Está estressado? Bebida feita com
cacau pode ajudar, diz estudo
Ao se sentir estressado, é comum ter vontade de comer
comidas mais gordurosas ou ricas em açúcar, como frituras, doces e fast food.
No entanto, essas escolhas podem aumentar o efeito negativo do estresse na
saúde cardiovascular. Um estudo recente feito pela Universidade de Birmingham,
na Inglaterra, descobriu que alimentos ricos em gordura podem afetar
negativamente a função vascular e o fornecimento de oxigênio ao cérebro.
Agora, um novo estudo, realizado pela mesma equipe de
pesquisadores, descobriu que uma bebida feita de cacau em combinação
com uma refeição gordurosa pode neutralizar parte do impacto desses alimentos e
proteger o sistema vascular do estresse. Segundo os
pesquisadores, isso acontece graças aos altos níveis de flavonoides encontrados
no cacau. A pesquisa foi publicada no dia 18 de novembro na revista Food and Function.
“Flavonoides são
um tipo de composto que ocorre em diferentes frutas, vegetais, chá e nozes,
incluindo frutas vermelhas e cacau não processado. Flavonoides são conhecidos
por terem benefícios à saúde, particularmente para regular a pressão arterial e
proteger a saúde cardiovascular”, explica a primeira autora do estudo, Rosalind
Baynham, da Universidade de Birmingham, em comunicado.
A professora Catarina Rendeiro, de Ciências
Nutricionais na Universidade de Birmingham e autora principal do estudo,
acrescenta: “Sabemos que quando as pessoas estão estressadas, elas tendem a
gravitar em direção a alimentos ricos em gordura. Já mostramos anteriormente
que alimentos gordurosos podem prejudicar a recuperação vascular do corpo ao
estresse. Neste estudo, queríamos ver se adicionar um alimento rico em flavanol
à refeição gordurosa aliviaria o impacto negativo do estresse no corpo.”
Para isso, a equipe reuniu 23 homens e mulheres jovens
saudáveis e deu a eles alimentos gordurosos, como dois
croissants amanteigados com 10 gramas de manteiga salgada, 1,5 fatias de queijo
cheddar e 250 ml de leite integral como café da manhã. Além disso, os
pesquisadores também deram aos participantes uma bebida de cacau com alto teor
de flavonoides ou uma bebida de cacau com baixo teor do mesmo componente. A
bebida foi feita com 12 gramas de cacau em pó em 250 ml de leite integral.
Após um período de descanso, a equipe pediu aos
participantes que completassem um teste de matemática e os alertou quando
erraram uma resposta. Durante o período de descanso de oito minutos e o teste,
também de oito minutos, foram medidos o fluxo sanguíneo do antebraço, a
atividade cardiovascular e a oxigenação do tecido do córtex pré-frontal.
Além disso, também foi medida a função vascular usando
dilatação mediada pelo fluxo braquial, uma medida prognóstica para risco futuro
de doença cardiovascular.
Segundo os pesquisadores, o teste de matemática induziu
aumentos significativos na frequência cardíaca e na pressão arterial,
semelhante ao estresse encontrado na vida diária.
<><> Bebida de cacau pode ajudar a reduzir
o estresse e o risco cardiovascular
De acordo com os pesquisadores, a equipe identificou
que consumir alimentos gordurosos com a bebida com baixo teor de flavonoides
reduziu a função vascular em 1,29% e esse efeito durou até 90 minutos após o
evento estressante (o teste de matemática) ter acabado.
As descobertas também mostraram que a bebida de cacau
rica em flavonoides foi eficaz na prevenção do declínio da função vascular após
estresse e consumo de gordura. A dilatação mediada pelo fluxo braquial foi significativamente
maior após o cacau com alto teor de flavonoides em comparação ao cacau com
baixo teor de flavonoides 30 e 90 minutos após o período estressante.
A equipe também descobriu no estudo anterior que comer
alimentos ricos em gordura atenuou a oxigenação cerebral no córtex pré-frontal
durante o estresse. No entanto, os flavonoides do cacau não melhoraram a
oxigenação cerebral ou impactaram o humor no novo trabalho.
“Esta pesquisa mostra que beber ou comer um alimento
rico em flavonoides pode ser usado como uma estratégia para mitigar parte do
impacto de escolhas alimentares mais pobres no sistema vascular. Isso pode nos
ajudar a tomar decisões mais informadas sobre o que comemos e bebemos durante
períodos estressantes”, afirma Catarina Rendeiro, professora assistente em
Ciências Nutricionais na Universidade de Birmingham.
Para obter os benefícios encontrados pelo estudo, os
pesquisadores sugerem optar por cacau em pó minimamente processado ao fazer
compras no supermercado. Além do cacau, outras bebidas também podem ser boas
fontes de flavonoides, como chá-verde, chá-preto e
frutas vermelhas.
“A vida moderna é estressante e o impacto do estresse
em nossa saúde e na economia foi bem documentado, então qualquer mudança que
possamos fazer para nos proteger de alguns dos sintomas do estresse é
positiva”, afirma Jet Veldhuijzen van Zanten, professora de Psicologia Biológica
na Universidade de Birmingham.
“Para aqueles que tendem a buscar uma guloseima quando
estão estressados ou dependem de comida conveniente porque
trabalham em empregos de alta pressão ou têm pouco tempo, incorporar algumas
dessas pequenas mudanças pode fazer uma diferença real”, acrescenta.
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Chocolate
amargo pode reduzir o risco de hipertensão, diz estudo
Um novo estudo, publicado na Nature
Scientific Reports, sugere
que comer chocolate amargo pode reduzir o risco de hipertensão essencial —
condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial sem causa
identificável.
Esse benefício pode estar relacionado ao fato de o
cacau ser rico em flavonoides, compostos com ação antioxidante e que,
consequentemente, colaboram para a prevenção de doenças.
O objetivo da pesquisa foi entender
como o chocolate amargo pode ajudar a diminuir o risco de diversas doenças
cardiovasculares. Para isso, os pesquisadores usaram dados de associação
genômica disponíveis publicamente e analisaram a ingestão de chocolate amargo e
o risco de diversas doenças cardiovasculares (como hipertensão arterial, doença
coronariana, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, coágulos
sanguíneos e infarto).
Os pesquisadores concluíram que o consumo de chocolate
amargo pode, sim, ajudar a diminuir o risco de hipertensão essencial. O estudo
também encontrou uma possível relação entre a ingestão de chocolate amargo e um
risco reduzido de tromboembolismo venoso, condição caracterizada pela formação
de um coágulo sanguíneo na veia.
<><> O que é hipertensão essencial e quais
são seus riscos?
A hipertensão essencial é uma doença caracterizada pelo
aumento da pressão arterial sem causa específica. A condição também é conhecida
como “hipertensão
primária” e é o tipo mais comum de pressão alta.
Normalmente, está relacionada a fatores de risco como:
- Histórico familiar de hipertensão;
- Sedentarismo;
- Alimentação com excesso de sal;
- Tabagismo;
- Idade (superior a 65 anos).
A hipertensão não tratada adequadamente pode levar a
outros problemas cardiovasculares, como doença arterial coronariana, insuficiência
cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). Para reverter a condição, são
necessárias mudanças no estilo de vida, como dieta e prática
regular de exercícios, e uso de medicamentos.
<><> Outras propriedades do chocolate
amargo
Para um chocolate ser considerado amargo, é preciso que
sua composição seja, pelo menos, 50% feita de cacau. O fruto é rico em
nutrientes e vitaminas importantes para a saúde e, por isso, pode trazer
diversos benefícios – principalmente, quando o chocolate amargo contém poucas
taxas de açúcar adicionado. Além dos flavonoides, o cacau é rico em fibra,
ferro, magnésio, fósforo e zinco.
Recentemente, um outro estudo mostrou que o chocolate amargo pode reduzir a
fissura por cigarro em
fumantes que estão tentando parar de fumar. Isso está relacionado às
propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que o cigarro possui,
contribuindo para a redução do estresse, dos sintomas associados à ansiedade e
às alterações de humor.
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Chocolate
vicia? Veja 8 mitos e verdades sobre o doce
Chocolate vicia? Causa espinhas? Engorda? Pode ajudar
na depressão? Esses são alguns dos questionamentos comuns acerca de um dos
doces mais apreciados no mundo. Porém, nem tudo o que é disseminado sobre o
chocolate é verdade.
Pensando nisso, a CNN, com a ajuda de
especialistas, esclareceu 8 mitos e verdades sobre o chocolate,
explicando o que é realmente verdade sobre o doce, seus benefícios e malefícios
e outras curiosidades. Confira:
<><> 1. Chocolate pode viciar
Mito. O chocolate não
possui nenhuma substância que vicia e, por isso, não leva
ao vício. “É verdade que alguns alimentos são muito gostosos e nos causam
prazer em comer, mas vício está muito além disso”, afirma Alexandra Corrêa de
Freitas, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade Santa
Marcelina.
A especialista explica que a definição de
vício segue critérios técnicos estabelecidos na área da saúde e
tem sinais e sintomas que não são observados após a ingestão de alimentos, como
o chocolate.
“O vício está diretamente relacionado a uma
dependência, que altera mecanismos neurológicos de captação de
neurotransmissores, interferindo na tomada de decisões, racionalidade e
julgamento. Os alimentos, dentre eles o chocolate, podem trazer boas sensações
e prazer em comer, mas sua ausência não causa sintomas de abstinência ou
prejuízos na racionalidade”, diz. “Por isso, não, o chocolate não vicia. O que
vemos comumente é um hábito de se repetir o consumo pelo prazer obtido”,
completa.
<><> 2. Chocolate faz bem para a saúde do
coração
Verdade. Mas, para isso,
ele precisa ter uma boa concentração de cacau. “O
chocolate amargo apresenta minerais em sua composição, como magnésio, cobre e
potássio, que atuam de forma cardioprotetora no corpo”, afirma Renata Cristina
Taveira Azevedo, nutróloga do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual).
“Os benefícios à saúde cardiovascular são decorrentes
dos flavonoides presentes no cacau. Dessa forma, os chocolates amargos
(porcentagem superior à 50% de cacau), têm maior potencial para nos oferecer
esses benefícios, desde que aliados a outros cuidados com a saúde do coração,
como uma alimentação equilibrada, prática de atividade física, não tabagismo,
entre outros”, completa Freitas.
<><> 3. Chocolate ajuda a aliviar os
sintomas relacionados à ansiedade e depressão
Mito. A ansiedade e depressão são
transtornos mentais que requerem diagnóstico médico e tratamentos adequados,
com terapia e, em alguns casos, uso de medicamentos. O que acontece, na
verdade, é que o chocolate pode causar uma boa sensação no consumidor e,
consequentemente, trazer alívio de sentimentos negativos.
“O chocolate é um ativador natural da serotonina no
cérebro humano, substância que causa o bem-estar”, afirma Azevedo. Além disso,
o alimento também está associado à liberação de dopamina e endorfina, que
causam sensação de prazer, alegria, satisfação e bem-estar. “Por isso, podem
estar associados ao alívio dos sintomas de ansiedade e depressão, porém, apenas
seu consumo não alcançará o objetivo de tratar essas condições”, ressalta
Freitas.
<><> 4. Chocolate é antioxidante
Verdade. Mas, novamente,
esse é um benefício de chocolates com alta concentração de cacau.
“É o cacau, presente nos chocolates, que possui substâncias bioativas, como os
flavonóis, que são polifenóis que têm ação antioxidante com capacidade de
neutralizar radicais livres e diminuir a oxidação das células e de material
genético que ocorrem de forma natural no organismo”, explica a nutricionista.
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5. Chocolate causa espinhas
Mito. O chocolate em si não causa espinhas. “As espinhas são
causadas pela obstrução das glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de
sebo da pele, e podem ser influenciadas por fatores genéticos, excesso de
oleosidade, alterações hormonais, acúmulo de bactérias e hábitos de vida, como
os hábitos alimentares”, explica Freitas.
O que acontece é que, qualquer alimento rico em
açúcar, quando consumido em excesso, pode favorecer o surgimento de
espinhas. “Consumir um alto teor de açúcar pode promover o
aumento da produção da glândula sebácea, podendo ter um aumento da descamação
epidérmica dos corneócitos [células presentes na pele] e aumento da presença de
germes gram-negativos na superfície da pele”, explica Azevedo.
<><> 6. Chocolate amargo não engorda
Mito. O chocolate
amargo é a opção mais saudável entre os
chocolates e
pode fazer parte de uma alimentação saudável, desde que
consumido com moderação. “Ele tem maior teor de cacau
comparação ao chocolate ao leite e ao branco e tem menos açúcares em sua
composição. Mas, ainda assim, quando consumido em excesso pode elevar a gordura
corporal”, afirma a nutróloga.
<><> 7. Chocolate ajuda a reduzir o
colesterol
Verdade, desde que haja
uma boa concentração de cacau. Estudos mostraram que o consumo de cacau está relacionado à
saúde cardiovascular,
incluindo o controle dos níveis de colesterol no sangue. “No entanto, é
importante dizer que aliado ao cacau é preciso ter uma alimentação equilibrada,
com baixo teor de gordura saturada, rica em fibras e em gorduras insaturadas”,
ressalta Freitas.
<><> 8. Chocolate é afrodisíaco?
Verdade, mas, novamente,
isso é válido para opções com boa concentração de cacau. O fruto possui uma
substância chamada feniletilamina, que induz a liberação de
endorfina, dopamina, serotonina e outros neuroquímicos que causam euforia e
contribuem para o aumento da libido, da sensação de bem-estar, bom humor e
prazer, conforme explica a nutricionista.
“Os flavonóis também presentes no cacau funcionam como
antioxidantes e podem contribuir no desempenho sexual ao melhorar a circulação
de sangue no corpo”, afirma.
Fonte: CNN Brasil
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