quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Pesquisa mostra o “mundo paralelo e irreal” em que vivem os  bolsonaristas

Em meio à explosão de memes que invadiram mais uma vez as redes sociais satirizando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP realizada no ato na Paulista no último domingo (25) mostra que os apoiadores do ex-presidente orbitam um universo paralelo criado pelas mentiras propagadas pela extrema-direita fascista no Brasil.

Segundo o estudo, 88% dos presentes no ato "acreditam que foi Bolsonaro e não Lula quem de fato ganhou a eleição para presidente em 2022" - apenas 8% dizem o contrário e 4% não sabem. O dado mostra a influência dos ataques às urnas eletrônicas que ainda são feitos pelo Gabinete do Ódio, além do discurso do próprio ex-presidente.

Além disso, 94% dos extremistas acreditam viver hoje em uma "Ditadura", diante do que consideram "excessos e perseguições da Justiça", mais uma vez fazendo eco à narrativa fascista - 4% se colocam contrários e 2% não sabem.

Quase metade dos presentes no ato - 49% - afirmam que Bolsonaro deveria ter dado um golpe e decretado Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no final de 2022 - 39% dizem que não e 12% não sei.

Já quanto a invocar o Artigo 142, sobre uma ilusória interpretação de que as Forças Armadas assumem o governo como poder moderador, há uma divisão: 42% dizem que Bolsonaro deveria ter usado o artigo e 45% afirmam que não - 12% não sabem.

O Estado de Sítio, cogitado em uma das minutas golpistas apreendidas pela PF, teve apoio de apenas 23%, enquanto 61% rechaçaram - 15% não sabem.

·        Homem branco de classe média

O estudo ainda mostra que a horda bolsonarista que esteve na Paulista tem um perfil muito diferente da população brasileira, formada em sua maioria por mulheres 51,5%, pardos (45,3%) e pretos (10,2%) - brancos são 43,5%. Segundo o IBGE, a mairia da população (52,5%) se concentra entre os mais pobres (classes D/E), com renda média mensal de até R$ 3,2 mil. A idade média é de 35 anos.

Na Paulista, os apoiadores de Bolsonaro mostraram um perfil bem diverso da sociedade brasileira, segundo dados do monitor da USP a maioria era formada por homens (62%), brancos (65%) e de classe média e média alta.

Segundo a pesquisa, 26% dizem ter renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos, 25% entre 5 e 10 S.M.s, 13% entre 10 e 20 S.M.s e 9% acima de 20 S.M.s. 

O estudo mostra ainda que 67% declararam ter Ensino Superior, 6% Fundamental e 26% Ensino Médio. Em relação à religião, mesmo com o pastor Silas Malafaia sendo o organizador, 43% disseram ser católicos e 29% evangélicos. Outros 10% se declararam "espíritas/kardecistas", 7% outras e 10% nenhuma.

Outro dado interessante mostra que 1 a cada 3 extremistas viajaram para participar do ato: 66% dizem morar na Grande SP e 34% em outra cidade.

Em relação às eleições de 2026 e a inelegibilidade de Bolsonaro, 61% apontam o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) como o melhor nome para concorrer à Presidência. Michelle Bolsonaro (PL) vem em segundo com 19%, seguida do governador mineiro Romeu Zema (7%). Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Damares Alves (Republicanos-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Braga Netto (PL) registraram 1%.

A pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital foi coordenada pelos professores Pablo Ortellado e Márcio Moretto Ribeiro. O levantamento foi feito a partir de entrevistas presenciais com 575 pessoas entre 13h30 e 17h de domingo, em toda a extensão da Avenida Paulista. A margem de erro é estimada em quatro pontos percentuais para mais ou menos, para um grau de confiança de 95%.

 

Ø  ORCRIM BOLSONARISTA: Nikolas e Flávio vão acionar Direitos Humanos por "perseguição" a Bolsonaro

 

Antes deixe entender. Durante o governo de Bolsonaro, o que os bolsonaristas, inclusive o próprio ex-presidente e sua ministra Damares afirmavam, era que Direitos Humanos era coisa de vagabundos e de bandidos. Certo? Logo se entende o porquê de Nikolas e Flávio acionarem os Direitos Humanos. Ok. Então vamos para a reportagem.

“Direitos humanos para humanos direitos". Mais uma máxima do bolsonarismo está prestes a cair por terra.

Em meio à prisão iminente do ex-presidente, o filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o fiel escudeiro do clã na Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira (PL-MG) estão arregimentando apoio para uma ação em favor de Bolsonaro na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Segundo Paulo Cappelli, no site Metrópoles, na petição, os bolsonaristas vão alegar que o ex-presidente é vítima de violação de direitos humanos por ser alvo de "perseguição" política no Brasil.

Os bolsonaristas alegarão ainda que Bolsonaro é alvo de "censura" com a intenção de "calar a oposição" de ultradireita fascista ao governo Lula.

Ferreira e Flávio buscam a adesão de ao menos 100 assinaturas para a petição, entre deputados e senadores. A coleta é feita principalmente entre aqueles que aderiram ao ilusório impeachment de Lula pelas críticas ao genocídio do governo sionista de Israel na Faixa de Gaza.

Caso a Comissão da OEA acate a petição, os bolsonaristas querem levar a ação para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada na Costa Rica, e até mesmo ao Tribunal de Haia.

Além da máxima dos aliados, Bolsonaro tratou os Direitos Humanos como "o esterco da vabundagem" em publicação no antigo Twitter em 2016.

Um ano depois, Carlos Bolsonaro publicou uma foto em que Bolsonaro segura uma camiseta que diz "direitos humanos: esterco da vagabundagem" como "dica para a redação do Enem quando Bolsonaro for eleito em 2018".

 

Ø  Erika Hilton quer investigação sobre mamata de Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes, de Tarcísio

 

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) acionou a Justiça de São Paulo para protocolar um pedido de investigação dos gastos da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) com hospedagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador.

O processo, apresentado junto da ativista Amanda Paschoal, argumenta que a estadia de Bolsonaro no local viola o princípio da impessoalidade, isto é, a igualdade de tratamento para todos os indivíduos que compõem uma sociedade, de modo a impedir que agentes públicos, como autoridades, tenham privilégios.

O texto aponta que a hospedagem do ex-presidente representa um "gasto injustificado" do governo estadual paulista, uma vez que Jair Bolsonaro recebe uma remuneração mensal de R$ 41,6 mil de seu partido. Ou seja, a permanência no Palácio dos Bandeirantes, um prédio público, carece de justificativa, segundo a parlamentar.

"Os atos representam uma grande afronta aos princípios que guiam a atuação administrativa no Brasil, além de trazer danos concretos ao erário diante da utilização de recursos públicos para pagar por privilégios de amigos do Governador do Estado sem qualquer motivação", alega um trecho da ação.

O ex-presidente ficou hospedado na residência oficial do governador, Tarcísio de Freitas, eleito como o candidato de Bolsonaro em São Paulo nas eleições de 2022. A relação de cordialidade estendeu-se para uma série de estadias no local, a mais recente no domingo (25), quando Bolsonaro participou de uma manifestação em seu apoio na Avenida Paulista, com a presença de Tarcísio.

Em seu perfil no X, antigo Twitter, Érika associou a hospedagem de Bolsonaro com o andamento das investigações da Polícia Federal por tentativas golpistas: "O lugar de Bolsonaro não é em um prédio do poder público de SP, e ele tem plenas condições de não dormir à noite com medo da prisão em um quarto de hotel".

 O pedido contesta o gasto, que não atende ao interesse público, mas aos interesses privados do governador e do ex-presidente. "Essas estadias de Bolsonaro não tem caráter oficial e violam o princípio da impessoalidade do Governo do Estado de SP, geram despesas que não atendem ao interesse público, mas sim aos interesses particulares de Bolsonaro e Tarcísio", diz a deputada.

A parlamentar pede, como medida cautelar, que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) proíba o governador de hospedar convidados sem agenda oficial ou sem relação com o interesse público. O processo ainda solicita por um relatório detalhado de todas as estadias desde o início do mandato da atual gestão, em 1 de janeiro de 2023.

"Tarcísio colocou em SIGILO os dados sobre os custos e gastos do dinheiro público para hospedar Bolsonaro no Palácio do Governo de SP durante evento político. Sigilo. Assim como Bolsonaro fazia com seus gastos de cartão corporativo, e assim por diante."

Por fim, Érika Hilton e Amanda Paschoal pedem que Tarcísio e Bolsonaro sejam condenados a reembolsar os valores gastos nas hospedagens aos cofres do estado de São Paulo.

·        Érika expõe governo Tarcísio

A deputada, líder do PSOL na Câmara e primeira líder de bancada trans na história do Congresso brasileiro, afirma que esta não foi a primeira vez que o governador hospeda o ex-presidente sem justificativas e põe sigilo nos dados de gastos públicos referentes às estadias. 

Em setembro do ano passado, ela questionou o sigilo de dados sobre as despesas públicas envolvendo a hospedagem da visita de Bolsonaro, sem função pública, entre os dias 14 e 19 daquele mês. Tarcísio tratou as informações como sigilosas, em vista da "intimidade e privacidade" do convidado, em um prédio público.

Érika abriu uma consulta via Lei de Acesso à Informação (LAI) para saber: o valor dos gastos, a função pública do hospedado, a motivação da estadia e com quais auxiliares do governador ele teria se encontrado. Após prorrogação no prazo de resposta, a equipe de Tarcísio admitiu que a visita "não teve caráter oficial".

Na ocasião, Bolsonaro ficou hospedado por cinco dias após deixar a unidade do Hospital Vila Nova Star, onde passou por cirurgias. Ele permaneceu no edifício-sede da administração de São Paulo antes de retornar à Brasília.

¨      PSOL pede que MP investigue participação de Nunes em ato bolsonarista

Parlamentares da oposição entraram com pedido no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para a abertura de investigação sobre a participação do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), na manifestação bolsonarista realizada neste domingo (25).

Nas redes, o prefeito de São Paulo escondeu Jair Bolsonaro (PL) e não publicou nenhuma foto com o ex-presidente. Nunes foi ao ato com uma camiseta amarela, mas de uma feira de adoção de animais.

O ofício, registrado pela deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves, ambas do PSOL, questiona o possível "uso de aparatos e recursos públicos, bem como a presença do prefeito". Com base em informações obtidas de munícipes, o prefeito teria utilizado carro oficial, segurança pública e outros possíveis recursos para comparecer ao ato.

"Junto com a minha vereadora Luana Alves, acionei o MP contra o prefeito Ricardo Nunes. É escandaloso o uso de recursos públicos para participar de ato golpista que incita ataques contra uma investigação da PF e do STF. Nunes não fará de São Paulo um refúgio para o bolsonarismo!", escreveu Sâmia em seu perfil no X, antigo Twitter.

"É de interesse público obter informações acerca das verbas públicas, dos serviços públicos utilizados, bem como para garantir os princípios da finalidade, da motivação, da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, da legalidade e da moralidade", diz o ofício.

Luana Alves também se manifestou nas redes sociais: "O povo de São Paulo está tendo que passar pela vergonha de ver o 'prefake' Ricardo Nunes indo em ato de golpistas. As periferias de SP já disseram NÃO ao bolsonarismo. Não a uma política de ódio, morte e mentiras. Nunes não está à altura de seu cargo. Nosso povo é muito maior".

·        Possível conduta ílícita

O documento também pede que o MP-SP verifique se houve conduta ilícita na presença de Nunes no evento, como "atos ou incitações ao objeto da citada investigação", em referência às investigações da Polícia Federal (PF) acerca das tentativas golpistas para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

O texto ainda indica que a manifestação conteve "conteúdo reivindicatório" que confronta a pertinência da operação Tempus Veritatis, na qual a PF apura a organização criminosa que teria envolvimento na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

"Nesse caso, o uso de verba pública não seria somente uma busca pelo apoio de Bolsonaro e o voto de seus apoiadores, mas o endosso a uma manifestação de conteúdo golpista. São recursos públicos utilizados para esse fim. Um dos principais organizadores, Silas Malafaia, endossou o discurso golpista contra o STF (Supremo Tribunal Federal), e o Bolsonaro, na manifestação, declarou que de fato dispunha da minuta do golpe", comentou Sâmia ao GLOBO.

Pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia atacou os ministros do Supremo durante ato no qual afirmou ter investido cerca de R$ 100 mil de seus próprios recursos. Por sua vez, Bolsonaro reconheceu a existência da minuta do golpe

"Este mandato pugna pela intervenção do Ministério Público com o fito de verificar se a participação do Chefe do Poder Executivo Municipal [Ricardo Nunes] teve o uso de aparatos públicos ou recurso público investido, bem como se houve alguma participação (...) em algum ato ilícito, ou que seja objeto de investigação criminal pela Polícia Federal", diz um trecho da representação enviada pelas parlamentares do PSOL.

Em suas redes sociais, Nunes publicou fotos no ato na Avenida Paulista, sendo uma com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e outra com o senador Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações durante o mandato de Bolsonaro.

 

Fonte: Fórum

 

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