“Janeiro Seco”: por que reduzir o álcool o ano
todo é importante para a saúde
Também conhecida como
Dry January, a campanha batizada de Janeiro Seco é marcada pela
ideia de iniciar o ano sem a ingestão
de álcool. No entanto, o compromisso de evitá-lo precisa
ser constante, uma vez que não há dose segura da bebida para consumo.
Segundo o
oncologista Ramon Andrade de Melo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, entre os
principais perigos do álcool, há
destaque para o câncer. “Bebê-lo não significa que você definitivamente terá câncer, mas o
risco é maior quanto mais álcool você bebe”, comenta.
Ainda segundo o médico,
os diagnósticos localizados na cabeça, no pescoço, colo retal, fígado e mama são os mais
associados ao hábito.
“Todos os tipos de
álcool aumentam o risco de câncer, já que é o próprio álcool que causa danos,
mesmo em pequenas quantidades. Portanto, quanto mais você reduzir o consumo de
álcool, mais poderá reduzir o risco de câncer. Beber menos também traz muitos
outros benefícios à saúde, como reduzir o risco de acidentes, de pressão alta e
de doenças do fígado”, afirma.
“Além de ser uma substância inflamatória,
também pode causar estresse oxidativo nas células, o que também pode ser uma
causa do desenvolvimento de câncer”, acrescenta.
·
Alteração nos hormônios
O profissional também
explica que outro mecanismo pelo qual o álcool é associado ao câncer diz
respeito as alterações nos hormônios.
“O álcool pode aumentar
os níveis de alguns hormônios em nossos corpos, como estrogênio e insulina. Os
hormônios são mensageiros químicos, e níveis mais altos de estrogênio e
insulina podem fazer com que as células se dividam com mais frequência. Isso
aumenta a chance de que o câncer se desenvolva”, diz.
As consequências,
segundo ele, não apresentam relação direta com a ressaca, então, ainda que
alguns truques funcionem para minimizar os efeitos diretos e visíveis do
álcool, eles não revertem os danos causados pelo consumo.
Ramon argumenta que o
risco é ainda maior quando o alcoolismo também está vinculado ao tabagismo.
“Pessoas que fumam e também bebem álcool têm maior risco de câncer de boca e
garganta superior. Tabaco e álcool quando usados juntos
aumentam o risco de câncer, já que o efeito combinado causa maiores danos às
células”, conta.
“O álcool pode alterar
como os produtos químicos tóxicos da fumaça do tabaco são decompostos no corpo,
tornando-os ainda mais prejudiciais”, acrescenta.
·
Alternativas para abandonar o vício
Por fim, Andrade
adiciona que vencer um vício não é fácil, por isso a ajuda profissional é
sempre a mais indicada. “Consultar um médico ou terapeuta especializado em
dependência de álcool pode ajudar a criar um plano de desintoxicação e
recuperação. Oriento também evitar situações de tentação, identificando e
evitando ambientes e situações associadas ao consumo de álcool”.
“Uma boa estratégia
também é encontrar substitutos saudáveis, como praticar exercícios físicos,
participar de hobbies, ou socializar em ambientes não relacionados ao álcool.
Ter uma alimentação balanceada e dormir o suficiente também é fundamental. Além
disso, é fundamental beber bastante água e outras bebidas não alcoólicas. Em
alguns casos, participar de grupos de apoio e considerar o uso de medicamentos
são ações que também podem ajudar”, conclui.
¨ 6
mudanças simples na alimentação para fazer em 2025 e ter mais saúde
Com a chegada de 2025,
muita gente aproveita para dar início ao objetivo de melhorar a alimentação
para garantir mais saúde e claro, perder alguns quilinhos. Mas para isso não é
necessário fazer dietas rigorosas ou cortar alimentos do cardápio, alguns
pequenos ajustes na alimentação podem fazer uma grande diferença.
A CNN conversou com dois
especialistas para entender algumas dessas mudanças simples. Confira a seguir:
1. Aumente a ingestão de
proteínas, legumes e verduras nas refeições
Uma das principais
orientações dos especialistas para ter uma alimentação saudável ao longo do ano
é aumentar a quantidade de proteínas nas refeições. O consumo adequado desse
nutriente não apenas ajuda na saciedade, mas também contribui para a manutenção
da massa muscular, essencial em todas as fases da vida.
Incluir fontes variadas,
como ovos, peixes, leguminosas e carnes magras, é uma maneira prática de
atingir essa meta.
Aumentar a ingestão de
legumes e verduras também é uma recomendação unânime entre os nutricionistas e
nutrólogos. Um hábito importante é buscar consumir tipos diferentes desse
alimentos ao longo do dia. Essa diversidade não só enriquece o prato com
vitaminas e minerais essenciais, mas também promove o bom funcionamento do
intestino e fortalece o sistema imunológico.
“É preciso lembrar que além da salada,
precisamos focar na proteína que são blocos de construção do nosso corpo e nós
não produzimos ela sozinho. O carboidrato, por exemplo, conseguimos nos virar
bem sem, mas a proteína não. Então inclua na sua alimentação bastante salada,
vegetais e proteínas. E aí, se você tiver fome ainda, pode incluir um
carboidrato. Dê preferência aos integrais e não processados”, explica o
nutrólogo Renato Lobo.
2. Reduza as bebidas
açucaradas
Outro ponto fundamental
é reduzir o consumo de bebidas
açucaradas como refrigerantes e sucos
industrializados. Frequentemente consumidos em excesso eles estão entre os
maiores vilões da alimentação saudável. Substituí-los por água, chás sem açúcar
ou água aromatizada com frutas pode ser um passo simples e eficaz para cortar
calorias vazias e proteger a saúde do coração.
“Estamos na era do menos
é mais. Comece a reduzir o açúcar de adição nas suas bebidas, se usa duas
colheres reduza para uma, depois meia e comece a treinar o seu paladar para
aceitar melhor as bebidas sem adição de açúcar. Essa dica vale também para os
adoçantes. Se você não tem o hábito de incluir vegetais nas suas refeições
comece gradativamente. Tente reservar 1/4 do prato dedicado a algum vegetal de
sua preferência”, acrescenta Tarcila Campos, nutricionista do Centro
Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
3. Cozinhe mais (ou
tente comer itens caseiros)
Além disso, adotar
práticas como preparar as refeições em casa com mais frequência pode ser outro
aliado na busca por uma alimentação melhor. Cozinhar os próprios alimentos dá
mais controle sobre os ingredientes e métodos de preparo, ajudando a evitar o
consumo de ultraprocessados
ricos em gorduras, sódio e aditivos químicos.
Caso você não tenha o
hábito de cozinhar, vale privilegiar refeições caseiras, como de um parente ou
mesmo comprar marmitinhas prontas feitas de forma menos processada.
4. Coma com consciência
“Outro ponto é ficar
atento na ordem que você come os alimentos do seu prato. Coma primeiro a
salada, depois a proteína, que vão te dar saciedade e deixe por último o
carboidrato. Coma devagar, com atenção e saboreando o alimento. Além disso,
fique longe de distrações como a TV, pois acabamos comendo muito rápido e não
dá tempo de o corpo sinalizar a saciedade”, acrescenta Lobo.
5. Não faça tudo de uma
vez só!
Para quem busca melhorar a
relação com a comida em 2025, o segredo
está em investir em mudanças graduais e sustentáveis. Pequenas ações, como as
mencionadas, têm o potencial de transformar a rotina alimentar, contribuindo
para uma vida mais saudável e equilibrada.
Dica bônus: movimente-se
após alimentar-se
“Se você puder,
recomendo fazer algum tipo de atividade física após a refeição. Não precisa ser
uma corrida, pode ser algo leve como uma caminhada. Um bom exercício também é
ficar em pé e flexionar um pouquinho as panturrilhas. Tudo isso ajuda você a
direcionar um pouco da glicose para os músculos e não deixar sobrando para
virar gordura”, finaliza o nutrólogo.
Fonte: CNN Brasil
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