Pesquisa mostra o “mundo paralelo e irreal”
em que vivem os bolsonaristas
Em meio à explosão de
memes que invadiram mais uma vez as redes sociais satirizando apoiadores de
Jair Bolsonaro (PL), pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital da
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP realizada no ato na
Paulista no último domingo (25) mostra que os apoiadores do ex-presidente
orbitam um universo paralelo criado pelas mentiras propagadas pela
extrema-direita fascista no Brasil.
Segundo o estudo, 88%
dos presentes no ato "acreditam que foi Bolsonaro e não Lula quem de fato
ganhou a eleição para presidente em 2022" - apenas 8% dizem o contrário e
4% não sabem. O dado mostra a influência dos ataques às urnas eletrônicas que
ainda são feitos pelo Gabinete do Ódio, além do discurso do próprio
ex-presidente.
Além disso, 94% dos
extremistas acreditam viver hoje em uma "Ditadura", diante do que
consideram "excessos e perseguições da Justiça", mais uma vez fazendo
eco à narrativa fascista - 4% se colocam contrários e 2% não sabem.
Quase metade dos
presentes no ato - 49% - afirmam que Bolsonaro deveria ter dado um golpe e
decretado Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no final de 2022 - 39% dizem que não
e 12% não sei.
Já quanto a invocar o
Artigo 142, sobre uma ilusória interpretação de que as Forças Armadas assumem o
governo como poder moderador, há uma divisão: 42% dizem que Bolsonaro deveria
ter usado o artigo e 45% afirmam que não - 12% não sabem.
O Estado de Sítio,
cogitado em uma das minutas golpistas apreendidas pela PF, teve apoio de apenas
23%, enquanto 61% rechaçaram - 15% não sabem.
·
Homem branco de classe
média
O estudo ainda mostra
que a horda bolsonarista que esteve na Paulista tem um perfil muito diferente
da população brasileira, formada em sua maioria por mulheres 51,5%, pardos
(45,3%) e pretos (10,2%) - brancos são 43,5%. Segundo o IBGE, a mairia da população
(52,5%) se concentra entre os mais pobres (classes D/E), com renda média mensal
de até R$ 3,2 mil. A idade média é de 35 anos.
Na Paulista, os
apoiadores de Bolsonaro mostraram um perfil bem diverso da sociedade
brasileira, segundo dados do monitor da USP a maioria era formada por homens
(62%), brancos (65%) e de classe média e média alta.
Segundo a pesquisa,
26% dizem ter renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos, 25% entre 5 e 10
S.M.s, 13% entre 10 e 20 S.M.s e 9% acima de 20 S.M.s.
O estudo mostra ainda
que 67% declararam ter Ensino Superior, 6% Fundamental e 26% Ensino Médio. Em
relação à religião, mesmo com o pastor Silas Malafaia sendo o organizador, 43%
disseram ser católicos e 29% evangélicos. Outros 10% se declararam "espíritas/kardecistas",
7% outras e 10% nenhuma.
Outro dado
interessante mostra que 1 a cada 3 extremistas viajaram para participar do ato:
66% dizem morar na Grande SP e 34% em outra cidade.
Em relação às eleições
de 2026 e a inelegibilidade de Bolsonaro, 61% apontam o governador de São
Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) como o melhor nome para
concorrer à Presidência. Michelle Bolsonaro (PL) vem em segundo com 19%,
seguida do governador mineiro Romeu Zema (7%). Eduardo Bolsonaro (PL-SP),
Damares Alves (Republicanos-DF), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Braga Netto (PL)
registraram 1%.
A pesquisa do Monitor
do Debate Político no Meio Digital foi coordenada pelos professores Pablo
Ortellado e Márcio Moretto Ribeiro. O levantamento foi feito a partir de
entrevistas presenciais com 575 pessoas entre 13h30 e 17h de domingo, em toda a
extensão da Avenida Paulista. A margem de erro é estimada em quatro pontos
percentuais para mais ou menos, para um grau de confiança de 95%.
Ø
ORCRIM BOLSONARISTA: Nikolas e Flávio vão
acionar Direitos Humanos por "perseguição" a Bolsonaro
Antes deixe entender.
Durante o governo de Bolsonaro, o que os bolsonaristas, inclusive o próprio
ex-presidente e sua ministra Damares afirmavam, era que Direitos Humanos era
coisa de vagabundos e de bandidos. Certo? Logo se entende o porquê de Nikolas e
Flávio acionarem os Direitos Humanos. Ok. Então vamos para a reportagem.
“Direitos humanos para
humanos direitos". Mais uma máxima do bolsonarismo está prestes a cair por
terra.
Em meio à prisão
iminente do ex-presidente, o filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o fiel escudeiro
do clã na Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira (PL-MG) estão arregimentando
apoio para uma ação em favor de Bolsonaro na Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Segundo Paulo
Cappelli, no site Metrópoles, na petição, os bolsonaristas vão alegar que o
ex-presidente é vítima de violação de direitos humanos por ser alvo de
"perseguição" política no Brasil.
Os bolsonaristas
alegarão ainda que Bolsonaro é alvo de "censura" com a intenção de
"calar a oposição" de ultradireita fascista ao governo Lula.
Ferreira e Flávio
buscam a adesão de ao menos 100 assinaturas para a petição, entre deputados e
senadores. A coleta é feita principalmente entre aqueles que aderiram ao
ilusório impeachment de Lula pelas críticas ao genocídio do governo sionista de
Israel na Faixa de Gaza.
Caso a Comissão da OEA
acate a petição, os bolsonaristas querem levar a ação para a Corte
Interamericana de Direitos Humanos, sediada na Costa Rica, e até mesmo ao
Tribunal de Haia.
Além da máxima dos
aliados, Bolsonaro tratou os Direitos Humanos como "o esterco da
vabundagem" em publicação no antigo Twitter em 2016.
Um ano depois, Carlos
Bolsonaro publicou uma foto em que Bolsonaro segura uma camiseta que diz
"direitos humanos: esterco da vagabundagem" como "dica para a
redação do Enem quando Bolsonaro for eleito em 2018".
Ø
Erika Hilton quer investigação sobre mamata
de Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes, de Tarcísio
A deputada
federal Érika Hilton (PSOL-SP) acionou
a Justiça de São Paulo para protocolar um pedido de investigação dos gastos da
gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) com hospedagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do
governador.
O processo,
apresentado junto da ativista Amanda Paschoal, argumenta que a estadia de
Bolsonaro no local viola o princípio da impessoalidade, isto é, a igualdade de
tratamento para todos os indivíduos que compõem uma sociedade, de modo a
impedir que agentes públicos, como autoridades, tenham privilégios.
O texto aponta que a
hospedagem do ex-presidente representa um "gasto injustificado" do
governo estadual paulista, uma vez que Jair Bolsonaro recebe uma remuneração
mensal de R$ 41,6 mil de seu partido. Ou seja, a permanência no Palácio dos Bandeirantes,
um prédio público, carece de justificativa, segundo a parlamentar.
"Os atos
representam uma grande afronta aos princípios que guiam a atuação
administrativa no Brasil, além de trazer danos concretos ao erário diante da
utilização de recursos públicos para pagar por privilégios de amigos do
Governador do Estado sem qualquer motivação", alega um trecho da ação.
O ex-presidente ficou
hospedado na residência oficial do governador, Tarcísio de Freitas, eleito como
o candidato de Bolsonaro em São Paulo nas eleições de 2022. A relação de
cordialidade estendeu-se para uma série de estadias no local, a mais recente no
domingo (25), quando Bolsonaro participou de uma manifestação em
seu apoio na Avenida Paulista, com
a presença de Tarcísio.
Em seu perfil no X,
antigo Twitter, Érika associou a hospedagem de Bolsonaro com o andamento das investigações da Polícia
Federal por tentativas golpistas: "O
lugar de Bolsonaro não é em um prédio do poder público de SP, e ele tem plenas
condições de não dormir à noite com medo da prisão em um quarto de hotel".
O pedido
contesta o gasto, que não atende ao interesse público, mas aos interesses
privados do governador e do ex-presidente. "Essas estadias de Bolsonaro
não tem caráter oficial e violam o princípio da impessoalidade do Governo do
Estado de SP, geram despesas que não atendem ao interesse público, mas sim aos
interesses particulares de Bolsonaro e Tarcísio", diz a deputada.
A parlamentar pede,
como medida cautelar, que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) proíba o governador de hospedar convidados sem agenda
oficial ou sem relação com o interesse público. O processo ainda solicita por
um relatório detalhado de todas as estadias desde o início do mandato da atual
gestão, em 1 de janeiro de 2023.
"Tarcísio
colocou em SIGILO os dados sobre os custos e gastos do dinheiro público para
hospedar Bolsonaro no Palácio do Governo de SP durante evento político. Sigilo.
Assim como Bolsonaro fazia com seus gastos de cartão corporativo, e assim por
diante."
Por fim, Érika Hilton
e Amanda Paschoal pedem que Tarcísio e Bolsonaro sejam condenados a reembolsar
os valores gastos nas hospedagens aos cofres do estado de São Paulo.
·
Érika expõe governo Tarcísio
A deputada, líder do
PSOL na Câmara e primeira líder de bancada trans na história
do Congresso brasileiro, afirma que esta não
foi a primeira vez que o governador hospeda o ex-presidente sem justificativas
e põe sigilo nos dados de gastos públicos referentes às estadias.
Em setembro do ano
passado, ela questionou o sigilo de dados sobre as despesas públicas envolvendo
a hospedagem da visita de Bolsonaro, sem função pública, entre os dias 14 e 19
daquele mês. Tarcísio tratou as informações como sigilosas, em vista da "intimidade
e privacidade" do convidado, em um prédio público.
Érika abriu uma
consulta via Lei de Acesso à Informação (LAI) para saber: o valor dos gastos, a
função pública do hospedado, a motivação da estadia e com quais auxiliares do
governador ele teria se encontrado. Após prorrogação no prazo de resposta, a
equipe de Tarcísio admitiu que a visita "não teve caráter oficial".
Na ocasião, Bolsonaro
ficou hospedado por cinco dias após deixar a unidade do Hospital Vila Nova
Star, onde passou por cirurgias. Ele permaneceu no edifício-sede da
administração de São Paulo antes de retornar à Brasília.
¨ PSOL pede que MP investigue participação de Nunes em ato
bolsonarista
Parlamentares da
oposição entraram com pedido no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para a abertura de investigação sobre a participação do
prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), na manifestação bolsonarista realizada neste domingo (25).
Nas redes, o prefeito
de São Paulo escondeu Jair Bolsonaro (PL) e não publicou nenhuma foto com o
ex-presidente. Nunes foi ao ato com uma camiseta amarela, mas de uma feira de
adoção de animais.
O ofício, registrado
pela deputada federal Sâmia Bomfim e a
vereadora Luana Alves, ambas do PSOL,
questiona o possível "uso de aparatos e recursos públicos, bem como a
presença do prefeito". Com base em informações obtidas de munícipes, o
prefeito teria utilizado carro oficial, segurança pública e outros possíveis
recursos para comparecer ao ato.
"Junto com a
minha vereadora Luana Alves, acionei o MP contra o prefeito Ricardo Nunes. É
escandaloso o uso de recursos públicos para participar de ato golpista que
incita ataques contra uma investigação da PF e do STF. Nunes não fará de São
Paulo um refúgio para o bolsonarismo!", escreveu Sâmia em seu perfil no X,
antigo Twitter.
"É de interesse
público obter informações acerca das verbas públicas, dos serviços públicos
utilizados, bem como para garantir os princípios da finalidade, da motivação,
da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, da legalidade e da
moralidade", diz o ofício.
Luana Alves também se
manifestou nas redes sociais: "O povo de São Paulo está tendo que passar
pela vergonha de ver o 'prefake' Ricardo Nunes indo em ato de golpistas. As
periferias de SP já disseram NÃO ao bolsonarismo. Não a uma política de ódio, morte
e mentiras. Nunes não está à altura de seu cargo. Nosso povo é muito
maior".
·
Possível conduta ílícita
O documento também
pede que o MP-SP verifique se houve conduta ilícita na presença de Nunes no
evento, como "atos ou incitações ao objeto da citada investigação",
em referência às investigações da Polícia Federal (PF)
acerca das tentativas golpistas para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
no poder.
O texto ainda indica
que a manifestação conteve "conteúdo reivindicatório" que confronta a
pertinência da operação Tempus Veritatis, na qual a PF apura a organização criminosa que teria
envolvimento na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático
de Direito.
"Nesse caso, o
uso de verba pública não seria somente uma busca pelo apoio de Bolsonaro e o
voto de seus apoiadores, mas o endosso a uma manifestação de conteúdo golpista.
São recursos públicos utilizados para esse fim. Um dos principais organizadores,
Silas Malafaia, endossou o discurso golpista contra o STF (Supremo Tribunal
Federal), e o Bolsonaro, na manifestação, declarou que de fato dispunha da
minuta do golpe", comentou Sâmia ao GLOBO.
Pastor da Assembleia
de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia atacou os ministros do
Supremo durante ato no qual afirmou ter
investido cerca de R$ 100 mil de seus próprios recursos. Por sua
vez, Bolsonaro reconheceu a existência da minuta
do golpe.
"Este
mandato pugna pela intervenção do Ministério Público com o fito de verificar se
a participação do Chefe do Poder Executivo Municipal [Ricardo Nunes] teve o uso
de aparatos públicos ou recurso público investido, bem como se houve alguma
participação (...) em algum ato ilícito, ou que seja objeto de investigação
criminal pela Polícia Federal", diz um trecho da representação enviada
pelas parlamentares do PSOL.
Em suas redes sociais,
Nunes publicou fotos no ato na Avenida Paulista, sendo uma com o governador de
Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e outra com o senador Marcos
Pontes (PL-SP), ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações durante o
mandato de Bolsonaro.
Fonte: Fórum
Nenhum comentário:
Postar um comentário