Como a política em
relação à Ucrânia mudará com a chegada do novo chanceler alemão?
De acordo com
várias pesquisas, o líder da União Social Cristã (CSU) da Alemanha, Friedrich
Merz, pode vencer as próximas eleições antecipadas em 23 de fevereiro. Vários especialistas
disseram à Sputnik que Merz vai tentar fornecer mais armas para Kiev sem medo
de cruzar as linhas vermelhas de Moscou.
Cerca de metade dos
residentes alemães (49%) está confiante de que o bloco de oposição da União
Democrata Cristã e da União Social Cristã da Baviera vai vencer as eleições
antecipadas.
Enquanto isso, 53% acreditam que Merz se tornará o novo chanceler, de
acordo com vários meios de comunicação locais.
Nesse contexto,
Nikolai Topornin, professor associado do Departamento de Direito Europeu do
Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, não acredita que a
política alemã mudará muito sob Merz.
"[Merz] tentará
aumentar a importância de Berlim na Organização do Tratado do Atlântico Norte
[OTAN] e na União Europeia [UE]. Claro, as relações com Moscou se deteriorarão
ainda mais. Ao mesmo tempo, ele tem um relacionamento difícil com [o presidente
eleito dos EUA, Donald] Trump que não será fácil para ele de qualquer
maneira", disse ele à Sputnik.
Vladislav Belov,
diretor do Centro de Estudos Alemães do Instituto da Europa da Academia de
Ciências da Rússia, também enfatiza
a inevitabilidade de
uma maior deterioração das relações de Berlim com Moscou sob Merz.
"Ainda não
está claro quem formará a coalizão governante [...]. Em todo caso, Merz
tentará entregar o máximo de armas possível para Kiev. Levará pelo menos
um ano, mas ele
terá sucesso",
previu o analista.
O atual chanceler
alemão Olaf Scholz está bem ciente de que as linhas vermelhas que Moscou
repetidamente apontou não devem ser cruzadas, continua o especialista. Segundo
ele, se Berlim fornecer mísseis de longo alcance a Kiev, haverá
uma resposta dura.
Mas Merz não tem medo.
"[Merz] não
tem experiência gerencial significativa. Suas habilidades não são
suficientes para liderar o Estado, ele não provou nada de si mesmo de forma
alguma", acrescentou Belov.
Merz
também não se preocupará com os problemas econômicos ou com a política
externa da Alemanha, conclui o observador.
No dia 27 de
dezembro, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier anunciou que havia
decidido dissolver o Bundestag e convocar
eleições antecipadas para
23 de fevereiro de 2025. A moção para dissolver o parlamento foi enviada a
Steinmeier por Scholz, após o Bundestag votar para revogar a confiança em
seu governo em 16 de dezembro.
O voto de
confiança foi resultado da crise governamental que o país europeu
enfrentou no início de novembro, após a demissão do ministro das Finanças,
Christian Lindner, do Partido Democrático Liberal (FDP), por iniciativa
de Scholz.
O chanceler alemão
citou a relutância do ministro em aprovar o aumento dos gastos para apoiar a
Ucrânia ou investimentos no futuro da Alemanha como parte do planejamento
do orçamento do
Estado como uma das razões para sua decisão.
<><> Alemães
estão cansados da OTAN e das elites do país, diz ex-assessor do Pentágono
O coronel reformado
do Exército dos EUA e ex-conselheiro do Pentágono, Douglas Macgregor, afirmou
que os cidadãos da Alemanha querem um novo governo, porque estão cansados da
liderança atual.
Douglas Macgregor
acrescentou que os moradores do país não gostam da OTAN.
"A população
da Alemanha está farta da atual liderança e não gosta muito da OTAN. As pessoas
querem um novo governo em Berlim", ressaltou Macgregor.
Ele também
acrescentou que os
alemães explicaram
claramente que o novo governo da Alemanha não precisa concordar de modo
obrigatório com assunção de que a adesão à
OTAN é
rentável para o país.
Anteriormente, a
Alemanha enfrentou uma crise governamental após a demissão do ministro
das Finanças, Christian
Lindner,
do Partido Democrata Liberal (FDP, na sigla em alemão), por iniciativa do
chanceler alemão atual Olaf Scholz. O chanceler alemão citou a relutância
do ministro em aprovar o aumento dos gastos para apoiar a Ucrânia ou
investimentos no futuro da Alemanha como parte do planejamento do orçamento do
Estado como uma das razões para sua decisão.
¨ Ex-analista da CIA adverte sobre possível expulsão de
tropas norte-americanas da Alemanha
As autoridades
alemãs podem pedir aos militares dos EUA que saiam da Alemanha, disse Larry
Johnson, funcionário aposentado da Agência Central de Inteligência (CIA, na
sigla em inglês) e do Departamento de Estado dos EUA, no canal Dialogue Works
do YouTube.
Discutindo as
consequências da possível chegada ao poder do partido de direita Alternativa
para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), que em particular quer recuperar
o gasoduto Nord Stream que fornece gás russo à Alemanha, Johnson afirmou
que, nesse caso, as relações entre Berlim e Washington poderão ser
revisadas de modo significativo.
"Já se
passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e os EUA ainda mantêm
uma presença militar na Alemanha. [...] Em algum momento, a Alemanha dirá:
"Ei, obrigado por sua ajuda, Estados Unidos, mas agora saiam. Este
país é nosso, não seu. Vocês estão aqui como convidados", disse.
Na opinião de
Johnson, a economia alemã é capaz de suportar uma ruptura inesperada com os
EUA, mesmo nas atuais
condições difíceis para
ela.
A relutância de
Berlim em entrar em conflito com Washington não se deve à dependência
econômica da
Alemanha em relação aos Estados Unidos, mas ao simples medo, enfatizou o
analista.
"Acredito que,
em algum momento, veremos uma onda nacionalista crescente em toda a Europa para
dizer aos Estados Unidos que se retirem e isso será mais um sinal da mudança
na ordem mundial."
Anteriormente, uma
deputada do parlamento alemão, Sevim Dagdelen, do partido Aliança Sahra
Wagenknecht – Razão e Justiça, disse que a Alemanha não poderá se
dar ao luxo de
manter 37.000 soldados estadunidenses em seu território.
Ela também pediu a
retirada das armas nucleares dos EUA e criticou os planos de Washington de
instalar armas ofensivas na Alemanha.
¨ Putin e Biden mantêm canais indiretos de comunicação
desde início do conflito ucraniano, diz mídia
O jornal The New
York Times afirma que o presidente russo Vladimir Putin e seu homólogo dos EUA
Joe Biden têm mantido canais indiretos de comunicação desde o início da
operação militar especial na Ucrânia em fevereiro de 2022, embora não tenham se
comunicado diretamente desde então.
Em fevereiro de
2024, em uma entrevista com o jornalista norte-americano Tucker Carlson, Putin
disse que não falava com Biden desde fevereiro de 2022.
Ao mesmo tempo, ele
observou que a Rússia e os Estados Unidos tinham "certos
contatos".
"O Sr. Biden e
o Sr. Putin têm mantido canais indiretos de comunicação", confirma o The New
York Times.
O jornal afirma
que, em um momento, o conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos
EUA, Jake Sullivan, "iniciou discretamente uma série de contatos
telefônicos" com o assessor presidencial russo Yuri Ushakov.
Em particular,
durante um desses telefonemas, Sullivan disse a Ushakov que os Estados Unidos
consideravam a Rússia responsável pelo envio de pacotes com dispositivos
explosivos por serviços de correio.
Essa alegação foi
negada categoricamente pelo Kremlin, acusando, por sua vez, os autores de tais
alegações de
fazerem insinuações.
De acordo com o
jornal, o chefe da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em
inglês), William Burns, também conversou com o diretor do Serviço de
Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR, na sigla em russo), Sergei
Naryshkin, e com o diretor do Serviço Federal de Segurança da Rússia
(FSB), Aleksandr Bortnikov, sobre o assunto.
Notícias de
contatos entre Sullivan e Ushakov e Burns e Naryshkin já tinham surgido na
imprensa ocidental anteriormente.
Em fevereiro de
2024, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov,
comentando essas publicações, disse que conversas telefônicas ocasionais entre
autoridades russas e norte-americanas de alto escalão estavam ocorrendo, o
que foi a maneira de Moscou enviar a Washington um sinal sobre o perigo de
uma escalada
na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, ele
enfatizou que não podia revelar os tópicos de tais contatos e reclamou que
"os americanos vazam constantemente informação sobre questões que
concordamos em manter em sigilo".
¨ Zelensky quis vender grande jazigo de lítio, mas Rússia
assumiu controle, diz chefe da RPD
Kiev estava
tentando negociar com o Ocidente os jazigos de lítio perto do povoado libertado
de Shevchenko, que já estão sob controle russo, disse o chefe da República
Popular de Donetsk (RPD), Denis Pushilin, para o canal de TV Rossiya 24.
O lítio é um
dos elementos
essenciais para
toda a nossa civilização, a maior parte do qual é usado na fabricação de
baterias. No entanto, também é usado em outras áreas.
Em 1982, geólogos
soviéticos descobriram um depósito de lítio em Shevchenko, perto da cidade de
Selidovo, em Donbass.
As reservas de
lítio neste jazigo são estimadas em 13,8 milhões de toneladas.
Além disso, segundo
o copresidente do Conselho de Coordenação para a Integração de Novas Regiões
russas, Vladimir
Rogov,
o jazigo tem muitos outros recursos naturais valiosos: nióbio, berílio,
tântalo etc.
O chefe da RPD
relatou à mídia russa que o Exército ucraniano construiu fortificações sérias o
suficiente para manter Shevchenko por um longo tempo.
"E isso
provavelmente também estava ligado ao populismo que vimos do lado [do atual
líder da Ucrânia, Vladimir] Zelensky: ele já estava negociando reservas,
subsolo e ofereceu isso na mídia, publicamente, se houvesse um apoio mais ativo
[do Ocidente para Kiev]", disse Pushilin.
Ele lembrou que o
Ocidente tinha interesse no depósito de lítio perto do povoado.
"Mas, no
momento, tudo isso está sob o controle da Federação da Rússia."
De acordo com
Pushilin, "todo
o subsolo" agora
vai beneficiar o povo da RPD e da Rússia.
Ele também observou
que as unidades russas continuam avançando, enquanto as tropas ucranianas têm
cada vez menos possibilidades de permanecer na área de Krasnoarmeisk (Pokrovsk,
na denominação ucraniana), o centro administrativo do distrito.
<><>
EUA aumentam para o maior volume desde 2022 importações de componentes para
aviões da Rússia
Os Estados Unidos
aumentaram em novembro a importação de componentes para aeronaves da Rússia,
apontam cálculos feitos pela Sputnik de acordo com os dados do Escritório de
Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
O volume de compras
destes componentes com base nos dados do mês de novembro foi de US$ 7,6 milhões
(R$ 46,4 milhões), o que corresponde ao maior valor mensal desde fevereiro de
2022. As importações
aumentaram 1,6
vez em relação a novembro de 2023.
Os elementos mais demandados
para meios
aéreos nos EUA foram
chassis e suas partes, US$ 6,97 milhões (R$ 42,5 milhões), e outras peças para
aviões, helicópteros ou drones, US$ 586,1 mil (R$ 3,58 milhões).
Os principais
fornecedores de componentes para os EUA em novembro foram o Reino Unido com
US$ 281 milhões (R$ 1,7 bilhão), França com US$ 195 milhões (R$ 1,19 bilhão) e
Canadá com US$ 146 milhões (R$ 891 milhões).
¨ Especialistas consideram terrorismo energético o ataque
de Kiev contra gasoduto TurkStream
A tentativa da
Ucrânia de atacar o gasoduto TurkStream, que fornece gás russo da Rússia à
Europa através do mar Negro, é "um claro ato de terrorismo
energético", causado pela situação deplorável das tropas ucranianas no
campo de batalha, opinam especialistas entrevistados pela Sputnik.
O TurkStream,
também conhecido como Turkish Stream (Corrente Turca), é um gasoduto
composto por duas linhas paralelas, com mais de 930 quilômetros de extensão,
que cruzam o mar Negro da costa russa até a Turquia.
De lá, o gás é
fornecido para países do Sul e Sudeste Europeu.
Hoje (13) de manhã,
o Ministério
da Defesa da Rússia disse
que a Ucrânia tentou, no sábado, atacar a estação de compressão do TurkStream
perto de Anapa, na região de Krasnodar, a fim de cortar o fornecimento de gás
para os países europeus.
Todos os nove
drones ucranianos foram derrubados pela defesa antiaérea russa.
"Esse ataque
de drones à estação de compressão do TurkStream é um ato claro de terrorismo
energético, pois tem como alvo uma infraestrutura
essencial para
o fornecimento de gás à Europa", afirma dr. Marco Marsili do Instituto de
Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.
Ele indica que esse
ataque vai contra a lei e acordos internacionais que protegem infraestrutura
crítica civil.
"Não se trata
apenas de um ataque à infraestrutura da Rússia, mas também de uma tentativa de
chantagear as nações europeias, colocando em risco sua segurança
energética."
Um analista
estratégico da Bélgica, Paolo Raffone, acha que Kiev recorre a tais ações por
causa das perdas contínuas no campo de batalha e no conflito em
geral.
Segundo Raffone, o
ataque foi um sinal para o Ocidente do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky,
que está usando "táticas
de guerra não ortodoxas", compreendendo que "isso não pode
reverter a situação militar no terreno".
"Zelensky
acredita (ou se engana) que fortalece sua posição na inevitável mesa de
negociações que está por vir. [...] Mas ele coloca em risco a
disposição daqueles que garantem sua sobrevivência em uma situação de total
dependência de ajuda financeira e militar externa", opinou.
<><>
Ucrânia atacou estação de compressão TurkStream russa usando drones, diz Defesa
da Rússia
A Ucrânia tentou
atacar uma estação de compressão da TurkStream perto de Anapa, na Rússia, no
território de Krasnodar, com a ajuda de nove drones para interromper o
fornecimento de gás aos países europeus, disse o Ministério da Defesa russo
nesta segunda-feira (13).
O TurkStream é
um gasoduto
de gás natural que corre
ao longo do fundo do mar Negro e conecta a Rússia e a Turquia. Nesta
segunda-feira, com a ajuda de nove drones
ucranianos o
gasoduto foi atacado.
"No dia 11 de
janeiro de 2025, o regime de Kiev, para interromper o fornecimento de gás aos
países europeus, tentou um ataque usando nove veículos aéreos não tripulados
à infraestrutura da estação de compressão russa na vila de Gai-Kodzor
(território de Krasnodar), que fornece gás pelo gasoduto TurkStream",
dizia o comunicado.
Unidades de defesa
aérea russas abateram
todos os drones, disse o ministério, acrescentando que um drone ucraniano
abatido danificou levemente o equipamento de uma estação de compressão no
território de Krasnodar, não houve vítimas.
"As
consequências dos fragmentos em queda foram prontamente eliminadas pelas
equipes de resposta a emergências da Gazprom, e o equipamento foi restaurado
[...]. A estação de compressão fornece gás para o gasoduto TurkStream em
modo normal. Não houve interrupções", acrescentou a pasta.
¨ Biden admitiu provocar a Rússia em seu discurso final,
ressalta Zakharova
Em seu discurso
final de política externa, o presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu uma
provocação deliberada — a de que seu governo alimentou o conflito, sabendo que
estava levando o mundo ao limite de uma guerra nuclear —, disse a representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
"Todos no
Ocidente que caluniaram a Rússia, acusando-a de algum tipo de 'desestabilização
nuclear' e assim por diante, a partir de agora devem ser chamados de
mentirosos e distribuidores de falsidades. A declaração de Biden hoje é
uma admissão de uma provocação deliberada. O governo Biden sabia que estava
levando o mundo ao abismo e ainda alimentou o conflito", escreveu Zakharova em
seu canal do Telegram.
Anteriormente, o
presidente de saída disse em seu discurso final de política externa que o apoio
dos EUA à Ucrânia criou
o risco de um confronto nuclear com a Rússia, mas que essa ameaça foi evitada.
Segundo Biden, nem
os EUA, nem seus aliados podem se dar ao luxo de cessar o apoio à Ucrânia. O
atual presidente norte-americano afirmou também que "preparou o
terreno" para que o próximo governo continue a ajuda militar e financeira
a Kiev.
A Rússia acredita
que o fornecimento de armas à Ucrânia dificulta a negociação de um acordo
de paz e envolve
diretamente os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no
conflito.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que
qualquer carga contendo armas para a Ucrânia é um alvo legítimo para a Rússia.
Os países da OTAN
estão diretamente envolvidos no conflito, ressaltou Lavrov, não só através do
fornecimento de armas, mas também pelo treinamento de tropas no Reino
Unido, na
Alemanha,
na Itália e em outros países.
Fonte: Sputnik
Brasil
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