quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

PONCIO PILATOS, O CARRASCO DE JESUS

Pilatos foi um dos governadores romanos mais conhecidos da história, principalmente por seu papel na condenação de Jesus Cristo à morte na cruz. Ele viveu no século I d.C., em um período de grande expansão e conflito do Império Romano, que dominava a região do Mediterrâneo e do Oriente Médio.

Pilatos pertencia à família Pôncio, de origem samnita, um povo que habitava o centro da Itália e que foi conquistado pelos romanos. Não se sabe muito sobre sua vida antes de se tornar governador da Judeia, uma província romana que abrangia o território onde hoje se encontram Israel, Palestina e partes da Jordânia, Síria e Líbano. Acredita-se que ele tenha sido nomeado pelo imperador Tibério, que reinou entre os anos 14 e 37 d.C.

Pilatos governou a Judeia entre os anos 26 e 36 d.C., tendo como sede a cidade de Cesareia Marítima, na costa do Mediterrâneo. Ele era o representante do poder romano na região, tendo autoridade sobre questões administrativas, financeiras, militares e judiciais. Ele também era responsável por manter a ordem e a paz entre a população local, que era majoritariamente judaica e que tinha uma forte identidade religiosa e nacional.

Durante seu governo, Pilatos se envolveu em vários conflitos e polêmicas com os judeus, que o consideravam um opressor e um violador de suas leis e costumes sagrados. Entre os episódios mais marcantes, estão:

• A introdução de estandartes com imagens do imperador romano em Jerusalém, a capital religiosa dos judeus, que consideravam isso uma forma de idolatria. Os judeus protestaram e ameaçaram se matar em massa se Pilatos não retirasse os estandartes. Pilatos cedeu à pressão e removeu os símbolos3

• A utilização de fundos do Templo de Jerusalém, o centro do culto judaico, para construir um aqueduto que levaria água para Cesareia. Os judeus se revoltaram e acusaram Pilatos de roubar o dinheiro sagrado. Pilatos mandou seus soldados se infiltrarem entre a multidão e reprimir a manifestação com violência, matando muitos judeus4

• A colocação de escudos dourados com inscrições dedicadas a Tibério no palácio de Herodes, o rei fantoche dos judeus, em Jerusalém. Os judeus consideraram isso uma profanação e enviaram uma carta a Tibério, pedindo que ele ordenasse a retirada dos escudos. Tibério atendeu ao pedido e repreendeu Pilatos.

O caso mais famoso e controverso de Pilatos foi o julgamento de Jesus Cristo, o líder de um movimento religioso que pregava o amor a Deus e ao próximo, e que era visto como o Messias prometido pelos profetas judeus. Jesus foi preso pelos líderes religiosos judeus, que o acusaram de blasfêmia e de incitar o povo contra Roma. Eles o levaram a Pilatos, que tinha a autoridade para condená-lo à morte.

Os quatro evangelhos do Novo Testamento narram o julgamento de Jesus de maneiras diferentes, mas todos concordam que Pilatos não encontrou nenhum motivo para condenar Jesus, e que tentou libertá-lo, oferecendo ao povo a escolha entre soltar Jesus ou Barrabás, um criminoso. No entanto, a multidão, instigada pelos líderes religiosos, clamou pela libertação de Barrabás e pela crucificação de Jesus. Pilatos, então, lavou as mãos diante do povo, dizendo que não era responsável pelo sangue de Jesus, e entregou-o para ser crucificado.

O destino de Pilatos após o julgamento de Jesus é incerto. Segundo o historiador judeu Flávio Josefo, Pilatos foi destituído do cargo de governador da Judeia por causa de outro conflito com os samaritanos, um povo que vivia na região da Samaria e que tinha uma religião semelhante ao judaísmo. Os samaritanos se reuniram no monte Gerizim, onde acreditavam que estava enterrado o Tabernáculo, a tenda sagrada que guardava a Arca da Aliança. Eles esperavam encontrar ali objetos sagrados e sinais do Messias. Pilatos enviou suas tropas para dispersar a multidão, matando muitos samaritanos. Os sobreviventes reclamaram ao legado da Síria, que mandou Pilatos a Roma para se explicar ao imperador. No entanto, Tibério morreu antes que Pilatos chegasse, e não se sabe o que aconteceu com ele depois disso.

Outras fontes antigas dão versões diferentes sobre o fim de Pilatos. Segundo o filósofo pagão Celso, citado pelo apologista cristão Orígenes, Pilatos se suicidou por remorso. Segundo a tradição cristã, Pilatos foi exilado na Gália, onde morreu. Segundo a Igreja Etíope, Pilatos se converteu ao cristianismo e foi martirizado, sendo venerado como santo.

Pilatos é uma figura histórica que desperta interesse e debate até hoje. Ele é retratado de maneiras diversas na arte, na literatura, no cinema e na teologia. Ele é visto como um símbolo de covardia, de injustiça, de ambiguidade, de pragmatismo, de ironia, de piedade ou de arrependimento. Ele é um personagem que revela a complexidade e o conflito entre o poder político e a fé religiosa, entre a cultura romana e a cultura judaica, entre a história e a tradição.

 

Ø  O que acontecia em Roma na história enquanto o apóstolo Paulo estava vivo?

 

Bem, São Paulo provavelmente nasceu no ano 5 d.c. e morreu - segundo a tradição cristã, executado por decapitação - no ano 67 (algumas fontes dizem que teria sido no ano 64). Portanto, viu os últimos 9 anos do reinado do imperador Augusto bem como os reinados de Tibério, Calígula, Cláudio e Nero (quando Paulo morreu faltava um ano para a morte de Nero), ou seja, viveu na chamada dinastia júlio-claudiana.

·        O incêndio de Roma

>>> Alguns eventos históricos que ocorreram nesse período de 5 a 67 d.c. são:

# A famosa Batalha da Floresta de Teutoburgo, ocorrida no ano 9 (quando Paulo teria uns 4 anos de idade), na qual 3 legiões romanas sob o comando de Públio Quintílio Varo foram emboscadas e destruídas por um exército germânico comandado por Armínio. É considerada uma das piores derrotas da história romana.

# Em 41 d.c., o imperador Calígula é assassinado por guardas pretorianos sob o comando de Cássio Quereia, que fazem de Cláudio imperador no seu lugar.

# Entre 43 e 44, no reinado de Cláudio, ocorre a Conquista romana da Britânia.

# Entre 60 e 61, no reinado de Nero, ocorre na Britânia uma das maiores rebeliões da história do império romano, rebelião esta liderada pela rainha celta Boadiceia (ou Boudica).

# O Grande incêndio de Roma, que ocorreu entre 18 e 23 de julho do ano 64 e que destruiu a maior parte da cidade de Roma. Nero teria culpado os cristãos (dos quais ele nunca foi com a cara) pelo incêndio usando-o como motivo para aumentar a perseguição contra eles - os defensores da tese de que Paulo teria morrido em 64 d.c. dizem que sua morte seria uma represália pelo incêndio - e por isso também há quem diga que o próprio Nero teria provocado o incêndio, para poder culpar os cristãos.

# Em 66, começa uma rebelião dos judeus contra o domínio romano, que resultaria na destruição do templo de Jerusalém em 70 e no início da diáspora judaica (sobre a qual é importante saber para compreender a atual questão entre israelenses e palestinos).

 

Fonte: Quora

 

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