito. O chocolate amargo é a opção mais saudável entre os chocolates e pode fazer parte de uma alimentação saudável, desde que consumido com moderação. “Ele tem maior teor de cacau comparação ao chocolate ao leite e ao branco e tem menos açúcares em sua composição. Mas, ainda assim, quando consumido em excesso pode elevar a gordura corporal”, afirma a nutróloga.

<><> 7. Chocolate ajuda a reduzir o colesterol

Verdade, desde que haja uma boa concentração de cacau. Estudos mostraram que o consumo de cacau está relacionado à saúde cardiovascular, incluindo o controle dos níveis de colesterol no sangue. “No entanto, é importante dizer que aliado ao cacau é preciso ter uma alimentação equilibrada, com baixo teor de gordura saturada, rica em fibras e em gorduras insaturadas”, ressalta Freitas.

<><> 8. Chocolate é afrodisíaco?

Verdade, mas, novamente, isso é válido para opções com boa concentração de cacau. O fruto possui uma substância chamada feniletilamina, que induz a liberação de endorfina, dopamina, serotonina e outros neuroquímicos que causam euforia e contribuem para o aumento da libido, da sensação de bem-estar, bom humor e prazer, conforme explica a nutricionista.

“Os flavonóis também presentes no cacau funcionam como antioxidantes e podem contribuir no desempenho sexual ao melhorar a circulação de sangue no corpo”, afirma.

 

Fonte: CNN Brasil

 

Nenhum comentário: