sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Setor privado quer investir em energia nuclear na Europa, mas precisa de garantias, diz chefe da AIE

Segundo o chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, investidores privados, bancos e empresas precisam que os governos europeus reduzam seus riscos para receberem investimento direto no setor de energia nuclear.

"É importante que os governos tomem algumas medidas em termos de mostrar seu comprometimento de longo prazo e criar alguns mecanismos de redução de risco para o investimento", disse Birol em entrevista à Reuters, sinalizando que o setor privado precisa "garantir parcialmente os contratos e agilizar o processo regulatório".

A retomada do investimento privado no setor nuclear se deu no ano passado, quando a crescente demanda por eletricidade apresentada por data centers e projetos relacionados à inteligência artificial (IA) passaram a consumir muitos recursos energéticos, prejudicando a competitividade europeia.

agenda ambiental tem sido um tema central para a Europa na busca por matrizes energéticas limpas, mas as incertezas políticas colaboraram para o enfraquecimento do setor. Atualmente, apenas 25% do total da energia europeia é de origem nuclear e, segundo Birol, em dez anos deve ser inferior a 15%.

Enquanto isso, a China se tornou um dos principais participantes da indústria nuclear devido a um compromisso de décadas do governo e ao desenvolvimento de uma forte cadeia de suprimentos. Até 2023, a capacidade instalada da China deve ofuscar União Europeia (UE) e EUA, segundo relatório da AIE divulgado nesta quinta-feira (16).

Para que a Europa, EUA e Japão tenham chances de competir com a China pela liderança no setor, o desenvolvimento de pequenos reatores modulares pode ser a chave, mas a indústria precisa cortar custos e o nível de investimento deveria ser de € 24,32 bilhões (aproximadamente R$ 150,6 bilhões) segundo a agência.

¨       Oficial dos EUA diz ser muito difícil acabar com dependência energética da Rússia e da China

Cerca de um quinto do combustível nuclear dos EUA é comprado da Rússia, e a transição para fontes não russas levará bastante tempo, afirmou o secretário de Estado adjunto para recursos energéticos, Geoffrey Pyatt, nesta quarta-feira (15).

"Os EUA ainda recebem cerca de 20% de seu combustível nuclear da Rússia, então levará tempo para criar uma cadeia de suprimentos não russa", disse Pyatt durante um debate no think tank Atlantic Council (considerado uma organização estrangeira indesejável na Rússia).

Nos Estados Unidos, uma lei sobre uma proibição temporária de importações de urânio da Rússia entrou em vigor em agosto de 2024. Ela havia sido aprovada anteriormente pelo Congresso dos EUA e assinada pelo presidente Joe Biden em 13 de maio, mas há brechas para compradores norte-americanos na esperança de suprimentos contínuos.

A norma legislativa é válida até 31 de dezembro de 2040, data após a qual a proibição de importação de urânio, de acordo com a lei, será suspensa.

Ao mesmo tempo, até 1º de janeiro de 2028, o Departamento de Energia dos EUA, em consulta com o Departamento de Estado e o Departamento de Comércio, tem o direito de abrir exceções para continuar as entregas nos casos em que isso atenda aos interesses de Washington.

<><> O que diz a Rosatom

Em um comentário para a Sputnik, a Rosatom, estatal de atividades nucleares russa, classificou essa lei de discriminatória e não mercadológica. Tais decisões, que têm um subtexto político, são destrutivas para o funcionamento sustentável do mercado global de bens e serviços do ciclo do combustível nuclear, observou a corporação estatal.

Foi enfatizado que a Rosatom mantém firmemente a posição de líder mundial em tecnologias nucleares e continuará a desenvolver relações com parceiros estrangeiros interessados ​​em cooperação de longo prazo.

EUA dependem 'insustentavelmente' da China

Durante o painel, Geoffrey Pyatt reconheceu também que os Estados Unidos não conseguirão se abastecer totalmente com seus próprios minerais críticos e metais de terras raras se continuarem dependentes da China.

"Precisamos de um aumento significativo nesses minerais para dar suporte ao crescimento energético e à descarbonização: cobalto, lítio, níquel, zinco, cobre, terras raras. Precisamos de crescimento e volumes extraordinários desses minerais, e nem todos eles virão dos Estados Unidos."

Pyatt acrescentou que os EUA continuam "insustentavelmente dependentes" da China, particularmente para processamento e mineração de minerais, e que Washington continuará a procurar fornecedores "da Sérvia à Argentina" para ajudar a atender à demanda dos EUA por minerais e metais essenciais.

¨       Em retaliação, Rússia ataca com mísseis infraestrutura de energia e gás na Ucrânia, diz Defesa

Um dos alvos das Forças Armadas da Rússia nesta quarta-feira (15) foi o maior depósito subterrâneo de gás na região de Lvov, na Ucrânia. A medida ocorre em retaliação aos ataques com mísseis norte-americanos e britânicos por Kiev contra o território russo.

A Rússia realizou um ataque com mísseis contra a infraestrutura energética da Ucrânia em resposta aos ataques ucranianos, incluindo um ataque à estação de compressão Russkaya, que fornece gás pelo gasoduto TurkStream, informou o Ministério da Defesa russo.

"Em resposta a ataques do território ucraniano em profundidade no território russo, utilizando mísseis de longo alcance ATACMS, de fabricação norte-americana, e mísseis de cruzeiro Storm Shadow, de fabricação britânica, bem como a uma tentativa de atacar a estação de compressão Russkaya, na vila de Gai-Kodzor (território de Krasnodar), com o objetivo de interromper o fornecimento de gás pelo gasoduto TurkStream, as Forças Armadas russas realizaram um ataque coletivo com armas de alta precisão contra instalações críticas da infraestrutura de gás e energia da Ucrânia", informou o ministério em comunicado.

O texto acrescentou que um dos alvos foi a infraestrutura terrestre do maior depósito subterrâneo de gás na região de Lvov, na Ucrânia.

Ataque contra gasoduto russo que fornece gás à Europa

Na última semana, a Ucrânia tentou atacar a estação de compressão do TurkStream perto de Anapa, na região de Krasnodar, para cortar o fornecimento de gás aos países europeus. A estrutura é um gasoduto composto por duas linhas paralelas, com mais de 930 quilômetros de extensão, que cruzam o mar Negro da costa russa até a Turquia.

A tentativa ucraniana foi vista por especialistas entrevistados pela Sputnik como "um claro ato de terrorismo energético", causado pela situação deplorável das tropas de Kiev no campo de batalha.

"Esse ataque de drones à estação de compressão do TurkStream é um ato claro de terrorismo energético, pois tem como alvo uma infraestrutura essencial para o fornecimento de gás à Europa", afirmou o dr. Marco Marsili, do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

Um analista estratégico da Bélgica, Paolo Raffone, acha que Kiev recorre a tais meios por causa das perdas contínuas no campo de batalha e no conflito em geral.

¨       República Tcheca aposta em oleoduto Transalpino para diversificar fornecimento de petróleo

O primeiro-ministro da República Tcheca, Petr Fiala, afirmou não precisar mais depender do petróleo russo após a conclusão do oleoduto Transalpino (TAL).

A República Tcheca recebeu cerca de metade de seu petróleo, ou cerca de quatro milhões de toneladas métricas, através do oleoduto Druzhba da Rússia, sem qualquer embargo russo ao seu fornecimento.

Apesar disso, o primeiro-ministro tcheco Petr Fiala alegou estar livre de uma suposta "chantagem" de Moscou.

"A construção dessa expansão [do TAL] foi concluída. Este é um momento crucial para a República Tcheca porque a Rússia não pode mais nos chantagear, e temos a garantia de que podemos nos abastecer completamente com petróleo do Ocidente."

Ao contrário das observações de Fiala, foi a Ucrânia, não a Rússia, que interrompeu o trânsito de petróleo para a Hungria, Eslováquia e República Tcheca através do oleoduto Druzhba. Em julho de 2024, a Ucrânia interrompeu o fluxo de petróleo russo através de seu território.

Um incidente semelhante ocorreu em agosto de 2022, quando a petrolífera russa Transneft confirmou a suspensão do fornecimento de petróleo da Ucrânia por meio do Druzhba.

<><> Petróleo dos EUA para a República Tcheca?

O oleoduto TAL transporta petróleo do porto italiano de Trieste para o sul da Alemanha, onde se conecta ao oleoduto IKL que abastece a República Tcheca.

Em operação desde 1967, o oleoduto é de propriedade de um consórcio de oito petrolíferas, incluindo a Mero, da República Tcheca, juntamente com grandes players globais como a Shell, do Reino Unido, a Eni, da Itália e a Exxon Mobil, dos EUA.

Em 2022, a TAL mencionou Washington como um de seus fornecedores, juntamente com uma série de outros países, incluindo Líbia e Iraque.

O coordenador de sanções dos EUA, James O'Brien, disse na semana passada que a única maneira de evitar os riscos relacionados à parceria estratégica entre Belgrado e Washington é reduzir a participação da Gazprom e da Gazprom Neft, da Rússia, na Indústria de Petróleo da Sérvia (NIS) a zero.

Concomitantemente, Kiev interrompeu o trânsito de gás russo através do território ucraniano a partir de 1º de janeiro deste ano.

¨       China lança protocolo de comunicação que 'reduz latência a microssegundos', diz mídia

Cientistas chineses enviaram o mais poderoso protocolo de comunicação sem fios do mundo ao espaço, reduzindo atrasos de transmissão de milissegundos a microssegundos.

A versão para o espaço do NearLink chinês, ou XingShan, um módulo de comunicação sem fios para foguetões espaciais, completou os testes de voo com sucesso.

NearLink é a tecnologia chinesa de comunicação sem fios de curto alcance que realiza funções de Wi-Fi e Bluetooth no mesmo tempo com uma velocidade maior e consumo de energia menor.

Nota-se que, originalmente proposta em 2020 pela Aliança de Xing Shang de especialistas em tecnologia e telecomunicações, esta tecnologia tem o objetivo de substituir Bluetooth. Isto representa tais vantagens como redução dos atrasos de transmissão, a velocidade alta e resistência à interferência.

Esta versão espacial, denominada Aerospace NearLink, foi desenvolvida pela Wanyuan Ciência e Tecnologia Aeroespacial de Pequim, uma subsidiária da companhia estatal chinesa Corporação Aeroespacial da China.

A inovação reduzirá significativamente o peso dos foguetes pesados e vai reduzir os custos de lançamento.

Além disso, a equipe da pesquisa relatou que conseguiu melhorar o alcance e estabilidade da comunicação para responder às demandas específicas das aplicações espaciais – criar uma versão aeroespacial que permita o acesso aos foguetes sem fios ou cabos.

<><> Força Aérea dos EUA adverte que China pode ganhar corrida na implantação de caça de 6ª geração

Andrew Hunter, executivo cessante da Força Aérea dos EUA para aquisições, alertou que a China poderia superar os Estados Unidos na corrida para implantar o primeiro jato de combate de 6ª geração do mundo.

No final de dezembro, nas redes sociais, surgiram vídeos e fotos de duas aeronaves misteriosas, levantando especulações de que essas poderiam ser as novas aeronaves de combate de sexta geração da China.

O oficial disse em entrevista ao jornal Breaking Defense que o Exército da Libertação Popular (ELP) poderia alcançar a capacidade operacional inicial de seu caça de 6ª geração antes dos EUA.

"Acho que teremos a melhor capacidade, mas certamente não temos tempo a perder", disse Hunter. "Eles nos podem passar a perna".

Hunter já havia alertado os legisladores americanos sobre o progresso da China no desenvolvimento de caças de sexta geração.

Em 2023, a Força Aérea norte-americana lançou formalmente o concurso para desenvolver seu primeiro caça de 6ª geração sob o programa classificado denominado Domínio Aéreo de Próxima Geração (NGAD). No entanto, em meados do ano passado, o NGAD foi posto em pausa. Um dos fatores indicados foi o custo extremamente alto por unidade, que se estima em cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,8 bilhão).

¨       Ex-militar sueco explica por que o treinamento militar da OTAN é ruim

Um guarda de fronteira ucraniano que foi feito prisioneiro pelas forças russas recentemente relevou que os instrutores ocidentais praticam métodos desatualizados no treinamento das tropas ucranianas e até tentam "aprender" com elas.

A razão pela qual os instrutores militares da OTAN não só treinam os ucranianos, mas também procuram beneficiar-se deles é muito simples, explica à Sputnik o ex-oficial das Forças Armadas suecas e político Mikael Valtersson.

A OTAN sempre assumiu que tem total superioridade aérea, de informação e de armas de longo alcance sobre o inimigo, atribuindo às forças terrestres essencialmente o papel de limpar o que resta. "Por isso, o resultado é que eles não têm nenhum método relevante de combater em terra", diz o especialista.

A crença da Aliança Atlântica em sua superioridade leva a outro problema: "Eles não estão preparados para enfrentar um adversário que está no mesmo nível ou superior a eles", acrescenta.

Mesmo os EUA, que têm a maior experiência de combate de todos os membros da OTAN, não combatiam contra um adversário tão forte há décadas.

Devido a todos esses fatores, seria realmente mais apropriado para os países da OTAN receber sugestões da Ucrânia se eles querem lutar contra uma potência do calibre da Rússia.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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