Presença do Brasil
na Antártica é crucial para diplomacia da ciência, nota analista
Cinco anos após ser
reinaugurada, depois do incêndio que destruiu suas instalações, a Estação
Antártica Comandante Ferraz (EACF), a "casa do Brasil na Antártica",
tem papel geopolítico e contribui para pesquisas, entre elas a que analisa por
que o continente gelado está ficando verde.
O Brasil integra o
seleto grupo de 29 países que têm estações de pesquisas científicas na
Antártica. Localizada na ilha do Rei George, na baía do Almirantado, a EACF foi
atingida por um incêndio de grandes proporções em 2012, que destruiu 70% de
suas instalações. Ela foi reaberta novamente em dezembro de 2020, tornando a
operar um centro
de pesquisa no continente.
Nesta quinta-feira
(16), data em que a reinauguração da estação completa cinco anos,
a Sputnik Brasil conversou com especialistas que explicam os impactos
do incêndio sobre as pesquisas brasileiras na Antártica e qual a principal
contribuição científica da estação.
Gabriele Hernandez,
doutoranda do Instituto de Estudos Estratégicos (Inest), da Universidade
Federal Fluminense (UFF), e do Centro para Estudos da América Latina e Caribe
(CLACS), da Southwest University of Science and Technology, afirma que não
houve um atraso substancial nas pesquisas por conta do incêndio, pois havia
pesquisadores brasileiros atuando em outras estações e acampamentos.
Além disso,
imediatamente após o incêndio, o Programa Antártico Brasileiro (Proantar),
coordenado pela Marinha do Brasil, enviou uma série de Módulos Antárticos
Emergenciais (MAEs), que são espécies de contêineres que servem como
laboratórios de pesquisa.
"Então, usando
essas instalações, as pesquisas da Antártica não pararam. Era uma preocupação,
que não parasse, para não ter nenhum tipo de complicação perante o Tratado da
Antártica, porque, para você ter estação lá e ser um membro signatário do tratado,
tem que fazer pesquisa", explica.
Ela acrescenta
que a estação foi reinaugurada com sistemas de comunicação e satélite
aprimorados substituindo a infraestrutura anterior, de 1983, que estava datada.
Segundo ela, o Brasil acabou injetando mais dinheiro na Antártica do que
normalmente injetava antes, não só para a reconstrução da estação, para a
limpeza da região, para a instalação dos módulos antárticos, mas também para
fazer ciência.
Hernandez aponta
que a questão ambiental é uma das principais pesquisas feitas na estação, mas
também há trabalhos envolvendo clima, meteorologia, oceanografia, biologia e
biologia antártica. Ela acrescenta que as pesquisas realizadas na estação
contribuem para entender como a Antártica impacta o clima do Brasil, com risco
de o derretimento
da calota polares tornar
submersas cidades portuárias, e da América do Sul como um todo.
"O Brasil, por
exemplo, tinha uma pesquisa muito importante de arqueologia na Antártica. A
Universidade Federal de Minas Gerais tinha uma pesquisa na área de vestimentas
que eram deixadas por baleeiros no século 19, então fazia pesquisa com as botas
dos baleeiros para tentar traçar uma linha histórica dessas pessoas que estavam
lá na região. A gente tem pesquisas também na área de humanidade, de relações
internacionais, defesa, estratégia, pesquisas na área de psicologia também,
medicina polar."
Ela afirma
que o que acontece na América do Sul, como, por exemplo, as queimadas no
Pantanal, também impacta a Antártica e o aumento
da temperatura global também
tem afetado o continente.
"A gente teve
aí um verão antártico que a temperatura chegou a 30ºC, o que não deveria
acontecer de forma alguma. A Antártica está começando a ficar verde, porque é
uma região que não tem uma vegetação significativa além de algas, não tem
árvores, por exemplo, não tem flores, nenhum outro tipo de vida nesse sentido,
mas a gente está começando a ver mais algas, cada vez um número cada vez maior,
isso não é um bom sinal, sinal de que o gelo está derretendo, as temperaturas
estão aumentando e esse ecossistema que é extremamente frágil, que é delicado,
ele está se alterando também", alerta a especialista.
Ela afirma
que o Brasil não figura entre os países mais avançados de pesquisa na
Antártica na América Latina, porque a gente tem duas potências antárticas
gigantes que são Chile e Argentina.
"Chile e
Argentina não são grandes só na América do Sul, eles são as principais
potências antárticas em comparação com o resto do mundo também. Não é pequena a
participação deles, são países que reivindicam territórios na Antártica, então
a presença deles ali é muito maior do que de vários outros países, são os dois
países mais próximos da Antártica também. Eles têm um histórico na região muito
antigo, a Argentina tem a estação antártica mais antiga, que é a Base Orcadas,
que está em funcionamento desde o começo do século 20, então eles consideram
que essa região faz parte do território deles, e eles têm pesquisas ali há
muito mais tempo."
Hernandez
acrescenta que não é uma aspiração do Brasil ser o país que tem maior
pesquisa na região, porque não tem como competir com esses Estados.
Jefferson Cardia
Simões, pesquisador do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenador da Expedição Internacional de
Circum-navegação Costeira Antártica, explica que o incêndio na Estação
Comandante Ferraz não afetou as pesquisas brasileiras porque apenas 20% a
25% delas são feitas na instalação, que, segundo ele, tem um papel mais
geopolítico que científico de mostrar que é a casa do Brasil na Antártica.
Segundo ele, entre 40% e 60% das pesquisas são feitas no navio polar Maximiano,
que é um navio de primeira classe para pesquisa científica, e o restante nos
MAEs.
"As pesquisas
não pararam, a produção científica não caiu, até aumentou durante esse período,
mas é claro, tendo uma estação é muito melhor", afirma.
Ele afirma
que pesquisas de impacto ambiental e biologia marinha e algumas pesquisas
de química da atmosfera se destacam na pesquisa brasileira antártica.
"A pesquisa
coordenada por mim dentro do Programa Antártico e no âmbito do Centro Polar e
Climático da UFRGS tem como objetivo duas grandes questões, uma [delas], usar
os testemunhos de gelo, que são os melhores registros que nós temos da história
do clima e da química atmosfera ao longo de milhares de anos, para reconstruir
o clima da Antártica e examinar conexões com o clima sul-americano e,
particularmente, o Brasil."
Ele explica
que a estação reinaugurada está preparada para resistir a incêndios, já
que foram tomadas medidas que não foram tomadas na anterior, como o isolamento
das salas de máquinas do resto da estação.
"A estação
está em dois grandes módulos, um de trabalho e outro de residência, com a
possibilidade de ser cortado no caso de uma emergência. Tudo isso para reduzir
a dependência e a segurança em caso de algum incêndio. É melhor dizer que
sempre o incêndio é uma das grandes ameaças das estações polares, mesmo porque
durante o inverno, no caso de Ferraz, e durante todo ano em outras estações, a
água está em estado sólido. Então é um constante perigo", afirma.
Segundo Simões, ao
longo dos 42 anos do Programa Antártico Brasileiro, uma das principais
contribuições do ponto de vista brasileiro é relativa a entender que a região
antártica é tão importante quanto os trópicos, leia-se também a Amazônia, para
o clima da América do Sul.
"Ou seja, os
sistemas estão casados. Nós estamos avançando muito no entendimento, por
exemplo, de como as frentes frias ou friagens, que muitas vezes chegam até o
sul da Amazônia, se formam no oceano Austral, antigamente conhecido como oceano
Antártico. Um avanço mais recente foi detectar a poluição global de arsênio
vindo da América do Sul, principalmente pelas minas de cobre do Chile e também
de urânio, vindo de minas abertas, de céu aberto, na Austrália."
Ele acrescenta
que nos últimos dois anos as pesquisas detectaram que os rios atmosféricos
que saem lá da Amazônia, passam pelo Rio Grande do Sul, seguem para a
Antártica, trazendo os poluentes.
"No momento
nós estamos investigando se o carbono negro, subproduto das queimadas da queima
de hidrocarboneto, ou seja, combustível, estão chegando à Antártica",
afirma.
O especialista
destaca que para além da necessidade do Brasil de manter pesquisas na Antártica
para garantir o direito ao voto no Tratado Antártico, a presença do país é
crucial para a diplomacia da ciência.
"Hoje a
pesquisa não é feita só por um grupo e muito menos por um indivíduo nas
regiões. Polares. Nós precisamos de uma estrutura que é cara e a melhor maneira
de facilitar esse trabalho é dividindo recursos. Então o Brasil é essencial,
principalmente pela sua liderança na América do Sul e agora cada vez mais a
participação integrada com países do BRICS, principalmente a Índia, a China e a
Rússia. É claro, o capital político, e isso eu tenho enfatizado muito, depende
da qualidade da ciência", enfatiza o pesquisador.
¨
O que pensa a
população da Groenlândia sobre plano de Trump de comprar o território
O Sol está nascendo
sobre as montanhas cobertas de gelo do fiorde de Nuuk, e estamos viajando por
uma das últimas fronteiras selvagens do mundo.
Mas há sombras se
formando aqui e no restante do território congelado da Groenlândia.
Com Donald Trump prestes a
tomar posse como presidente dos Estados Unidos, sua recusa em descartar
o uso de força para assumir o controle da Groenlândia, está reverberando
nas conversas por toda a ilha.
"Ele é
bem-vindo para nos visitar, com certeza", diz o capitão do barco de pesca
convertido que nos leva para o leste. Consciente de que precisa fazer negócios
com pessoas de todas as vertentes políticas, ele pediu para não ser
identificado, mas usou uma frase que ouço repetidamente aqui.
"A Groenlândia
pertence aos groenlandeses. Então, Trump pode visitar, mas é isso."
As águas estão
calmas quando chegamos ao povoado isolado de Kapisillit, com cerca de 40
habitantes, onde alguns caçadores estão se preparando para caçar focas.
A temperatura é de
-16 °C e, devido ao efeito do vento frio, a sensação é de -27 °C.
Mas perto do porto,
encontro um líder da igreja local, Kaaleeraq Ringsted, de 73 anos, que está
secando filés de bacalhau, capturados nas águas ricas em peixes da região, ao
lado da sua porta principal.
Quando pergunto a ele
sobre a possibilidade de Trump comprar ou invadir
a Groenlândia, ele
dá uma risadinha no início. Depois, adota um tom sério.
"Não é
aceitável que ele diga isso. A Groenlândia não está à venda."
Em seguida, ele me
conta como aprendeu a pescar e caçar aqui com seu pai e avô — e como deseja
preservar esse estilo de vida para seus filhos e netos.
Ao cruzar a baía, o
barco passou pela superfície quebrada do gelo. Duas águias pousaram em uma rocha,
procurando peixes nas águas claras.
Estávamos indo para
a fazenda de Angutimmarik Hansen, que cria ovelhas, além de caçar focas, aves
selvagens e coelhos.
Toda a ração de
inverno para as ovelhas precisa ser importada da Dinamarca, um lembrete de
como o clima rigoroso define as possibilidades de vida aqui.
Na porta de entrada
da casa, há uma prateleira para rifles de caça. Ele percebe que estou olhando
para eles.
"São para o
caso de haver uma invasão", ele brinca.
Mas sua atitude em
relação à retórica bélica vinda de Mar-A-Lago está longe de ser tranquila.
"Que pessoa
mais estúpida no mundo, o Trump", diz ele.
"Nunca vamos
vender a Groenlândia."
Essa pequena
fazenda fica a cerca de 4.828 quilômetros da Flórida, onde o presidente eleito
dos EUA deu sua controversa coletiva de imprensa.
"Mas Trump não
é os EUA. Podemos trabalhar com o povo dos EUA", acrescenta Hansen.
O efeito Trump
ganhou força com a visita de Donald Trump Jr. à Groenlândia, logo após as
declarações do pai. Ele embarcou para a capital, Nuuk, no jato 757 da família —
o Trump Force One —, e permaneceu lá por quatro horas e trinta e três minutos,
encontrando alguns moradores locais e fazendo apenas comentários educados.
"Foi extremamente
agradável conhecer pessoas, e as pessoas ficaram muito felizes em nos
encontrar", disse ele, após almoçar em um hotel local.
"Papai vai ter
que vir aqui."
Depois, ele voltou
para o clima ensolarado da Flórida.
Trump Jr, foi
recebido pelo empresário local Jorgen Boassen, que já fez campanha para o
presidente eleito.
Ele disse à
imprensa local que era o "maior fã" de Trump, e que "é claro que
eles estão interessados em nosso país, e são bem-vindos para vir e ver como é o
nosso país. Também se trata de abertura para o comércio e cooperação".
A cidade de Nuuk é
a capital mais ao norte do mundo. Tem uma sociedade civil próspera, e uma
imprensa robusta. E há uma certa satisfação aqui pelo fato de as declarações de
Trump terem projetado o debate sobre a independência da Groenlândia no cenário
internacional.
Deve haver uma
Groenlândia que não seja colônia de ninguém, dizem ativistas como Kuno Fencker,
parlamentar da coalizão governista e membro do Comitê de Relações Exteriores e
Segurança do parlamento local.
Nós nos encontramos
no porto, sob a estátua de bronze de Hans Egede, o missionário do século 18 que
é visto amplamente aqui como o homem que abriu o caminho para a colonização.
"Donald Trump
é um político", diz Fencker.
"Ele é um
homem de negócios ferrenho, e conhecemos sua retórica, e essa retórica é algo a
que nos acostumamos desde 2019, e é apenas uma questão de conversar com um
colega, um aliado, sobre como podemos resolver as coisas aqui no Ártico e
também na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)."
Fencker apresenta o
argumento central dos ativistas a favor da independência.
"O que é
necessário aqui é que a Groenlândia, como um Estado soberano, negocie
diretamente com os Estados Unidos, e não que a Dinamarca faça isso por
nós."
A independência da
Dinamarca pode ter um custo financeiro significativo.
A Groenlândia
recebe subsídios de Copenhague no valor de aproximadamente um quinto de seu
Produto Interno Bruto (PIB) todos os anos. Fencker sugere, assim como outras
figuras importantes do país, que a ilha negocie com os Estados Unidos e a
Dinamarca para obter apoio.
"Não somos
ingênuos em relação a isso. Precisamos de apoio nas áreas de defesa, de
segurança e também de desenvolvimento econômico. Queremos uma economia
sustentável e autossuficiente."
O editor do jornal
local Sermitsiaq, Maasana Egede, admite que ficou preocupado com a ameaça
implícita de uso de força por parte de Trump, mas quer ver como a realidade
corresponde à retórica.
Em relação à
independência, Egede ficou frustrado com o que ele vê como um debate polarizado
na mídia — local e internacional.
"Estamos
contando essa história de que tem que ser sobre independência ou não
independência. Mas há toda essa história que está no meio, de que as pessoas
querem independência, mas não a qualquer custo. Há um padrão de vida que
precisa ser mantido. Há um comércio que precisa ser mantido. Há modos de vida
que precisam ser mantidos."
Há uma expectativa
de que em algum momento — não em um futuro imediato — haverá uma votação a
favor, e a Dinamarca aceitará o resultado.
O primeiro-ministro
da ilha, Mute Egede, deu uma entrevista coletiva de imprensa conjunta com a
primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, após as últimas declarações
de Trump.
"Não queremos
ser dinamarqueses, não queremos ser americanos, queremos ser
groenlandeses", ele afirmou.
A primeira-ministra
dinamarquesa teve o cuidado de não ofender ninguém, muito menos o presidente
eleito dos EUA.
"O debate
sobre a independência da Groenlândia e os últimos anúncios dos EUA nos mostram
o grande interesse na Groenlândia", ela disse.
"Eventos que
desencadearam vários pensamentos e sentimentos em muitos na Groenlândia e na
Dinamarca."
Frederiksen sabe
muito bem como os sentimentos na Groenlândia são arraigados. As lembranças de
injustiça e racismo permanecem
frescas na memória dos povos indígenas inuítes.
Escândalos como a
campanha para colocar DIU (dispositivo intrauterino) em milhares de mulheres e
meninas inuítes nas décadas de 1960 e 1970, para controle de natalidade,
assombram o relacionamento entre a Groenlândia e a Dinamarca.
Não se sabe quantos
destes procedimentos foram realizados sem o consentimento das pessoas
envolvidas, mas os números são consideráveis. O objetivo era reduzir a
população groenlandesa.
Maliina Abelsen é
ex-ministra das Finanças do governo da Groenlândia, e atualmente é consultora
de empresas e organizações que trabalham na ilha. Ela também trabalhou para o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Dinamarca e para empresas
líderes da Groenlândia, como o grupo de pesca Royal Greenland.
Abelsen acredita
que muito mais precisa ser feito para lidar com as injustiças do passado.
"Acho que
muitas pessoas estão dizendo, talvez o governo e o Estado dinamarquês também
tenham dito: 'Ah, você sabe que isso aconteceu no passado. Isso foi há muitos
anos. Como vamos nos responsabilizar por isso? É hora de seguir em
frente'."
"Mas você não
pode seguir em frente se não tiver sido curado, e se você não tiver sido
reconhecido pelo que aconteceu com você. Esse é um trabalho que temos que fazer
junto à Dinamarca, não é algo que a Groenlândia possa fazer sozinha."
E, apesar de seu
destaque na sociedade civil e nos negócios, Maliina Abelsen diz que, quando se
trata de racismo — por exemplo, piadas sobre o povo inuíte —, ela "pode
falar pela maioria dos groenlandeses, que todos nós já passamos por isso em
nossas vidas".
Os princípios da
autodeterminação dos povos e do enfrentamento do passado estão intimamente interligados.
Agora, a
intervenção de Donald Trump colocou ambos diante dos olhos do mundo.
Mas a mensagem que
ouvimos — nos povoados remotos e até na capital, Nuuk — é que o destino da
Groenlândia deve ser decidido aqui, entre pessoas cujas vozes foram ignoradas
por muito tempo.
¨
Dinamarca ameaça há
anos a Groenlândia para evitar independência, diz ex-ministro do MRE da ilha
A Dinamarca ameaça
a Groenlândia há anos sempre que a questão da independência da ilha é
discutida, disse à Sputnik o deputado do parlamento da Groenlândia, chefe do
partido principal da oposição Naleraq e ex-ministro das Relações Exteriores da
ilha, Pele Broberg.
"Quando
falamos sobre independência, eles [dinamarqueses] nos ameaçam. Eles
contam: 'se vocês fizerem isso, nunca mais irão à
Dinamarca,
não terão educação etc.' Sempre ouvimos ameaças quando a independência é
mencionada", afirmou Broberg.
Ele acrescentou,
dando um exemplo de 2018, que naquela altura, quando o seu partido se
candidatou ao parlamento, tendo um plano de obter a independência, o
primeiro-ministro dinamarquês se dirigiu à imprensa nacional e afirmou ser
irrealista.
"Mesmo hoje,
os políticos da Dinamarca dizem 'não, não, nunca faremos coisa assim
[independência da ilha]'. Parece que eles mesmos não cumprem a lei de
autoadministração no contexto da independência. Porém, temos o problema
com partidos
políticos que apoiam
a ideia da independência publicamente sem planos concretos, o que significa que
eles não a querem", sublinhou o político.
A Groenlândia foi
colônia da Dinamarca até 1953. A ilha faz parte do reino, mas em 2009
obteve a autonomia com direito de autoadministração e da escolha autônoma
na política doméstica. Em 2019 a imprensa publicou uma série de notícias
sobre o desejo de
Trump de
comprar a ilha.
Fonte: Sputnik
Brasil/BBC News Mundo/Outras Palavras
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