Setor privado quer
investir em energia nuclear na Europa, mas precisa de garantias, diz chefe da
AIE
Segundo o chefe da
Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, investidores privados,
bancos e empresas precisam que os governos europeus reduzam seus riscos para
receberem investimento direto no setor de energia nuclear.
"É importante
que os governos tomem algumas medidas em termos de mostrar seu comprometimento
de longo prazo e criar alguns mecanismos de redução de risco para o
investimento", disse Birol em
entrevista à Reuters, sinalizando que o setor privado precisa "garantir
parcialmente os contratos e agilizar o processo regulatório".
A retomada do
investimento privado no setor
nuclear se
deu no ano passado, quando a crescente demanda por eletricidade
apresentada por data centers e projetos relacionados à inteligência artificial
(IA) passaram a consumir muitos recursos
energéticos,
prejudicando a competitividade europeia.
A agenda
ambiental tem
sido um tema central para a Europa na busca por matrizes energéticas limpas,
mas as incertezas políticas colaboraram para o enfraquecimento do setor.
Atualmente, apenas 25% do total da energia europeia é de origem
nuclear e, segundo Birol, em dez anos deve ser inferior a 15%.
Enquanto isso,
a China se tornou um dos principais participantes da indústria
nuclear devido a um compromisso de décadas do governo e ao desenvolvimento
de uma forte
cadeia de suprimentos.
Até 2023, a capacidade instalada da China deve ofuscar União Europeia (UE) e
EUA, segundo relatório da AIE divulgado nesta
quinta-feira (16).
Para que a Europa,
EUA e Japão tenham chances de competir com a China pela liderança no setor, o
desenvolvimento de pequenos
reatores modulares pode
ser a chave, mas a indústria precisa cortar custos e o nível de
investimento deveria ser de € 24,32 bilhões (aproximadamente R$ 150,6
bilhões) segundo a agência.
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Oficial dos EUA diz
ser muito difícil acabar com dependência energética da Rússia e da China
Cerca de um quinto
do combustível nuclear dos EUA é comprado da Rússia, e a transição para fontes
não russas levará bastante tempo, afirmou o secretário de Estado adjunto para
recursos energéticos, Geoffrey Pyatt, nesta quarta-feira (15).
"Os EUA ainda
recebem cerca de 20% de seu combustível nuclear da Rússia, então levará tempo
para criar uma cadeia de suprimentos não russa", disse Pyatt durante um
debate no think tank Atlantic Council (considerado uma organização estrangeira
indesejável na Rússia).
Nos Estados Unidos,
uma lei sobre uma proibição temporária de importações de urânio da Rússia
entrou em vigor em agosto de 2024. Ela havia sido aprovada anteriormente pelo
Congresso dos EUA e assinada pelo presidente Joe Biden em 13 de maio, mas há
brechas para compradores norte-americanos na esperança de suprimentos
contínuos.
A norma legislativa
é válida até 31 de dezembro de 2040, data após a qual a proibição de
importação de urânio, de acordo com a lei, será suspensa.
Ao mesmo tempo, até
1º de janeiro de 2028, o Departamento de Energia dos EUA, em consulta com o
Departamento de Estado e o Departamento de Comércio, tem o direito de
abrir exceções para continuar as entregas nos casos em que isso atenda aos
interesses de Washington.
<><> O
que diz a Rosatom
Em um comentário
para a Sputnik, a Rosatom, estatal
de atividades nucleares russa, classificou essa lei de discriminatória e
não mercadológica. Tais decisões, que têm um subtexto político, são destrutivas
para o funcionamento sustentável do mercado global de bens e serviços do ciclo
do combustível nuclear, observou a corporação estatal.
Foi enfatizado que
a Rosatom mantém firmemente a posição de líder mundial em tecnologias
nucleares e continuará a desenvolver relações com parceiros estrangeiros
interessados em cooperação
de longo prazo.
EUA dependem
'insustentavelmente' da China
Durante o painel,
Geoffrey Pyatt reconheceu também que os Estados Unidos não conseguirão se
abastecer totalmente com seus próprios minerais críticos e metais
de terras raras se
continuarem dependentes da China.
"Precisamos de
um aumento significativo nesses minerais para dar suporte ao crescimento
energético e à descarbonização: cobalto, lítio, níquel, zinco, cobre,
terras raras. Precisamos de crescimento e volumes extraordinários desses
minerais, e nem todos eles virão dos Estados Unidos."
Pyatt acrescentou
que os EUA continuam "insustentavelmente dependentes" da China,
particularmente para processamento e mineração de minerais, e que Washington
continuará a procurar fornecedores "da Sérvia à Argentina" para
ajudar a atender à demanda dos EUA por minerais e metais essenciais.
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Em retaliação,
Rússia ataca com mísseis infraestrutura de energia e gás na Ucrânia, diz Defesa
Um dos alvos das
Forças Armadas da Rússia nesta quarta-feira (15) foi o maior depósito
subterrâneo de gás na região de Lvov, na Ucrânia. A medida ocorre em retaliação
aos ataques com mísseis norte-americanos e britânicos por Kiev contra o
território russo.
A Rússia realizou
um ataque com mísseis contra a infraestrutura
energética da
Ucrânia em resposta aos ataques ucranianos, incluindo um ataque à estação de
compressão Russkaya, que fornece gás pelo gasoduto TurkStream, informou o
Ministério da Defesa russo.
"Em resposta a
ataques do território ucraniano em profundidade no território russo, utilizando
mísseis de longo alcance ATACMS, de fabricação norte-americana, e mísseis de
cruzeiro Storm Shadow, de fabricação britânica, bem como a uma tentativa de
atacar a estação de compressão Russkaya, na vila de Gai-Kodzor (território de
Krasnodar), com o objetivo de interromper o fornecimento de gás pelo gasoduto
TurkStream, as Forças Armadas russas realizaram um ataque coletivo com
armas de alta precisão contra instalações críticas da infraestrutura de
gás e energia da Ucrânia", informou o ministério em comunicado.
O texto acrescentou
que um
dos alvos foi
a infraestrutura terrestre do maior depósito subterrâneo de gás na região de
Lvov, na Ucrânia.
Ataque contra
gasoduto russo que fornece gás à Europa
Na última semana,
a Ucrânia
tentou atacar a
estação de compressão do TurkStream perto de Anapa, na região de Krasnodar,
para cortar o fornecimento de gás aos países europeus. A estrutura é um
gasoduto composto por duas linhas paralelas, com mais de 930 quilômetros de
extensão, que cruzam o mar Negro da costa russa até a Turquia.
A tentativa
ucraniana foi vista por especialistas entrevistados pela Sputnik como "um
claro ato de terrorismo energético", causado pela situação deplorável das
tropas de Kiev no campo de batalha.
"Esse ataque
de drones à estação de compressão do TurkStream é um ato claro de terrorismo
energético, pois tem como alvo uma infraestrutura
essencial para
o fornecimento de gás à Europa", afirmou o dr. Marco Marsili, do Instituto
de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.
Um analista
estratégico da Bélgica, Paolo Raffone, acha que Kiev recorre a tais meios por
causa das perdas contínuas no campo de batalha e no conflito em
geral.
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República Tcheca
aposta em oleoduto Transalpino para diversificar fornecimento de petróleo
O primeiro-ministro
da República Tcheca, Petr Fiala, afirmou não precisar mais depender do petróleo
russo após a conclusão do oleoduto Transalpino (TAL).
A República Tcheca
recebeu cerca de metade de seu petróleo, ou cerca de quatro milhões de
toneladas métricas, através do oleoduto Druzhba da Rússia, sem qualquer
embargo russo
ao seu fornecimento.
Apesar disso,
o primeiro-ministro
tcheco Petr
Fiala alegou estar livre de uma suposta "chantagem" de Moscou.
"A construção
dessa expansão [do TAL] foi concluída. Este é um momento crucial para a
República Tcheca porque a Rússia não pode mais nos chantagear, e temos a
garantia de que podemos nos abastecer completamente com petróleo do Ocidente."
Ao contrário
das observações de
Fiala, foi a Ucrânia, não a Rússia, que interrompeu o trânsito de petróleo
para a Hungria, Eslováquia e República Tcheca através do oleoduto
Druzhba.
Em julho de 2024, a Ucrânia interrompeu o fluxo de petróleo russo através de
seu território.
Um incidente
semelhante ocorreu
em agosto de 2022, quando a petrolífera russa Transneft confirmou a
suspensão do fornecimento de petróleo da Ucrânia por meio do Druzhba.
<><> Petróleo
dos EUA para a República Tcheca?
O oleoduto
TAL transporta
petróleo do
porto italiano de Trieste para o sul da Alemanha, onde se conecta ao
oleoduto IKL que abastece a República Tcheca.
Em operação desde
1967, o oleoduto é de propriedade de um consórcio de oito petrolíferas,
incluindo a Mero, da República Tcheca, juntamente com grandes
players globais como
a Shell, do Reino Unido, a Eni, da Itália e a Exxon Mobil, dos EUA.
Em 2022, a TAL
mencionou Washington como um de seus fornecedores, juntamente com uma
série de outros países, incluindo Líbia e Iraque.
O coordenador de
sanções dos EUA, James O'Brien, disse na semana passada que a única maneira
de evitar
os riscos relacionados
à parceria estratégica entre Belgrado e Washington é reduzir a
participação da Gazprom e da Gazprom Neft, da Rússia, na Indústria de Petróleo
da Sérvia (NIS) a zero.
Concomitantemente, Kiev
interrompeu o
trânsito de gás russo através do território ucraniano a partir de 1º de
janeiro deste ano.
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China lança
protocolo de comunicação que 'reduz latência a microssegundos', diz mídia
Cientistas chineses
enviaram o mais poderoso protocolo de comunicação sem fios do mundo ao espaço,
reduzindo atrasos de transmissão de milissegundos a microssegundos.
A versão para o
espaço do NearLink chinês, ou XingShan, um módulo
de comunicação sem
fios para foguetões espaciais, completou os testes de
voo com sucesso.
NearLink é a
tecnologia chinesa de comunicação sem fios de curto alcance que realiza funções
de Wi-Fi e Bluetooth no mesmo tempo com uma velocidade maior e consumo de
energia menor.
Nota-se que,
originalmente proposta em 2020 pela Aliança de Xing Shang de especialistas
em tecnologia
e telecomunicações, esta
tecnologia tem o objetivo de substituir Bluetooth. Isto representa tais
vantagens como redução dos atrasos de transmissão, a velocidade alta e
resistência à interferência.
Esta versão
espacial, denominada Aerospace NearLink, foi desenvolvida pela Wanyuan Ciência
e Tecnologia Aeroespacial de Pequim, uma subsidiária da companhia estatal
chinesa Corporação Aeroespacial da China.
A inovação reduzirá
significativamente o peso dos foguetes pesados e vai reduzir os custos de
lançamento.
Além disso, a
equipe da pesquisa relatou que conseguiu melhorar o alcance e estabilidade
da comunicação para responder às demandas específicas das aplicações
espaciais – criar uma versão aeroespacial que permita o acesso aos
foguetes sem fios ou cabos.
<><> Força Aérea dos EUA adverte que China pode
ganhar corrida na implantação de caça de 6ª geração
Andrew Hunter,
executivo cessante da Força Aérea dos EUA para aquisições, alertou que a China
poderia superar os Estados Unidos na corrida para implantar o primeiro jato de
combate de 6ª geração do mundo.
No final de
dezembro, nas redes sociais, surgiram vídeos e fotos de duas
aeronaves misteriosas,
levantando especulações de que essas poderiam ser as novas aeronaves de combate
de sexta geração da China.
O oficial disse
em entrevista ao jornal
Breaking Defense que o Exército da Libertação Popular (ELP) poderia alcançar a
capacidade operacional inicial de seu caça de 6ª geração antes dos EUA.
"Acho que
teremos a melhor capacidade, mas certamente não temos tempo a
perder", disse Hunter. "Eles nos podem passar a perna".
Hunter já havia
alertado os legisladores americanos sobre o progresso da China no desenvolvimento
de caças de sexta geração.
Em 2023, a Força
Aérea norte-americana lançou
formalmente o concurso para desenvolver seu primeiro caça de 6ª geração sob o
programa classificado denominado Domínio Aéreo de Próxima Geração (NGAD). No
entanto, em meados do ano passado, o NGAD foi posto em pausa. Um dos fatores
indicados foi o custo extremamente alto por unidade, que se estima em cerca de
US$ 300 milhões (R$ 1,8 bilhão).
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Ex-militar sueco
explica por que o treinamento militar da OTAN é ruim
Um guarda de
fronteira ucraniano que foi feito prisioneiro pelas forças russas recentemente
relevou que os instrutores ocidentais praticam métodos desatualizados no
treinamento das tropas ucranianas e até tentam "aprender" com elas.
A razão pela qual
os instrutores
militares da OTAN não
só treinam os ucranianos, mas também procuram beneficiar-se deles é muito simples,
explica à Sputnik o ex-oficial das Forças Armadas suecas e político Mikael
Valtersson.
A OTAN sempre
assumiu que tem total superioridade aérea, de informação e de armas de longo
alcance sobre o inimigo, atribuindo às forças
terrestres essencialmente
o papel de limpar o que resta. "Por isso, o resultado é que eles não
têm nenhum método relevante de combater em terra", diz o especialista.
A crença da Aliança
Atlântica em sua superioridade leva a outro problema: "Eles não estão
preparados para enfrentar um adversário que está no mesmo nível ou superior a
eles", acrescenta.
Mesmo os EUA, que
têm a maior experiência de combate de todos os membros
da OTAN,
não combatiam contra um adversário tão forte há décadas.
Devido a todos
esses fatores, seria realmente mais apropriado para os países da
OTAN receber sugestões da Ucrânia se eles querem lutar contra uma potência
do calibre da Rússia.
Fonte: Sputnik
Brasil
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