sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Moraes nega pedido de Bolsonaro para viajar aos EUA para posse de Trump

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quinta-feira (16) o pedido de devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que ele possa viajar para os Estados Unidos (EUA) e participar da posse do presidente eleito Donald Trump.

Com isso, essa é a quarta vez que o Supremo nega a restituição do documento. Segundo a decisão, Bolsonaro não apresentou o convite formal para a posse de Trump.

"Não houve, portanto, o cumprimento da decisão de 11 de janeiro de 2025 [que pediu apresentação do convite], pois não foi juntado aos autos nenhum documento probatório que demonstrasse a existência de convite realizado pelo presidente eleito dos EUA ao requerente Jair Messias Bolsonaro, conforme alegado pela defesa", argumentou Moraes.

A decisão reforça que desde que o passaporte foi retido não houve alteração que justificasse a suspensão da medida. E diz também que Bolsonaro continua dando indícios de que pode tentar fugir do país.

"O cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal, da mesma maneira como vem defendendo a fuga do pais e o asilo no exterior para os diversos condenados com trânsito em julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em casos conexos à presente investigação e relacionados à 'tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito'", diz o documento.

Moraes cita ainda que, logo após o indiciamento, Bolsonaro cogitou, em entrevista a um jornal, fugir e pedir asilo político em outro país para evitar uma eventual responsabilização no Brasil.

O ministro acrescenta que essas tentativas foram corroboradas por um dos filhos do ex-presidente.

"O apoio à ilícita evasão do território nacional de réus condenados definitivamente pelo plenário do STF em casos conexos à presente investigação, e a defesa da permanência clandestina no exterior, em especial na Argentina, para evitar a aplicação da lei e das decisões judiciais transitadas em julgado, estão, constantemente, sendo corroborados pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que, segundo a própria defesa, teria intermediado os convites para a viagem requerida pelo indiciado Jair Messias Bolsonaro para os EUA", diz outro trecho.

·        Apreensão do passaporte

O documento foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024 diante do avanço das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder, que teria envolvido o ex-presidente, aliados e militares próximos. 

Em novembro do ano passado, Bolsonaro e mais 39 pessoas foram indiciadas pela PF por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O caso está sob análise da Procuradoria-geral da República (PGR), que deve decidir até fevereiro se os investigados serão ou não denunciados ao Supremo. Há expectativa no STF de que eles sejam formalmente acusados. 

·        Viagem aos EUA 

Os advogados pediram que Moraes liberasse a saída de Bolsonaro do país entre os dias 17 e 22 de janeiro. A cerimônia está marcada para a próxima segunda-feira (20), em Washington.

Ao Supremo, os advogados de Bolsonaro disseram que a posse de Trump "consiste em evento de notória magnitude política e simbólica e o convite para comparecer à sua cerimônia encontra-se carregado de significados".

Além disso, implicaria em "diversos aspectos importantes, tais como o reforço de laços e o fortalecimento das relações bilaterais entre os países mediante o diálogo entre dois líderes globais".

No sábado (11), Moraes determinou que a defesa comprovasse que Bolsonaro foi convidado oficialmente para a cerimônia de posse.

Isso porque foi juntado um e-mail de um endereço não identificado e "sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado. Os advogados afirmaram que o documento apresentado à Justiça é mesmo o convite formal para o evento. 

O procurador-geral da República, Paulo Gonetdefendeu a rejeição da devolução do passaporte. 

Segundo o PGR, não há interesse público na viagem de Bolsonaro que justifique a derrubada da restrição, sendo que ele "não exerce função que confira status de representação oficial do Brasil à sua presença na cerimônia oficial nos Estados Unidos".

"O requerente não apresentou fundamento de especial relevo que supere o elevado valor de interesse público que motiva a medida cautelar em vigor. A viagem desejada pretende satisfazer interesse privado do requerente, que não se entremostra imprescindível", afirmou Gonet.

"Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país. A situação descrita não revela necessidade básica, urgente e indeclinável, apta para excepcionar o comando de permanência no Brasil, deliberado por motivos de ordem pública", completou o procurador-geral.

¨      Baile Hispânico de Trump: o evento para o qual Bolsonaro diz ter sido convidado

Advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram que ele foi convidado para a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Um dos eventos para o qual Bolsonaro afirma ter sido chamado é o Baile de Posse Hispânico.

Segundo o blog da Julia Duailibi, a defesa do ex-presidente entrou com uma solicitação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para que o passaporte de Bolsonaro seja liberado para uma viagem de cinco dias, entre 17 e 22 de janeiro.

Bolsonaro precisa de autorização judicial para deixar o Brasil, já que teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024, durante uma operação que investigava uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder.

O Baile de Posse Hispânico é um evento voltado para a comunidade hispânica nos Estados Unidos. De acordo com o site oficial do baile, o encontro tem como objetivo inspirar parcerias, unir divisões e traçar um caminho que fortaleça o país.

A festa está marcada para o dia 18 de janeiro, dois dias antes da posse oficial de Trump. O baile deve contar com a presença de políticos, empresários e artistas.

Entre as personalidades cotadas para comparecer ao evento estão o senador Marco Rubio, que deve ser o próximo Secretário de Estado, Robert F. Kennedy Jr., indicado para comandar a saúde, e Donald Trump Jr., filho do presidente eleito. Os três são apresentados como cadeiras honorárias do evento.

O presidente da Argentina, Javier Milei, está entre os convidados especiais, segundo a organização do evento.

Ingressos para o baile foram vendidos por US$ 250 (R$ 1.520). O baile será realizado em um hotel de luxo em Washington D.C.

<><> Ida à posse

Na semana passada, Bolsonaro solicitou a devolução do passaporte e a autorização para sair do país para participar da cerimônia em Washington D.C., nos Estados Unidos.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, havia determinado que o ex-presidente comprovasse o convite para a posse de Trump com um documento formal.

Em sua decisão, o ministro afirmou que, antes de dar andamento ao pedido da defesa de Bolsonaro, seria necessária uma "complementação", uma vez que a solicitação não foi acompanhada dos "documentos necessários".

Os advogados de Bolsonaro enviaram a Moraes um documento para comprovar o convite. Em um recurso, a defesa do ex-presidente afirmou que eventuais mentiras sobre o convite enviado por Trump "podem levar a rigorosas consequências".

O recurso será encaminhado à Procuradoria-Geral da República para que emita seu parecer antes de Moraes tomar sua decisão.

¨      Posse de Trump: quem foi convidado, quem confirmou presença e quem não irá

Eleito para um novo mandato presidencial dos EUAo republicano Donald Trump toma posse na próxima segunda-feira, 20 de janeiro de 2025.

Tradicionalmente chamada de "Inauguration Day" (ou "Dia da Inauguração", em português), a data celebra as cerimônias de posse dos presidentes e vice-presidentes dos Estados Unidos.

O evento ocorrerá no Capitólio, em Washington, D.C, reunindo celebridades e aliados de Trump.

<><> Políticos dos EUA

A Casa Branca confirmou, ainda em novembro, que Joe Biden estará presente na posse de Donald Trump. Derrotada nas urnas em 2024, Kamala Harris também teve sua presença confirmada.

 Trump não foi à posse de Biden como 46º presidente dos EUA em 20 de janeiro de 2021, sendo o primeiro ex-presidente em mais de 150 anos a não comparecer à cerimônia de posse de seu sucessor.

O ex-presidente Barack Obama também é esperado no evento, mas a ex-primeira-dama Michelle Obama não comparecerá à posse deste ano, de acordo com seu gabinete.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi convidado para a posse. A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, vai representar o governo brasileiro no evento.

A ausência de convite a Lula é normal. Historicamente, os governantes costumam evitar participar de cerimônias de posse no exterior por questões de segurança, optando por enviar diplomatas como representantes. De acordo com a Agência Reuters, no entanto, Trump quebrou precedentes e convidou vários líderes estrangeiros para a cerimônia.

Advogados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que ele é um dos convidados, mas ele precisa de autorização judicial para viajar, já que teve o passaporte apreendido em 2024 durante a operação que investigava a tentativa de golpe de Estado.

Nesta quinta (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido de devolução do passaporte do ex-presidente.

<><> Líderes da direita

Aliados de Trump, nomes da extrema direita mundial estão entre os principais convidados da cerimônia.

Segundo a Reuters, o presidente Javier Milei, da Argentina, confirmou sua presença. Também é esperada a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Já Viktor Orbán, da Hungria, e Xi Jinping, presidente chinês, recusaram o convite.

Trump também chamou políticos de partidos conservadores europeus, como Tino Chrupalla, do Alternativa para a Alemanha (AfD), e o espanhol Santiago Abascal, do VOX, confirmou o site POLITICO.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte, não foram convidados.

<><> Bilionários e donos de big techs

Também estão entre os convidados os executivos Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.

Os presidentes da Tesla, da Amazon e da Meta, respectivamente, ficarão sentados ao lado de nomes do primeiro escalão do governo do republicano e de outras autoridades eleitas, de acordo com a NBC News.

As três empresas que fizeram doações de US$ 1 milhão para a posse de Trump.

<><> Como será a posse?

De acordo com a Reuters, serão ao menos 18 festas de gala em Washington entre o fim de semana e a segunda-feira da posse, três das quais são consideradas oficiais e com expectativa da presença de Trump.

No domingo, na véspera da posse, ele realizará o "Make America Great Again Victory Rally", um comício no estilo de campanha para apoiadores do presidente.

O dia da posse começará com uma cerimônia religiosa na Igreja de St. John's. As apresentações musicais e os discursos iniciais terão início no palco principal, localizado no West Lawn do Capitólio, às 11h30 pelo Horário de Brasília, segundo a BBC.

Em seguida, Trump e Vance prestarão juramento, e o presidente fará o discurso inaugural. Também haverá um desfile do Capitólio até a Casa Branca.

Pela noite, Trump participará de três bailes inaugurais na cidade, onde é esperado que ele discurse.

<><> Que músicos irão se apresentar?

O grupo Village People e a cantora Carrie Underwood aceitaram se apresentar em eventos relacionados à posse do presidente eleito dos EUA Donald Trump.

O grupo responsável pelos hits “Y.M.C.A” e “Macho Man” é presença confirmada no baile organizado pelo Turning Point USA, grupo ativista conservador, que acontece no dia 19 de janeiro, em Washington, Estados Unidos.

Já Carrie Underwood está programada para se apresentar no dia 20 de janeiro, quando acontece a posse. Na ocasião, ela cantará a música "American the beautiful", acompanhada por dois corais das Forças Armadas americanas.

 

Fonte: g1

 

Nenhum comentário: