IBGE e Conab apontam recuo na safra de
grãos na Bahia
Com destaque para os
ciclos de baixa da soja e do milho, os últimos levantamentos do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) apresentam recuo na estimativa da safra de grãos na
Bahia. Além da base comparativa elevada, a redução da safra é resultado dos
efeitos do clima, pois o fenômeno El Niño agravou a estiagem em todo o
Nordeste.
O Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de janeiro de 2024, com dados
sistematizados e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e
Sociais da Bahia (SEI), estima uma produção de cereais, oleaginosas e
leguminosas de 11,0 milhões de toneladas (t), o que representa um recuo de 9,1%
na comparação com a safra de 2023 – que foi o melhor resultado da série
histórica do levantamento para o conjunto de produtos pesquisados.
As áreas plantada e
colhida estão estimadas em 3,57 milhões de hectares (ha), com avanço de 1,0% em
relação à safra de 2023. Dessa forma, o rendimento médio esperado (3,35 t/ha)
da lavoura de grãos no estado é 2,6% menor na mesma base de comparação.
O volume de soja a ser
colhido pode alcançar 7,12 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda
de 5,9% sobre o verificado em 2023. A área plantada com a oleaginosa no estado
ficou projetada em cerca de 2,0 milhões de hectares.
As duas safras anuais
do milho, estimadas pelo IBGE, podem alcançar 2,39 milhões de toneladas, o que
representa um declínio de 22,9% na comparação anual. Com relação à área
plantada, houve queda de 16,5% em relação à estimativa da safra anterior de 698
mil hectares. A primeira safra do cereal está projetada em 1,70 milhão de
toneladas, 27,5% abaixo do que foi observado em 2023. Já o prognóstico para a
segunda safra é de um recuo de 8,6% em relação à colheita anterior, totalizando
681 mil toneladas.
A produção de algodão
(caroço e pluma) está estimada em 1,81 milhão de toneladas, que representa
aumento (3,8%) em relação ao ano passado. A área plantada com a fibra aumentou
4,1% para 379 mil hectares em relação à safra de 2023.
Para lavoura do feijão
espera-se avanço de 0,6%, na comparação com a safra de 2023, totalizando 240
mil toneladas. O levantamento manteve a estimativa de 417 mil hectares
plantados, a mesma observada no ano anterior. Estima-se que a primeira safra da
leguminosa (142 mil toneladas) seja 1,1% inferior à de 2023, e que a segunda
safra (98 mil toneladas) tenha uma variação positiva de 3,2%, na mesma base de
comparação.
Para a lavoura da
cana-de-açúcar, o IBGE estimou produção de 5,54 milhões de toneladas, revelando
aumento de 1,4% em relação à safra 2023. A estimativa da produção do cacau, por
sua vez, ficou projetada em 123 mil toneladas, apontando um avanço de 2,7% na
comparação com a do ano anterior.
Em relação ao café,
está prevista a colheita de 270 mil toneladas este ano, 9,4% acima do observado
no ano passado. A safra do tipo arábica está projetada em 116 mil toneladas,
com variação anual de 15,7%. Por sua vez, a safra do tipo canéfora teve previsão
de 154 mil toneladas, 5,1% acima do nível do ano anterior.
As estimativas para as
lavouras de banana (920 mil toneladas), laranja (628 mil toneladas) e uva (62
mil toneladas), por sua vez, registraram, respectivamente, variações de 0,7%,
-1,0% e -5,4%, em relação à safra anterior.
O levantamento ainda
indica uma produção de 925 mil toneladas de mandioca, 1,4% menor que de 2023. A
produção de batata-inglesa, estimada em 335 mil toneladas, acréscimo de 0,9%; e
a do tomate, estimada em 182 mil toneladas, alta de 1,5% na comparação com a do
ano anterior.
• No 5º levantamento do ciclo 2023/2024,
Conab estima safra de 11,5 milhões de toneladas de grãos
A Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), em seu quinto levantamento, estimou uma produção de
11,5 milhões de toneladas de grãos na temporada 2023/2024 – o que representa um
recuo de 14,5% em relação ao ciclo 2022/2023.
Com relação à área
plantada, observa-se uma ampliação de 0,4% na mesma base de comparação, o que
alcança uma área de 3,77 milhões de hectares. Dessa forma, o rendimento médio
do conjunto das lavouras pesquisadas deverá ficar em torno de 3,04 t/ha.
A produção de algodão
está estimada em 1,53 milhão de toneladas, plantado em 340 mil hectares, o que
representa um crescimento de 0,2% em relação ao ciclo 2022/2023.
Há expectativa
positiva também associada à produção de feijão, cujo volume estimado em 311 mil
toneladas (plantados em 433 mil hectares) representa um crescimento de 7,7% em
relação ao ciclo 2022/2023.
A soja, segundo a
Conab, deve apresentar mais um ciclo de baixa, apesar da área plantada ser 3,2%
maior que a da temporada passada, quase dois milhões de hectares. A produção
deve recuar em 6,1% para 7,25 milhões de toneladas na atual temporada em comparação
com o ciclo anterior.
Com relação à safra de
milho, a expectativa é de que a safra atual seja bem menor que a anterior
totalizando 2,48 milhões de toneladas. As principais contribuições provêm da
primeira (1,53 milhões de toneladas) e da terceira (847 mil de toneladas) safra
do cereal. Em seu conjunto, a produção de milho, no estado, apresenta previsão
de queda de 36,9% em relação ao período anterior.
Fonte: Tribuna da
Bahia
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