Dia da Ressaca: consequências do uso
desenfreado de bebida alcóolica
Inimiga da curtição, a
ressaca também costuma ser tratada como a consequência a se pagar pela bebida
da noite anterior. Dor de cabeça, corpo mole, sensibilidade a luz são alguns
dos sintomas que acometem aqueles que exageraram no consumo de bebidas
alcoólicas.
Para os mais
desinformados, nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, o brasileiro instituiu uma
data exclusiva para o Dia da Ressaca. Comemorar pode ser estranho, mas a
data serve para lembrar os cuidados necessários para amenizar sintomas ou
prevenir o desconforto, sempre lembrando que beber demais faz mal à saúde e não
é recomendado.
Ao Portal A
TARDE, o estudante de engenharia, Arthur Vergne, de 22 anos, descreveu a
sensação da ressaca. "Geralmente (na ressaca) não costumo ficar com dor de
cabeça. Costumo ficar mais com o corpo mole o dia inteiro, depende também da
quantidade que eu vou tomar", explicou o engenheiro, que ainda detalhou
haver níveis da ressaca.
"Se eu beber e
ficar 'de boa', costumo ficar só com corpo mole. Tem uma ressaca intermediária,
que eu fico um pouco enjoado. Já quando eu estou numa ressaca pesada mesmo, que
eu bebi muito, misturei bastante, geralmente cerveja com alguma outra coisa,
fico com tudo... dor de cabeça, corpo mole, enjoado", completou.
O bacharel em
humanidades, Marcos Nascimento, de 26 anos, foi na mesma linha do consumo
excessivo de álcool como fator predominante para a ressaca, mas também
mencionou um aspecto importante: a hidratação.
"O que me causa
mais ressaca, acho que é o padrão para todo mundo, que é a quantidade excessiva
de álcool. Às vezes, quando tem algum evento, a gente abusa e, principalmente,
deixa de se hidratar, ou não se hidrata como deveria. Acho que essa é a minha
grande falha", pontuou.
Médico neurologista,
Apolo Xavier explicou mais detalhadamente os fatores técnicos que podem
desencadear a ressaca. Ele diz ainda que a sensação, apesar de incômoda, pode
durar cerca de 24h.
"A ressaca é um
fenômeno que ocorre após a ingestão de bebidas alcoólicas e ocorre quando o
nível sanguíneo de álcool começa a cair na corrente sanguínea. Geralmente,
duram por cerca de 24 horas. A ressaca está relacionada ao consumo e
abstinência de álcool, as outras substâncias presentes na bebida alcoólica e
fatores psicológicos da pessoa que ingeriu a bebida", alertou Apolo.
MISTURA DE BEBIDAS
O consumo de bebidas
alcoólicas, muitas vezes, está associado com o prazer e a diversão do momento.
Em alguns casos, a diversão termina sendo tamanha, que as pessoas ignoram
qualquer recomendação e misturam as bebidas.
Geralmente, essa
prática de misturar está popularmente relacionada à intensidade da ressaca.
Para Arthur Vergne, por exemplo, esses sintomas estão bastante relacionados com
o consumo de bebidas destiladas, como vodka e whisky.
"O que me deixa
mais com ressaca mesmo é quando eu tomo destilado, bebida com teor alcoólico
mais alto, principalmente quando eu tomo shot e em quantidades normalmente
altas. Quando eu bebo tomo algum shot de cachaça, whisky, vodka também, mas
principalmente cachaça", lembrou.
Sobre essa afirmação,
o neurologista explica que o álcool possui "efeito tóxico no organismo.
Assim, ao ingerir bebidas diferentes, você entra em contato, além do álcool,
com essas outras substâncias tóxicas diferentes e podem surgir sintomas de intoxicação
mais fortes ou uma ressaca pior".
Geralmente, antes de
beber, é sempre indicado se alimentar bem e, de preferência, com comidas
mais leves, que não instiguem qualquer desconforto. A mesma regra vale para o
pós-bebida, evitando alimentos muito pesados.
CURAR RESSACA
Outro boato referente
ao consumo de álcool está na famosa frase que a melhor forma de curar uma
ressaca é com outra ressaca. Em outras palavras, para passar o efeito do
álcool, deve-se consumir ainda mais álcool.
Marcos Nascimento
concorda com a afirmação e disse que, inclusive, com ele, a prática costuma
funcionar. No entanto, lembrar da sensação da ressaca faz com que ele evite
ultrapassar o nível etílico normal.
"Dizem que tem a
rebatida, que muitas vezes acaba salvando. Você joga outra bebida por cima,
toma outra cerveja, dá uma melhorada. Eu já senti isso realmente, mas é uma
sensação tão ruim ficar de ressaca, que só de lembrar me causa pavor",
afirmou o comunicador.
Apolo Xavier também
explica essa mística e traz que, no caso de pessoas que fazem desta prática um
hábito, pode estar associado a um quadro de dependência ou abstinência do
álcool.
Algumas pessoas, pelo
consumo regular de bebidas alcoólicas, podem já estar desenvolvendo um quadro
de dependência química. Assim sendo, a ressaca que ocorre quando os níveis
sanguíneos de álcool despencam no sangue podem se misturar com sintomas de abstinência
alcoólica. Então, para essas pessoas, que já tem um quadro de dependência,
podem se sentir melhor após ingerirem uma nova dose de bebida alcoólica
enquanto estão sofrendo os sintomas de ressaca. - Apolo
Xavier, neurologista
CONSEQUÊNCIAS
Já no pensamento a
longo prazo, um consumo desenfreado do álcool pode gerar sérios problemas de
saúde para o indíviduo. No entanto, segundo o neurologista, se engana quem
pensa que essas consequências afetam apenas o fígado.
"O álcool
consumido sem moderação está relacionado a problemas de ordem física, mental e
social. O etilismo, que é o consumo excessivo e doentio de álcool,
constantemente está relacionado a lesões cerebrais com piora de coordenação e
memória, transtornos psiquiátricos e piora de problemas como ansiedade e
depressão, problemas cardíacos, desnutrição, e aumento da incidência de
acidentes de trânsito, violência doméstica e suicidio", alertou Apolo
Xavier.
Por fim, Marcos
Nascimento pontuou que, com o passar do tempo, soube selecionar melhor os
momentos em que vai desfrutar dos prazeres oriundos da bebida alcóolica e, além
disso, garantiu: dá para curtir sem precisar beber.
"Hoje estou me
reservando mais, a momentos mais importantes, mais festivos. Tento não ficar
assim à toa, mas também acho que vale todo o cuidado para se hidratar mais, se
alimentar bem, ter cuidado também com os ambientes que você vai beber. Com o tempo,
a gente vai aprendendo que dá pra se divertir sem álcool também",
finalizou.
Fonte: ATarde
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