quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

 “Janeiro Seco”: por que reduzir o álcool o ano todo é importante para a saúde

Também conhecida como Dry January, a campanha batizada de Janeiro Seco é marcada pela ideia de iniciar o ano sem a ingestão de álcool. No entanto, o compromisso de evitá-lo precisa ser constante, uma vez que não há dose segura da bebida para consumo.

Segundo o oncologista Ramon Andrade de Melo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, entre os principais perigos do álcool, há destaque para o câncer. “Bebê-lo não significa que você definitivamente terá câncer, mas o risco é maior quanto mais álcool você bebe”, comenta.

Ainda segundo o médico, os diagnósticos localizados na cabeça, no pescoço, colo retal, fígado e mama são os mais associados ao hábito.

“Todos os tipos de álcool aumentam o risco de câncer, já que é o próprio álcool que causa danos, mesmo em pequenas quantidades. Portanto, quanto mais você reduzir o consumo de álcool, mais poderá reduzir o risco de câncer. Beber menos também traz muitos outros benefícios à saúde, como reduzir o risco de acidentes, de pressão alta e de doenças do fígado”, afirma.

 “Além de ser uma substância inflamatória, também pode causar estresse oxidativo nas células, o que também pode ser uma causa do desenvolvimento de câncer”, acrescenta.

·        Alteração nos hormônios

O profissional também explica que outro mecanismo pelo qual o álcool é associado ao câncer diz respeito as alterações nos hormônios.

“O álcool pode aumentar os níveis de alguns hormônios em nossos corpos, como estrogênio e insulina. Os hormônios são mensageiros químicos, e níveis mais altos de estrogênio e insulina podem fazer com que as células se dividam com mais frequência. Isso aumenta a chance de que o câncer se desenvolva”, diz.

As consequências, segundo ele, não apresentam relação direta com a ressaca, então, ainda que alguns truques funcionem para minimizar os efeitos diretos e visíveis do álcool, eles não revertem os danos causados pelo consumo.

Ramon argumenta que o risco é ainda maior quando o alcoolismo também está vinculado ao tabagismo. “Pessoas que fumam e também bebem álcool têm maior risco de câncer de boca e garganta superior. Tabaco e álcool quando usados ​​juntos aumentam o risco de câncer, já que o efeito combinado causa maiores danos às células”, conta.

“O álcool pode alterar como os produtos químicos tóxicos da fumaça do tabaco são decompostos no corpo, tornando-os ainda mais prejudiciais”, acrescenta.

·        Alternativas para abandonar o vício

Por fim, Andrade adiciona que vencer um vício não é fácil, por isso a ajuda profissional é sempre a mais indicada. “Consultar um médico ou terapeuta especializado em dependência de álcool pode ajudar a criar um plano de desintoxicação e recuperação. Oriento também evitar situações de tentação, identificando e evitando ambientes e situações associadas ao consumo de álcool”.

“Uma boa estratégia também é encontrar substitutos saudáveis, como praticar exercícios físicos, participar de hobbies, ou socializar em ambientes não relacionados ao álcool. Ter uma alimentação balanceada e dormir o suficiente também é fundamental. Além disso, é fundamental beber bastante água e outras bebidas não alcoólicas. Em alguns casos, participar de grupos de apoio e considerar o uso de medicamentos são ações que também podem ajudar”, conclui.

 

¨      6 mudanças simples na alimentação para fazer em 2025 e ter mais saúde

Com a chegada de 2025, muita gente aproveita para dar início ao objetivo de melhorar a alimentação para garantir mais saúde e claro, perder alguns quilinhos. Mas para isso não é necessário fazer dietas rigorosas ou cortar alimentos do cardápio, alguns pequenos ajustes na alimentação podem fazer uma grande diferença.

A CNN conversou com dois especialistas para entender algumas dessas mudanças simples. Confira a seguir:

1. Aumente a ingestão de proteínas, legumes e verduras nas refeições

Uma das principais orientações dos especialistas para ter uma alimentação saudável ao longo do ano é aumentar a quantidade de proteínas nas refeições. O consumo adequado desse nutriente não apenas ajuda na saciedade, mas também contribui para a manutenção da massa muscular, essencial em todas as fases da vida.

Incluir fontes variadas, como ovos, peixes, leguminosas e carnes magras, é uma maneira prática de atingir essa meta.

Aumentar a ingestão de legumes e verduras também é uma recomendação unânime entre os nutricionistas e nutrólogos. Um hábito importante é buscar consumir tipos diferentes desse alimentos ao longo do dia. Essa diversidade não só enriquece o prato com vitaminas e minerais essenciais, mas também promove o bom funcionamento do intestino e fortalece o sistema imunológico.

 “É preciso lembrar que além da salada, precisamos focar na proteína que são blocos de construção do nosso corpo e nós não produzimos ela sozinho. O carboidrato, por exemplo, conseguimos nos virar bem sem, mas a proteína não. Então inclua na sua alimentação bastante salada, vegetais e proteínas. E aí, se você tiver fome ainda, pode incluir um carboidrato. Dê preferência aos integrais e não processados”, explica o nutrólogo Renato Lobo.

2. Reduza as bebidas açucaradas

Outro ponto fundamental é reduzir o consumo de bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos industrializados. Frequentemente consumidos em excesso eles estão entre os maiores vilões da alimentação saudável. Substituí-los por água, chás sem açúcar ou água aromatizada com frutas pode ser um passo simples e eficaz para cortar calorias vazias e proteger a saúde do coração.

“Estamos na era do menos é mais. Comece a reduzir o açúcar de adição nas suas bebidas, se usa duas colheres reduza para uma, depois meia e comece a treinar o seu paladar para aceitar melhor as bebidas sem adição de açúcar. Essa dica vale também para os adoçantes. Se você não tem o hábito de incluir vegetais nas suas refeições comece gradativamente. Tente reservar 1/4 do prato dedicado a algum vegetal de sua preferência”, acrescenta Tarcila Campos, nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

3. Cozinhe mais (ou tente comer itens caseiros)

Além disso, adotar práticas como preparar as refeições em casa com mais frequência pode ser outro aliado na busca por uma alimentação melhor. Cozinhar os próprios alimentos dá mais controle sobre os ingredientes e métodos de preparo, ajudando a evitar o consumo de ultraprocessados ricos em gorduras, sódio e aditivos químicos.

Caso você não tenha o hábito de cozinhar, vale privilegiar refeições caseiras, como de um parente ou mesmo comprar marmitinhas prontas feitas de forma menos processada.

4. Coma com consciência

“Outro ponto é ficar atento na ordem que você come os alimentos do seu prato. Coma primeiro a salada, depois a proteína, que vão te dar saciedade e deixe por último o carboidrato. Coma devagar, com atenção e saboreando o alimento. Além disso, fique longe de distrações como a TV, pois acabamos comendo muito rápido e não dá tempo de o corpo sinalizar a saciedade”, acrescenta Lobo.

5. Não faça tudo de uma vez só!

Para quem busca melhorar a relação com a comida em 2025, o segredo está em investir em mudanças graduais e sustentáveis. Pequenas ações, como as mencionadas, têm o potencial de transformar a rotina alimentar, contribuindo para uma vida mais saudável e equilibrada.

Dica bônus: movimente-se após alimentar-se

“Se você puder, recomendo fazer algum tipo de atividade física após a refeição. Não precisa ser uma corrida, pode ser algo leve como uma caminhada. Um bom exercício também é ficar em pé e flexionar um pouquinho as panturrilhas. Tudo isso ajuda você a direcionar um pouco da glicose para os músculos e não deixar sobrando para virar gordura”, finaliza o nutrólogo.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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